Manuel Correia de Andrade: um geógrafo à frente do seu tempo

*Por Rafael Dantas, repórter da Algomais (rafael@algomais.com)

Há algumas décadas o pernambucano Manuel Correia de Andrade tratava sobre os desafios ecológicos, muito antes de a sustentabilidade ambiental entrar na agenda prioritária do mundo. O geógrafo defendeu a necessidade de aprender a conviver com a seca e não de combatê-la, uma abordagem que passou a orientar as políticas públicas muitos anos depois. Tratou também das questões agrárias e da necessidade de planejar o desenvolvimento regional, entre tantos outros assuntos estratégicos para Pernambuco e para o País que permanecem atuais em 2022. No mês que marca o seu centenário, resgatamos a memória desse pensador que deixou um legado de estudos e um exemplo de como fazer o conhecimento científico alcançar públicos que estão ainda muito longe das universidades.

Nascido no Engenho Jundiá, em Vicência, na Zona da Mata pernambucana, em 1922, Manuel Correia de Andrade era descendente da elite açucareira. Curiosamente, seus estudos e militância estiveram em muitos momentos ao lado dos trabalhadores rurais. Ele chegou a fazer parte do Partido Comunista, aos 20 anos, mas militou durante poucos meses. Apesar de reconhecido como geógrafo, formou-se também em Direito e em História.

“Uma das principais temáticas de que ele trata é sobre a reforma agrária, um assunto que continua sendo muito atual e relevante. Ele dizia que não temos uma só questão agrária, mas temos várias. Trouxe grandes reflexões sobre o trabalho no campo e na cidade”, afirma a professora da UFRPE (Universidade Federal Rural de Pernambuco), Maria Rita Machado, que teve Manuel Correia de Andrade como orientador do seu mestrado.

“Uma das principais temáticas de que ele trata é sobre a reforma agrária, um assunto que continua sendo muito atual e relevante. Ele dizia que não temos uma só questão agrária, mas temos várias. Trouxe grandes reflexões sobre o trabalho no campo e na cidade”, afirma a professora da UFRPE, Maria Rita Machado.

Autor do clássico A Terra e o Homem do Nordeste, lançado em 1963 e premiado pela Câmara Brasileira do Livro como um dos 100 livros do Século 20, Correia de Andrade problematiza nessa obra as relações de produção e trabalho na região. Às vésperas da eclosão da ditadura militar, o autor analisou a ocupação da terra, a estrutura fundiária e o processo de luta de classes que brota nesse ambiente. Em um olhar sensível e amplo sobre a região, ele apresenta não um, mas vários Nordestes. Zona da Mata, o Litoral, o Agreste, o Sertão e o Meio Norte são as regiões que ele enxerga e aponta desafios para cada uma delas.

Leia a matéria completa na edição 197.3 da Revista Algomais: assine.algomais.com

Deixe seu comentário
anúncio 5 passos para im ... ltura Data Driven na sua empresa

+ Recentes

Assine nossa Newsletter

No ononno ono ononononono ononono onononononononononnon