Arquivos economia - Página 2 de 34 - Revista Algomais - a revista de Pernambuco

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Pequenos negócios, grandes perspectivas

*Por Rafael Dantas As desconfianças com o cenário econômico brasileiro diminuíram no ano passado e já levam a maioria dos empresários (56%) a esperar um crescimento no faturamento superior a 10% para 2024, segundo pesquisa realizada pela Amcham. As micro e pequenas empresas — que representam em Pernambuco 93,63% dos negócios em atividade — também estão otimistas. As principais tendências para impactar os negócios neste ano seguem sendo a digitalização, especialmente com mais uso de inteligência artificial, o trabalho híbrido e a agenda ESG (que envolve práticas ambientais, sociais e de governança). “O setor de micro e pequenas empresas em 2023 já teve uma melhora razoável, saindo da pandemia e com crescimento. Mas há novos fatores que justificam o otimismo, como os investimentos públicos no Estado e a redução da taxa de juros que possibilita maior crescimento nos negócios”, afirmou o superintendente do Sebrae-PE (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), Murilo Guerra. A estabilidade política vivida pelo País, após anos de maior tensionamento, e os bons indicadores econômicos do ano passado, como o controle da inflação dentro da meta, são outros fatores que colaboram para maior previsibilidade do desempenho econômico brasileiro e favorecem os negócios. A recuperação de crédito de milhões de consumidores também entra nessa conta favorável ao crescimento das pequenas empresas. A nova gerente regional da Amcham Pernambuco, Fernanda Angeiras, considera que o ambiente mais sadio de crescimento econômico do Estado e do País, combinado com o processo de retomada após a pandemia global, explicam o otimismo. “Segundo a pesquisa Panorama 2024, realizada pela Amcham, percebemos que os negócios, independentemente do porte, continuam focando nos clientes, investindo na formação de equipes de alta performance e em eficiência produtiva. Isso em diálogo com agendas de inovação”, declarou a gerente da Amcham Regional Pernambuco. Olhando para um cenário mais nacional, ela afirma que a aprovação da Reforma Tributária em 2023 é um dos fatores que vai promover mudanças em todo o mercado e que deve trazer impactos positivos ao mercado. O índice de confiança das micro e pequenas empresas, na última medição do Sebrae, em novembro do ano passado, alcançou 92,8 pontos. O indicador havia começado o ano passado com 84,6 pontos. O humor das MPEs está acima da média geral das corporações que registrou em novembro um indicador de confiança de 91,6 pontos. NEGÓCIOS CADA VEZ MAIS DIGITAIS A 5ª edição da Pesquisa do Sebrae Pulso dos Pequenos Negócios revelou que 74% das MPEs pernambucanas vendem utilizando redes sociais, aplicativos ou internet (como Whatsapp, Facebook e Instagram). Para 35% dos negócios pesquisados, as receitas pelos canais digitais giram entre 25% e 50% do faturamento total. Em 13% dessas empresas, o volume de vendas online gera dividendos superiores aos 50% do faturamento. A comercialização pela internet foi o caminho de muitos negócios durante a crise sanitária que o mundo enfrentou e é uma das razões do otimismo neste ano. A empresária Emília Batista, que leva seu nome para a marca da sua empresa no ramo de confecções de moda fitness, prevê chegar em novos mercados em 2024. Com 14 colaboradores internos e produzindo entre quatro e cinco mil peças por semana, o negócio com sede em Santa Cruz do Capibaribe atravessou a pandemia com um amadurecimento na digitalização das vendas e hoje tem clientes em todo o País. “Nosso maior crescimento foi durante a pandemia. Sempre que atendíamos os clientes, eu já pegava os contatos, fazia um cadastro rápido e nem pensávamos que o Moda Center seria fechado. Já estávamos muito no Instagram. Nessa época, já fazíamos 30% dos pedidos pelo WhatsApp. Com a chegada da pandemia, fiz contato com todos e tivemos a certeza que as vendas online davam certo”, afirmou. Com o maior investimento dos consumidores na saúde, com mais brasileiros procurando se exercitar, as vendas no segmento fitness cresceram e a Emília Batista Store está surfando nessa onda. A antiga loja física virou um ponto de distribuição para as entregas, a empresa investiu em um site e reforçou a comunicação em redes sociais. “Para 2024 nossa meta é aumentar o atendimento online. Nosso foco são as vendas no atacado, mas queremos aumentar o varejo. Queremos também chegar em regiões onde temos poucos representantes”, conta a empresária. Nos planos da marca estão atingir mais forte os mercados de São Paulo e dos Estados da região Sul, além de aumentar o alcance dos clientes da categoria plus size. “Estou otimista. Todo mundo virou a página da pandemia e está em busca de uma qualidade de vida melhor”. POLO DE CONFECÇÕES E SUAPE COM PERSPECTIVAS EM ALTA Além do segmento pujante em que Emília atua, todo o Polo de Confecções do Agreste, que é composto principalmente por pequenas e micro empresas, vive na expectativa de uma melhoria na logística. Um dos grandes investimentos anunciados no ano passado foi para a requalificação e duplicação de 13,2 quilômetros da BR-104. O trecho liga os municípios de Caruaru e Toritama e receberá um aporte de R$ 106 milhões. De acordo com especialistas do Sebrae, essas obras planejadas pelo Governo Estadual para a região podem abrir oportunidades promissoras para o setor empresarial, envolvendo a participação de diversos empreendedores locais. Se o interior do Estado está animado com os investimentos em infraestrutura, outro local que tem uma grande expectativa de um novo ciclo econômico é a região de influência do Complexo Industrial-Portuário de Suape. O anúncio de US$ 17 bilhões para a Refinaria Abreu e Lima abriu um novo horizonte para o polo. “Em Pernambuco há a expectativa de investimentos mais robustos em Suape, o que deve ampliar a circulação de dinheiro na economia como um todo, impactando a maior parte do mercado”, afirmou o consultor da TGI, Fábio Menezes. Ele destaca, inclusive, que as dificuldades de contratação de profissionais e de retenção de talentos podem voltar a acontecer na região. “É possível que vivenciemos uma fração do que aconteceu na época da implantação dos projetos estruturadores em Pernambuco (como a refinaria, a petroquímica, os estaleiros) que é a escassez de

