NX Boats fatura R$ 44 milhões ao produzir barcos de luxo

O estaleiro pernambucano NX Boats começou a se aventurar nos mares do mercado náutico em um momento completamente adverso e marcado pelo início da crise econômica que atingiu o País em 2014. Mas conseguiu navegar com tranquilidade e sucoso em meio às águas turvas da recessão econômica.

Qual o segredo? O planejamento estratégico bem definido permitiu que a empresa pudesse crescer aproximadamente 25% já em seu primeiro ano. “Não houve cortes e muito menos demissões. Pelo contrário. Nós sempre buscamos uma operação enxuta, com a maior produtividade possível. Para se ter uma ideia, no início tínhamos apenas 14 funcionários”, revelou o diretor executivo do estaleiro Jonas Moura.

O empresário também focou os investimentos na qualidade dos barcos construídos. “Acho que tudo aconteceu devido à aceitação do nosso produto”, apontou, indicando que quatro pilares foram fundamentais para a consolidação da marca no mercado nacional: design, inovação, acabamento e navegabilidade. “Todos os nossos barcos estão dentro deste padrão”.

Hoje, o estaleiro oferece seis opções de modelos e já produziu mais de 340 embarcações. Apenas em 2018 foram 144, o que gerou um faturamento de R$ 44 milhões. Além de vender para as cinco regiões do País, Moura também navega em mares estrangeiros e já exportou as embarcações para EUA, Argentina, Uruguai e Turquia. Para este ano, a empresa planeja chegar em países como o Paraguai, Espanha e Emirados Árabes.

Até março não há vaga na linha de produção da NX Boats e boa parte das encomendas está voltada para o seu novo lançamento. O Nx 340 Sport Coupe, embarcação de luxo, com capacidade para 16 pessoas, dispõe de proa aberta, cabine com móveis planejados, além de dois quartos com capacidade para pernoite. O projeto foi assinado pelo engenheiro naval argentino Ricardo Rinaldo e projeto de ambientação do arquiteto Humberto Zirpoli. É vendido a partir de R$ 540 mil.

A produção do novo modelo teve um investimento de R$ 2,1 milhões e a estimativa para retorno é de cerca de 15 meses. Para retornar o dinheiro aplicado, Jonas conta com 15 revendedoras autorizadas por todo o País. “A nossa maior revenda está no Estado de São Paulo. Eles compram 40 barcos por ano e vendem todos”, ressalta Moura. O curioso é que a maior parte das vendas não são destinadas a consumidores residentes no litoral, mas que navegam em água doce. “Hoje nós vendemos mais embarcações para o interior. Temos muito mercado nas cidades interioranas de São Paulo e na região Norte do País”, afirmou.

IMPORTAÇÃO
Desde novo apaixonado por barcos, Jonas, que atuava como advogado tributarista, contou que não tinha nenhuma experiência na comercialização de embarcações e que a sua história com o mercado aconteceu por acaso. “Importei um automóvel em 2009. A partir daí, vários amigos começaram a me pedir para importar carros, motos e até jet skis. A atividade tornou-se um negócio bem atraente para mim”.

Devido ao aumento do imposto de importação em 2012 e a alta do dólar, a transação acabou ficando inviável e as vendas se resumiam ao jet ski, que é considerado a primeira entrada no ramo náutico. “Nesse período muitos clientes começaram a nos pedir embarcações maiores. Até chegamos a representar duas marcas nacionais, mas havia muitas falhas. Foi a partir dessa demanda que surgiu a ideia de construirmos os barcos”, revelou.

Para fazer frente a sua crescente produção, o empresário projeta ampliar o estaleiro. “Construímos a sede (situada em Jaboatão dos Guararapes) que tem 4.500 m² de área construída, mas precisamos ainda de mais espaço. Já neste mês vamos expandir mais 2 mil m²”.

As metas também são arrojadas para este ano. Moura planeja fechar 2019 com um crescimento recorde de 40% no faturamento – o que representaria, em números, mais de R$ 60 milhões.

*Por Marcelo Bandeira

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