Arquivos agropecuária - Revista Algomais - a revista de Pernambuco

agropecuária

Startup lança portal de vagas de emprego para o agronegócio

Em todo o País, a agropecuária não se abalou durante a pandemia. Ao contrário, o setor cresceu diante do aumento da demanda por alimentos. Em Pernambuco, apresentou um crescimento de 4,5% de abril a junho de 2020 e de 2,6% no primeiro semestre deste ano, em comparação com os mesmos períodos em 2019, segundo o Condepe-Fidem. A boa performance fez aumentar o número de pessoas interessadas em trabalhar no setor e também a quantidade de vagas de emprego. De olho nesse mercado, sete jovens empreendedores criaram a startup Emprego Rural, o primeiro portal do Brasil especializado em carreiras do agronegócios (www.empregorural.com.br). Sediada em Campinas, a empresa que prepara-se para atuar no Nordeste. Com apenas 90 dias de lançada, a plataforma tem tido em média 150 cadastros por dia, mais de 3 mil vagas publicadas e 5 mil profissionais do agronegócio em todo o País. “Somos um ATS (applicant tracking system ou, em português, sistema de busca de candidatos) abrangendo o setor agropecuário”, define o CEO Carlos Tetamanti. “A ideia da empresa surgiu da necessidade e visão de um dos de sócios que é do agronegócio e sempre teve dificuldade de contratar pessoas. É um segmento diferente do que estão acostumadas as demais plataformas. As propriedades rurais não têm experiência de buscar profissionais pela internet”, destaca Tetamanti. Um dos diferenciais que oferece, segundo o empresário, é agilizar o processo para as empresas para encontrar um profissional, já que o próprio sistema faz o rastreamento do perfil específico para a vaga. A plataforma também tem a capacidade de importar o banco de dados dos currículos enviados à área “Trabalhe Conosco” dos sites corporativos e fazer a seleção de acordo com a necessidade da empresa. Muitas vezes, como ressalta Tetamanti, as companhias não têm condições de pesquisar o volume de currículos enviados e acabam fazendo novos processos de busca por profissionais. “Não somos um simples portal repositório de vagas”, salienta Carlos Tetamanti. “Nossos serviços reduziram em 60% o tempo de contratação pelo RH”. Como existem profissionais de outras áreas com pretensões de atuar na agropecuária e há uma necessidade de capacitação dos trabalhadores do setor, a plataforma também oferece cursos da empresa CPT. Trata-se de uma instituição especializada em ensino voltado para o agronegócio. “Temos mais de 1.300 conteúdos em EAD, que podem ser acessados pelo nosso site por um valor menor”, informa o CEO do Emprego Rural. No Brasil, os profissionais mais procurados são engenheiros agrônomos e veterinários. As cooperativas agrícolas demandam mais trabalhadores operacionais e nas propriedades rurais o técnico de apoio a pesquisa em desenvolvimento agropecuário é um dos mais requisitados. Nos últimos 30 dias, Tetamanti afirma que o portal tem recebido muitos acessos do Nordeste. “Dos 150 cadastrados, 15% são da região”, afirma o empresário, acrescentando que empresas nordestinas serão prospectadas para cadastrar suas vagas na plataforma. “O Nordeste é muito forte em mercados como a fruticultura, mandioca, milho, na criação bovina, caprina e na galinocultura, atividade em que Pernambuco é o segundo produtor da região”, destaca Carlos Tetamanti.

