Porto Engenharia cresce longe da capital e da recessão

No momento em que o setor imobiliário começou a travar com a crise econômica nacional, a Porto Engenharia se diferenciou no mercado e conseguiu crescer mesmo nas fases mais turbulentas que assolaram o segmento. Em sua estratégia, a empresa seguiu em três direções: investiu em imóveis com perfil mais sofisticado dentro da linha do programa Minha Casa Minha Vida (MCMV), construiu empreendimentos em cidades do interior e priorizou a sustentabilidade econômica, ambiental e social. Com um planejamento arrojado, nos últimos anos a construtora passou de um faturamento em torno de R$ 7 milhões em 2015 para R$ 20 milhões no ano passado.

O desempenho da empresa em 2017 é sinal de que as estratégias deram certo. Neste ano a Porto Engenharia entregou seu primeiro empreendimento do MCMV, com as 280 unidades completamente vendidas. E, mesmo reconhecendo a desconfiança dos consumidores com a economia brasileira, a construtora apresentou três lançamentos que juntos ofertam 696 unidades habitacionais na primeira fase. “A velocidade de vendas caiu em todos os segmentos. Não estamos alheios à crise. Mas sabemos que o consumidor desse produto ainda quer comprar e ainda existe subsídio e financiamento a um bom preço”, esclarece o sócio Thiago Melo. “O grande entrave é o receio do desemprego pelos possíveis compradores, mas estamos investindo sem medo. Se o emprego se mantiver, existe mercado para esse segmento ainda em 20 anos, devido ao déficit habitacional do País”, justifica.

A aposta no segmento Minha Casa Minha Vida baseia-se em duas razões: a oferta de crédito com juros reduzido e subsídios por meio da Caixa Econômica e a demanda latente por imóveis para as classes mais populares. O caminho da empresa, no entanto, foi de disponibilizar um produto mais qualificado que tem interessado, inclusive, a famílias com faixa de renda mais elevada. Além do número de empreendimentos lançados, um marco na trajetória da empresa foi ter conquistado neste ano o selo Casa Azul Ouro da Caixa Econômica Federal com o Empreendimento Multiporto Indianópolis, de Caruaru, sendo a primeira construtora do Norte e Nordeste a receber a distinção para um empreendimento vertical.

“A gente tem procurado se diferenciar no mercado criando conceitos inovadores dentro do MCMV. O selo é fruto de um processo longo e demorado. Só existem 23 empreendimentos com este selo Casa Azul no País inteiro. Estamos criando produtos para deixar um legado nos bairros em que estão sendo implantados”, ressalta Thiago Melo.

Leonardo Luna, sócio da Porto Engenharia, explica que para obtenção do selo, a Caixa Econômica avalia itens como eficiência energética, gestão da água, conservação de recursos materiais (reúso de materiais, minimização de resíduos, uso de madeira certificada), práticas sociais, paisagismo, qualidade urbana, entre outros. Entre os diferenciais do Multiporto Indianópolis observados nessa análise, por exemplo, está o fato de ser o primeiro projeto com telhado verde em Caruaru e de mais de 50% da mão de obra contratada para a construção ser composta de profissionais da região. “É um selo focado em habitação olhando a sustentabilidade nos pilares ambiental, econômico e social”, afirma Luna. A entrega do empreendimento está prevista para 2020.

Uma característica dos empreendimentos da Porto Engenharia é o fato de serem mistos. Além da oferta para moradia, o térreo é composto por uma área comercial. “Ofertamos um produto bem localizado, dentro do centro urbano, perto de shopping e faculdades, e com uma área de conveniência. Não pretendemos vender essas lojas, mas disponibilizar para locação, justamente para manter um mix interessante. Isso é uma gentileza urbana. Ajuda o morador, o bairro e a cidade”, afirmou o sócio Murilo Melo, referindo-se ao projeto em desenvolvimento no Agreste.

Os outros lançamentos da construtora são o Porto dos Marcos (localizado em Igarassu, com o projeto urbanístico do arquiteto Luiz Vieira) e o Porto do Cabo (vizinho ao Shopping Costa Dourada). A aposta nesses empreendimentos está conectada à demanda dos polos de desenvolvimento de Goiana e Suape.

O grande trunfo da empresa foi conseguir enquadrar imóveis dentro do MCMV com elevador, em localização estratégica e com uma vasta área de lazer (com itens como piscina, quadra poliesportiva, playground, academia ao ar livre, entre outros) .
Para o futuro, a empresa projeta chegar ao mercado de Petrolina, seguindo seu investimento em interiorização. Retornar ao Recife com um imóvel na linha do Multiporto é outro desafio à vista.

*Por Rafael Dantas, repórter da Revista Algomais

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