Arquivos Saúde - Página 8 De 38 - Revista Algomais - A Revista De Pernambuco

Saúde

Administração de Noronha libera praias para moradores com restrições

Após zerar os casos de coronavírus no arquipélago ao adotar o regime de quarentena, a administração flexibilizou a saída das pessoas na rua e, agora, anuncia que os moradores já podem frequentar as praias a partir desta segunda-feira, dia 25 de maio. O horário permitido é das 8h às 16h. Mas, para isso, os noronhenses precisam seguir medidas importantes para prevenção da doença, que estão disponíveis nas redes sociais da Ilha (Instagram e Facebook) e também nos grupos de WhatsApp dos moradores. Estão permitidas as atividades individuais físicas e náuticas, como natação e surf, e prática de esportes com até quatro pessoas, desde que não haja contato físico. Por outro lado, está proibido o consumo de bebidas alcoólicas, qualquer atividade comercial e o uso de guarda-sóis e toldos. A aglomeração com mais de cinco pessoas, também não é permitida. E segue a recomendação de manter um distanciamento de dois metros entre as pessoas. É importante lembrar que o descumprimento dessas medidas pode acarretar numa nova interdição das praias. A liberação das praias nesta segunda-feira estava nos planos do administrador da Ilha de Fernando de Noronha, Guilherme Rocha, desde que os casos de coronavírus foram zerados no arquipélago, no dia 8 de maio. "Num trabalho em conjunto com toda a sociedade noronhense, conseguimos zerar os casos. E isso foi uma grande vitória. Agora, estamos liberando as praias para os moradores e contamos com o apoio de todos nas medidas de prevenção para, aos poucos, voltarmos à nossa normalidade", destacou. O retorno às praias pós-quarentena também implica em um maior cuidado dos banhistas. O engenheiro de pesca e pesquisador Léo Veras, responsável pelo Museu do Tubarão alerta que é preciso redobrar as atenções para evitar o contato com os animais. "Percebemos que o não uso das praias encorajou a frequência de grandes tubarões nas regiões mais rasas. Desta maneira, as pessoas devem tomar alguns cuidados básicos de segurança e convivência. Por isso, não persiga, não tente toca e nem alimentar os tubarões. Se visualizar um animal maior do que você, saia da água". ESTUDO EPIDEMIOLÓGICO Para que essa flexibilidade nas praias seja ampliada, a administração de Fernando de Noronha espera contar com o apoio dos moradores quanto ao estudo epidemiológico que já teve início na Ilha. Através dessa pesquisa, será possível avaliar a circulação do vírus, tornando Noronha um local protegido e seguro para a população. "É muito importante que os moradores recebam os pesquisadores em suas casas para esse estudo. Com os dados, será possível ter uma radiografia mais real da circulação do vírus na Ilha, que pode ocorrer de forma assintomática e silenciosa. Com as informações da pesquisa, a gente pode agir de forma mais precisa para bloquear essa possível presença do coronavírus. Vamos continuar juntos trabalhando por uma Noronha livre da doença", disse Guilherme. Além do estudo, a Vigilância Sanitária da ilha segue em prontidão. Qualquer sinal de sintoma gripal, o morador deve acionar o órgão pelos telefones (81) 3619-0956 / 99488-4366.

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Pesquisadores desvendam mecanismo que torna COVID-19 mais grave em diabéticos