Startup lança portal de vagas de emprego para o agronegócio Read More »

Valor da produção agropecuária brasileira deve ter queda de 5,2% em 2018

A estimativa para o valor da produção agropecuária brasileira (VBP, na sigla utilizada) de 2018 está em R$ 515,9 bilhões. A projeção foi divulgada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento hoje (13). O total é 5,2% menor do que o registrado em 2017, consolidado em R$ 544,2 bilhões. No detalhamento por segmentos, o valor das lavouras deve fechar o ano em R$ 346,1 bilhões, 5,7% abaixo do desempenho do ano passado. Já a estimativa de VBP para a agropecuária é de R$ 169,8 bilhões, 4,1% menor do que o consolidado de 2017. Se considerados os produtos das lavouras, nove vêm seguindo a tendência de redução do valor, como arroz, cana-de-açúcar, feijão, milho, laranja e uva. Já oito apresentam aumento de faturamento, entre os quais algodão, batata, cacau, café, soja, tomate e trigo. Já na produção agropecuária, a queda projetada de 4,1% no faturamento se deve, principalmente, ao desempenho pior do frango, da carne suína, de leite e de ovos. A diminuição do preço de aves já vem de um processo de mais de dois anos, segundo o ministério. Entre as regiões, o Centro-Oeste ocupa a liderança do ranking do VBP, seguido de Sul, Sudeste, Nordeste e Norte. Até 2017, o Sul ocupava a primeira colocação. Entre os estados, o melhor desempenho está, até o momento, com Mato Grosso, superando o líder até então, São Paulo. (Agência Brasil)

Valor da produção agropecuária brasileira deve ter queda de 5,2% em 2018 Read More »

IBGE realiza novo Censo Agropecuário depois de dez anos

Após dez anos, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) fará um novo Censo Agropecuário no país. A coleta de dados começou ontem (2) e será feita por 19 mil recenseadores em mais de 5,3 milhões de estabelecimentos agropecuários em todo o país nos próximos cinco meses. Nas entrevistas, serão levantadas informações sobre área, produção, características do pessoal ocupado, emprego de irrigação, uso de agrotóxicos, entre outros temas. “Há dez anos que não colhemos informações detalhadas sobre o setor agropecuário brasileiro. Aquela informação que vai até o município e bate à porta das unidades produtoras. É um grande censo, que vai varrer a agricultura familiar, o agronegócio e a atividade no Brasil como um todo”, disse o presidente do IBGE, Roberto Olinto. Os resultados do Censo Agropecuário 2017 devem começar a ser divulgados pelo IBGE em meados de 2018. Durante o anúncio do início da pesquisa, o ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, ressaltou a importância de conhecer em detalhes os dados da agricultura do país. “O Brasil é acima de tudo um país agro e a nossa economia é muito ligada ao agronegócio, que influencia de maneira definitiva e muito profunda todo o desempenho da economia do país”. Tecnologia A coleta de dados para o Censo Agro 2017 será inteiramente digital, por meio dos Dispositivos Móveis de Coleta (DMCs), que rodam um aplicativo inteiramente desenvolvido pela Diretoria de Informática do IBGE e serão capazes de mostrar a imagem do setor censitário, a posição do recenseador no terreno e os endereços dos estabelecimentos a serem recenseados. Com a tecnologia, também será possível identificar novos estabelecimentos e cadastrá-los. “Além disso, para garantir que as informações sejam coletadas no setor determinado, o sistema utiliza o GPS e, inclusive, não permite que o questionário do Censo Agro seja aberto fora do local correto”, informou o IBGE. O novo sistema também vai melhorar a crítica dos dados, orientando os recenseadores durante a coleta, para que o questionário seja preenchido de forma correta. “À medida que o recenseador coleta as informações, os dados já começam a ser transmitidos e conferidos”. Nova Pesquisa O Censo Agropecuário 2017 também vai subsidiar a implantação do cadastro de estabelecimentos agropecuários e do Sistema Nacional de Pesquisas Agropecuárias, que permitirá a criação da Pesquisa Nacional por Amostra de Estabelecimentos Agropecuários. A pesquisa irá a campo anualmente captar dados detalhados sobre receitas e despesas na produção, crédito e seguro rural, proteção de mananciais, conservação da fauna e flora, uso de agrotóxicos, técnicas de produção, além da situação social e familiar dos trabalhadores do campo. (Agência Brasil)

IBGE realiza novo Censo Agropecuário depois de dez anos Read More »

