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Alzheimer

Estudo indica que azeite previne Alzheimer e ajuda a memória

Descoberta aponta que o azeite de oliva extravirgem tem efeito protetor sobre os trabalhos proteicos do organismo, fazendo com que o alimento contribua para tratamento e prevenção do Alzheimer. Os pesquisadores apontam que o produto ativa um processo de autofagia, que remove toxinas e outras substâncias degenerativas associadas à doença. No Brasil, segundo a Associação Brasileira de Alzheimer, mais de 1 milhão de pessoas sofrem com a demência. Já o Ministério da Saúde afirma que 11,5% das pessoas acima de 65 anos sofrem do mal. Por isso, o desafio agora é encontrar o ponto certo de consumo para ajudar a impedir a degeneração do cérebro. Além de ajudar no combate ao Alzheimer, como mostra a pesquisa, o azeite auxilia na dieta alimentar. Para o nutricionista Lucas Oliveira, “para termos uma alimentação saudável, a recomendação é consumir nas refeições as gorduras insaturadas, presentes por exemplo no azeite, no abacate, nas oleaginosas, e também o consumo de ômega 3, que é um tipo de gordura insaturada e está presente em alimentos como atum, salmão, chia e linhaça”. O azeite ainda é hábil na remoção de colesterol dos vasos e evita a oxidação da versão LDL, conhecido como “colesterol ruim” do organismo. A engenheira de alimentos da Broto Legal Alimentos, Lívia Pereira afirma: “O azeite é uma boa fonte de vitaminas e polifenóis, que são conhecidos por sua ação antioxidante, o que ajuda na defesa do HDL, garantindo uma boa ação”. O alimento é melhor que frutas e vegetais sozinhos, dado que a gordura vegetal monoinsaturada é mais saudável que gorduras animais saturadas. E por que o extravirgem? Porque quanto mais puro o azeite, maior será a quantidade de componentes benéficos a saúde.

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Diagnóstico precoce pode melhorar qualidade de vida de pacientes com Doença de Alzheimer

Já existem mais de um milhão e seiscentas pessoas acometidas pelo Alzheimer no Brasil, segundo dados da Associação Brasileira de Alzheimer (ABRAz). A previsão é de que o número de casos no mundo atinja 135,5 milhões até 2050, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). O dia 21 de setembro é Dia Mundial da Conscientização sobre a Doença de Alzheimer, por isso, ao longo de todo o mês, diversos órgãos e instituições do Brasil realizam uma campanha para promover os cuidados com a saúde dos idosos e informar sobre a patologia. Com o aumento da expectativa de vida da população e, consequentemente, do número de idosos no País, é preciso cada vez mais que as famílias estejam informadas sobre a doença, para que seja feito o diagnóstico precoce, elemento que é essencial para proporcionar um aumento na qualidade de vida dos pacientes. O Alzheimer é uma doença neurológica degenerativa, progressiva e irreversível, caracterizada por perdas graduais da função cognitiva (atenção; concentração; raciocínio; memória), e distúrbios do comportamento (agressividade; irritabilidade) e afeto. A doença é o tipo de demência mais comum e reduz a capacidade de trabalho e relação social, interferindo no comportamento e na personalidade do indivíduo. A terapeuta ocupacional e coordenadora do Núcleo da Terceira Idade da Holiste, Michelle Campos, aponta que o prognóstico da doença de Alzheimer é difícil, pois a patologia progressivamente vai incapacitando o indivíduo, e interferindo na realização de tarefas básicas, como se vestir, tomar banho, alimentar-se, dentre outras. Michelle explica que ocorrem diversas alterações na cognição, no comportamento e no humor do paciente. Um dos sintomas mais típicos do mal de Alzheimer é a perda da memória. “Geralmente a memória antiga é preservada por mais tempo, porém os fatos que acontecem recentemente são esquecidos facilmente”, pontua. O psiquiatra da Holiste, André Gordilho, salienta que nem sempre é fácil chegar ao diagnóstico rapidamente e reforça o papel da família. “Na grande maioria dos casos, o idoso só procura ajuda especializada quando uma outra pessoa percebe os sintomas e tem a iniciativa de agendar uma consulta, não raro à contragosto do paciente. Essa teimosia característica da terceira idade deve ser observada com atenção, pois, muitas vezes isso já é sintoma”, observa. O médico enfatiza que a melhor forma de abordar o idoso é com carinho, tentando apresentar a situação. Segundo Michelle Campos, o tratamento indicado para estes pacientes é no intuito de retardar o avanço da doença. “O objetivo da terapêutica é retardar a evolução e preservar, por mais tempo possível, as funções cognitivas, a autonomia e independência na realização das atividades de vida diária. Além de planejar uma rotina, promover integração social e realizar orientação familiar”, explica.

