O ponto de vista do glaucoma sob o olhar de um especialista – Revista Algomais – a revista de Pernambuco

O ponto de vista do glaucoma sob o olhar de um especialista

O mês de maio foi marcado pela visão voltada ao glaucoma, já que no dia 26, um domingo, – no qual, certamente, estávamos nos beneficiando e exercitando esse sentido fantástico e complexo, que é o de enxergar o mundo e tudo o que está inserido nele – foi lembrado o Dia Nacional de Combate à doença, que é a principal causa de cegueira irreversível, atingindo cerca de 100 milhões de pessoas, em todo o nosso planeta.

Mas, o que vem a ser o glaucoma? Vamos lá…Conversei sobre o tema – que interessa a mim, a você e a todas as pessoas que conhecemos – com um especialista e estudioso da doença, o médico oftalmologista Hellmann Cavalcanti e, como bom entendedor sobre o assunto, ele me passou, de forma bem didática, as informações que precisamos saber sobre o problema. Imagine, então, um cabo ótico que tem várias fibras e que, esse mesmo cabo, vá perdendo estas fibras, uma a uma, por estarem se desgastando. Certamente, com o tempo, os dados que forem passando por aquele cabo, em algum momento, cessarão, e a transmissão estará afetada.

Da mesma forma acontece em nosso olho, quando temos o glaucoma. As fibras nervosas vão se degenerando a cada dia, até causar a cegueira, caso o problema não seja detectado em tempo hábil para evitar essa perda da visão. E, aí, você já deve estar se perguntando: “Danousse, e o que causa isso?” A causa pode ser variável, mas o aumento da pressão dos olhos é o ponto de partida mais comum para o aparecimento da doença. A hereditariedade também é um fator importante (casos de glaucoma ou cegueira na família) além da miopia, que pode colaborar para se levar à enfermidade.

A partir destas informações, alguém pode imaginar: “Ah, mas eu não tenho essas predisposições e também não sinto qualquer alteração na minha visão. E, aí pode-se cometer o primeiro grande erro. Isso porque, o glaucoma é uma doença silenciosa, ou seja, como as fibras vão se destruindo aos poucos, acabamos não percebendo a evolução e, no momento no qual os sintomas de limitação da visão se tornem aparentes, já se estará num quadro bem avançado.

Um dado preocupante, foi relatado pelo especialista em oftalmologia sobre essa questão: hoje, no Brasil, mais de 90% das pessoas que estão com glaucoma não sabem que têm a doença.

Bom, mas, a partir daí, percebendo o problema, é só procurar um especialista, diagnosticar o mal e iniciar o tratamento para reverter a doença, podendo voltar a enxergar de forma plena, não é mesmo? Errado. Aí está o segundo grande equívoco das pessoas. E, tem muita gente que pensa assim. Mais do que você imagina. Só para se ter ideia, recentemente, uma pesquisa sobre o tema, realizada nos Estados Unidos, mostrou que 54% dos entrevistados acreditavam que o glaucoma poderia ser revertido, a partir do momento que fosse descoberto. E olhe que estamos falando sobre um país desenvolvido, de primeiro mundo.

Meu Deus! E agora, é o fim do mundo? Claro que não! E, então, o que fazer para saber mais sobre o assunto e evitar o problema? Bem, inicialmente, como todo mundo, devemos nos preocupar com a nossa saúde. A alimentação saudável, os exercícios físicos e uma qualidade de vida razoável, são o básico, já que, se evitamos problemas que nos levem, por exemplo, a termos, lá na frente, o diabetes (outro fator que pode colaborar para desenvolvermos o glaucoma), é uma forma de fazer a prevenção.

No mais, a visita regular, desde a infância (crianças e jovens também podem ser acometidas) ao oftalmologista, pode, em algum momento, detectar precocemente a doença e estacioná-la, passando a administrá-la, sem o risco depender a visão.

Portanto, encerro esta coluna relembrando um comercial de minha infância, do qual talvez você lembre também, em que, uma pessoa, sentada numa cadeira, falava sobre a resistência que temos em ir ao oftalmologista. Era sobre usar óculos de grau. Ao final, a mesma pessoa dizia…”Eu, por exemplo, não preciso usar óculos de grau, mas gostaria muito de poder usá-los”, imediatamente se levantando da cadeira, com uma guia, andando lentamente. Era um portador de deficiência visual. Certamente, podemos evitar isso.

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