Um grupo brasileiro de pesquisadores desvendou uma das causas da maior gravidade da COVID-19 em pacientes diabéticos. Como mostraram os experimentos feitos em laboratório, o teor mais alto de glicose no sangue é captado por um tipo de célula de defesa conhecido como monócito e serve como uma fonte de energia extra, que permite ao novo coronavírus se replicar mais do que em um organismo saudável. Em resposta à crescente carga viral, os monócitos passam a liberar uma grande quantidade de citocinas [proteínas com ação inflamatória], que causam uma série de efeitos, como a morte de células pulmonares. O estudo, apoiado pela FAPESP, é liderado por Pedro Moraes-Vieira, professor do Instituto de Biologia da Universidade Estadual de Campinas (IB-Unicamp), e por pesquisadores que integram a força-tarefa contra a COVID-19 da universidade, coordenada por Marcelo Mori, também professor do IB-Unicamp e coautor do trabalho.O artigo encontra-se em revisão na Cell Metabolism, mas já está disponível em versão preprint, ainda não revisada por pares. “O trabalho mostra uma relação causal entre níveis aumentados de glicose com o que tem sido visto na clínica: maior gravidade da COVID-19 em pacientes com diabetes”, diz Moraes-Vieira, pesquisador do Experimental Medicine Research Cluster (EMRC) e do Centro de Pesquisa em Obesidade e Comorbidades (OCRC), um Centro de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPID) apoiado pela FAPESP, com sede na Unicamp. Por meio de ferramentas de bioinformática, os pesquisadores analisaram inicialmente dados públicos de células pulmonares de pacientes com quadros médios e severos de COVID-19. Foi observada uma superexpressão de genes envolvidos na chamada via de sinalização de interferon alfa e beta, que está ligada à resposta antiviral. Os pesquisadores observaram ainda no pulmão de pacientes graves com COVID-19 uma grande quantidade de monócitos e macrófagos, duas células de defesa e de controle da homeostase do organismo. Monócitos e macrófagos eram as células mais abundantes nas amostras e as análises mostraram que a chamada via glicolítica, que metaboliza a glicose, estava bastante aumentada. As análises por bioinformática foram realizadas pelos pesquisadores Helder Nakaya, professor da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo (FCF-USP), e Robson Carvalho, professor do Instituto de Biociências de Botucatu da Universidade Estadual Paulista (IBB-Unesp). Glicose e vírus O grupo da Unicamp realizou, então, uma série de ensaios com monócitos infectados com o novo coronavírus, em que eles eram cultivados em diferentes concentrações de glicose. Os experimentos foram feitos no Laboratório de Estudos de Vírus Emergentes (Leve), que tem nível 3 de biossegurança – um dos mais altos –, e é coordenados por José Luiz Proença Módena, professor do IB-Unicamp apoiado pela FAPESP e coautor do trabalho. “Quanto maior a concentração de glicose no monócito, mais o vírus se replicava e mais as células de defesa produziam moléculas como as interleucinas 6 [IL-6] e 1 beta [IL-1β)] e o fator de necrose tumoral alfa, que estão associadas ao fenômeno conhecido como tempestade de citocinas, em que não só o pulmão, como todo o organismo, é exposto a essa resposta imunológica descontrolada, desencadeando várias alterações sistêmicas observadas em pacientes graves e que pode levar à morte”, diz Moraes-Vieira. Os pesquisadores usaram então, nas células infectadas, uma droga conhecida como 2-DG, utilizada para inibir o fluxo de glicose. Eles observaram que o tratamento bloqueou completamente a replicação do vírus, assim como o aumento da expressão das citocinas observadas anteriormente e da proteína ACE-2, aquela pela qual o coronavírus invade as células humanas. Além disso, usaram uma droga que está sendo testada em pacientes com alguns tipos de câncer. Assim como alguns análogos, a 3-PO inibe a ação de um gene envolvido no aumento do fluxo de glicose nas células. O resultado da sua aplicação foi o mesmo da 2-DG: menos replicação viral e menos expressão de citocinas inflamatórias. Os resultados que indicaram maior atividade da via glicolítica frente à infecção foram obtidos por meio de análises proteômicas dos monócitos infectados, realizadas em colaboração com Daniel Martins-de-Souza, professor do IB-Unicamp apoiado pela FAPESP. Por fim, as análises mostraram que o mecanismo era mediado pelo fator induzido por hipóxia 1 alfa. Como é estudada em diversas doenças, é sabido que essa via é mantida estável, em parte pela a presença de espécies reativas de oxigênio na mitocôndria, a usina de energia das células. Os pesquisadores usaram então antioxidantes nas células infectadas e viram que a hipóxia 1 alfa diminuía a sua atividade e, assim, deixava de influenciar o metabolismo da glicose. Como consequência, fazia com que o vírus parasse de se replicar nos monócitos, as células de defesa infectadas, que não mais produziam citocinas tóxicas para o organismo. “Quando intervimos no monócito com antioxidantes ou com drogas que inibem o metabolismo da glicose, nós revertemos a replicação do vírus e também a disfunção em outras células de defesa, os linfócitos T. Com isso, evitamos ainda morte das células pulmonares”, diz Moraes-Vieira. Os estudos com linfócitos T e a análise da expressão de hipóxia 1 alfa em pacientes foram realizados em colaboração com Alessandro Farias, professor do IB-Unicamp e coautor do trabalho. Como as drogas usadas nos experimentos com células estão atualmente em testes clínicos para alguns tipos de câncer, poderiam futuramente ser testadas em pacientes com COVID-19. O trabalho tem como primeiros autores Ana Campos Codo, bolsista de mestrado da FAPESP; Gustavo Gastão Davanzo, que tem bolsa de doutorado da FAPESP e Lauar de Brito Monteiro, também bolsista de doutorado, todos no IB-Unicamp sob orientação de Moraes-Vieira. “Esse trabalho só foi possível devido às colaborações, ao empenho dos alunos de pós-graduação, que tem trabalhado noite e dia nesse projeto, e ao financiamento rápido do FAEPEX [Fundo de Apoio ao Ensino, à Pesquisa e à Extensão] da Unicamp e da FAPESP”, diz Moraes-Vieira. O artigo Elevated glucose levels favor SARS-CoV-2 infection and monocyte response through a HIF-1α/glycolysis dependent axis pode ser lido em: https://papers.ssrn.com/sol3/papers.cfm?abstract_id=3606770.   André Julião | Agência FAPESP

