Segundo o Inca, o Brasil registra anualmente 11 mil novos casos de leucemia. Em Pernambuco, são esperados 540 casos apenas neste ano de 2023. A campanha Junho Laranja visa conscientizar sobre essa doença que afeta a produção de células sanguíneas na medula óssea, liberando glóbulos brancos doentes na corrente sanguínea.
As leucemias são cânceres que comprometem a fábrica do sangue (medula óssea), que passa a liberar os glóbulos brancos (leucócitos) doentes na corrente sanguínea, sejam eles muito jovens (blastos), quando falamos em leucemias agudas; ou já maduros e bem diferenciados, quando falamos em leucemias crônicas. “Em qualquer das situações há um defeito genético que originou a doença. Sua causa é desconhecida e pode-se dizer que na maioria das vezes é multifatorial”, explica a hematologista Lorena Costa, da Multihemo Oncoclínicas.
Segundo a especialista, há uma diferença entre a leucemia aguda e crônica. “Na primeira, há dificuldade de produzir células saudáveis, já na segunda não há perda na capacidade de formar novas células, mas há alterações do funcionamento das células já maduras”. Nas leucemias agudas, geralmente ocorre a multiplicação das células tumorais de maneira rápida, enquanto que nas leucemias crônicas, o aumento das células tumorais é mais lento e o paciente pode não apresentar sintomas. Lorena alerta ainda para os principais sintomas: anemia, cansaço, falta de ar, palidez e manchas roxas.
Há formas diversas de tratamento para os diferentes tipos de leucemias, havendo possibilidades com quimioterapia, drogas alvo, transplante de medula, medicamentos e até mesmo, observação clínica. “Recentemente, tivemos muitos avanços quando se fala em tratamento da leucemia. A terapia com Car-T CELL é um exemplo disso. Nessa opção, os linfócitos do tipo T são tratados em laboratório para que eles possam reconhecer e atacar as células cancerosas. Mas nem sempre ela pode ser a primeira opção de escolha, depende do caso”, acrescenta Lorena.