*Por Bruno Moury Fernandes
A história, muitas vezes, parece resistir a mudanças. Por mais que os ventos soprem e o tempo avance, algumas estruturas permanecem rígidas, como se tivessem sido feitas para durar eternamente. Mas toda muralha, por mais antiga e sólida que seja, um dia cede à força do que é inevitável. E, no caso da OAB de Pernambuco, essa força tem nome e rosto: Ingrid Zanella.
Depois de mais de 90 anos de história, a Ordem finalmente elegeu uma mulher para a presidência. Não foi um feito pequeno. A vitória de Ingrid veio com cerca de 1.300 votos de diferença, uma margem que pode parecer estreita, mas que representa um abismo entre o passado e o futuro. Porque sua eleição não é apenas sobre números; é sobre símbolos e rupturas.
A OAB sempre foi um espaço de poder, mas também de tradições que, muitas vezes, excluíram mais do que incluíram. Ingrid rompe com essa lógica. Sua vitória não é só dela – é de todas as mulheres que lutaram para ser ouvidas, que construíram suas trajetórias em um sistema que raramente as colocava como protagonistas. É uma conquista que ecoa muito além dos corredores da Ordem e atinge a sociedade como um todo, lembrando-nos que lideranças femininas não são exceções, mas possibilidades cada vez mais reais e necessárias.
Mais do que a primeira mulher na presidência da OAB-PE, Ingrid simboliza a quebra de uma casca que há tempos precisava ser rompida. Sua eleição é como o brotar de uma semente que, ao se libertar do solo, transforma toda a paisagem ao seu redor. Não se trata apenas de ocupar um cargo, mas de abrir portas, redefinir paradigmas e, acima de tudo, inspirar outras mulheres a acreditarem no seu espaço de liderança.
Ingrid Zanella carrega a essência do que Frida Kahlo uma vez disse: "Pés, para que os quero, se tenho asas para voar?" Sua vitória não é apenas sobre ocupar um espaço que sempre foi dominado por homens, mas sobre abrir caminhos para que outras mulheres saibam que também podem voar, ultrapassando limites e construindo um futuro mais igualitário e representativo. E que ninguém se engane: essa mudança não é apenas simbólica. Uma mulher na presidência traz perspectivas novas, formas diferentes de dialogar, decidir e liderar.
A advocacia pernambucana brinda e ainda comemora a expressiva vitória de Ingrid Zanella, a primeira mulher eleita presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, seccional de Pernambuco.