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Pesquisa: bebês e crianças comem mal

Claudia Santos

O estudo científico “Alimentação de bebês e crianças em idade pré-escolar: uma revisão da literatura”, publicado recentemente pelo jornal da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) constata que as crianças brasileiras de 6 meses a 6 anos estão recebendo alimentação inadequada. Em consequência,  muitas estão obesas e com falta de nutrientes.

A pesquisa foi  conduzida por pesquisadores da Escola Paulista de Medicina da (Unifesp), da Universidade Federal de Alagoas e da Danone Early Life Nutrition, divisão de nutrição infantil do grupo. Teve como fonte de dados, a revisão bibliográfica de 31 trabalhos científicos sobre dieta de crianças nessa faixa etária.

De acordo com as conclusões do estudo, de um modo geral, a alimentação do lactente e do pré-escolar é caracterizada pelo baixo consumo de carnes, frutas, legumes e verduras. O consumo de proteína, em geral, alcança o nível mínimo sugerido, vindo de alimentos fontes do nutriente (carne, frango e peixe). No entanto,  as crianças apresentam excesso de proteína por causa da alta ingestão de leite de vaca. Esse alimento apresenta níveis de alguns nutrientes em excesso (principalmente proteína e sódio), quando consumido precocemente.

Foi constata também inadequação no preparo de mamadeiras.  Frequentemente são adicionados achocolatados, farinhas e cereais ao leite de crianças que não têm idade suficiente para consumir esses alimentos. O estudo detectou ainda  elevado consumo de frituras, doces, refrigerantes e sal.

As crianças brasileiras apresentam, de acordo com a pesquisa,  um perfil nutricional bastante similar, apesar de diferenças geográficas, sociais ou de idade. A pesquisa reflete a transição nutricional vivida no País nas últimas décadas. Se compararmos com estudos feitos nas décadas de 70, 80 e 90, quando os resultados apontavam para um grande problema de desnutrição, hoje, as crianças sofrem principalmente com o sobrepeso e a obesidade. Isso pode ser explicado, principalmente, pela influência do crescimento econômico, urbanização e hábitos alimentares inadequados na infância.

Entretanto, problemas como  anemia, a deficiência de ferro, a deficiência de vitamina A ainda persistem na população infantil em razão da baixa ingestão de nutrientes por não terem uma dieta saudável. Atualmente a esse quadro soma-se o excesso de peso os males associados a obesidade, como o início precoce de doenças como o diabetes e a hipertensão.

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