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Recife é a capital com maior índice de isolamento social do País

Diferente da última semana, Jaqueira, Recife e Casinhas são as cidades com o mais alto Índice de Isolamento Social segundo informações do Ranking de Isolamento Social (RIS) divulgado pelo Ministério Público do Estado de Pernambuco (MPPE), nesta segunda-feira (25). Os índices das cidades supracitadas são 62,8%, 61,3% e 60,6%, respectivamente. O Índice do Estado, em 24 de maio, foi de 56,6%, já em 17/5 foi de 58,9%, representando uma redução em relação ao mesmo período. O ranking é uma ferramenta pública, disponível no site do MPPE, no endereço: https://bit.ly/Ranking-IsolamentoSocial. Entre as capitais brasileiras, Recife (61,3%) é a cidade com o mais alto índice, liderando o isolamento social no Brasil. Ela é seguida por Macapá, com 61% e Maceió, com 59,6%. Em relação aos demais estados da federação, Pernambuco ocupa o quarto lugar, ficando atrás do Amapá (60,73%), Acre (58,85%) e Rio de Janeiro (57,44%).   “As autoridades sanitárias têm relatado a necessidade de mantermos um isolamento de 70% para podermos ter uma redução de impacto na quantidade de infectados, no número de pessoas nos hospitais e, consequentemente, na redução de óbitos relacionados ao novo coronavírus. É preciso que a população entenda essa necessidade e fique em casa para conter o processo de contágio com o novo coronavírus. Estamos atuando em todo o Estado para garantir esse processo de isolamento, emitindo recomendações e realizando fiscalizações”, disse o procurador-geral de Justiça, Francisco Dirceu Barros. O mais alto índice de isolamento ocorreu em 22 de março, quando o Estado alcançou 62% de isolamento. Pernambuco possui uma população com mais de 9,5 milhões de pessoas. O período com o pior índice de isolamento foi em 8 de maio, com 43,1% da população. “O cidadão precisa ter a consciência da necessidade de isolamento e mude a sua atitude. Comece a pensar nos riscos em que está colocando a sua família e o outro. Caso contrário, será necessário reeditar medidas mais rígidas para conter o avanço da propagação do vírus. Precisamos termos consciência de que já são mais de 2 mil vidas perdidas em nosso Estado e precisamos parar o avanço do vírus, precisamos vencer essa guerra e só com uma consciência coletiva e colaboração de todos, será possível fazermos a saída do isolamento de forma progressiva”, finalizou Dirceu Barros. No Ranking é possível realizar uma análise comparativa entre as macrorregiões do Estado. A Região Metropolitana do Recife (RMR) está com 56,4%; a Zona da Mata com 52,7%; o Agreste com 49,9%; o Sertão com 46,6%; a região do Sertão do São Francisco, com 46,4%. Em todos os casos houve a redução de um e até dois pontos percentuais. As cidades com o pior Índice são: Toritama com 48,3%; Tacaratu, com 48,4%; e São Bento do Una, com 48,5%. Série histórica — O Ranking de Isolamento Social é uma ferramenta desenvolvida por meio do Desafio Covid-19, ação conjunta do Ministério Público de Pernambuco (MPPE), Porto Digital e Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE), está sendo atualizado para apresentar a série histórica com os dados do isolamento nos municípios pernambucanos. Os resultados com os dados das cidades do Recife, Jaboatão dos Guararapes, Olinda, Camaragibe e São Lourenço da Mata, demonstram um aumento na quantidade de pessoas que ficaram em casa na primeira semana após o dia 16 de maio, quando passaram a valer as medidas mais restritivas de circulação de pessoas e veículos. A comparação é feita com base nos dados diários medidos a partir do dia 11 de maio (semana anterior à adoção das medidas mais restritivas) até ontem (24 de maio). “Quando fazemos uma média do Índice de Isolamento semana a semana, vemos que está mantida uma melhoria em relação ao período em que as medidas restritivas não estavam em vigor, como na semana de 11 de maio, nas cinco cidades que estão passando por essa medida mais restritiva estão com índices melhores em relação àquele período, mas ainda não é suficiente, como dizem os especialistas em vigilância sanitária”, disse o gerente de Estatística da Assessoria Ministerial de Planejamento e Orçamento, Carlos Gadelha. Os dados para a extração das informações são realizados a partir da geolocalização dos celulares dos cidadãos. As informações apresentadas sempre demonstração a situação do isolamento do dia anterior, conforme o campo “Data de Referência” no canto superior da página.Os dados são levantados com a tecnologia de geolocalização desenvolvida pela In Loco.

