A Kokku é uma das principais empresas do setor de games do Recife. Com uma equipe de mais de 100 profissionais, ela atua em um mercado global, prestando serviço para grandes corporações do entretenimento. Para a edição desta semana da Revista Algomais, conversamos com Thiago de Freiras, CEO da Kokku, sobre o desempenho e planos da empresa, além de uma análise do mercado, que está voando, apesar a pandemia e da crise econômica. A coluna Gente & Negócios publica hoje essa ping pong.
Quantas pessoas trabalham na Kokku e quais os tipos de profissionais que compõem a equipe de vocês?
Hoje a Kokku é composta por quase 100 profissionais, das mais variadas áreas. Programadores, artistas 3D, ilustradores, designers, testers e toda a equipe administrativa.
As pessoas que trabalham na Kokku em sua maioria são do Recife? Ou tem muitos profissionais de fora também?
A Kokku é uma empresa de abrangência internacional. Além de, claro, ter uma grande presença local, com mais de 40 colaboradores do Recife e região metropolitana, temos atualmente mais de 50 colaboradores espalhados pelo país e também em outros países.
Quais os principais clientes da empresa? E como é o modelo de negócios de vocês?
A Kokku é a maior empresa de co-desenvolvimento de jogos AAA do Brasil, que são aqueles que contam com os maiores orçamentos e exigências técnicas, trabalhando em parceria com os principais estúdios e publishers do mundo. Entre as empresas que já colaboramos, podemos citar a Activision e a TreyArch, responsáveis pelo Call of Duty Black Ops: Cold War, a Guerrilla Games, estúdio da Sony criador de Horizon Zero Dawn e Horizon Forbidden West, a CI Games, dona da franquia Sniper Ghost Warrior, e também grandes nomes da indústria do entretenimento como a Warner Bros, que trabalhamos juntos na criação de Wonder Woman: The Themyscira Experience, e a Netflix, para quem desenvolvemos Stranger Things: Starcourt Mall.
Como você avalia o mercado de games no Brasil atualmente? E como os profissionais de Pernambuco, que tem um pólo tecnológico importante, estão inseridos nesse mercado?
O mercado de games no Brasil vive um momento de muito crescimento e otimismo. Por conta dos conflitos no leste europeu, além da incerteza geopolítica asiática, o cenário para o futuro do mercado no Brasil, e na América Latina, é de ampliação e consolidação. Isso constrói, também, um horizonte de positividade para os profissionais de tecnologia pernambucanos, com a geração de mais oportunidades e transferência de “Tecnologia do Conhecimento Adquirido”, conhecimento que depois de trocado e absorvido, fica aqui, mesmo com o fim dos projetos, e é reverberado em nosso ecossistema.
Quais os planos futuros da Kokku?
O que antes era apenas uma fornecedora para contratantes externos, desde 2021 Kokku é uma co-desenvolvedora, atuando não apenas no fornecimento de arte e tecnologia mas sendo parceira dos que antes eram apenas clientes. E isso é muda bastante o jogo. Participação em projetos maiores e mais complexos, desenvolvimento de títulos próprios e também a criação de uma vertical para desenvolvimento de experiências no metaverso, com profissionais de negócios, arte e tecnologia dedicados.
Como foi o desempenho da empresa na pandemia? Nesse período o mercado de games cresceu também?
O isolamento social forçado pela pandemia teve impacto direto no mercado de jogos. Com o aumento do consumo, e de horas jogadas, alguns setores do mercado nacional chegaram a registrar crescimentos acima de 600% e globalmente o mercado registrou um crescimento de 11%, ultrapassando a marca de 196 bilhões de dólares. E isso não foi diferente para a Kokku. A empresa cresceu em todos os sentidos da palavra, em número de projetos, número de profissionais, otimização de processos e também se reposicionou no mercado, ao invés de ser uma “provedora de serviços” (terceirizada) e se consolidando como co-desenvolvedora e co-produtora.