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Morre o advogado Gustavo Costa

Algomais lamenta a morte de Gustavo Costa, advogado e integrante do Conselho Editorial da revista. Ele estava internado no Hospital Português, em razão do agravamento da Covid-19, e veio a falecer hoje (dia 14) pela manhã. Gustavo  de Freitas Cavalcanti Costa iniciou sua trajetória como auditor tributário da Secretária da Fazenda de Pernambuco, onde exerceu papel relevante na formulação da política tributária estadual durante os anos 90, na confecção do principal programa estadual de atração de investimentos privados mediante concessão de incentivos fiscais e na posição do Estado de Pernambuco em face da reforma tributária do ICMS. Foi conselheiro estadual e presidente da comissão de sociedades de advogados da OAB/PE, membro do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais do Ministério da Fazenda e vice-presidente jurídico de grupo empresarial sediado em São Paulo. Com mestrado em direito pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE, 2003), foi também mestre em direito tributário internacional e finance pela Queen Mary, Universidade de Londres, no Reino Unido. Em 2014 fundou o escritório Cavalcanti Costa Advogados. Autor de diversos artigos e livro jurídico, colaborou com a sua experiência com vários textos analíticos para a Algomais. Gustavo Costa era casado com Fabiana Nunes Costa, com quem teve dois filhos.

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Experimentando inovar em mercados tradicionais

Quando falamos em inovação, naturalmente lembramos de marcas e modelos de negócios baseados em tecnologia que estão transformando os vários segmentos de mercado nos últimos anos, como UBER, Netflix, Ifood, entre outras empresas que já estão no nosso dia a dia. Empresas “jovens” já valem mais que grandes corporações tradicionais e, muitas vezes, até centenárias. Um bom exemplo é a Tesla, montadora de carros elétricos que em com apenas 10 anos, já registra maior valor de mercado que a Toyota, ou a Ford e GM juntas. O sucesso das empresas pertencentes a setores tradicionais da economia se deve, em boa parte, a produtos ou serviço pensados e lançados no passado e que refletiam as necessidades da sociedade naquele momento. Em tempos em que a concorrência vem até mesmo de setores diferentes, produzir inovação se tornou ainda mais relevante. Além de diferencial competitivo, inovação é agora prioridade absoluta.Por isso, o desafio das organizações de setores tradicionais da economia é dar continuidade à criação de bens e serviços de alto valor agregado por meio de qualificação e envolvimento dos colaboradores no tema.   Um dos setores mais tradicionais e formais do Brasil é o setor jurídico, de acordo com estatísticas de OAB (Ordem dos advogados do Brasil) o País já possuí 1 advogado(a) para cada 190 habitantes. Com um dos judiciários mais caros do mundo, o mercado jurídico brasileiro possui um lastro grande de barreiras, regras e burocracias, ou seja, um ótimo ambiente para gerar inovações e soluções disruptivas. Inovar não significa apenas criar um novo produto ou serviço novo, mas buscar novos formatos, mais eficientes e eficazes, novos modelos de negócios que, com base em dados, conseguem ser escaláveis e personalizados ao mesmo tempo. Essa forma de pensar e desenvolver negócios pode, sim, se aplicar a mercados tradicionais, assim como o jurídico. Um bom exemplo no Recife é o Escritório Carlos Pinto que, mesmo dentro de um mercado rígido e tradicional, incorporou na empresa uma cultura de inovação baseada nos princípios da agilidade de negócios, cultura empreendedora e uso massivo de dados para a tomada de decisão, inclusive para contratação de pessoas. Confira abaixo um pouco da conversa com o fundador do escritório: Como foi imaginar e colocar em prática um novo modelo de escritório de advocacia? Nosso foco hoje é 80% consultivo, e nesse sentido, o sucesso do cliente também é o nosso, então fomos em busca de conhecimento para melhorar e maximizar esta relação. Focamos em buscar conhecimento e viajamos ao Vale do Silício onde experimentamos de perto o poder de transformação de novas práticas e o potencial de gerar valor da inovação. Carlos, como é inovar em um ambiente que exige tanta formalidade? O modelo da advocacia tradicional é muito direcionado em cadeia de valor de topo, por questões históricas e regulamentações. Dizemos que somos inovadores, pois prezamos pelo senso de responsabilidade, pelo bem comum, sem hierarquia, pessoas se sentem responsáveis pelos resultados em geral e principalmente pelo sucesso dos nossos clientes. Nossas decisões são baseadas em dados o tempo todo, criamos nossa própria metodologia de análise de dados. Quais as principais barreiras que você encontrou? Mentalidade é a maior barreira na inovação no ramo jurídico. Não adianta ter ambiente moderno se ali existe uma obrigação de horário e todos precisam ser chamados de “doutor” ou “doutora”. Contratamos por perfil, antes de currículo. Nossa estrutura de colaboradores é definida por seus perfis comportamentais, e iniciativas são mais importantes do que anos de experiências. Quando encaramos o escritório como um negócio e trabalhamos a experiência do cliente, o que vale é a capacidade de cada um de criar valor dentro do nosso ambiente. Como o mercado e os colaboradores visualizam esse modelo diferente de trabalho? Os escritórios tradicionais nos olham com desconfiança e sem acreditar muito nessa mudança de visão, mas nossos números e a ampliação de negócios e clientes falam por nós. No meu escritório ninguém me chama de doutor. Nossos colaboradores são parte deste sucesso, distribuímos 20% dos lucros, temos um modelo de participação semelhante as startups de tecnologia, focamos em produtividade, nossos colaboradores têm total liberdade para trabalhar em casa (home-office). Mesmo com um bom time, é difícil ter mais de quatro pessoas no escritório. Nosso caminho até aqui foi erros e acertos, como a inovação tem que ser, mas somos orgulhosos dos resultados que geramos. E os próximos passos da inovação do escritório? Estamos experimentando muita coisa legal, temos hoje nosso braço de tecnologia, um robô que automatiza parte do atendimento e nos gera mais dados para análises, além novos modelos de negócios que estão em estudo.

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