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Com o envelhecimento populacional, doença de Alzheimer deverá aumentar nas próximas décadas

Nesta sexta-feira, 21, é celebrado o Dia Mundial de Conscientização sobre a Doença de Alzheimer. Segundo estimativas da Alzheimer’s Disease International (ADI), federação que representa mundialmente 85 entidades, as demências afetam mais de 47 milhões de pessoas em todo o mundo. No Brasil, são estimados 55 mil novos casos de demências todos os anos, a maioria decorrentes do Alzheimer. O presidente da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG), o geriatra Carlos André Uehara, chama a atenção para o fato da população brasileira estar envelhecendo de forma acelerada. “Na Europa, a transição demográfica foi um processo muito mais longo do que está acontecendo no Brasil. Em menos de 100 anos nós praticamente duplicamos a expectativa de vida”, explica. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, há 28 milhões de pessoas acima dos 60 anos em 2018. Até 2060 este número subirá para 73 milhões. A projeção da ADI é de que já foram gastos mais de 818 bilhões de dólares para o tratamento de demências no mundo, soma que deve chegar a 1 trilhão ainda em 2018. No Brasil, não há dados oficiais sobre quanto que é gasto para tratar o Alzheimer ou outras doenças cognitivas, porém a tendência é que os custos aumentem nos próximos anos, segundo o coordenador do programa de Residência Médica em Geriatria do Hospital de Clínicas de Porto Alegre, Renato Bandeira de Mello. “Pensando em saúde pública e otimização do manejo do transtorno cognitivo leve e da doença de Alzheimer, é fundamental que se mude o modelo de assistência atual para tratamento de doenças neurodegenerativas, desenvolvendo ações interprofissionais que melhorem a funcionalidade e qualidade de vida desses pacientes e seus familiares ”, diz Mello, que também é diretor científico da SBGG. “O Sistema Único de Saúde apresenta foco predominante na cura e controle de doenças depois de seus diagnósticos ao invés de evitá-las. Diante do rápido envelhecimento populacional e estimativas alarmantes a respeito das síndromes demenciais, urge incremento de ações preventivas”, complementa Uehara. Atendimento na rede pública O diagnóstico da Azheimer é clínico, ou seja, depende da análise de um médico geriatra ou neurologista para avaliar a capacidade cognitiva do indivíduo. Entretanto, a SBGG alerta para a falta de especialistas capacitados para o diagnóstico de demências em pacientes com 60 anos ou mais. Segundo a Demografia Médica, feito pelo Conselho Federal de Medicina, há 1.817 geriatras no país em 2018, sendo que 60% estão na região sudeste. Atualmente há um especialista para cada 15,4 mil idosos, número muito abaixo do recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), de um geriatra para cada mil idosos. No Brasil, mais de 14 milhões de idosos dependem exclusivamente do Sistema Único de Saúde, que neste mês completou 30 anos. “Não haverá exércitos de especialistas para atender esta demanda”, diz Mello. Uma das soluções será a capacitação de profissionais de saúde para identificar quais idosos possuem maior risco de adquirir algum tipo de demência. Treinamento que já existe, mas que é muito incipiente, segundo Renato. “Isso deveria ser um foco importante pensando em saúde pública e imaginando que o diagnóstico e prevalência da doença deverá aumentar nas próximas décadas”, diz. Se há poucos especialistas para diagnosticar a doença, há ainda menos profissionais para tratar o paciente de forma adequada. Apesar de não ter cura, os indivíduos com algum tipo de demência respondem de forma positiva quando há um trabalho multidisciplinar com psicólogos, nutricionistas, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, fonoaudiólogos e enfermeiros, entre outros, apontam os especialistas da SBGG. Segundo Renato, “o suporte de tratamento e reabilitação desses pacientes ainda é precário no sistema público, concentrado predominantemente em centros universitários.  Atualmente há poucos centros de referência que possuem este tipo de infraestrutura que ofereça tratamentos integrais à doença”. Uma doença desigual Apesar do Alzheimer afetar pessoas de diferentes classes sociais, a baixa escolaridade é um dos fatores de risco para o surgimento de demências após os 60 anos. Isso ocorre porque o ensino formal contribui para a criação de redes neurais mais complexas e estimula o cérebro a elaborar uma reserva funcional maior que será gasta ao longo da vida. Ou seja, um indivíduo que frequentou o ensino superior possui menos chances de adquirir de forma precoce Alzheimer ou outra doença neurodegenerativa do que o indivíduo que foi instruído apenas até no ciclo básico. Segundo o relatório Education at a Glance 2018, publicado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), a educação primária no Brasil é universal e atinge 100% das crianças acima dos 6 anos de idade.  Entretanto, a porcentagem de adolescentes (entre 15 e 19 anos) e jovens adultos (entre 20 e 24 anos) matriculados em qualquer nível de ensino cai para 69% e 29%, respectivamente. “O maior nível de escolaridade, assim como a maior prevenção e controle de outros fatores de risco, tem contribuído para estagnar a incidência dessa doença nos países desenvolvidos”, explica Mello. Nem todo esquecimento é Alzheimer Vários fatores podem influenciar na memória, como a visão, a audição, a atenção, a concentração, a motivação, o humor, a cultura e as aptidões natas como a facilidade que cada um tem para lembrar-se de rostos e nomes, por exemplo. O uso de medicamentos e algumas doenças clínicas, neurológicas e psiquiátricas podem prejudicar o funcionamento correto da memória. Alzheimer e outras patologias neurodegenerativas devem ser acompanhadas de perda funcional do cérebro, afetando tarefas rotineiras e progressivamente tornando o idoso mais dependente. Os exames clínicos são solicitados para comprovar ou excluir causas de demências secundárias, como lesões cranianas, isquemias, sinais de acidente vascular cerebral ou tumores cerebrais, além de analisar outros problemas de saúde que podem impactar na capacidade funcional do cérebro, como falta de vitamina B12, mau funcionamento da tireoide e doenças infecciosas. Sobre a SBGG A Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG), fundada em 16 de maio de 1961, é uma associação civil sem fins lucrativos que tem como principal objetivo principal congregar médicos e outros profissionais de nível superior que se interessem pela Geriatria e Gerontologia, estimulando e apoiando o desenvolvimento e a

