Milhares de pessoas tomaram as ruas do País no último sábado (29) em uma manifestação contra o presidente Jair Bolsonaro. A cobrança por mais vacinas contra a Covid-19 e as críticas à fome e a crise econômica provocada pela pandemia estiveram no centro das reivindicações. Apesar dos protestos pacíficos, no Recife foram registradas reações violentas da Polícia Militar de Pernambuco, com uso de balas de borracha, bombas de efeito moral e spray de pimenta, deixando alguns manifestantes feridos no ato. A vereadora Liana Cirne (PT) foi uma das agredidas.
As agressões tiveram repercussões imediatas nas redes sociais, com duras críticas à PMPE. O governador Paulo Câmara e a vice-governadora Luciana Santos reagiram rápido também à crise, informando em suas redes sociais que a ação não foi autorizada pelo Governo do Estado e que abririam inquérito para investigar o caso. Ainda no domingo, o governador determinou que os feridos nos protestos recebam assistência e indenização por parte do Estado.
"Sempre pratiquei na minha condição de governador de Pernambuco, os mesmos princípios que defendo como cidadão e democrata. Repudiamos todo ato de violência, de qualquer ordem ou origem. Sobre o ocorrido durante manifestação no Centro do Recife, na manhã deste sábado, determinei a imediata apuração de responsabilidades. A Corregedoria da Secretaria de Defesa Social já instaurou procedimento para investigar os fatos. O oficial comandante da operação, além dos envolvidos na agressão à vereadora Liana Cirne, permanecerão afastados de suas funções enquanto durar a investigação", afirmou o governador no twitter.
Dois alertas ficam acesos com as manifestações. O primeiro é do volume das manifestações contra o Governo Bolsonaro, que pela primeira vez depois do início da pandemia ganham às ruas, mesmo em meio aos riscos da crise sanitária. O ato reuniu milhares de pessoas nas capitais e em várias outras cidades brasileiras em um momento de fragilidade do Governo Federal diante das constatações de negligência na compra das vacinas que estão sendo expostas na CPI do Senado.
O outro alerta fica por parte das reações aos movimentos anti-Bolsonaro. A luz amarela para o que pode ser enfrentado em 2022, durante à campanha eleitoral, em termos de violência está acesa.