Unidade de R$ 1,9 bilhão vai fortalecer o SUS, gerar milhares de empregos e reduzir dependência externa na produção de medicamentos essenciais. Na foto, o Presidente Lula durante visita e inauguração da nova planta de produção de medicamentos hemoderivados da Hemobrás, em Goiana (PE). Foto: Ricardo Stuckert / PR
A Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia (Hemobrás) inaugurou, nesta quinta-feira (14), em Goiana (PE), a nova Fábrica de Hemoderivados, considerada a maior da América Latina. Com investimento de mais de R$ 1,9 bilhão, a unidade vai atender milhões de usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) com medicamentos utilizados no tratamento de hemofilia, infecções e doenças raras, queimaduras graves e em pacientes de terapia intensiva. A operação também deve gerar 2 mil empregos diretos e 8 mil indiretos, impulsionando a economia local e o Complexo Econômico-Industrial da Saúde.
Durante a cerimônia, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva reforçou a importância estratégica do empreendimento para a soberania nacional. “Um país soberano, ele tem que cuidar de três coisas: da educação, de garantir alimento para todo mundo, porque a segurança alimentar é uma coisa primordial. E, ao mesmo tempo, a gente garantir a questão da saúde. Isso aqui chama-se soberania nacional. A Hemobrás veio para ficar e vai ser a maior fábrica da América Latina. E veio para mostrar que o Brasil é soberano”. Lula também destacou que a qualidade da mão de obra da empresa está entre as melhores do mundo, associando o desenvolvimento econômico ao investimento em educação e qualificação profissional.
Segundo a presidenta da Hemobrás, Ana Paula Menezes, a produção nacional de hemoderivados representa não apenas um avanço tecnológico, mas um compromisso com a cidadania. “Aqui no Brasil o plasma que vem da doação voluntária, altruísta, do nosso povo tem que voltar como medicamento para o nosso povo”. A nova estrutura permitirá fracionar até 500 mil litros de plasma por ano em um prazo de quatro anos, garantindo maior segurança sanitária, reduzindo a dependência de importações e assegurando que o insumo colhido nos hemocentros públicos seja transformado em medicamentos no próprio país.
A expansão da Hemobrás inclui a fabricação nacional de produtos estratégicos, como a albumina, imunoglobulina e fatores de coagulação VIII e IX. Em 2024, a estatal entregou um recorde de 552 mil frascos de hemoderivados e 870 milhões de Unidades Internacionais de medicamentos recombinantes. Com os novos blocos de fracionamento e envase em operação, a expectativa é ampliar gradualmente o volume de produção e incorporar novos medicamentos ao portfólio, fortalecendo o SUS e colocando o Brasil na rota de referência internacional em biotecnologia aplicada à saúde.