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Idade avançada e baixa escolaridade favorecem aumento dos casos de Alzheimer

Causa mais comum de demência, a Doença de Alzheimer é uma enfermidade incurável que tem se tornado cada vez mais frequente, tornando-se um problema de saúde pública e comprometendo a qualidade de vida das pessoas acometidas. Mas não são apenas os portadores da doença que sofrem os efeitos da perda de memória. Seus familiares também sentem esse baque. “Eles necessitam conciliar suas rotinas, estando presentes no cuidado com esses pacientes que perdem progressivamente sua independência para atividades cotidianas e, nas fases mais avançadas da doença, perdem a capacidade de cuidar de si mesmos”, explica a geriatra Andréa Figuerêdo, do Hospital Esperança Olinda. A profissional explica que a incidência de demência aumenta exponencialmente com a idade, que se torna então um fator de risco importante para o desenvolvimento do Alzheimer. “Estudos científicos demonstraram que quanto maior a idade, maior a chance de apresentar a doença”, afirma. Por isso, a importância de se manter atento aos sinais clínicos da Doença de Alzheimer, de modo a tratá-la ainda nas fases precoces e, com isso, retardar os efeitos das perdas causadas pela doença. Conforme explica Andréa Figuerêdo, o primeiro sinal da doença é o comprometimento da memória. Em especial, para fatos recentes. “O indivíduo pode esquecer compromissos, de dar recados, de realizar pagamentos, pode repetir histórias e perder objetos”, diz a médica. “A memória para fatos passados encontra-se preservada nas fases iniciais, podendo ser lembrada com maior frequência do que os fatos recentes. Progressivamente, o paciente apresenta dificuldade de gerir sua vida e manter independência para as atividades cotidianas, como tomar remédios, cuidar das finanças, arrumar a casa e usar o telefone”, completa. Pode haver ainda alteração do humor e do comportamento associados, como depressão, irritabilidade e ansiedade. Apesar de não existirem evidências científicas de algo específico que possa evitar a Doença de Alzheimer, existem alguns fatores de risco conhecidos. São eles: idade (quanto maior a idade, maior o risco de apresentar a doença), fatores de risco cardiovasculares (como hipertensão, diabetes, obesidade, sedentarismo e dislipidemia que é o aumento do colesterol no organismo), histórico familiar de parente do primeiro grau com Doença de Alzheimer diagnosticada antes dos 65 anos e portadores de Síndrome de Down. “Outro fator de risco considerado importante para o desenvolvimento da doença é a baixa escolaridade. Assim, a melhoria no acesso das pessoas à educação poderia ser mais um fator protetor contra o desenvolvimento da doença”, revela a geriatra, que indica a adoção de um estilo de vida saudável, que inclua dieta e exercícios físicos regulares, como forma de minimizar o risco associado ao desenvolvimento da Doença de Alzheimer e outros tipos de demência. Tratamento – No que diz respeito ao tratamento do Alzheimer, o Hospital Esperança Olinda conta com um Ambulatório do Esquecimento, que funciona às quintas-feiras pela manhã e atende pessoas com problemas relacionados à memória. O local atende de 6 a 8 pacientes por semana, encaminhados por outros profissionais ou a partir de demanda espontânea, que passam por testes que avaliam a memória já na primeira consulta, bem como por exames complementares (ressonância magnética, tomografia de crânio e exames laboratoriais) para auxiliar na avaliação do problema a partir do rastreio de possíveis causas de demência reversíveis com o tratamento adequado. “Dispomos de avaliação neuropsicológica que realiza testes cognitivos mais detalhados para avaliar o comprometimento da memória. A terapia ocupacional também faz parte da equipe e, através de consultas periódicas, orienta os pacientes e familiares na estruturação e organização da rotina das atividades do dia a dia desses pacientes, de forma a preservar, dentro do possível, a autonomia e independência, minimizando as perdas decorrentes do prejuízo da memória”, explica a geriatra Andréa Figuerêdo, do Hospital Esperança Olinda.