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Especialistas recomendam restringir venda de álcool durante pandemia

Um levantamento realizado por um grupo internacional de pesquisadores mostra que situações de pandemia podem desencadear um aumento nos índices de alcoolismo. Ainda que, no curto prazo, a diminuição da renda ou as restrições na venda possam contribuir para uma redução no consumo de álcool, no médio e longo prazo o estresse causado por eventos como esse pode gerar um aumento do uso de bebidas alcoólicas. No Brasil, exceto pelo fechamento de bares, não há políticas de restrição de vendas durante a pandemia, o que pode tornar o quadro ainda mais preocupante. O estudo foi publicado na revista Alcohol and Drug Review por pesquisadores do Brasil, Canadá, Estados Unidos e África do Sul, e de órgãos como a Organização Mundial de Saúde (OMS) e a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS).O gru po de autores esteve reunido em uma das maiores conferências mundiais de políticas públicas sobre álcool, em março, pouco antes de vários aeroportos da Europa fecharem por conta da pandemia. “Foi quando começamos a discutir a necessidade de prever a tendência de consumo de álcool durante o surto do novo coronavírus”, diz Zila Sanchez, professora da Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo (EPM-Unifesp), apoiada pela FAPESP e coautora do artigo. “À medida que o novo coronavírus espalhou-se, os países foram lançando políticas de combate à doença. Ficou claro que seria interessante mostrar como estavam agindo de maneira diferente à venda de álcool durante a pandemia. É sabido que a regulamentação da comercialização é o que mais influencia o consumo de bebidas alcoólicas pelas populações”, explica a pesquisadora. Atualmente, Sanchez coordena um projeto apoiado pela FAPESP, que trata da questão do uso de álcool sob a ótica da prevenção escolar e se prepara para conduzir outro estudo sobre o consumo de álcool durante a pandemia com pesquisadores internacionais. Políticas restritivas O levantamento aponta diversos exemplos no mundo de políticas sobre álcool específicas para a pandemia do novo coronavírus. A África do Sul é tida como um dos casos mais restritivos. Como parte da estratégia nacional de gestão da crise da COVID-19, ainda no dia 18 de março, foi estabelecido no país um número máximo de pessoas em bares e limitação no horário de funcionamento desses estabelecimentos e de lojas que vendem bebidas alcoólicas para consumo em casa. Uma semana depois, porém, com a decretação do lockdown de 21 dias, as medidas se tornaram ainda mais duras. Bebidas alcoólicas não foram incluídas na lista de itens essenciais que poderiam ser comercializados em bares e mesmo as seções de bebidas dos supermercados foram fechadas. As autoridades sul-africanas justificaram que a esperada queda na ocorrência de acidentes e na violência por conta da redução do consumo de álcool deixaria disponíveis mais leitos em hospitais, essenciais durante a crise. “Esse é um exemplo de política bastante restritiva, também adotada na Groenlândia e no Panamá. Em alguns lugares dos Estados Unidos, por exemplo, foi proibida a venda de álcool apenas pela internet. No Brasil, vamos na contramão, com inúmeros descontos em aplicativos de venda e artistas fazendo lives [apresentações virtuais] patrocinadas por fabricantes de cerveja”, diz Sanchez. No dia 13 de maio, o Piauí foi o primeiro estado brasileiro a instituir lei seca, que a princípio só valeria para o fim de semana seguinte, entre 15 e 17 de maio. A prefeitura de Palmas (TO) decretou lei seca no município, sem prazo para revogação. Em outros estados, os bares foram fechados, mas os que