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Pernambuco em busca de um novo modelo de desenvolvimento

*Por Cláudia Santos O modelo de desenvolvimento que até então impulsionou a economia pernambucana não atende mais as complexas demandas contemporâneas. A conclusão é dos participantes da Rede Gestão que realizaram, na semana passada, uma reunião em que discutiram o desafio de formular uma nova visão de longo prazo para Pernambuco. Durante o evento, o consultor da TGI Francisco Cunha destacou que ainda hoje vivenciamos um modelo criado, com muito sucesso, nos anos 1950, quando foi formado um órgão especializado em planejamento, a Codepe (Comissão de Desenvolvimento de Pernambuco), e o projeto visionário elaborado pelo padre dominicano francês Louis-Joseph Lebret (veja o artigo de Francisco Cunha na edição 247). “As evidências levam a crer que esse modelo de desenvolvimento simplesmente esgotou-se, sem que se saiba ainda como será substituído”, constatou o consultor. São evidências como a projetada mudança da matriz energética. A refinaria, prevista pelo Padre Lebret, ainda hoje é um projeto estruturador importante, mas o futuro, sob a ameaças das mudanças climáticas, exige um planeta isento de combustíveis fósseis. E aí? Assim como a crise climática, a transformação digital é outro importante vetor de tendências e a mais radical delas é a inteligência artificial, que já está promovendo disrupções, em especial no mercado de trabalho. “Diversas profissões, já enfrentam a concorrência do ChatGPT. Vamos perder para ele? Essa revolução tecnológica, com certeza, vai tirar o emprego de muita gente”, adverte Francisco Cunha. Para Roberto Montezuma, professor do Departamento de Arquitetura e Urbanismo da UFPE, a atual geração vive uma mudança de milênio que, naturalmente, exige uma transição de paradigmas que não podem ser os mesmos do século passado. “Temos que trabalhar com novos paradigmas ambiental, social (da inclusão e redução das desigualdades) e econômicos (um mercado que leve em conta o meio ambiente)". Soma-se ao desafio de encontrar alternativas para essas tendências, o fato de Pernambuco ter um território exíguo, sem muitos recursos naturais, com boa parte da sua extensão situada no semiárido. Uma região que, além de populosa, corre o risco de acentuar ainda mais seus problemas de escassez hídrica com as mudanças climáticas. Essa é uma situação cujas causas remontam ao passado, quando o Estado foi penalizado por suas lutas libertárias. “Pernambuco foi vítima de uma mutilação territorial sem similar na história do Brasil. Perdeu a Comarca das Alagoas, em razão da Revolução de 1817 e, depois, a Comarca de São Francisco, devido à Confederação do Equador em 1824, que foi uma retaliação do Império”, informou Francisco. Também existem estudos que defendem a tese de que Pernambuco foi prejudicado por uma visão centralizadora da industrialização no Brasil. Na verdade, a partir do Século 19, florescem no Estado as primeiras unidades fabris originadas da transformação dos engenhos em usinas e do beneficiamento pelas tecelagens do algodão cultivado no interior. Na reunião da Rede Gestão, Roberto Montezuma mencionou a tese de doutorado de Aspásia Camargo, professora de sociologia e ciências políticas das UERJ (Universidade Estadual do Rio de Janeiro). Ela defende que no início do Século 20 existiam todas as condições emergentes para a criação de duas centralidades industriais nacionais: Pernambuco e São Paulo. “Mas Getúlio Vargas, segundo estudo de Aspásia Camargo, não acreditava nessa dualidade e escolheu um único centro e, com isso, a Região Metropolitana de São Paulo concentra ainda hoje quase 50% da riqueza nacional”, explicou Montezuma. A industrialização começa a ser retomada com o planejamento da Codepe e do Padre Lebret. Mas o avanço desse processo foi estancado, a partir do momento em que planejar o desenvolvimento deixa de ser prioridade, nos anos 1980, comprometendo o futuro do Estado. “O desmonte dessa cultura do planejamento é, de fato, um processo suicida”, sentencia o arquiteto. Um cenário que preocupa o economista Sérgio Buarque, ao destacar que atualmente Pernambuco já enfrenta problemas relativos à sua produtividade. Na reunião da Rede Gestão, ele mostrou os dados do ranking de competitividade dos Estados do CLP (Centro de Liderança Pública). “A nossa situação é muito ruim. Os 10 primeiros colocados são todos do Sul, Sudeste e Centro-Oeste. O Ceará é o 11º e Pernambuco o 16º. Na versão anterior estávamos em 15º”, lamenta o economista. “Podemos afirmar com alguma segurança que se não melhorarmos a competitividade sistêmica no Estado, não melhoraremos os outros indicadores, a começar pelo PIB per capita”, afirmou acrescentando que a competitividade é um fator importante para atrair investimentos. É POSSÍVEL REINVENTAR Apesar dessa conjuntura desfavorável, Montezuma afirma ser possível reverter esse cenário e baseia seu otimismo em dados da ONU (Organização das Nações Unidas) que confirmam ser factível, no tempo de uma geração, transformar uma cidade, um estado, uma região e um país, com uma visão redentora impulsionando o planejamento de longo prazo. Foi o que aconteceu com Medellín, Barcelona, Lisboa, Singapura, Bogotá, Índia e China. “Um caso emblemático foi Medellín que, nos anos 1990, foi considerada a cidade mais violenta do mundo e em menos de uma geração deu uma virada, transformando-se na cidade mais criativa do planeta. Isso é uma evidência da possibilidade que o território tem de se transformar”, assegura. Para dar essa “volta por cima”, Montezuma recomenda adotar um pensamento inovador e decolonizado. “Decolonizar, como explica a pedagoga Nilma Lino Gomes, diz respeito a um projeto de transgressão histórica da colonialidade, a partir da noção de que não é possível desfazer ou reverter a estrutura de poder colonial. Mas é preciso encontrar meios para desafiá-la continuamente e romper com ela”, conceitua o arquiteto. Ele exemplifica essa ideia ao comentar como se deu a concepção do Projeto Parque Capibaribe, durante o workshop Recife Exchange Amsterdam (RXA), em 2012. O evento reuniu estudiosos e estudantes universitários holandeses e brasileiros para pensar alguns espaços do Recife. A participação de pesquisadores da Holanda ocorreu porque o país já colonizou a capital pernambucana no Século 17 e desenvolveu o seu primeiro plano de urbanização (que aliás é pioneiro no Brasil). Além disso, seu território guarda semelhanças com a cidade. Montezuma conta, porém, que os estudiosos estrangeiros vieram com uma solução pronta, recomendando uma série de ações

