Grão Cheff: uma aula sobre o café artesanal – Revista Algomais – a revista de Pernambuco

Grão Cheff: uma aula sobre o café artesanal

O empresário Marcelo Carrilho percebeu que no Recife não havia o hábito de consumir café especial. Foi quando decidiu abrir a Grão Cheff, em 2017, casa que oferece a bebida originária de fazendas de cinco regiões do Brasil: Alta Mogiana, em São Paulo; Chapada Diamantina, na Bahia; Serrado Mineiro; Sul de Minas; e Serra do Caparaó (também em Minas Gerais).

A torra especial é realizada na própria cafeteria pelo empresário. A vantagem desse processo artesanal em comparação ao industrial, é o fato de torrar pequenos lotes, por isso, todos os grãos são selecionados, garantindo uma qualidade maior.

“A grande escala da indústria não consegue chegar no toque de avelã ou achocolatado que damos ao café, porque para que isso ocorra é necessário a colheita seletiva dos grãos maduros”, explica Carrilho. “As grandes indústrias colhem os grãos verdes que estão ainda se formando, por isso, num café tradicional as torras não conseguem chegar ao ponto especial”, esclarece.

Com um ambiente moderno e ao mesmo tempo com traços rústicos, que remete a uma fazenda do café, a casa oferece opções de expressos, desde o café latte (RS 6,50) aos cappuccinos brasiliano e italiano (R$ 8,60), que são os mais pedidos.
Mas o menu reserva também novidades dos cafés gelados, como ice cream coffe chocolate, composto por sorvete de café e calda de chocolate (R$ 15,90). O diferencial do serviço do Grão Cheff, porém, está nos filtrados e coados que oferecem dez métodos de extração da bebida, como o Hario 60 (R$ 9,50) e o Aeropress (R$ 10,90), que potencializam o sabor.

Cada tipo de extração contém uma descrição no cardápio explicando a origem. Além disso, o barista vai à mesa do cliente e faz a preparação da extração para que conheça o método, com exceção do Turco (RS 6,90) e do Mocca (R$ 9,50), que já chegam na mesa prontos para serem servidos. Na demonstração, ele pode distinguir o cheiro da fragrância do café em pó e depois o aroma da bebida já pronta.

Com menos de oito meses de casa, Carrilho percebe que a cafeteria, aos poucos, está conquistando o paladar da clientela. “Geralmente as pessoas vêm conhecer e acabam gostando. Depois indica para um amigo e assim em diante”, conta.
A Grão Cheff não oferece apenas cafés especiais. Para movimentar ainda mais o espaço e tornar a frequência de clientes regular durante todo o dia, Carrilho resolveu trazer opções de almoços, servido no horário das 12h às 16h. Entre os pratos estão o talharim de camarão ao molho pesto ou ao molho de tomate artesanal e tiras de parmesão (R$ 23,90), linguini de café ao molho quatro queijos (R$ 25,90) e frango grelhado com arroz de alho, legumes cozidos e purê (R$ 23,90).

O carro-chefe da casa é o risoto de camarão com crispys de alho poró (R$ 25,90). A lista ainda oferece opções veganas com o Tropical, mix de folhas, manga, laranja, damasco e cenoura com molho de iorgute (R$ 19,90) e espaguete de abrobrinha, cenoura e palmito (R$ 23,90).

Café da manhã e jantar também fazem parte do cardápio, com opções que incluem cuscuz recheado de carne de sol e queijo coalho (a partir de R$ 10,50), tapiocas (a partir de R$ 9,50), cremes (R$ 12,90), omeletes (R$ 19,90) e croassaints (a partir de R$ 9,50). Além de salgados, há doces, como brownies (R$ 12,90), cupcake (a partir de R$ 7,90) e salada de fruta recheado com granola, iogurte e mel de abelha (R$ 10,50). A ideia é que os pratos e os outros produtos harmonizem com o café.

Por estar situado no tradicional bairro do Espinheiro, zona norte do Recife, o perfil do público é formado, em sua maioria, da classe A e B, de todos os gêneros e a faixa etária acima dos 30 anos. “Uma surpresa que nós tivemos foi a clientela acima dos 60 anos consumindo o nosso café. Achávamos que seria um público difícil de alcançar por ter um gosto já definido”, ressalta Carrilho.

Para quem quer levar para casa o prazer de consumir o café do Grão Cheff, a cafeteria lançou sua marca própria, a Qahwa, fruto da torrefação artesanal, vendida em embalagens de 250g e 550g. “Nós moemos sempre na hora que o cliente for levar para sua residência. A depender do método de extração que ele utiliza, colocamos o café no ponto de moagem adequada”, explica o empresário.

A marca já possui quatro locais de venda. “Estou começando o trabalho de colocar a Qahwa no mercado agora, porque primeiro precisava consolidar a cafeteria”, prioriza Carrilho. Além do produto, a Grão Cheff também vende moedor, balança, chaleira e os equipamentos para os dez métodos de extração que o cliente encontra na cafeteria. (P.R.M.)

Serviço: Cafeteria Grão Cheff, endereço: R. da Hora, 497 – Espinheiro, Recife. Horários: segunda a sexta, das 10h30 às 20h; sábado e domingo, das 12h às 20h. Fone: (81) 3071-8384

*Por Paulo Ricardo Mendes (algomais@algomais.com)

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