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Muito além do esquecimento

Doença neurodegenerativa que provoca diminuição das funções cognitivas, o Alzheimer atinge cerca de 35,6 milhões de pessoas no mundo. No Brasil, são estimados 1,2 milhão de casos, de acordo com a Associação Brasileira de Alzheimer (Abraz). Inicialmente, a doença pode se apresentar apenas com esquecimentos, principalmente para fatos recentes. Com a evolução, haverá prejuízo na orientação, atenção, linguagem e outras funções cognitivas. A doença atinge, normalmente, pessoas acima dos 60 anos. Daí a dificuldade inicial do diagnóstico, pois os sintomas podem ser confundidos com o processo natural de envelhecimento – o esquecimento, sobretudo. “Uma avaliação clínica, levando em consideração o histórico do paciente e a realização de exames para a exclusão de outras doenças, se faz necessária para diagnosticar o Alzheimer. Quanto antes for identificada, maiores serão as chances de controlar os sintomas e retardar o avanço da doença”, explica a chefe da Neurologia do Hospital Esperança Recife, Carolina Cunha. A ciência ainda desconhece as causas do Alzheimer, mas sabe-se que as perdas neuronais acontecem gradativamente, subdividindo a doenças em três estágios: inicial, intermediário e avançado. A idade é o principal fator de risco. Após os 65 anos, o risco de desenvolver a doença dobra a cada cinco anos. Apesar de não ter cura, o tratamento permite melhorar a qualidade de vida do paciente e da família, já que a doença acaba atingindo o convívio social. “O paciente com Alzheimer tende a perder habilidades – como a capacidade de compreensão – e a autonomia para realizar tarefas corriqueiras, como pagar contas e fazer compras, por exemplo. Por isso é fundamental que a família se prepare para atender as necessidades de cuidados – alimentação, higiene, segurança – que poderão surgir”, aponta a neurologista. O tratamento é realizado a partir de medicamentos e de atividades que estimulam as funções cognitivas, como jogos e atividades físicas.

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Campanha exibe filme sobre Alzheimer

