Santanna, o Cantador, e Dona Glorinha do Coco, são os homenageados do São João 2016 do município promovido pela Prefeitura do REcife. Eles foram recebidos pelo prefeito Geraldo Julio em seu gabinete para formalizar o convite. Os dois são referências nos principais ritmos que embalam as festas juninas em todo o Nordeste. O São João do Recife é caracterizado pela mistura de ritmos, oferecendo opções de arrasta-pé na cidade.
“Essa é uma homenagem feita no São João 2016, pelo povo do Recife, a Dona Glorinha do Coco e o poeta Santanna. É uma homenagem à tradição e à cultura do Nordeste. Com certeza eles estão muito felizes com esta homenagem e esta representação da cultura. O Recife terá um belo São João em 2016 para as pessoas que quiserem aproveitar a nossa cidade”, comemorou o prefeito Geraldo Julio. Ainda de acordo com o prefeito, a homenagem também é um reconhecimento à cultura africana e a um dos maiores poetas da cultura nordestina.
O poeta Santanna revelou que ficou muito emocionado com o anúncio, já que será homenageado pela primeira vez em uma festa de São João. “Recebo com muita surpresa essa homenagem. Acho que ainda fiz pouco pela cultura nordestina, mas agradeço o reconhecimento do público com o meu trabalho. Mas essa homenagem faz com que eu trabalhe ainda mais”, disse o modesto cantador. “Essa festa é tão minha e tão nossa, e eu vou ser muito leal às tradições nordestinas onde quer que eu esteja”, acrescentou.
Dona Glorinha do Coco também ficou emocionada com a homenagem recebida. Perto de fazer 82 anos, a artista revelou que a homenagem alcança ainda todo o segmento do coco no Nordeste. “Estou muita emocionada com isso e só tenho a agradecer a todos os envolvidos. O povo do Recife pode esperar muito coco e muita cocada no palco. Vou colocar o pessoal para sambar o coco e vai ser um grande São João aqui no Recife”, destacou.
Santanna nasceu em Juazeiro do Norte, no Ceará, e vem de uma família de artistas. Na infância teve a influência do aboio do vaqueiro nordestino, do canto das lavadeiras e rezadeiras e dos violeiros e emboladores. Mas foi na obra de Luiz Gonzaga – que conheceu pessoalmente aos 24 anos e de quem se tornou amigo – que o cantador teve suas maiores referências. Participou de vários shows do Rei do Baião, fazendo a abertura e em seguida, vocais. Tornou-se cantor profissional em 1992 e hoje é considerado um dos grandes músicos do Forró. Conhecido por várias músicas, que hoje tradicionalmente tocadas em época de Festa de São João no nordeste, principalmente o hit “Ana Maria”.
Maria da Glória Braz de Almeida, ou Dona Glorinha do Coco, mestra de coco e viúva de pescador, tem 81 anos de idade e herdou de seus antepassados o gosto pelo coco de roda, principalmente aquele que se cantava, e se canta ainda hoje, na beira da praia. Ano passado foi finalista do Prêmio da Música Brasileira, nas categorias melhor álbum regional (produzido por Isa Melo) e melhor cantora regional, através de seu primeiro CD, intitulado Dona Glorinha do Coco.
Dando continuidade ao legado deixado por sua mãe, uma das fundadoras do Acorda Povo, folguedo que já contabiliza mais de 60 anos, Dona Glorinha organiza durante o dia de São João, várias sambadas animadas e prestigiada por toda a população, promovendo lazer cultural para aqueles que buscam programação alternativa e descentralizada durante as festas juninas. Dona Glorinha participa do premiado Documentário de Mariana Fortes “O Coco, A Roda, O Pneu e o Farol” (2007) e teve seu primeiro registro fonográfico na coletânea Coco do Amaro Branco Vol. 2, em 2010.