A poesia de Valdenides Cabral faz morada no universo intimista do seu lirismo. Nesse mundo, o Recife é a Meca onde a paraibana/potiguar compõe poemas a mancheia, afagos embandeirados aos rios e pontes, ruas e becos, em companhia de Manuel, o menino alumbrado que empina estrelas.
Braços dados com Bandeira, tocam o chão que fora de Mota, Ascenso, Pena, Cunha Melo, eu e outros tantos eus que lemos este Pulsar (Scortecci Editora – projeto visual de Daniela Jacinto).
Os escritos transmitem as emoções dos bons livros de poesia, perceptíveis, a exemplo dos versos de “Arrecifes”: “Noites de estrelas vivas, de beijos molhados, de cheiros de amor entranhado na pele do tempo”.
No poema “Viagem”, Valdenides escreve: “Sentada no dorso da palavra, levanto voo rumo ao horizonte do improvável. E na turbulência dos sentidos, pouso no mais tênue ramo de girassol”.
Nos versos de “Vital” mostra momentos virtuosos: “Preciso que o amor sinta saudade de mim de novo, e me arrebate em meus sonhos de louca e me ensine a viver novamente”. Mais adiante, ela declara no “Recife Número 6”,: “Recife se decompondo dentro de mim com esse mar por trás dos meus olhos”
*Paulo Caldas é Escritor
Aquisição de exemplares com a autora pelo fone: (81) 996018780