Um encontro para debater e avaliar como o campo da indústria audiovisual brasileira está reagindo às dificuldades causadas pela crise pandêmica do novo coronavírus. Encerrando o ciclo de debates virtuais da série Pandemia e Sociedade, a Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj) trabalhará o tema “Os impactos da pandemia da Covid-19 na atividade de cinema no Brasil”, no próximo dia 28, no canal da Fundaj no YouTube.
Mediado pelo pesquisador do Centro de Estudos em Dinâmicas Sociais e Territoriais (Cedist) da Fundaj, doutor em Sociologia, mestre em Comunicação e Cultura, jornalista e advogado, Augusto Amorim, o evento virtual contará com a participação de três convidados: Lúcio Aguiar, diretor, roteirista, pesquisador, produtor executivo, controller e assessor em leis de incentivo; Waldemar Dalenogare Neto, pesquisador na área de política e cinema, crítico cinematográfico e consultor de distribuidoras brasileiras; e Mikael de Albuquerque, mestre em Escrita Dramática, bacharel em Cinema e roteirista.
“Além do campo das ciências da saúde, é importante refletirmos sobre as diversas áreas que foram atingidas pela pandemia da Covid-19. No caso dos impactos sobre a indústria cinematográfica, eles não estão restritos apenas às salas de projeção paralisadas desde março. Mas também, a outros elos da cadeia produtiva do audiovisual, que envolvem a produção e a distribuição. Tendo vários filmes premiados, o Recife é um importante polo de conteúdos audiovisuais, e é pensando nisso também que precisamos refletir sobre os desdobramentos que serão analisados nesta live”, afirmou o coordenador do Cedist da Fundaj, Neison Freire.
Com expertises no assunto em questão, os convidados escolhidos para a edição são pessoas que vivem o cinema em seus diversos âmbitos. Na roda de conversa virtual, eles serão questionados sobre as mudanças de rotina, e avaliarão a nova realidade decorrente da adoção de medidas necessárias ao combate à pandemia. “O tema será trabalhado a partir dos conhecimentos e vivências dentro da área onde cada um trabalha. Teremos visões distintas, de quem lida com a análise do mercado de produção, distribuição e exibição de filmes, com a administração de burocracias e prestações de conta a órgãos estatais, como a Ancine, e de quem é contratado para desenvolver e escrever roteiros”, destacou o pesquisador do Cedist, coordenador e mediador do evento, Augusto Amorim.
Assim como em outras esferas da sociedade, a indústria cinematográfica tem sido afetada por dificuldades financeiras, estruturais, conjunturais e artísticas. Os cinemas permanecem fechados há mais de quatro meses e as filmagens de produções em curso tiveram seus cronogramas alterados neste período. Isso por causa da adoção de medidas de isolamento social necessárias à segurança sanitária. “Para combater a Covid-19, muitas produções tiveram que ser atrasadas, uma vez que roteiros e protocolos de segurança nos sets de filmagem agora precisam ser adaptados à realidade da pandemia”, afirmou o roteirista Mikael de Albuquerque.
Inevitavelmente, a situação das produções audiovisuais foi afetada internacionalmente. Analisando-se o “acúmulo” de estreias estrangeiras que foram adiadas, e que serão lançadas quando houver a liberação das salas exibidoras, existe uma grande concorrência em desfavor do Brasil. No que diz respeito às leis e mecanismos para a realização de produções, os profissionais brasileiros já enfrentavam dificuldades antes mesmo da pandemia. Com a necessidade do isolamento social, os trabalhos foram ainda mais impactados. “Poderíamos estar desenvolvendo novos projetos, mas neste período nos foi dada a opção, apenas, por linhas de crédito para capital de giro de algumas poucas produtoras. Dessa forma, ficamos ainda mais imobilizados, visto que contamos com mais de trinta mil produtoras em todo o Brasil, a esmagadora maioria composta por pequenas empresas. Trabalho no modo home-office faz quase uma década e nunca fiquei tanto tempo parado, imobilizado, impotente, respondendo diligências ou subindo documentos sem ganhar nenhum centavo por isso”, afirmou o diretor, roteirista, pesquisador, produtor executivo, controller e assessor em leis de incentivo, Lúcio Aguiar.
Como uma de suas missões culturais, a Fundaj é responsável por difundir e preservar a arte audiovisual em suas duas salas de cinema (campis Casa Forte e Derby) e por meio da Cinemateca Pernambucana. Durante este período de fechamento dos seus espaços, a direção do Cinema da Fundação continuou com exibições de filmes, documentários e palestras por meio de seus canais digitais. Além da opção de encontrar, na internet, serviços gratuitos como esse, o público apreciador da arte audiovisual tem apostado bastante na assinatura das plataformas de streaming. Entretanto, mesmo essas plataformas necessitam de constante renovação, com a inserção de novas produções recentemente realizadas. Assim, tendo em vista esses vários aspectos, o setor audiovisual é responsável por uma grande movimentação social, artística e econômica na sociedade. No debate, se buscará levantar perspectivas para os seguimentos do setor.
Serviço:
Os impactos da pandemia da Covid-19 na atividade de cinema no Brasil
Mediador: Augusto Amorim, doutor em Sociologia, mestre em Comunicação e Cultura, jornalista, advogado e pesquisador do Centro de Estudos em Dinâmicas Sociais e Territoriais (Cedist) da Fundaj.
Participantes: Lúcio Aguiar, mestre em Comunicação Social, bacharel em Ciências Econômicas, diretor, roteirista, pesquisador, produtor executivo, controller e assessor em leis de incentivo; Waldemar Dalenogare Neto, doutor em História, pesquisador na área de política e cinema, crítico cinematográfico e consultor de distribuidoras brasileiras; Mikael de Albuquerque, mestre em Escrita Dramática, bacharel em Cinema e roteirista.
Data: 28 de agosto
Hora: 10h
Plataforma: canal da Fundaj no YouTube