vendem comida e bebida alcoólica por entrega podem permanecer abertos. Álcool e estresse Estudos mostram que o consumo de álcool tem influência negativa no sistema imune, tornando o organismo mais vulnerável a infecções por bactérias e vírus. Além disso, o álcool colabora para a ocorrência de depressão, ansiedade e violência doméstica, que podem ser mais frequentes durante o confinamento imposto pela crise atual. Uma pesquisa realizada após a epidemia de SARS, causada por outro coronavírus em 2003, mostrou que, entre 800 moradores de Hong Kong, 4,7% dos homens e 14,8% das mulheres tinham aumentado o consumo de álcool um ano depois. Entre profissionais da saúde chineses que ficaram em quarentena ou trabalharam em alas hospitalares com alto risco de contaminação, as chances de reportarem sintomas de abuso de álcool foi uma vez e meia maior do que entre os que não foram expostos ao risco de contaminação. Da mesma forma, desastres naturais, guerras e atentados terroristas também estão ligados ao aumento do alcoolismo por conta do estresse causado. “Vários estudos mostram que, depois de um evento como esse, há um aumento de dependentes de álcool na população. As pessoas podem estar consumindo mais álcool agora para lidar com o estresse da situação, mas isso claramente pode seguir como uma dependência após a pandemia. Precisamos considerar a falta de regulamentação na venda de álcool hoje, porque vamos pagar a conta lá na frente”, diz a pesquisadora. O artigo Alcohol use in times of the COVID 19: Implications for monitoring and policy (10.1111/dar.13074) pode ser lido em: https://onlinelibrary.wiley.com/doi/full/10.1111/dar.13074. André Julião | Agência FAPESP

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Hospital de referência para Covid-19 é inaugurado em Goiana

A Unidade Pernambucana de Atenção Especializada (UPAE), que vai atuar como Hospital de Referência à Covid-19, começa a funcionar nesta quarta-feira (20) em Goiana, município da Mata Norte do Estado, com 30 leitos dedicados aos pacientes suspeitos e confirmados da Covid-19, sendo três de área vermelha – com suporte respiratório destinado à estabilização dos pacientes mais graves antes da remoção para hospitais de referência. A UPAE foi construída e equipada pelo Grupo Fiat-Chrysler Automobiles (FCA), que conta com uma fábrica instalada naquela cidade. Após ter se tornado uma importante parceira do Governo de Pernambuco no desenvolvimento econômico, a FCA estende essa parceria também à saúde. Por se tratar de um equipamento novo, os leitos serão implantados de forma gradativa para que a estrutura funcione bem, com os serviços sendo integrados e o fluxo administrado de forma organizada, com segurança para a assistência à população. Quando estiver funcionando com toda a capacidade, a unidade vai abrigar um total de 100 leitos, sendo 10 de UTI. O serviço ainda vai realizar exames de raios-X e laboratoriais. “Precisamos estar preparados e apresentar respostas à Covid-19 em diversas regiões do Estado. Estamos vivenciando um momento de crescimento do número de casos em Pernambuco, demandando estratégias rápidas e precisas de vigilância e assistência à saúde”, afirmou a secretária executiva de Atenção à Saúde do Estado, Cristina Mota. Segundo ela, até o momento o Governo de Pernambuco já abriu 1.301 leitos, sendo 568 de UTI, e a partir de agora, Goiana torna-se estratégica nesse processo de assistência, por contar com esse novo equipamento de saúde para assistência aos casos suspeitos e confirmados da Covid-19. “Por isso, essa parceria com o grupo FCA, a quem publicamente agradecemos, será fundamental para a assistência à população”, completou a secretária executiva.  