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"Com a duplicação da refinaria e a Transnordestina sairemos de uma movimentação de 24 milhões t/ano para 50 milhões".

Inovação é uma característica do Complexo Portuário e Industrial de Suape desde quando foi concebido, ao promover uma integração entre porto e indústria e atrair para Pernambuco projetos estruturadores. Ao completar 45 anos de atividade, Suape consolida sua importância na economia local. A previsão é que neste ano movimente 24 milhões de toneladas de carga, mantendo o patamar de 2022, e exiba um faturamento de R$ 407,3 milhões, o que representa um crescimento de 13,43% comparado aos R$ 359 milhões do ano passado. O presidente Marcio Guiot afirma, nesta entrevista a Cláudia Santos, que a inovação continua a ser um norteador, como nas ações de sustentabilidade. Um dos projetos ainda em concepção prevê uma parceria com a Unesco e as empresas instaladas em Suape, com a possibilidade de elas contribuírem no financiamento da administração do complexo. Guiot está otimista com o salto que o porto dará com a Transnordestina e a duplicação da produção da Refinaria Abreu e Lima. As perspectivas do hidrogênio verde também são motivo de otimismo, embora estados, como o Ceará, tenham tomado a dianteira com projetos em andamento do chamado combustível do futuro. Marcio Guiot afirma que a estratégia de Suape não é a exportação do H2V, como visam os estados vizinhos, mas que o hidrogênio verde seja um atrativo para empreendimentos se instalarem no complexo. “Estamos mais empenhados em atrair empresas que venham beber da matriz energética limpa e que gerem valor aqui”. Qual o balanço que o senhor faz desses 45 anos de Suape? O conceito de Suape nasceu há mais de 50 anos e seus idealizadores tiveram a ideia visionária de construir um porto em uma área que fosse distante do grande centro, mas não muito. Foi concebido de forma que pudesse integrar desenvolvimento com sustentabilidade. Temos um cinturão verde que dificulta a ocupação, bem diferente do que vemos na maioria dos portos brasileiros, principalmente os centenários, nos quais as cidades cresceram no seu entorno, sem o cuidado devido. Em relação a números, conquistamos hoje a liderança na movimentação de granel líquido, consolidando Suape no cenário nacional. No cenário regional, somos líderes no Nordeste na movimentação de contêineres e estamos nos consolidando como hub de veículos. Devemos chegar a 100 mil veículos movimentados este ano, quase dobrando o que movimentamos ano passado. Somos considerados no cenário nacional portuário um equipamento que se destaca na gestão ambiental. Falar de sustentabilidade no cenário portuário é falar de Suape. Somos referência, tudo que é feito para gerir os 59% de área de preservação no complexo é muito diferenciado. Somos conhecidos também como um porto inovador, temos projetos que são reconhecidos no cenário nacional portuário. Na área ambiental, quais as ações realizadas? São várias frentes. Temos iniciativas que se destacaram, como as agendas azul, verde e amarela. Na azul, que é relacionada ao mar, temos o selo Amigo do Oceano. É o terceiro ano que concedemos o selo aos terminais arrendatários que cumprem com a legislação rigorosamente para evitar degradar o oceano. Na agenda verde trouxemos o conceito de SAF (Sistema Agroflorestal) que é novo, uma forma de integrar as pessoas que moram no território para que possam produzir uma agricultura familiar de forma sustentável. Em relação à agenda amarela, no passado, fizemos todo o levantamento de emissões de CO2 do complexo. Este ano terminamos o inventário de captura. Agora, estamos debruçados para ver como conseguimos materializar isso num produto que possa ser revertido em recursos para o complexo e ser reinjetado na gestão do território, chegando até o nível de crédito de carbono, que é algo que ainda precisa ser normatizado no Brasil. Temos o potencial de neutralizar as empresas que estão no território, só precisamos encontrar o melhor caminho para isso. Estamos terminando, no final deste mês, um estudo de materialidade, não apenas de Suape como prioridade portuária, mas de todo o complexo e em cima desse estudo vamos priorizar quais os ODS (Objetivos do Desenvolvimento Sustentável) que vão ser mais aderentes à nossa realidade e traçar projetos. Do ponto de vista social, temos o desafio enorme de lidar com as mais de 17 mil pessoas que vivem no território e que até ano passado não eram previstas no Plano Diretor. Estamos estruturando uma iniciativa junto à Unesco e vamos trazer as empresas para trabalhar essas pautas conosco porque hoje temos Suape sendo um catalisador de demandas e de obrigações que, muitas vezes, não são nossas, são dos municípios. Mas temos as grandes empresas no complexo, cada uma com as suas estratégias de ESG e o que queremos é fazer de uma forma que seja coordenada, centralizada. Acreditamos que trazendo essas empresas mais próximas de Suape, para a gestão do território, além de trazer mais recursos, traremos mais ideias, novas formas de fazer essa gestão. Estamos tentando formatar de maneira que a Unesco se faça presente. Isso dá uma credibilidade para os órgãos reguladores, e para o setor privado também ter essa relação com o público. No passado, Suape não foi concebido prevendo uma taxa de condomínio. As indústrias que não estão na zona portuária se estabelecem aqui, adquirem a área e não propiciam uma receita recorrente que ajude Suape nessa administração do grande condomínio que somos. Queremos fazer isso, não necessariamente batendo na porta e cobrando uma taxa, mas com uma proposta de geração de valor e isso pode ter uma eficácia maior na gestão do território. E com todo o movimento ESG entrando no valuation das empresas, acho que é bem mais fácil de ser recebido hoje do que alguns anos atrás. Vamos agora falar um pouco do futuro. Qual será o impacto da construção do segundo trem na refinaria? A movimentação de Suape nos últimos anos tem variado entre 23 a 25 milhões de toneladas. Temos a capacidade para movimentar mais. No nosso planejamento estratégico vimos que temos dois movimentos importantes para acontecer que vão nos colocar num outro patamar. Um deles é a duplicação da refinaria, que antes de ter o trem 2, terá duas fases que vão acontecer agora