Para conscientizar a população sobre a doença e alertar para a importância do diagnóstico precoce, a Associação Brasileira de Alzheimer (ABRAz) promove o Mês do Alzheimer em setembro, em parceria com o Aché.  Entre as atividades está a exibição nesta semana e na próxima do filme "Para Sempre Alice", com a atriz Juliane Moore, que aborda a doença. Após as sessões haverá um debate com profissionais de saúde. No mundo, cerca de 45 milhões de pessoas são impactadas pela Doença de Alzheimer (DA), segundo estimativa da organização Alzheimer's Disease International (ADI). Só no Brasil, a doença impacta 1,2 milhão de pessoas. Em todo o Brasil, serão cerca de 100 iniciativas em 18 estados em que a ABRAz atua, com atividades durante o mês. No Recife e em Olinda (PE), a campanha contará com ações informativas sobre o tema, grupo de apoio, além de mobilização no Dia Mundial da Doença de Alzheimer - 21/9 (mais informações abaixo). Em 2016, a ABRAz está presente nas cinco regiões do país, atendendo mais de quatro mil familiares por mês. As ações promovidas em todo o Brasil buscam chamar a atenção da sociedade e dos governos para a situação da Doença de Alzheimer no país e para os direitos dos doentes. "Também é fundamental alertar para os problemas enfrentados pelos cuidadores, que são pessoas que contribuem com o tratamento dos pacientes, sejam familiares ou profissionais", explica Maria Leitão Bessa, presidente da ABRAz. Segundo Thais Cuperman Pohl, neurologista e gerente Médica da área de Sistema Nervoso Central do Aché, um dos efeitos mais preocupantes da doença é a perda do funcionamento cognitivo. "A Doença de Alzheimer responde pela metade das causas de demência no mundo", afirma. De acordo com a ADI, a cada quatro segundos um novo caso de demência é detectado no mundo – e a previsão é de que, em 2050, haja uma ocorrência a cada segundo. Para a especialista, a campanha é fundamental, pois leva informações para as pessoas lidarem da melhor forma com a doença e alerta para a busca pelo diagnóstico precoce e o tratamento. "No Brasil, apenas 14% da população com a doença recebe tratamento adequado. Se detectada no início da doença, a progressão da DA pode ser desacelerada e os sintomas da doença podem ser melhor controlados, permitindo que o indivíduo viva com mais qualidade de vida", explica Thais.   Programação de atividades em Pernambuco:   Grupo de Apoio Exibição do Filme "Para Sempre Alice" Data: 19/9 Moderadores: Dra. Luisiana Lamour (Nutricionista), Dr. Igor Bruscky (Neurologista) e Cleonice Albuquerque (Conselheira Familiar) Local: Hospital Geral de Areias. Programa de Atenção ao Idoso. Estância. Recife - PE Horário: 14h30 Mobilização do Dia Mundial de Conscientização da Doença de Alzheimer   Data: 21/9 Local: Praça da Preguiça, Carmo, Olinda. Horário: 8h às 12h Grupo de Apoio   Data: 29/9 Moderador: Dra. Carla Núbia Borges (Geriatra) Local: Hospital da Aeronáutica, Av. Bernardo Vieira de Melo, 606, Piedade, Jaboatão/PE. Horário: 9h

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Cuidador também requer cuidados