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Hormônios femininos podem ter papel protetor contra coronavírus

Não há um claro predomínio de homens ou mulheres nos indivíduos diagnosticados globalmente com COVID-19. No entanto, a maioria dos que são hospitalizados ou vão a óbito, ou seja, que desenvolvem a doença de forma mais grave, é constituída por homens. Segundo a organização Global Health 50/50, mantida pelo University College London (Reino Unido), “na maioria dos países, os dados disponíveis indicam que os homens têm 50% mais chances de morrer após o diagnóstico do que as mulheres”. Tal afirmação é corroborada por estatísticas atualizadas da cidade de Nova York (Estados Unidos). E por estudo realizado na China, de acordo com o qual: “o sexo masculino é um fator de risco para pior resultado em pacientes com COVID-19, independentemente de idade e suscetibilidade”. Com base nessa constatação epidemiológica, bem como em dados da literatura, uma grande equipe multidisciplinar de pesquisadores do Estado de São Paulo está investigando o papel dos estrogênios, os hormônios femininos, na proteção fisiológica contra o coronavírus. O projeto “Avaliação de compostos com potencial terapêutico para SARS-CoV-2: enfoque em compostos com atividade estrogênica, moduladores da autofagia e ECA2”, coordenado por Rodrigo Portes Ureshino, professor da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), tem o apoio da FAPESP no âmbito do edital Suplementos de Rápida Implementação contra COVID-19. “Estudos anteriores, realizados com o coronavírus SARS-CoV [causador da síndrome respiratória aguda grave], apontaram diferenças de gênero na infecção e progressão da doença, com maior suscetibilidade de indivíduos do sexo masculino, e indicaram que os estrogênios podiam estar associados à maior proteção fisiológica das mulheres. Queremos testar se o mesmo ocorre com o SARS-CoV-2, o novo coronavírus, para chegar a compostos com potencial terapêutico”, diz Ureshino à Agência FAPESP. A equipe já ultrapassou a etapa de revisão da literatura e entrou na fase experimental propriamente dita. “Infectamos linhagens de células com cepas selvagens de coronavírus e vamos testar nesse modelo mais de 40 compostos com atividade estrogênica para observar os resultados”, conta o pesquisador. Os procedimentos com o SARS-CoV-2 são realizados em um laboratório de nível de biossegurança 3 (NB3) da Unifesp, coordenado pelo professor Mário Janini, colaborador do projeto. Entre os compostos a serem testados, Ureshino destaca o 17β-estradiol (o estrógeno mais abundante no organismo), o tamoxifeno (um modulador seletivo dos receptores estrogênicos) e a agenisteína (um fitoestrógeno). Todos os três já foram utilizados com êxito em modelos de outras doenças virais. Além do foco estritamente terapêutico, com o teste de compostos com potencial para o tratamento da COVID-19, o projeto também tem um enfoque molecular. Neste caso, o objetivo é investigar a expressão do receptor ACE-2 (enzima conversora de angiotensina 2, na sigla em inglês), que possibilita a entrada do vírus nas células. “Sabemos que os pacientes hipertensos, grupo de risco para a COVID-19, apresentam uma maior expressão de ACE-2 e isso favorece a entrada do vírus nas células. Por isso, estamos estudando a superexpressão desse receptor em diferentes tipos celulares”, afirma o pesquisador. Nesse eixo, um artigo em fase de pré-print foi produzido pelo grupo, tendo como primeira autora a doutora Roberta Sessa Stilhano, professora da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa (FCMSCSP): "SARS-CoV-2 and the Possible Connection to ERs, ACE2 and RAGE: Focus onSusceptibility Factors". O trabalho contou com a colaboração da professora Carla Máximo Prado, da Unifesp, que estuda o processo inflamatório pulmonar, além de pesquisadores de instituições internacionais, como a University of California – Davis (Estados Unidos) e a University of Cambridge (Reino Unido). “Esse artigo buscou correlacionar três fatores: ACE-2, receptores de estrogênios e inflamação. Por isso, além das vias moleculares da ACE-2 e dos estrogênios, também detalhamos as vias do RAGE [receptor para produtos finais de glicação avançada], que está relacionado com inflamação. Acreditamos que o estudo dessas vias abra perspectivas terapêuticas para o tratamento da COVID-19”, diz Stilhano. Além da equipe da Unifesp, o projeto conta com a colaboração dos pesquisadores da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FM-USP) Ana Cristina Breithaupt-Faloppa e Luiz Felipe Pinho Moreira. José Tadeu Arantes | Agência FAPESP –