Paulo Câmara anuncia conjunto de ações e fortalece agropecuária de Pernambuco

Empenhado em fortalecer a agropecuária de Pernambuco, o governador Paulo Câmara anunciou, nesta quinta-feira (03.08), um pacote de ações durante a abertura da II Feira da Avicultura do Nordeste, neste município, Agreste Meridional. Entre os investimentos do Governo do Estado estão reestruturação da Agência Estadual de Fiscalização e Defesa Agropecuária (Adagro); assinatura do decreto de operação da rastreabilidade do ovo; abertura de seleção temporária para contratação de 74 técnicos de defesa agropecuária; concurso público para contratação de 50 fiscais agropecuários; e entrega de equipamentos. “Temos que estar muito junto no campo e nos arranjos produtivos, buscando gerar emprego e renda, fazendo com que a produção avícola de Pernambuco continue a crescer, a se desenvolver e a nos orgulhar. Nesse sentido, a Adagro tem um papel fundamental: o de orientar, de fiscalizar e fazer parcerias em favor de uma agropecuária de qualidade, que proteja as pessoas que adquirem os produtos e, ao mesmo tempo, dê boas condições de trabalho aos fornecedores”, afirmou o governador Paulo Câmara, frisando que Pernambuco é o maior produtor de ovos do Nordeste e que este novo sistema de rastreabilidade é pioneiro no Brasil. Durante o evento, o chefe do Executivo estadual visitou os estandes, cumprimentou os expositores da feira e os participantes da Corrida das Galinhas. Com o decreto, assinado pelo governador Paulo Câmara, será possível organizar e regulamentar o trânsito e o comércio de ovos e derivados no Estado, para fins de fiscalização e controle sanitário, melhorando a qualidade dos produtos e possibilitando a rastreabilidade desde a procedência até a comercialização. “O consumidor vai poder identificar de onde veio o ovo e a data em que ele foi produzido, melhorando a questão da segurança”, destacou a presidente da Adagro, Erivânia Camelo, acrescentando que os produtores pernambucanos terão 90 dias para aderirem à nova regra. Com relação à reestruturação da Adagro, Erivânia pontuou que a medida vai aumentar o poder de atuação de fiscalização no Estado e os benefícios para os produtores. “Hoje, estamos com um quadro bastante reduzido de fiscais. Então, com a seleção temporária e o concurso público, vamos melhorar a fiscalização para que os registros dos produtos fiquem mais rápidos”, esclareceu. A seleção temporária para 74 técnicos agropecuários será realizada este semestre e tem contratação prevista para o primeiro trimestre de 2018. Já o concurso público para contratação de 50 fiscais agropecuários (nível superior) deve ocorrer ainda este ano, com contratação para o primeiro trimestre de 2018. Do total de vagas, 40 serão para o cargo de médico veterinário (Defesa Animal) e 10 para engenheiros agrônomos (Defesa Vegetal). Na ocasião, o governador também entregou 22 ensiladeiras, beneficiando 20 municípios do Agreste e Sertão, além de uma moto e de 11 kits de inseminação artificial. Os equipamentos promovem a inclusão produtiva, melhoria da renda e das condições de sobrevivência do homem do campo, com foco na bacia leiteira do Estado. Para o secretário de Agricultura e Reforma Agrária (Sara), Nilton Mota, a avicultura de Pernambuco vive um grande momento com as ações anunciadas pelo governador Paulo Câmara. “Assim como a educação, somos referência na avicultura no Norte e no Nordeste do País. Sabemos que o Brasil não vive um bom momento, mas os atos assinados pelo governador trazem um novo momento para Pernambuco no segmento avícola”, pontuou Mota. Prefeita de São Bento do Una, Débora Almeida agradeceu ao governador e assegurou que, hoje, a avicultura respira com mais tranquilidade. “O segmento vem crescendo muito com esse empenho do Governo do Estado. O governador Paulo Câmara sempre muito atencioso com o povo de São Bento do Una”, afirmou a prefeita. Também estiveram presentes o vice-governador e secretário de Desenvolvimento Econômico, Raul Henry; o chefe de gabinete, João Campos; o presidente do Instituto Agronômico de Pernambuco (IPA), Gabriel Maciel; os deputados estaduais Claudiano Filho e Romário Dias; e prefeitos da região. (Por Blog do Governo do Estado de Pernambuco)