Profissionais que atendem pessoas com Alzheimer começam a voltar suas atenções também para o familiar que cuida desses pacientes. A experiência nos consultórios, corroborada por pesquisas cientificas, mostram que os cuidadores familiares vivenciam um nível de estresse tão elevado a ponto de, em muitos casos, afetar a sua saúde. Foi o que constatou o estudo realizado pelo geriatra Alexandre de Mattos na Universidade de Pernambuco (UPE). De acordo com resultados da pesquisa, o cuidador familiar de uma pessoa com Alzheimer tem três vezes mais chances de desenvolver depressão e quatro vezes mais de ficar com ansiedade em comparação com cuidadores de idosos que não têm a doença. “Existem estudos que mostram adoecimento não só psíquico como também aumento de infarto e AVC”, acrescenta Mattos, que é professor da UPE e geriatra do Instituto de Medicina do Idoso. Esse desgaste acontece independentemente de haver ou não um cuidador profissional e da condição financeira da família. “Um profissional não passa pelo mesmo estresse do familiar, que está envolto com uma relação subjetiva e afetiva com o paciente”, ressalta o médico e psicoterapeuta Dival Cantarelli. O primeiro estresse é o próprio impacto do diagnóstico, já que a doença paulatinamente vai afetando a memória e a capacidade de realizar tarefas banais do cotidiano, como tomar banho. É como se a pessoa, aos poucos, deixasse de ser ela mesma e, como explica Cantarelli, não mais representasse o mesmo papel na trama familiar a que todos os parentes estavam acostumados. Foi o que aconteceu com a funcionária pública, Maria Joene Pires, cuja mãe, Quitéria Carolina, hoje com 92 anos, tinha uma participação forte e ativa na família. “Lá em casa era um matriarcado”, resume Joene. Foi muito doloroso para ela e seus irmãos perceberem que a “matriarca” sempre muito “condutora” e presente na vida da casa e dos filhos estava com Alzheimer. “É como se ela começasse a desaparecer. Uma morte em vida”, lamenta. “No início, a gente demora a perceber os sintomas, o que, na verdade, é uma espécie de negação. Depois as coisas vão se esclarecendo, como num processo de decantação”, compara. Um dos sintomas que causa mais estresse emocional é quando a pessoa perde a memória a tal ponto que não reconhece os próprios parentes. “É uma situação delicada, o familiar poderá sentir como se não houvesse afeto”, analisa Cantarelli. Sofrimento vivenciado por Sheila de Almeida Leite, cuja mãe, já falecida, estava com Alzheimer. “Certa vez, ela ficou meio ausente e, de repente, não me reconhecia, ficou estranha, e eu fiquei louca, só chorava. Mas, graças a Deus, no caso dela esse esquecimento durou pouco tempo”, recorda-se.   Além das questões emocionais, há ainda as demandas de cuidar de uma pessoa que não consegue mais realizar ações simples, como trocar de roupa. Mas os sintomas que dão mais impacto, de acordo com Mattos, são os comportamentais. Muitos passam a noite acordados, pode haver agressividade e agitação. Também é comum pacientes perambularem pela rua, sem que os familiares saibam, e se perderem. “Quanto mais intensos e frequentes os sintomas, maior o impacto na saúde do cuidador”, adverte o geriatra. A doença é progressiva, apresenta muitas fases de mudanças de comportamento e o paciente vai piorando gradativamente. “Cada vez que ele muda é pior para o familiar que está cuidando dele”, salienta a geriatra Carla Núbia Nunes Borges. SOLITÁRIO Na maioria dos casos, alguém da família se coloca na função do cuidador, em geral filho ou cônjuge, e carrega sozinho toda a sobrecarga de cuidar do doente. Esse isolamento não acontece, muitas vezes, por simples acomodação dos demais parentes. Alguns enfrentam uma limitação emocional diante da nova realidade. Uma mulher, por exemplo, que durante toda a vida conjugal sentia-se frágil e foi sempre cuidada pelo marido, pode ter dificuldades em perceber que seu forte protetor se encontra numa situação de vulnerabilidade. Sheila, por exemplo, lembra que cuidou sozinha de sua mãe durante o perído de um ano e meio que ficou hospitalizada. “Não contei com ninguém, apenas com cuidadoras a quem eu pagava. Meu irmão não conseguia ir ao hospital, pois não aguentava vê-la internada”. O familiar que se dispõe a ser o cuidador tenta abarcar o atendimento de todas as demandas do parente com Alzheimer. Passa a entrar numa situação de estresse, comprometendo a qualidade de vida, o tempo e até a carreira profissional. Cantarelli ressalta que o Alzheimer tem surgido numa faixa etária cada vez mais precoce e, como muitas mulheres passaram a ter filhos numa idade mais avançada, existem muitos jovens cuidando de pais com essa doença. “Eles, em muitos casos, estão tão imbuídos de salvar seu familiar, que abrem mão dos projetos profissionais, da interação social e da realização amorosa. Às vezes se separam até dos filhos para priorizar aquela ajuda”, relata o psicanalista. “Entram num processo de estresse e podem até ser agressivos com o paciente, sem ter a menor intenção disso”, acrescenta. Não por acaso, muitos acabam doentes, comprometendo sua disposição de cuidar do familiar. É POSSÍVEL PARTILHAR Mesmo diante dessa situação problemática, é possível aliviar a sobrecarga do cuidador familiar. O primeiro passo é partilhar o cuidado com outros parentes e tirar um tempo para si próprio e para o lazer. O que nem sempre é fácil. Muitas vezes o cuidador não se permite ter direito a uma folga. “Existem aqueles que acham que só ele entende o doente e só ele sabe cuidar. Mas é salutar que tenham momentos de lazer, para descansar, renovar as energias e todos os familiares têm que participar”, recomenda Carla Núbia, que também é presidente da Associação Brasileira de Alzheimer (ABRAZ-PE), entidade sem fins lucrativos, formada por profissionais de saúde e familiares de portadores da doença. O objetivo da Abraz é divulgar informações sobre a doença. E, nesse sentido tem ajudado muito os familiares, alertando-os para a importância de partilhar o cuidado com o doente. “Orientamos os familiares sobre o que muda com a doença, como proceder, como reagir, quando interditar. Levamos informações científicas que ajudam no cuidado. Enfatizamos a união da família e

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