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Número de casos de Covid-19 acelera no interior

Apesar de concentrar o maior número de casos, a capital de Pernambuco não lidera mais o ranking percentual de aumento de testes positivos para o novo coronavírus no Estado. Registrando 92% de variação, o Recife ocupa agora a 64ª posição na classificação. As informações foram divulgadas nesta quarta-feira (13) pelo Centro Integrado de Estudos Georreferenciados (Cieg), da Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj), a partir do novo mapa de monitoramento da Covid-19. O gráfico aponta um crescimento exponencial no número de casos no interior. A pesquisa, realizada pelo coordenador do Cieg, Neison Freire, levou em conta a evolução dos casos confirmados nos últimos 15 dias (27 abril a 11 de maio). Para isso, as rodovias foram tomadas como rotas de difusão da pandemia. Segundo aponta o estudo, o município com maior aumento percentual foi Itapissuma, no litoral Norte da região metropolitana do Recife, apresentando variação de 633% entre uma data e outra (3 casos em 27 de abril para 22 em 11 de maio). Em seguida, Ibimirim e Passira (600% cada), no Sertão, ocupam o segundo lugar no crescimento. Outros municípios que demonstraram um avanço da doença foram Pesqueira (500%), Bezerros (400%) e Escada (400%). ”O crescimento exponencial da pandemia se dá consideravelmente no entorno da RMR, no Agreste e em poucas cidades do Sertão, especialmente, Trindade e Ibimirim. Comparando o mapa da variação percentual com o mapa de casos confirmados de 11 de maio, percebe-se a uma notável diferença entre eles: o padrão de expansão da pandemia não segue necessariamente uma relação direta de quantidade de casos”, destaca o coordenador. Ainda de acordo com Neison, diferenças locais (de ações públicas ou coletivas) e possíveis características territoriais (como o isolamento geográfico, menor circulação de pessoas e mercadorias e menor densidade populacional) permitem que os pesquisadores levantem hipóteses sobre as causas das diferenças nos padrões observados. “Apesar do avanço em direção ao interior, a pandemia aumenta consideravelmente os casos em cidades do entorno da região metropolitana, tais como Gravatá, Feira Nova e Rio Formoso”, ressalva. Controle O mapa divulgado nesta quarta-feira (13) revela também que as cidades de Petrolina, Salgueiro e Serra Talhada, ao apresentar baixas variações percentuais no número de casos, vêm obtendo maior sucesso no controle da disseminação da covid-19. A partir das informações, os pesquisadores pretendem alertar a população e as autoridades sobre a nova fase da pandemia no território pernambucano.

