“O Sopro e a Percussão”, novo álbum que o músico pernambucano lança dia 15 de março, ressalta a força das batidas percussivas unidas à sonoridade dos metais
Um dos músicos mais experientes e inventivos da atual cena pernambucana volta a brilhar em um trabalho autoral. Aos 38 anos, e com pouco mais de 26 de carreira, Gilú Amaral lança seu novo disco, batizado de “O Sopro e a Percussão”, no dia 15 de março. O trabalho alcança as plataformas digitais pouco mais de um mês depois do lançamento do single “Mourisca”.
Gilú, que foi um dos fundadores da Orquestra Contemporânea de Olinda e participou de bandas como a Academia da Berlinda, dá seu recado já a partir do título do disco: “’O Sopro e a Percussão’ veio ao mundo para enfatizar a força da percussão e a potência dos metais dentro da música que é feita em Pernambuco”, diz.
São sete faixas, gravadas, mixadas e masterizadas entre 2017 e 2021, no Estúdio Carranca. Nelas, o artista lançou um desafio à equipe envolvida, um time de músicos tarimbados liderado por Henrique Albino, que conta também com Parrô Melo, Ivan do Espírito Santo, Nilsinho Amarante e Alexandre Rodrigues (Copinha), Alex Santana e Jonatas Gomes, entre outros. “Me sinto muito experiente, à vontade em ter feito esta provocação de as composições começarem a partir da percussão, para só depois convidar os arranjadores para colocar em cima da peça percussiva os seus arranjos de metais”, comenta ele. O mais comum é a lógica ser inversa, já existindo uma melodia para depois ser acrescentada a parte rítmica.
Embora seja um disco brasileiro, o ouvinte mais atento logo percebe que “O Sopro e a Percussão” possui também uma relação muito estreita com a música mundial. “As raízes desta árvore se batem lá no subsolo, se entrelaçam em algum momento. Mostra como vejo isto e como influencia em minha música atual. Remete ao regional, mas ao mesmo tempo com uma pegada jazzística, com muita inteligência das coisas que vi no mundo. Também tem fortes influências de Moacir Santos, do Hermeto [Pascoal], de Naná Vasconcelos, Letieres Leite, que me inspiraram a fazer este disco”, observa Gilú.
Seguindo um caminho diferente do primeiro disco solo, “Pejí” (2018), o novo álbum é todo instrumental. Cada música tem um espírito, uma energia diferente. É recheado de sonoridades distintas, vários tipos de percussão, como a mimbira, a zabumba, a alfaia, o pandeiro, o ilú, a ngoma, o caixa, o ganzá, o baji e o berimbau.
“A gente tem em Pernambuco muitos ritmos percussivos, como o maracatu, o coco e a ciranda, num estado com uma diversidade cultural muito grande. Temos o frevo, que é um dos nossos principais ritmos. Continuamos enfatizando estas duas grandes escolas, mas crio peças percussivas explorando ritmos originários e fazendo releituras de ritmos do mundo afora, mesclando, trazendo minha bagagem como músico profissional, tendo passado por tantas bandas”, compara.
Serviço:
Lançamento do disco “O Sopro e a Percussão”, de Gilú Amaral
Onde: nas plataformas digitais, como Deezer e Spotify
Quando: Dia 15 de março