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Dapes Investimentos estima fechar 2023 com 50% de crescimento

A Dapes Investimentos, que agora em 2023 completou 16 anos de atuação no meio financeiro, pretende fechar o ano com um aumento de 50% no seu número de clientes em atendimento. A empresa pernambucana já está presente em 4 capitais (Recife, São Paulo, Natal e Fortaleza), conta com 1500 clientes, R$ 850 milhões em carteira e 40 assessores. A projeção para o fechamento do ano é a presença em mais uma capital, chegar a 1700 clientes e aproximadamente R$ 1 bi em carteira, distribuído em 50 assessores. Atualmente, a Dapes, dirigida pelo sócio-fundador Henrique Vasconcelos (foto), mantém o DNA de investimentos e atende nas áreas de crédito, câmbio e seguros.

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"O Brasil precisa recolocar o setor industrial na sua estratégia de desenvolvimento"

O presidente da Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco (FIEPE), Ricardo Essinger, compartilha sua avaliação sobre o desempenho do setor industrial no primeiro semestre de 2023. Embora o cenário apresente indicadores ainda fracos, há uma expectativa positiva para o futuro, impulsionada pelos avanços do Arcabouço Fiscal e da Reforma da Previdência. Essinger também destaca a importância de fortalecer a indústria nacional e regional, bem como a necessidade de investimentos em infraestrutura, com a expectativa do aguardado Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Confira abaixo a avaliação na íntegra. Qual a avaliação da FIEPE acerca do desempenho no primeiro semestre? Há algum dado setorial relevante no semestre? O cenário do setor industrial pernambucano, de modo geral, está com certo nível de positividade quanto a expectativa. No ambiente interno, a análise dos Indicadores Industriais e a Sondagem Industrial de Pernambuco sugerem uma atividade industrial ainda fraca ao longo do primeiro trimestre de 2023. O último resultado da Produção Industrial de Pernambuco recuou 5,5% na margem e ficou no 13º lugar dentre as 14 federações pesquisas. O Índice de Confiança dos Empresários das Indústria de Pernambuco – ICEI continua acima dos 50 pontos (resultado junho 54,6 p.p.), porém abaixo da média histórica 55,72 p.p. Normalmente, os meses de junho sempre elevam a confiança do empresário pernambucano por conta das festividades juninas. A atividade produtiva, segundo o resultado da Sondagem Industrial de maio, ficou em 43,2 p.p., bem abaixo dos 50 pontos, resultado sendo impactado pelo desempenho das empresas de pequeno porte (40,8 p.p.). A média do ano (janeiro a maio) do índice do volume de produtividade se encontra em torno de 48,1 pontos percentuais. Como o setor avalia o avanço de pautas econômicas nacionais, a exemplo do Arcabouço Fiscal e da Reforma da Previdência? Entendo que o arcabouço fiscal pode permitir que o Banco Central flexibilize a sua política rígida de juros altos. O arcabouço fiscal é um tema relevante para alinhar as expectativas dos agentes econômicos brasileiros e pernambucanos, pois pode promover estabilidade e previsibilidade na condução da economia. É importante fortalecer a indústria nacional e regional, especialmente, diante das dificuldades vividas durante a pandemia. Vimos que é fundamental reduzir a dependência de bens importados e ter uma indústria nacional sólida. O Brasil precisa recolocar o setor industrial na sua estratégia de desenvolvimento. É quase impossível alcançar níveis elevados de desenvolvimento econômico e social sem uma indústria forte. A nossa missão é representar e defender os interesses de todos os industriais brasileiros e pernambucanos, do pequeno ao grande. A valorização do real e a queda da inflação contribuíram para o setor industrial neste semestre? A inflação, medida pelo IPCA, foi de 4,7% no acumulado de 12 meses encerrados em março de 2023, o que significa continuidade do processo de desaceleração iniciado, ainda, no segundo semestre do ano passado. Essa desaceleração é espelho das desonerações tributárias sobre combustíveis, energia elétrica e telefonia, que agem de maneira temporária, mas, principalmente dos efeitos da política monetária restritiva, que impacta a atividade econômica e os preços de maneira mais permanente. De acordo com a projeção do boletim Focus mostra, a inflação de 2023 ainda sofrerá impacto pelo avanço dos preços administrados, sobretudo dos combustíveis, uma vez que a redução desse produto em 2022 se deu pela redução do ICMS, que deverá voltar no decorrer de 2023, no entanto, entre os preços livres, poderá ter uma desinflação na categoria de alimentos, que foi o que mais pesou em 2022 e dos bens industriais, que deverá compensar parcialmente inflação de serviços ainda elevada. Ainda não foi anunciado o novo PAC, qual a expectativa da indústria, especialmente no segmento da construção, sobre esse programa? O Programa de Aceleração do Crescimento – PAC, foi um programa de investimentos em infraestrutura e projetos sociais com o objetivo de impulsionar o crescimento econômico do país e reduzir as desigualdades regionais. E como englobou diversas áreas, como saneamento básico, habitação, transporte, energia, recursos hídricos, entre outras, trará impacto benéfico para o setor industrial. Um conjunto de declarações que anima o setor e todos os demais setores que têm na Infraestrutura um fator essencial para o desenvolvimento de suas atividades. O tema Infraestrutura é convergente com nossa Política Industrial de Pernambuco, é importante frisar, que os convênios de repasse de recursos federais à entes subnacionais avaliem as reais condições de estados e municípios. Da mesma forma, o Novo PAC deve incluir não só as “grandes obras”, em sua maioria de infraestrutura logística, como o trecho Salgueiro/Suape da Transnordestina. O país carece, e muito, de Infraestrutura Social, aí compreendidas as obras de Saneamento, Hospitais, Unidades Básicas de Saúde, Habitação, Escolas, Resíduos Sólidos, Iluminação Pública, entre outras. Em resumo, há condições de o país dar um salto com o Novo PAC, respondendo a uma forte pressão de demandas em quase todas as áreas produtivas. Porém, é fundamental que ele venha alicerçado em um conjunto de medidas que lhe deem sustentação. Qual a expectativa da indústria pernambucana para 2023? Quais as agendas prioritárias no segundo semestre no País e no Estado? Estudo realizado pela FIEPE, o ICEI aponta o índice de Expectativas dos empresários acima dos 50 pontos, o que sinaliza otimismo por parte dos empresários. Esse índice eleva a confiança do empresário industrial de Pernambuco, visto que tem permanecido acima dos 50 pontos. Contudo, abaixo da média histórica que é de 57,91 p.p. O recorte por porte temos um resultado Grande empresas (59,4), média empresas (57,3) e pequenas empresas (57,9) revelando que o otimismo dos empresários pernambucanos para os próximos seis meses está mais intenso. A Reforma Tributária contidas na PEC no 45/2019, na PEC no 110/2019 e no substitutivo da PEC no 45/2019, recém aprovada na Câmara dos Deputados, acarretará redução na complexidade e ineficiência do sistema tributário brasileiro, além da pesada carga sobre o setor industrial, que é um dos maiores entrave ao desenvolvimento industrial no país, contribuindo com a baixa competitividade das empresas nacionais frente às de países com sistemas tributários mais racionais.

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Stellantis faz recorde de market share na América do Sul no semestre e apresenta o Bio-Hybrid