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Laboratórios da Embrapa e da Fiocruz passam a diagnosticar a covid-19

Os laboratórios da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) foram incluídos na rede de análise para o diagnóstico do novo coronavírus (covid-19). A decisão é da diretoria colegiada da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Segundo a Agência, o objetivo da medida é ampliar a capacidade laboratorial pública nacional para o diagnóstico da doença, diante da atual emergência em saúde pública provocada pela covid-19. "Os laboratórios da Embrapa e da Fiocruz reúnem alta capacidade analítica e proficiência em diversos métodos e diagnósticos", destaca a Anvisa. De acordo com o diretor-presidente substituto e relator da proposta, Antonio Barra Torres, a inclusão dos laboratórios “contribui favoravelmente para a ampliação da capacidade analítica de diagnóstico da covid-19”. A resolução está publicada no Diário Oficial da União desta quarta-feira (13) e ficará vigente enquanto o Ministério da Saúde mantiver a emergência relacionada à pandemia do novo coronavírus.

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Cuidados para prevenir e tratar dores musculares durante o home-office

De repente, parte das pessoas teve de se adaptar ao home office por causa do distanciamento social, principal forma de conter a propagação do coronavírus, de acordo com os especialistas. Num primeiro momento, a liberdade de trabalhar em casa parecia muito atraente, mas nem tudo são flores. Em um mês de quarentena no Brasil, muitos profissionais já reclamam de dores na coluna devido à má postura e à falta de um espaço projetado adequadamente para o trabalho. Segundo a Organização Mundial da Saúde, a dor lombar está entre as 10 principais doenças e lesões que estão diminuindo a qualidade de vida da população global. Estima-se que a dor inespecífica seja sentida por 60% a 70% das pessoas nas sociedades industrializadas. Para que o trabalho em casa não acabe com a coluna e outras partes do corpo, alguns cuidados são necessários e contribuem para evitar e combater dores e lesões. Confira abaixo as dicas do angiologista Dr. Álvaro Pereira: 1- Criar um ambiente adequado para trabalhar: Não trabalhar na cama ou no sofá. Se não tiver escritório, posicionar o notebook ou computador na mesa da cozinha ou da sala e optar por uma cadeira bem confortável, de preferência com encosto. 2- Nivelar o computador: Para que o pescoço não fique inclinado para baixo, o computador deve ficar na altura dos olhos. Adotar um suporte é uma ótima opção, mas se o profissional não tiver, pode-se colocar livros e revistas em baixo do monitor ou do notebook para nivelar a altura. 3- Sentar corretamente: Colocar as pernas paralelas à cadeira, flexionar os joelhos em um ângulo de 90 graus e manter os pés bem apoiados no chão. Os braços devem ficar ao lado do corpo, com ombros e pescoços relaxados e os antebraços devem fazer um ângulo de 90 graus. É importante ajustar o encosto da cadeira na região lombar para que se mantenha o tronco ereto. 4- Posicionar o mouse de forma correta: O mouse deve ser posicionado próximo ao corpo para que o profissional faça o mínimo de esforço ao mover e clicar o dispositivo. Para manuseá-lo, apoiar o antebraço na mesa e evitar fazer qualquer movimento do mouse, apenas com o punho. Não é aconselhado apoiar o cotovelo na mesa, pois o ato pode acarretar em tendinites. 5- Fazer pausas: Fazer pausas durante o expediente é imprescindível. Beber água, ir até o banheiro são atos simples que ajudam a relaxar o corpo e a mente e de quebra, ganhar produtividade. 6- Fazer alongamento: Separar 15 minutos do dia para fazer exercícios de alongamento de baixa complexidade para pernas, braços, coluna e pescoço.  

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Cartilha da Turma da Mônica ensina cuidados com alimentos em tempos de Covid-19

A Turma da Mônica, da Mauricio de Sousa Produções (MSP), sob a orientação de pesquisadores do Centro de Pesquisa em Alimentos (FoRC), lançou uma cartilha que reúne informações sobre como agir em relação aos alimentos durante a pandemia do novo coronavírus (SARS-CoV-2). O FoRC é um Centro de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPID) apoiado pela FAPESP na Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo (FCF-USP). A cartilha traz a Magali, a personagem comilona da turma, para ilustrar suas nove páginas. O material apresenta respostas para as dúvidas mais comuns: como higienizar vegetais, frutas e legumes, quais os cuidados que devem ser tomados com as compras que chegam por delivery, entre outras. A cartilha está disponível no Instagram e no Facebook da Turma da Mônica e pode ser baixada no site do FoRC.

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