(Com informações da Agência Brasil)
O Serviço de Alterações Climáticas Copernicus (C3S), órgão de monitoramento climático do programa espacial europeu, anunciou nesta quinta-feira (7) que fevereiro foi oficialmente o mês mais quente já registrado globalmente. Com uma média de temperatura do ar atingindo 13,54ºC, o mês superou a média para o período de 1991 a 2020 em 0,81ºC e ultrapassou o recorde anterior estabelecido em 206 por 0,32ºC. Desde junho de 2023, todos os meses têm registrado recordes históricos de temperatura, sinalizando uma tendência preocupante.
O diretor do Serviço Copernicus para as Alterações Climáticas, Carlo Buontempo, alertou sobre as implicações das concentrações crescentes de gases de efeito estufa, destacando que, sem estabilização, enfrentaremos inevitáveis novos recordes de temperatura global. Fevereiro registrou uma temperatura 1,77ºC superior à média estimada para o período pré-industrial (1850-1900), agravando ainda mais a situação. A tendência de aumento persiste, refletida na média global dos últimos 12 meses, que está 0,68ºC acima da média de 1991-2020 e 1,56ºC superior à média pré-industrial.
As anomalias térmicas se estendem além das médias globais, com temperaturas europeias superando em 3,30ºC a média de fevereiro de 1991-2020. Além disso, áreas como o Norte da Sibéria, o centro e Noroeste da América do Norte, América do Sul, África e Oeste da Austrália também experimentaram temperaturas acima da média. O fenômeno El Niño, embora enfraquecido, contribui para a manutenção de altas temperaturas no ar marítimo global, atingindo uma média recorde de 21,06ºC em fevereiro.
Em termos de precipitação, fevereiro trouxe variações extremas, com uma faixa úmida da Península Ibérica à Rússia ocidental, e uma área seca abrangendo países mediterrâneos, parte dos Bálcãs, Turquia, Islândia, Norte da Escandinávia e Rússia ocidental. As condições climáticas extremas se estenderam globalmente, destacando a urgência de ações para combater as mudanças climáticas.