A Stellantis registrou uma receita líquida na sua operação global de £ 98,4 bilhões no primeiro semestre. O desempenho representa um crescimento de 12% em relação ao mesmo período de 2022. A empresa teve 14,4% de margem de lucro operacional no período. O presidente da Stellantis na América do Sul, Antonio Filosa, apresentou um balanço do primeiro semestre da empresa, com alguns dados também do continente. Na América do Sul, a Stellantis registrou uma participação de mercado de 23,7%. No Brasil, o market share do grupo é de 32,3%. A empresa lidera também na Argentina, com 31,2%. Na região se destacam ainda os mercados do Uruguai (24,5) e do Chile (12,1%). O grupo vendeu 411 mil unidades na América do Sul, onde tem uma liderança consolidada. Filosa destacou que entre 2021 e 2025 a Stellantis registrou 43 lançamentos em suas 8 marcas, sendo 17 SUVs, 9 carros de passeio, 9 vans e 8 picapes. "Estamos crescendo todos os meses na América do Sul, o que nos levou a marca histórica de 23,7% de market share no continente. Somos a região de maior market share de todas as regiões da Stellantis, o que é claramente um orgulho para o time, que consegue chegar a resultados históricos e robustos". Ele ressaltou também que as marcas do grupo avançam na Colômbia. Em relação aos carros elétricos, a empresa globalmente teve um crescimento de 24% em relação ao ano anterior. No evento, que aconteceu no parque industrial de Betim, em Minas Gerais, os executivos do grupo apresentaram a estratégia de transição para atingir a meta de descarbonização e apresentaram o Bio-Hybrid. Trata-se da tecnologia de motopropulsão híbrida, que combina energia térmica flex e eletrificação em três plataformas correntes da empresa, oferecendo soluções acessíveis para uma transição mais sustentável na mobilidade. Essas distintas alternativas híbridas poderão ser adotadas de forma flexível em diversos produtos e marcas do grupo. As metas são de reduzir as emissões em 50% até 2030 e atingir net zero (neutralidade de carbono) emissões até 2038. O etanol terá um papel importante nessa transição (Leia mais na reportagem Descarbonização: etanol na transição energética) . “O Bio-Hybrid faz parte da rota tecnológica da mobilidade acessível e sustentável adotada pela Stellantis. Queremos potencializar as virtudes do etanol, como combustível renovável, cujo ciclo de produção absorve a maior parte de suas emissões, combinando a propulsão à base do biocombustível com sistemas elétricos”, declarou Antonio Filosa. STELLANTIS NO BRASIL Sobre os números no Brasil, o grupo Stellantis tem o modelo mais vendido no País (Fiat Strada) e lidera no segmento SUV também, com a Jeep, que tem a frota produzida em Goiana. Nos destaques do semestre foi o anúncio do Rampage, que cresceu 336% de vendas. "O Brasil representa 60% do mercaso sulamericano. Então, a maioria das nossas deciões são feitas para o mercado brasileiro", destacou Filosa. No pacote de novidades de 2023 do grupo, Filosa apresentou os 6 novos veículos já lançados, incluindo o Rampage - produzido em Goiana - e fez segredo sobre a imagem do novo Fiat Strada Turbo, que será apresentado ao mercado ainda neste ano. Para dar suporte às novas demandas de veículos híbridos, a empresa deve anunciar um novo plano de investimentos, mas não tem data ainda para isso. Filosa ressaltou que atualmente a empresa está em meio a um cliclo de investimentos (2018 - 2025) de R$ 16 bilhões (95% no Brasil, sendo metade em Minas Gerais e metade em Pernambuco). "Até 2025 os investimentos já estão previstos, para frente é muito mais dinheiro. De 2026 em diante estamos negociando investimentos com nossos acionistas. Até agora tivemos um bom debate para uma quantia de investimentos muito maior que R$ 16 bilhões. Mas não podemos falar nem quando, nem quanto", declarou o presidente da Stellantis na América do Sul. O último grande investimento na fábrica de Goiana foi para a nova linha da Rampage. PERSPECTIVAS DO GOVERNO LULA "Os dados dos últimos meses são melhores que o mesmo período do ano passado, com bons resultados. O que precisamos observar é como a economia se desenvolve para os próximos anos. Entendemos que a taxa de juros deve começar a cair. O setor imobiliário e as vendas de carro se beneficiam. Somos otimistas em relação a isso. Caindo a taxa de juros, porque a inflação está controlada, entendemos que aumenta o consumo. Tudo começa a se encaixar tendo uma lógica de crescimento para todos", afirma Filosa. As dúvidas do executivo são nas tensões globais, mas as expectativas com o Brasil são otimistas. FUTURO DA STELLANTIS "O principal objetivo que temos a partir de 2030 e para frente é a redução de emissões de CO2. O problema é a excessiva emissão de CO2 na atmosfera. Nosso objetivo é até 2030 chegar a cortar em 50% do que era medido em 2019 e a até 2038 entregar zero. Segundo objetivo, para sustentar o primeiro é acelerar as vendas de carros elétricos. Nós queremos até 2030 queremos chegar a 100% das vendas na União Europeia, a 50% das vendas nos Estados Unidos e a 20% das vendas no Brasil. E o outro é ser líder de experiências positivas de nosso consumidor, seja em qualidade de produto, seja em qualidade dos serviços, onde queremos ser número 1", projetou Filosa. "Já somos financeiramente muito robustos, mas nós queremos crescer e até duplicar a receita líquida em 2030 a receita que tínhamos até 2019. Queremos impulsionar a rentabilidade na América do Sul, pois isso gera mais caixa para investir em espaços e em competências de desenvolvimento de tecnologias de produtos na região". O grupo pretende acelerar o lançamento de novos produtos para consolidar a liderança no Brasil, Argentina, Chile e Uruguai, além de crescer nos demais países. Entre os pilares para o crescimento da empresa no futuro, Filosa destacou a nacionalização do desenvolvimento de componentes e de fornecedores, a descentralização da indústria em todas as regiões do País, além da descarbonização.

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Descarbonização: etanol na transição energética