Paulo Câmara anuncia conjunto de ações e fortalece agropecuária de Pernambuco Read More »

Agropecuária gerou mais de 36 mil novos postos de trabalho no mês de junho

Esta semana foi marcada por importantes datas referentes à agricultura brasileira, culminando hoje (28) , no Dia do Agricultor. O setor, que é um dos principais da economia do país, engloba desde o agronegócio a agricultura de subsistência, envolve também movimentos sociais, indígenas, quilombolas, agricultores familiares, em uma produção capaz de abastecer grande parte do mercado interno e ter desempenhos de destaque no mercado externo. A Lei que instituiu a agricultura familiar no Brasil, Lei nº 11.326/2006, completou 11 anos na segunda-feira (24). Na terça-feira, foi comemorado o Dia da Agricultura Familiar. Os dados do setor são representativos. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apesar da crise, o setor agropecuário como um todo teve um avanço de 1% do Produto Interno Bruto (PI B) no primeiro trimestre deste ano. O PIB do setor cresceu 13,4% na comparação com o último trimestre do ano passado, no melhor desempenho em termos trimestrais desde 1996. Em termos de geração de empregos, a agropecuária teve o melhor saldo (diferença entre admissões e demissões) entre os setores econômicos, com 36.827 novos postos, conforme os últimos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados. Além da agricultura, apenas a administração pública teve saldo positivo, de 704 novos postos. Os demais setores tiveram mais demissões que admissões. Já a agricultura familiar faz a comida chegar até a mesa de cada brasileiro; produzindo mais 50% dos produtos da cesta básica. “O agricultor, além de fazer a diferença para a produção, é quase um geneticamente modificado, porque tem muita coragem de pegar todos os seus recursos do ano, jogar no chão como semente, esparramar bem - não tem jeito de juntar - e depois ficar ali, torcendo para chover, para não chover, para receber na hora de vender. É um cidadão muito corajoso, que faz muita diferença para a humanidade", diz o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Blairo Maggi. Para este ano é esperada uma safra recorde de grãos, com a produção de 237,2 milhões de toneladas, um aumento de 27,1% ou 50,6 milhões de toneladas frente às 186,6 milhões de toneladas da safra passada, de acordo com a última estimativa da Companhia Nacional de Abastecimento. Agricultura Familiar Segundo dados do último Censo Agropecuário, a agricultura familiar representa 84,4% dos estabelecimentos agropecuários brasileiros e é o setor responsável pela base econômica de 90% dos municípios com até 20 mil habitantes e responde por 38% do valor bruto da produção agropecuária nacional. Esses agricultores ocupam um quarto da terra agrícola, mas produzem 87% da mandioca do país, 69% do feijão, 59% dos porcos, 58% dos lácteos, 50% dos frangos, 46% do milho, 33,8% do arroz e 30% do gado do Brasil. "O agricultor familiar tem um papel importante no desenvolvimento do nosso país, conquistou [desde o governo de Fernando Henrique Cardoso] políticas públicas e reforçou economicamente o setor. Tivemos uma melhora significativa nas condições de vida do agricultor familiar", diz o coordenador-geral da Confederação Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura Familiar do Brasil, Marcos Rochinski. Rochinski, no entanto, diz que o setor está preocupado com a perda de benefícios devido à extinção do Ministério do Desenvolvimento Agrário, transformado no governo de Michel Temer na Secretaria Especial de Agricultura Familiar e do Desenvolvimento Agrário e no contingenciamento de recursos, que de acordo com a Confederação, chegou a 47% em determinadas políticas. "Nossa posição é tradicionalmente mais comemorativa, mas esse ano é mais de protesto, para trazer a tona que estamos perdendo os investimentos. Não é à toa que alguns números começam a dizer que a fome volta a assolar e ser presente no meio rural, coisa que tínhamos conseguido eliminar. Tivemos melhoras significativas, mas nesse momento, estão todas em risco", diz. Segundo a Secretaria Especial de Agricultura Familiar e do Desenvolvimento Agrário, foram disponibilizados R$ 30 bilhões para serem investidos na safra 2017/2018, como prevê o Plano Safra da Agricultura Familiar 2017/2020, lançado em maio deste ano. "Acreditamos que há um aumento na participação da agricultura familiar no contexto geral da agricultura brasileira. Para se ter ideia, o Pronaf [Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar], em 2006, disponibilizava R$ 7 bilhões, hoje, são R$ 23 bilhões. Triplicou em dez anos", ressalta o subsecretário da Secretaria de Agricultura Familiar e do Desenvolvimento Agrário, Everton Augusto Paiva Ferreira. Disputas O campo também é palco de disputas. Esta semana, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) encampou a Jornada Nacional de Lutas pela Reforma Agrária, que teve início no último dia 25. O movimento ocupou terras do ex-deputado e ex-ministro do Turismo Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), do empresário Eike Batista, do ex-presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) Ricardo Teixeira e do grupo Amaggi, da família de Blairo Maggi, entre outras. Em nota, o MST diz que ocupou terras de pessoas acusadas, no cumprimento de função pública, de atos de corrupção, como lavagem de dinheiro, favorecimento ilícito, estelionato e outros. O movimento, que tem suas origens em organizações que existem no país desde meados do século 20, reúne hoje cerca de 350 mil famílias, segundo o próprio MST. O grande assunto é a reforma agrária, com a desapropriação ou compra de latifúndios improdutivos pela União e redistribuição das terras para famílias que deverão usá-las como meio de sustento. Segundo o MST, isso permitirá a reestruturação não só da concentração da propriedade da terra no Brasil, mas do jeito de produzir. (Agência Brasil)

