Produtora cultural da Mata Norte lança filme sobre danças populares do interior de Pernambuco

A produção audiovisual, inédita, é assinada pela produtora cultural, coreógrafa e instrutora de danças populares, Juçara,  e será lançada neste sábado (30), no canal do Youtube

Os movimentos, passos, misticismo, roupas e toda performance ligadas às manifestações de cultura popular da região da Mata Norte de Pernambuco, como Maracatu Rural, Caboclinho e Cavalo Marinho, considerados Patrimônios Culturais do Brasil, vão ser tema do filme “Cabocla da Mata”, que será lançado neste sábado (30).  A produção audiovisual, inédita, é assinada pela produtora cultural, coreógrafa e instrutora de danças populares, Juçara, idealizadora e protagonista da obra audiovisual. O público pode acompanhar a estreia no canal do Youtube (https://www.youtube.com/channel/UC0dGDYFKwDmiUicq7EtjKYg) da Cabocla Produção, gratuitamente.

Produzido de forma independente, o curta-metragem traz, como cenário, o Museu Poço Comprido, que é Ponto de Cultura, localizado em Vicência e o  Vale da Onça, em Paudalho-PE, ambos municípios da Zona da Mata canavieira. No centro das atenções, Juçara, protagonista do filme, busca retratar todo o ritual presente nas brincadeiras populares. “Cabocla da Mata” é uma entidade que permeia todos os personagens presentes no Maracatu Rural, Cavalo Marinho e Caboclinho, trazendo a mensagem de que toda arte vem do divino e é corporificada nas pessoas que transmitem a mensagem através de seus dons.

“A Cabocla da Mata” nasce da observação da dança do personagem Arreiamá do Maracatu Rural. Nele, enxerguei toda a força indígena. E, a partir dos seus passos, visualizei o Caboclinho e o Cavalo Marinho, brincadeiras que são símbolos da região da Mata Norte de Pernambuco, lugar de onde vim” enfatiza Juçara. 

Diante das lentes cinematográficas, a “Cabocla da Mata”, protagonizada por Juçara, apresenta os ritmos do baião, perré e guerra, que compõem a brincadeira do Caboclinho, trazendo movimentos semelhantes aos Caboclinhos tradicionais de Goiana, na Mata Norte. Logo depois, ela interpreta dois dos importantes personagens do Cavalo Marinho. O primeiro deles é a Ambrósia, uma adaptação do Ambrósio, personagem vendedor de todas as figuras, que faz sua propaganda dançando os passos de cada uma. A outra é a Véia do Bambu, que traz todo o fogo presente na mulher, a energia sexual da criação, demonstrando seu desejo sem nenhum medo, afirmando com a sabedoria de uma mulher vivida que o prazer sexual faz parte do ser humano.

Ainda dentro dos papéis dos personagens, a anfitriã finaliza com o Maracatu Rural, dançando os passos do Arreiamá, personagem que representa a espiritualidade da Jurema nesse brinquedo. Seus movimentos passam pelo caboclinho e cavalo marinho, misturando tudo com o movimento do caboclo de lança. “Poder trazer essa interpretação feita pelo meu corpo é uma honra, me identifiquei bastante, pois tem, em sua essência, a sintonia de todos os ritmos da Mata Norte pernambucana”, acrescenta. 

O figurino também será uma produção contemplativa especial para o público. As peças, que têm a direção artística do produtor cultural, Kleber Camelo, fazem um recorte das cores, tecidos e detalhes das três brincadeiras populares.  A roupa do caboclinho, por exemplo, foi inspirada nas tribos que habitavam essa região, com características mais simples que os indígenas da região da Amazônia. A proposta traz a personagem principal vestida com saia da fibra de bananeira produzida por artesãs de Vicência e São Vicente Férrer, que trabalham com esse tipo de matéria prima em seus artesanatos.

Já no Cavalo Marinho, a caracterização traz elementos dos personagens da Ambrósia e da Véia do Bambu.  Inicialmente, foi realizada uma adaptação da roupa do personagem que seria o “Ambrósio” para um vestido e chapéu de palha com uma flor. A proposta é destacar o papel das mulheres na atualidade, onde elas podem dançar no folguedo, reafirmando a importância da ousadia da mulher e sua persistência na retomada do seu lugar. No Arreiamá, o figurino foi o tradicional, porém o toque final passou pela maquiagem. A boca vem pintada com batom vermelho, trazendo, também, a mensagem de que as mulheres podem ocupar os lugares que elas quiserem. 

Toda a fotografia do filme foi feita por Mila Nascimento, cineasta parceira da Cabocla em outros projetos, e Caio Dornelas, produtor audiovisual da 9oitavos. Para garantir toda emoção e atenção do público, o curta-metragem contará com uma paisagem sonora autoral, que pretende deixar um clima ainda mais entusiasta. O rabequeiro, cantor, compositor, mestre de maracatu rural e militante das tradições populares, Maciel Salú é um dos artistas que estará no elenco musical. Também se soma ao time, o músico e instrumentista, Nino Alves. Além de encenar, Juçara colocará a voz, juntamente com Tati Pureza e Viviane Albuquerque, em uma das músicas do filme. Além disso, a produção musical tem a coordenação do artista da cultura popular, Ricco Serafim.

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