Dados divulgados em 2018 apontam que o câncer já é a principal causa de morte em 10% dos municípios brasileiros, superando as doenças cardiovasculares. O levantamento foi feito pelo Observatório de Oncologia, do movimento Todos Juntos Contra o Câncer (TJCC), em parceria com o Conselho Federal de Medicina (CFM).
O câncer traz grandes impactos sociais e emocionais e a psicologia tem papel fundamental no tratamento dessa doença, uma vez que o paciente depara-se com inúmeras possibilidades de perdas, como a perda da autonomia, de um órgão, da fé ou de um corpo sadio. Isso acaba gerando incertezas e interferindo na rotina da pessoa e de sua família. “Embora o avanço da ciência venha ocorrendo de forma significativa na área de oncologia, os tratamentos ainda podem gerar grandes impactos emocionais nos pacientes, que precisam passar por cirurgias mutilantes, quimioterapia e radioterapia que, muitas vezes, provocam efeitos colaterais”, explica a psicóloga Vera Chaves, da Oncoclínica Recife.
Segundo Vera, um plano terapêutico, aliado ao tratamento, pode garantir o bem estar e a qualidade de vida do paciente. O psicólogo vai trabalhar com intervenções para preservar e resgatar o equilíbrio mental em um momento em que a mente encontra-se bombardeada por um turbilhão de emoções (raiva, medo, insegurança, desesperança…). “O que se observa é que pacientes em acompanhamento psicoterápicos conseguem conduzir seu sofrimento de uma forma melhor, expressando suas emoções, falando sobre suas dores e seus medos. Procuram ser mais participativos do seu processo de cuidados, interagem com suas atividades da casa, tentam retornar ao trabalho e mantêm seus laços afetivos e redes sociais”, explica Vera.