Agropecuária gerou mais de 36 mil novos postos de trabalho no mês de junho Read More »

Inovações no campo constroem perspectivas para a pecuária

Pernambuco pode não ter as melhores condições climáticas para criação de animais, mas tem tecnologia e inteligência para garantir o desenvolvimento do setor. Os segmentos com maior perspectiva no Estado são os de caprinocultura e ovinocultura em razão da adaptabilidade desses animais ao trópico semiárido já culturalmente arraigados a essa região. Em ambos, um diferencial é a atuação de empresas que se destacam na seleção genética para melhoria dos rebanhos. A expectativa de crescimento do consumo da carne desses animais no País, onde culturalmente o bovino segue predominando, e a perspectiva de melhoria da economia brasileira são sinais positivos do mercado para o setor, que projeta voltar a crescer no segundo semestre deste ano. Mesmo em meio à seca, o número de caprinos e ovinos em Pernambuco está em crescimento. O efetivo somado desses rebanhos saltou de 3,4 milhões em 2012 para 5 milhões em 2015, segundo último levantamento concluído do IBGE. Para dar maior competitividade aos rebanhos pernambucanos, há quase duas décadas surgiu em Gravatá o Rebanho Caraotá, com a proposta de fazer o melhoramento genético dos animais. O fundador visionário Luiz Felipe Brennand, em 1998, observou uma possibilidade de desenvolver ovinocaprinocultura como agronegócio. “Apesar de o Nordeste ter historicamente uma grande quantidade de caprinos e ovinos, ele percebia que era uma atividade informal. A partir dessa visão ele vislumbrou o trabalho de melhoramento genético. Meu pai queria selecionar animais para que outras pessoas, os criadores para corte e leite, se beneficiassem dessa seleção genética e se utilizassem do nosso rebanho para melhorar o deles”, explica Luíza Brennand Campos, uma das proprietárias da empresa. A partir daquele ano foram importados animais das raças dorper (ovino) e boer (caprino), além de ser realizado um trabalho de melhoramento genético da raça Santa Inês, típica da região. Essa atividade consiste na venda de animais puro de origem ou do seu sêmen para que os criadores consigam reproduzir crias que cresçam mais rápido e ganhem mais peso. Outro player em destaque é o Rebanho FTI, com sede em Bezerros. Dirigido pelo presidente da Associação Pernambucana de Criadores de Caprinos e Ovinos (Apecco), João Carlos Paes Mendonça Tavares de Melo. “O foco é ter animais com melhor potencial genético e vendê-los para criadores que produzem carne. Eu vendo um reprodutor para um criador que tem 50 matrizes, por exemplo. Esse trabalho vai melhorar o peso do animal ao nascer. E o peso para abate vai ser atingido mais rápido. O resultado é conseguir um animal de melhor qualidade e num tempo menor. Menos gasto e mais precocidade”. O empresário salienta que o setor se desenvolveu e atualmente realiza inseminação artificial, transferência de embriões e fertilização in vitro. “O uso dessas novas tecnologias acelerou bastante o processo de crescimento e melhoria dos rebanhos”. A