Arquivos Cinema Alemão - Revista Algomais - A Revista De Pernambuco

cinema alemão

mqsPyyeDCBAghXyjbw4TfEYwljw

Filme de guerra pré-indicado ao Oscar é destaque na Netflix

Um soldado alemão esfaqueia ferozmente o oponente francês. São as últimas horas da Primeira Guerra Mundial. A imagem do inimigo se contorcendo, pele rubra de sangue que não para de jorrar, faz o alemão cair em si. Lança-se em direção ao moribundo e tenta inutilmente estancar o sangue. Limpa delicadamente o rosto do inimigo com uma das mãos, vasculha o uniforme rasgado pelas punhaladas e, em meio a documentos, encontra uma foto. Nela, esposa e filha do homem que acaba de morrer. A cena é uma das mais fortes de Nada de Novo no Front, filme alemão que estreou recentemente na Netflix. A trama acompanha a jornada de Paul Baumer (Felix Kammerer), um adolescente inebriado pela promessa de reconhecimento e honras que poderá receber ao servir à Alemanha e retornar vitorioso da Grande Guerra. Porém, a realidade do conflito se descortinará e apresentará sua face mais dura e sangrenta. Paul sentirá na própria carne os aguilhões da guerra, uma insana máquina de fabricar viúvas e órfãos de pais e filhos. A direção de fotografia de James Friend cumpre bem o papel de ferramenta na construção da narrativa. Desde as belas imagens de calmaria, logo no início do filme, do lento bailar de árvores seguido do registro de uma raposa amamentando a prole, até o primeiro plano sequência dentro do inferno de poeira e pólvora da zona de combate, cenas pinceladas por um gélido azul que reforça a sensação de angústia. Em dado momento o conflito ganha ares de fantasia na cena em que tanques de guerra, mais parecendo enormes gigantes, surgem no horizonte em meio a grande neblina, avançando imponentes em direção às trincheiras alemães. Os metais da trilha sonora de igual modo colaboram na costura dos momentos de suspense. Nada de Novo no Front é baseado no romance homônimo escrito por Erich Maria Remarque. Com direção do cineasta alemão Edward Berger, esta é a segunda adaptação cinematográfica da obra de Remarque. A primeira, de 1930, ganhou o Oscar de Melhor Filme. Coincidência ou não, a nova aposta da Netflix figura na pré-lista da premiação, divulgada este mês pela Academia.

Filme de guerra pré-indicado ao Oscar é destaque na Netflix Read More »

Crítica| Sequestrando Stella (Netflix)

Após o retorno da série Dark, chega ao catálogo da Netflix mais uma produção alemã, o thriller Sequestrando Stella. Com direção e roteiro de Thomas Sieben, o longa tem uma premissa bem simples: dupla sequestra filha de ricaço em busca de recompensa. Max von der Groeben e Clemens Schick encarnam a dupla de sequestradores, Tom e Vic, respectivamente, e Jella Haase interpreta Stella. Os personagens são mal apresentados, planos, o que atrapalha na identificação do espectador com eles. O foco maior, a princípio, está no planejamento e execução do sequestro. O primeiro ato (geralmente o de apresentação) logo termina e pouco sabemos sobre os personagens.     No segundo ato descobrimos que a ligação entre Tom e Stella vai além da relação sequestrador/sequestrada. A trama segue, a princípio, numa crescente tensão psicológica, que mais adiante vai esvanecendo a cada tentativa frustrada de fuga de Stella. A coisa é tão clichê que, no início, até nos faz desconfiar que em algum momento a história sofrerá uma grande reviravolta. Mas o resultado fica aquém do esperado. Sequestrando Stella é um remake do filme britânico O Desaparecimento de Alice Creed, escrito e dirigido por J Blakeson (A 5ª Onda). Este bem melhor classificado no IMDb, com nota 6,7. A produção alemã alcançou ínfimos 4,9.  

Crítica| Sequestrando Stella (Netflix) Read More »