Um levantamento do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) sobre os impactos socioeconômicos ocasionados pelos altos índices de mortes e desemprego, durante o primeiro ano de pandemia da Covid-19, trouxe à tona dados alarmantes. Neste panorama, o Brasil foi o mais afetado no comparativo com demais países, os quais também tiveram os números da pandemia analisados.
Os economistas do Ipea compararam os dados coletados pela Organização Mundial de Saúde e também pela Organização Internacional do Trabalho. Na pesquisa, a equipe observou que, proporcionalmente, o quantitativo de mortes registrado foi 89,3% superior, em comparação a outros 178 países. O índice de pessoas desocupadas, ou seja, que perderam o emprego em 2020, foi maior que os 84,1% registrados em 63 países, segundo os dados da Organização Internacional do Trabalho.
“São dados preocupantes, pois significa que entre os 179 países com algum registro de morte por Covid-19 em 2020, de acordo com a OMS, o Brasil aparece com a 20ª maior proporção de sua população vitimada, colocando-o na lista dos mais atingidos do mundo em perdas de vidas e de emprego. Considerando que mais de 90% do total de empresas são representadas pelos pequenos negócios, que também são responsáveis por pelo menos 52% dos empregos formais no Brasil, é possível entender o estrago que a pandemia causou e vem causando na economia local”, afirma Werson Kaval, professor de MBA e Pós-Graduação nas áreas de Empreendedorismo, Inovação, Planejamento Estratégico e Gestão de Negócios/Startup’s do Centro Universitário Tiradentes (Unit-PE).
Desemprego elevado
Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostram que desde que a pandemia do novo Coronavírus chegou ao Brasil, em torno de 716.000 empresas fecharam as portas, principalmente ao se verificar que estas empresas não tinham estratégicas planejadas e preparadas para enfrentar uma Transformação Digital, que foi o melhor, e talvez o único caminho, para se manter no mercado.
“A queda da atividade econômica levou à necessidade de criação de estímulos econômicos e programas assistenciais para reduzir os efeitos da pandemia, elevando o nível de endividamento do país. Em contrapartida, foram abertos mais de 2,6 milhões de MEI’s (microempreendedores individuais), em 2020, o que reafirma a força e importância dos pequenos negócios para o país, além de serem um dos pilares da retomada após o fim da Pandemia do Covid-19”, destaca o professor.