*Por Rafael Dantas A eletrificação da frota de veículos é uma tendência sem volta em um mundo que luta contra as emissões de carbono. No entanto, a disponibilidade brasileira de etanol e a estrutura socioeconômica do País apontam para uma transição de descarbonização híbrida. O modelo a ser adotado pela indústria automobilística do País tem impacto direto em Pernambuco, visto que o Estado possui tanto uma montadora, em Goiana, como uma das gigantes do fornecimento de baterias, em Belo Jardim, além de ter também tradição no setor sucroenergético, fornecedor de etanol. Diante da pressão global pela descarbonização da mobilidade brasileira, as expectativas do mercado são do aumento da produção de veículos elétricos alimentados a bateria (BEV) e ao etanol. Além dessa aposta de migração para o carro 100% elétrico mais lenta e gradual, a expectativa das empresas do setor e da sociedade civil organizada é de que essa virada comece pelos ônibus. “O Brasil passará por um processo de eletrificação gradual dos seus automóveis. Isso não tem a ver com modismo, mas bastante a ver com a legislação. Ela é também, em muitos casos, indutora de inovação. Tira as pessoas e empresas de uma situação de acomodação para que busquem a inovação”, afirmou Luiz Mello, diretor de baterias industriais, BESS, Lítio e Rede de Serviços da Moura. Apesar das definições serem internas, a agenda de transição é internacional, diante do aquecimento global, com suas previsões catastróficas. “Até 2050 precisamos alcançar a meta de atingir o equivalente a 10% do que emitimos hoje no planeta de CO2. É urgente a mitigação das emissões”, destaca o vice- -presidente de Compliance de Produto da Stellantis na América do Sul, João Irineu. Ao fazer uma comparação entre o cenário do Brasil e do mundo, ele destaca que o País está melhor posicionado mas defende que todos precisam contribuir nessa agenda climática global. “O setor de energia é responsável por dois terços das emissões de CO2 no mundo para gerar energia e transporte. No Brasil é um quarto, porque temos uma matriz energética favorável nesse aspecto. Mais de 85% da nossa energia é renovável, de baixo carbono”, destacou. Dentro do setor de transporte no Brasil, os caminhões são responsáveis por 45% das emissões de CO2, enquanto que os veículos de passeio e comerciais leves representam 41%. Completam essa lista os ônibus, com contribuição de 11%, e as motos, com 3% de emissões. Os números são de um combinado de estudos do SEEG (Sistema de Emissões de Gases de Efeito Estufa), do Observatório do Clima, do Boston Consulting Group e do Cait, ranking global de emissões do World Resources Institute. “Da frota circulante de 44 milhões de carros, 2 milhões são veículos pesados e 42 milhões são veículos leves. Ou seja, 5% da frota é responsável por 56% das emissões”, destacou o diretor da Stellantis. “Todo mundo tem responsabilidade e tem que fazer o dever de casa”. As metas da empresa são, inclusive, mais ousadas do que aquelas assinadas nos compromissos internacionais com o clima. A Stellantis projeta reduzir 50% das emissões catalogadas em 2021 até 2030, quando será feito um novo inventário. Enquanto o mundo tem observado as emissões diretas dos carros (exclusivamente o que sai do escapamento do veículo), há um conjunto de especialistas que têm defendido observar toda a cadeia produtiva do processo de fabricação, desde a extração da natureza ao transporte e matéria-prima dos seus componentes. É um cálculo do poço à roda. Ou seja, nessa conta, o etanol brasileiro possui patamares de emissões bem próximos aos dos identificados em toda a cadeia dos carros elétricos. Daí está a competitividade do setor sucroenergético na pauta de descarbonização. “O CO2 fóssil não é renovável, vai para a atmosfera e acumula. Mas todo CO2 que sai na combustão do motor etanol é capturado pela plantação da cana-de-açúcar da próxima safra. O CO2 que sai da frota que está rodando com etanol ao longo do ano está sendo capturado pela plantação de cana-de-açúcar que está crescendo e que vai gerar o etanol da próxima safra. Ele só não é 100% renovável, mas é baixo carbono porque se usa ainda muita máquina diesel para produzir e distribuir o etanol. Caminhões, colheitadeiras, serviços de irrigação ainda usam diesel. Por isso, o etanol é entre 70% a 80% renovável”, afirmou João Irineu. O presidente do Sindaçúcar-PE, Renato Cunha, afirma que o setor tem avançado em iniciativas para reduzir as suas emissões, bem como tem avançado no desenvolvimento de combustíveis para outros setores. “O setor sucroenergético é pioneiro nessas iniciativas e caminha com avanços no transporte agrícola com o biogás e biometano, também na rota do chamado SAF (sustainable aviation fuel – combustível de aviação sustentável), assim como, no abastecimento verde de combustíveis marítimos. A atividade do setor envolve ciclos de produção sustentáveis, notadamente pela biomassa da cana com seus derivados, que representam cerca de 16% de nossa matriz energética”, afirmou Renato Cunha. Em Pernambuco, a safra que terá início de moagem entre julho e agosto deve resultar em produção e processamento de mais de 14,5 milhões de toneladas de cana e no mínimo um milhão de toneladas de açúcar e em torno de 370 milhões de litros de etanol. Para incentivar o setor, a grande expectativa fica por parte do Renovabio, programa que envolve as distribuidoras de combustíveis e as usinas de etanol e de biodiesel. De acordo com Renato Cunha, o objetivo desse sistema é que as distribuidoras tenham metas de compras de Certificados de Descarbonização para compensação por distribuírem combustíveis fósseis. “Constitui-se em um programa de incentivos aos créditos de carbono, bem consolidado, inclusive com penalidades financeiras para o não cumprimento de metas. Assim, os programas de descarbonização, para terem mais eficiência, necessitam de compromissos bilaterais que não fiquem apenas no voluntarismo das partes”. APOSTA EM CARROS HÍBRIDOS PARA DESCARBONIZAÇÃO Quando colocado na balança todo o processo de produção e uso dos veículos e não apenas os resíduos que saem do escapamento, a contribuição do etanol para a descarbonização dos transportes se aproxima muito do

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Ramal de Suape da ferrovia mais próximo da realidade

