Estudo Nacional de Mobilidade Urbana prevê requalificação do metrô e implantação de sistemas de VLT e BRT na capital pernambucana
O Governo Federal e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) apresentaram um estudo inédito com propostas para modernizar e ampliar o transporte público de média e alta capacidade na Região Metropolitana do Recife até 2054. O plano prevê investimentos de até R$ 14,8 bilhões em projetos de requalificação do metrô e implantação de sistemas de VLT ou BRT, somando 156 quilômetros de novas soluções de mobilidade. As definições finais sobre os modais serão feitas em fases posteriores, a partir de estudos técnicos detalhados.
Segundo o Estudo Nacional de Mobilidade Urbana (ENMU), a execução dos projetos deve reduzir em 9% o custo operacional por viagem e evitar a emissão de 116,2 mil toneladas de CO2 por ano. Outro impacto esperado é a redução de cerca de 240 mortes no trânsito até 2054. “Com o estudo, o BNDES contribui com a produção de uma política pública para a formulação de uma estratégia nacional de mobilidade urbana, de longo prazo e sustentável, unindo esforços da União, dos estados, dos municípios e do Distrito Federal. O objetivo é melhorar a qualidade de vida dos brasileiros e brasileiras, com um transporte mais eficaz, menos poluidor e mais seguro”, afirmou o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante.
Para o ministro das Cidades, Jader Filho, os projetos têm papel estratégico na transição para um modelo de transporte mais sustentável. “Os projetos selecionados mostram que o Brasil está buscando se adaptar às mudanças do clima, com ações que unem sustentabilidade, mobilidade e inclusão social. Investir em transporte coletivo limpo é investir nas cidades e nas pessoas, para que os centros urbanos se tornem mais resilientes, com menos poluição e deslocamentos mais rápidos e seguros.” No Recife, a redução no tempo médio de deslocamento gerará impacto econômico estimado em R$ 7,4 bilhões.
Em escala nacional, o ENMU identificou 187 projetos em 21 regiões metropolitanas, com investimentos estimados em R$ 430 bilhões. O plano contempla R$ 230 bilhões em metrôs, R$ 31 bilhões em trens, R$ 105 bilhões em VLTs, R$ 80 bilhões em BRTs e R$ 3,4 bilhões em corredores exclusivos de ônibus. A expectativa é que os investimentos sejam viabilizados por meio de parcerias e concessões com o setor privado, ampliando a eficiência e a sustentabilidade do sistema de transporte público.
A implementação das propostas em todo o país poderá evitar a emissão de 3,1 milhões de toneladas de CO2 por ano e reduzir até 8 mil mortes no trânsito até 2054, além de gerar um impacto econômico superior a R$ 200 bilhões com a diminuição dos tempos de deslocamento. O estudo também projeta maior acesso da população a empregos, escolas e serviços de saúde, contribuindo para a qualidade de vida nas cidades brasileiras.

