A Cooperativa Recicla Recife e a Cooperativa Recicla Torre receberam um conjunto de máquinas – extrusora e trituradora – que reciclam o plástico de maneira criativa. A iniciativa é da Prefeitura do Recife, através da Secretaria Executiva de Inovação Urbana, em parceria com a Bernard Van Leer. Com a nova estrutura, essas células da economia verde da cidade irão comercializar os produtos e gerar renda para os cooperados e para a cidade.
Com as novas tecnologias, Cooperativa Recicla Recife produz mobiliários urbanos. Metade do que for produzido será destinado para a cidade através dos mobiliários infantis e a outra parte será revertida em geração de renda para os cooperados. O galpão de reciclagem, que está situado no bairro de São José, próximo da comunidade do Coque, recebeu o primeiro conjunto de máquinas pro de Upcycling, que é a reciclagem criativa do plástico. As máquinas transformam o plástico em produtos como vasos, lixeiras, luminárias, fruteiras e até a madeira plástica, que pode virar bancos, mesas, fraldários, balanços e brinquedos infantis.
Já na Cooperativa Recicla Torre, situada no bairro da Torre, os 16 cooperados estão recebendo capacitação técnica para manusear as máquinas – semelhantes a que já existem na Cooperativa Ecovida Palha de Arroz – para fabricar novos artefatos. Enquanto uma das máquinas tritura o plástico em pequenos granulados – que já podem ser comercializados, a outra recebe os pedaços do material para criar uma linha fina de plástico que pode ser utilizada em impressoras 3D ou moldada em novo produto. O objetivo da iniciativa é criar oportunidades de empreendedorismo, novos negócios e geração de renda através da reciclagem criativa do plástico, atraindo empresas, startups, terceiro setor e a universidade a investirem em negócios de Upycling.
Com a ampliação do ReciclaMais, estima-se que cerca de 54 famílias de pessoas que trabalham com a reciclagem no Recife sejam beneficiadas e gere novos empregos verdes ampliando a capacidade de pessoas nas cooperativas que já receberam o programa. Um exemplo exitoso da iniciativa é a Cooperativa Ecovida Palha de Arroz, onde a valorização do plástico teve impacto no número de mulheres, saltando de 12 para 18 cooperadas em apenas três meses de funcionamento, como também na renda mensal, que hoje chega a representar 40% do salário que elas recebiam só com a triagem, prensa e venda dos matérias recicláveis em geral.
A primeira célula do programa funciona desde dezembro de 2020, na Cooperativa Ecovida Palha de Arroz – formada exclusivamente por mulheres, onde elas transformam o plástico em produtos que podem ser adquiridos através da loja virtual @palhadearroz, na Feirinha da Rua do Bom Jesus aos domingos e no shopping Plaza Casa Forte. A iniciativa está viabilizando cada vez mais o empoderamento, a independência e o protagonismo de quem trabalha com a reciclagem através de uma economia verde, circular e inclusiva. O kg do plástico que antes valia R$1,80 pode chegar a valer até R$100 com a venda dos produtos.