União de políticos de diferentes correntes partidárias, da classe empresarial e da sociedade civil organizada começa a dar resultados e cresce a perspectiva de que a obra será realizada com verbas públicas, podendo ter participação da Bemisa numa segunda etapa *Por Rafael Dantas O projeto da Transnordestina percorreu alguns passos, de volta, em direção a Pernambuco. Após a remoção da linha Salgueiro-Suape, em dezembro do ano passado, uma forte articulação empresarial e política está construindo uma alternativa para a retomada das obras. O primeiro vagão a voltar aos trilhos é sobre o financiamento. As sinalizações do Governo Federal são de que o empreendimento em solo pernambucano seja anunciado no PAC 3 - Programa de Aceleração do Crescimento e entre no PPA (Plano Plurianual), que define o orçamento para os próximos anos. Enquanto não acontece o anúncio oficial, o movimento em defesa do transporte sobre trilhos no Estado segue avançando. Nesta semana, 32 organizações empresariais assinaram na sede da Fiepe o documento Pela garantia de conclusão da Transnordestina até o Porto de Suape. É uma locomotiva da sociedade que tem posicionado esse empreendimento como uma prioridade para a economia regional. “A perda desse trecho significa para nós uma mutilação tão grande quanto foi a perda da Comarca das Alagoas e da Comarca do São Francisco, quando das revoluções de 1817 e 1824. Estamos hoje neste momento especial de fazer essa mobilização para que o trecho Salgueiro-Suape seja recolocado no desenvolvimento de Pernambuco”, disse no evento Francisco Cunha, consultor da TGI Consultoria e presidente do comitê de Business Affairs da Amcham Recife, antes da leitura que fez do manifesto das entidades. O tom histórico dado à essa luta estava representado na mesa da Fiepe que reuniu opositores políticos que formaram um consenso em torno da pauta. “A perseverança necessária e a mobilização das bancadas, da sociedade civil e do Governo do Estado fez a gente ser reincluído na fala. A gente precisa agora é ser reincluído no orçamento, para recomeçar a obra com orçamento público pela Infra S.A., que faz ferrovias pelo Brasil”, afirmou a governadora Raquel Lyra (PSDB-PE). A esperança de que o pleito dos empresários será atendido, veio com a fala do senador Humberto Costa (PT-PE). “A decisão sobre a continuidade da Transnordestina está tomada. O presidente nos disse isso”, garantiu durante o evento na Fiepe. “Agora, no final do mês, ou no máximo no começo de agosto, será lançado o novo PAC. A retomada da Transnordestina está garantida ali. Agora, a gente só tem condições de abrir mão de estarmos nos reunindo quando isso estiver devidamente garantido, viabilizado e no orçamento”, ressalvou o senador. Além da sinalização de Humberto Costa de que o empreendimento estará contemplado no PAC, o superintendente da Sudene (Superintendência de Desenvolvimento Econômico do Nordeste), Danilo Cabral, anunciou que no Plano de Desenvolvimento Regional do órgão o trecho pernambucano também está contemplado. “A Sudene, cumprindo seu papel, aprovou, na semana passada, o Plano Regional de Desenvolvimento para o Nordeste. A Transnordestina hoje não significa mais Suape-Salgueiro, significa Pecém. O trecho Suape-Salgueiro vai receber outro nome. Mas a gente reposicionou a ferrovia no nosso plano para, inclusive, fazer parte do próximo PPA. A Sudene é parte obrigatória da solução da questão da Transnordestina. Essa é uma obra da unidade dos pernambucanos, da mesma forma como foi Suape”, comparou Danilo Cabral. Ele lembrou que a superintendência tem mais de R$ 3 bilhões já investidos na atual obra da ferrovia. Outras fontes de financiamento, que foram acessadas pela Transnordestina SA, também estão na mira