José Teles lança o livro inspirado em canções dos Beatles – Revista Algomais – a revista de Pernambuco

José Teles lança o livro inspirado em canções dos Beatles

Claudia Santos

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Um livro com um conceito de disco, composto por 12 ou 13 contos (como define o autor), listados como faixas musicais. Isto define a publicação despretensiosa que o jornalista, crítico de música e cronista José Teles lança, no domingo (25), às 17h, no bar Rock and Ribs. O livro Acordei Esta Manhã Cantando Uma Velha Canção dos Beatles, da Editora Bagaço, tem capa idealizada pelo jornalista Marcos Toledo e reúne uma coleção de contos curtos inspirados direta ou indiretamente em canções dos Beatles. O lançamento contará com show da Revolution Band, que na ocasião apresentará os sucessos que inspiraram os textos de Teles.

O autor afirma que a ideia do conto inicial surgiu por acaso, a partir de uma foto que uma amiga postou nas redes sociais. Os demais foram surgindo naturalmente. “Escrevi o livro num tempo muito curto, um mês, se muito. Relutei bastante antes de tornar os contos públicos. Costumo escrever ficção para mim mesmo”, disse. Os contos não são obrigatoriamente inspirados em canções dos Beatles, mas têm geralmente relação com o título, ou uma vaga ligação com a letra da canção.

O título do livro são versos de It’s a Long Way, de Caetano Veloso (do disco Transa, 1972). No original, o verso é em inglês. Cada história é feito um curta: o enredo é comprimido em poucas palavras. “A maioria dos contos tem origem em um episódio realmente acontecido e devidamente fantasiado, valendo-se do célebre ditado: quem conta um conto aumenta um ponto. No meu caso, vários pontos”, completa o autor.

O livro, na verdade, se pretendeu a LP, mas acabou como um compacto e, como tal, é de leitura rápida. Na publicação, o leitor encontra trechos de Lady Madonna, Revolution, Eleanor Rigby, The End, entre outros hits do Fab Four.

Teles não se preocupou com técnica literária nem escolas, mas embutiu nos contos as influências de autores que ele leu – de Charles Dickens a J.D Salimger e Machado de Assis, sobretudo pelo estilo leve e bem humorado. “Não gosto de publicar ficção. Ponho-me no papel do leitor e nunca acho que o texto está suficientemente bom. Desta vez, porém, são textos tão despretensiosos, curtos, superficiais, que não devem ser levados a sério, nem é este o meu propósito. Se forem lidos, já tá de bom tamanho”.

E, apesar de ter o perfume dos garotos de Liverpool, o livro tampouco é uma obra voltada para os beatlemaníacos – embora o autor seja um e tenha todos os discos do grupo. “Não é um livro para fã. Mas tem muito dos Beatles, das citações (em inglês) aos versos de canções do quarteto enxertados nos textos. Ou em situações que estão nas letras, ou ainda por meio de citação de músicas que não são do grupo, mas que já fizeram parte do seu repertório no início da carreira”.

JOSÉ TELES – É jornalista, crítico de música e cronista do Jornal do Commercio. É autor dos livros Do Frevo ao Mangue Beat (Editora 34, SP); O Frevo Rumo à Modernidade (2008, prêmio de ensaio nos 100 Anos do Frevo, pela Prefeitura do Recife); O Frevo: De Borboleta Não é Ave a Passo de Anjo (Funcultura/ Governo de Pernambuco, Edições Bagaço). Ainda pelas Edições Bagaço, publicou as biografias Lá Vemos Violados: Quinteto Violado 40 Anos; O Malungo Chico (sobre Chico Science); Cuma É o Nome Dele: Manezinho Araújo; Siri na Lata: 30 Anos de Anarquia, Folia e Negócios (história do Bloco Anárquico Armorial Siri na Lata); e o livro de viagem Eu e Meu Ray-Ban, Uma Viagem, além de seis livros de crônicas e mais duas dezenas de infantojuvenis.

REVOLUTION BAND – Com mais de 30 anos de Beatles Songs, a Revolution Band foi a primeira banda de tributo aos Beatles surgida na cidade do Recife, em meados dos anos 1980. Mesmo com o amor pela obra inimitável deixada pelo quarteto de Liverpool, a Revolution Beatles Band sempre buscou em sua consistência musical apresentar a arte dos Beatles com sua própria postura.

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