FTI comercializa tanto animais já nascidos, quanto embriões e sêmen, produtos com mercado crescente comercializados no País. Os empresários apostam no aquecimento do mercado já no segundo semestre de 2017. “O maior desafio deste ano é continuar resistindo à seca prolongada, na expectativa do término deste ciclo e potencializar nossa genética preservada. Apesar da crise financeira, já sinto os criadores mais animados”, afirma o presidente da Apecco. Ele ressalta que o resultado das exposições no Estado tem sido relevantes. O Rebanho FTI tem como meta voltar a realizar eventos em 2018, com uma exposição e um leilão. Uma das ações do Rebanho Caraotá para potencializar o mercado tem sido com uma forte atuação online. Além do uso das redes sociais para divulgação, o leilão virtual é a novidade. “Conseguimos assim atingir pessoas de fora da região. É uma tendência que vem crescendo muito nos últimos anos porque é um evento mais barato que o presencial e porque o comprador tem acesso a animais do País inteiro”, declara Helena Jatobá Brennand, proprietária da empresa. Em breve será implantada uma loja online no próprio site do Caraotá. Além da perspectiva de melhoria da economia brasileira e do uso das tecnologias digitais para impulsionar negócios no setor, outra tendência é o aumento do consumo de carnes de ovino e caprinos. “Sabemos que o consumo está subindo. Nos restaurantes está cada vez mais comum. As pessoas têm experimentado mais carnes de cordeiros e cabritos”, ressalta Luíza Brennand Campos. Estudo recente da Embrapa identificou também um aumento da competitividade do setor brasileiro de ovinocaprinocultura para exportação de carne, leite e pele. A recente desvalorização da moeda brasileira associada à melhoria genética e aos baixos custos de produção compõem esse cenário de boas perspectivas. BOVINOCULTURA Já na bovinocultura, a criação extensiva situa-se no Centro-Oeste, trechos no Norte e no Sudeste, por possuir extensões de terras e regime de chuvas próprios para o desenvolvimento da atividade. Lá situam-se os grandes criatórios e os frigoríficos que abastecem o País e as exportações. No entanto, um horizonte parece se anunciar com a possibilidade de criação extensiva da Zona da Mata a partir da liberação de terras de declividade acentuada da cultura canavieira imposta pela necessidade de ajustes e mecanização e exigências do meio ambiente, impedindo a queima de cana. A perspectiva da implantação de um frigorífico de porte entre os municípios de Escada e Ribeirão dará âncora a esse segmento. “Outro campo que tem possibilidade de crescimento é a bovinocultura seletiva da genética através da exportação de sêmen e embriões para países de clima tropical da África, América do Sul e Central, com clima semelhante ao nosso e que não possuem os mesmos avanços genéticos já alcançados aqui, carecendo, no entanto, de apoio institucional para essa efetivação”, afirma Carlos Fernando Pontual, que atua na seleção genética de bovinos. (Por Rafael Dantas)

Inovações no campo constroem perspectivas para a pecuária Read More »