para a retomada das obras da linha pernambucana, segundo a ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos. “O Fundo de Desenvolvimento do Nordeste também é um dos caminhos para buscarmos os recursos. Aliás, o presidente Lula determinou que é preciso revisitar todos os fundos disponíveis para que não sirvam só para o superávit primário. Mas precisam servir para investir no setor produtivo, gerador de produção de riquezas. Acredito que vamos ganhar mais uma batalha, que é do povo brasileiro”. NOVO COMANDANTE DA LOCOMOTIVA À VISTA Nas últimas semanas cresceram as menções sobre a Infra S.A. (antiga Valec) como a empresa que fará a retomada das obras até que se encontre um parceiro privado para assumir a concessão. Caso não seja viabilizada uma parceria público-privada para o empreendimento, o Governo Federal seguirá como responsável pela construção do trecho pernambucano. A escolha pela Infra S.A. será mais um vagão sendo colocado no trilho de retomada das obras do empreendimento no Estado, que ficou sem direção após a amputação do trecho pela TLSA. A empresa, inclusive, é acionista minoritária do trecho que segue para Pecém, com 36,47% do capital social constituído da Transnordestina S.A. Foi por intermédio da Infra S.A., vinculada ao Ministério dos Transportes, que foi demandado o estudo sigiloso da Mckinsey sobre a ferrovia na região. “Nossa expectativa é que todo esse esforço do povo pernambucano seja transformado no compromisso do Governo Federal de reiniciar as obras do trecho Salgueiro-Suape já a partir do ano que vem com recursos públicos do orçamento da União, através da Infra S.A. E garantir que para cada dormente que seja instalado, cada metro de trilho colocado lá, ela se torne ainda mais viável para atrair também investimentos privados que podem concluir a obra. Que possamos ver a Transnordestina se tornando realidade na sua visão de integração regional, que uniu o Piauí, o Ceará e Pernambuco”, afirmou o deputado Pedro Campos (PSB-PE). Na semana passada, o atual presidente da companhia, Jorge Bastos, esteve na Paraíba, onde defendeu pretender retomar as obras da malha ferroviária local, ligando-a à Transnordestina. O Estado vizinho também sofreu a interrupção das operações ferroviárias de carga, após a privatização da antiga RFFSA (Rede Ferroviária Federal). A construção da linha Salgueiro-Suape é condição necessária para reativação de ramais ferroviários para Paraíba e Alagoas. Esse interesse dos estados vizinhos pela conexão com o tronco Salgueiro-Suape da ferrovia é outro ingrediente que contribui para a mobilização política e empresarial pela retomada do trecho, que tem relevância regional. A

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Rei das Coxinhas vive momento de expansão

Na foto: Edivaldo Quirino, Gerente de merchandising do grupo, e o sócio David Santos Com uma trajetória de 36 anos de operações, o tradicional Rei das Coxinhas está investindo em um processo de requalificação de suas lojas e em uma expansão contínua. Já são mais de 40 unidades, entre Pernambuco, Paraíba e Alagoas. “Nossa família hoje tem 10 lojas, além da a fábrica que produz todos os produtos da rede. As demais são revendas autorizadas, que compram nossos produtos. Estamos reformando as lojas, melhorando as fachadas, em um padrão de castelo”, conta o sócio do Rei das Coxinhas, David Santos. Além da fachada, a rede está apostando em criar espaços de ativação de merchandising nas lojas, e já criou um lounge com uma sala de reuniões na sede em Gravatá. A empresa tem um robusto plano de inauguração de novas salas comerciais e um Parque de Esculturas, que terá um mirante e um anfiteatro, numa extensão de sua sede.

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