Saúde: grupos de corrida tomam as ruas do Recife

Basta estar na rua para perceber que sempre há alguém fazendo caminhada ou corrida. Diferentemente de outros esportes, um tênis confortável é o único requisito necessário para o início da atividade. Por isso, correr se tornou uma prática barata, simples e de fácil acesso para quem deseja começar alguma atividade física. Para que o exercício tivesse um ganho no número de praticantes e se tornasse, além tudo, algo agradável de se fazer, surgiram os grupos de corrida. Além de manter a saúde, esses corredores, de quebra, também se beneficiam com o aumento do convívio social.

Criado inicialmente com o propósito de unir amigos para a realização do esporte, a Associação dos Corredores da Jaqueira (Acorja) é um dos maiores grupos de corrida do Estado – hoje possui mais de 200 integrantes. O bancário Luiz Holanda, conhecido no grupo como Lula, de 62 anos, é o fundador da associação, que existe desde 2005. Um ano antes, contudo, ele começou a dar os primeiros passos na atividade. “Comecei a correr já com 50 anos. Eu era superintendente de uma grande empresa, mas fui convidado a deixar o emprego. Essa perda complicou muito minha saúde. Como moro perto do Parque da Jaqueira (na Zona Norte do Recife), dei os primeiros “trotes” lá. O tempo passou e isso me motivou a entrar no mundo da corrida”, relembra.

Os treinamentos seguiram e ele foi conhecendo mais pessoas que ansiavam por uma unidade e organização melhor. Até que, em fevereiro de 2005, Lula decidiu oficializar a ideia. Ele idealizou uma logomarca, além da confecção de camisas para identificação do grupo. A partir de experiências do fundador em maratonas, o funcionamento do Acorja foi sendo alterado. “Nós nos tornamos um grupo focado em grandes distâncias”, revela. Por isso, os novos membros são indicados a realizarem uma espécie de “aclimatação” ao esporte. Eles são direcionados a treinamentos mais leves para, após alguns meses, estarem aptos aos treinos com os mais experientes. “Temos que ser muito transparentes com as pessoas. Quando chega um iniciante, indico que ele faça uma assessoria. A pessoa que começa tem que caminhar, trotar, e nós não fazemos esse trabalho de base”, explica.

Por meio do esporte, barreiras que parecem intransponíveis são colocadas ao chão. Para Anderson Holanda, filho do fundador da Acorja, o início no esporte e no grupo foi para lidar com a depressão. “Comecei a correr no final de 2013, porque desde 2008 estava depressivo e tive que lidar com isso durante um tempo. Busquei fazer alguma coisa para me sentir mais ativo”, conta. “Fui evoluindo, e me bateu a ideia de fazer um treino com o pessoal da Acorja. Coloquei em mente que tinha de fazer 10km para poder correr com eles. Em 2014, no aniversário do meu pai, foi a primeira vez que fiz essa distância”, relembra.

Para o educador físico Nuno Trigueiro, fundador e coordenador do grupo Nunage Running, a corrida se transforma num estilo de vida à medida em que seus alunos vão participando dos treinos. Há três anos, os atletas se encontram duas vezes por semana no Terceiro Jardim, em Boa Viagem (Zona Sul do Recife); além de treinarem, também, todos os sábados em diferentes locais da cidade. “Só tem um dia de folga para meus alunos: são três corridas semanais e três dias de exercícios complementares para condicionar o corpo para os treinos”, detalha o educador físico de 43 anos. “Hoje, estamos com cerca de 100 matriculados. A maioria das pessoas que corre no grupo mudou seu estilo de vida. Elas começam a se alimentar melhor, beber menos, optar por hábitos mais saudáveis. Tenho um aluno que perdeu 14 quilos em menos de um ano”, completa.

Além dos treinos no Recife, o grupo Nunage Running gosta de diversificar os locais de corridas. Só este ano, os atletas praticaram o esporte nas ruas de Santiago, no Chile, e de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. O próximo destino é São Paulo. “Muitos casais treinam juntos, viajam conosco… Tem gente de todas as idades, mas a média é de 35 a 45 anos, de iniciantes a maratonistas”, comenta Nuno Trigueiro.

O início do esporte, entretanto, pode ser complicado, principalmente se o indivíduo levar uma vida sedentária. É necessário que, antes de tudo, fazer exames de check up para realizar treinos adequados ao seu estado de saúde. Os iniciantes devem começar com caminhadas aliadas a exercícios de alongamento e quecimento, que, posteriormente, evoluem para trotes para, enfim, a corrida propriamente dita. Estima-se que são necessários três meses de treinos, aliados a uma boa alimentação, para que o praticante consiga correr 15km.

Dentre os benefícios para o corpo, estão a melhora da capacidade pulmonar e cardiovascular, a diminuição da pressão sanguínea, o auxílio na redução da osteoporose – doença que acomete os ossos -, além da melhora nos níveis de colesterol e ajuda no emagrecimento. A mente também ganha com o esporte: a corrida ajuda a aumentar a autoestima e promove uma descarga de adrenalina e hormônios, como a endorfina, que ajudam na manutenção do bem estar.

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