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Universo da Fórmula 1 é tema de novo filme de Brad Pitt

O mundo automobilístico continua encantando Hollywood, que de tempos em tempos lança algum filme ligado ao esporte. Desde produções de sucesso, como "Rush: No Limite da Emoção (2013)" e "Ford vs Ferrari (2019)" até àquelas de bilheteria modesta como "Ferrari (2023)". Este ano, mais um longa guiado pelo ronco dos motores chega aos cinemas: F1.  "F1" acompanha os passos do experiente piloto de corrida Sonny Hayes, interpretado pelo astro Brad Pitt. Trinta anos após sofrer um grave acidente que quase acabou com sua carreira, Sonny é convidado por Ruben (Javier Bardem), amigo de longas datas e dono da escuderia fictícia ApexGP, a retornar à Fórmula 1. A missão: ser mentor do jovem e inexperiente piloto Joshua Pierce (Damson Ideia).  O bom roteiro escrito por Ehren Kruger exibe a dicotomia entre a velocidade nas pistas e a falta de pressa em trabalhar a evolução dos personagens. Sonny e Joshua se completam, ainda que no início não suportem um ao outro. Suas jornadas individuais aos poucos vão se entrelaçando em benefício da equipe. Sonny, antes um piloto talentoso, porém individualista, começa a trabalhar para que o companheiro de escuderia se aproxime dos primeiros colocados. Joshua, outrora um piloto egocêntrico e arrogante, passa a reconhecer a importância de Sonny no caminho até à primeira vitória.  "F1" é filme para ser visto nos cinemas, na tela grande e com som de qualidade. A fotografia e edição acelerada, somada ao bom trabalho de som e trilha sonora, dão ao espectador a sensação de estar dentro de um cockpit de um carro de corrida. Aliada aos roncos dos motores, a trilha sonora eleva ao topo a emoção, principalmente nas cenas mais tensas. Destaque para “Lose My Mind”, música carregada de sintetizadores, colaboração entre os rappers Doja Cat e Don Toliver. Nomes como Ed Sheeran, Tiësto e Chris Stapleton também estão na lista.  O longa teve cenas gravadas no GP da Inglaterra e de Abu Dhabi durante a temporada de 2023. Nomes conhecidos da Fórmula 1 aparecem no filme, como Günther Steiner, ex-chefe de equipe da escuderia americana Haas, e Fernando Alonso. O maior piloto de todos os tempos, nosso Ayrton Senna, é citado e tem forte relação (ainda que fictícia) com o acidente sofrido por Sonny no início da carreira.   "F1" é dirigido por Joseph Kosinski, mesmo diretor de “Top Gun: Maverick”. Tem produção de Jerry Bruckheimer, conhecido pela franquia ‘Piratas do Caribe” e “Top Gun”. Outro nome bem conhecido, não do cinema, mas das pistas, está na lista de produtores: Lewis Hamilton. O heptacampeão da Fórmula 1 também atuou como consultor da história.  “F1” chega aos cinemas na próxima quinta (26/06).

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O Auto da Compadecida 2 (Crítica)

Sequências sempre enfrentam a pressão de ter de superar ou, pelo menos, igualar o sucesso do filme anterior. A situação ganha intensidade quando o longa em questão é um clássico nacional do porte de "O Auto da Compadecida". As presepadas de Chicó e João Grilo estão de volta à tela grande em "O Auto da Compadecida 2", vinte e cinco anos após a estreia do primeiro filme. Na história, Chicó segue a vida na mítica cidade de Taperoá, no sertão nordestino. Agora, vive da venda de santinhos esculpidos em madeira e da contação de causos para turistas, como a história do milagre da ressurreição de João Grilo. Para surpresa e alegria de Chicó, o amigo reaparece e passa a ser tratado como celebridade pelos habitantes de Taperoá. A fama de João Grilo chama a atenção de dois adversários políticos: o Coronel Ernani (Humberto Martins), um poderoso fazendeiro da região, e Arlindo (Eduardo Sterblitch), dono da única rádio da cidade. Ainda que se desenrole na década de 50, a trama traz como pano de fundo temas bem atuais. Os conflitos entre os personagens interpretados por Humberto Martins e Eduardo Sterblitch servem de mote a discussões sobre fakenews e adoração à celebridades. Além do Coronel Ernani e de Arlindo, outros personagens marcam estreia na franquia. Fabíula Nascimento interpreta Clarabela, filha do Coronel e novo par de chamego de Chicó. Luis Miranda encarna o trapaceiro e amigo de longas datas de João Grilo, o carioca Antônio do Amor. Outra personagem importante retorna: Rosinha (Virgínia Cavendish), par romântico de Chicó. Agora, uma mulher madura, independente, que trabalha como caminhoneira, bem diferente da jovem do primeiro longa, ingênua e subserviente ao pai, o Major Antônio Morais. Dirigido pelos pernambucanos Flávia Lacerda e Guel Arraes, "O Auto da Compadecida 2" mantém-se fiel à obra de Ariano, desde a caracterização e motivações das personagens até a construção do universo em que transitam. Taperoá é alçada ao nível de Macondo e Ítaca, famosas cidades míticas, como citou Flávia Lacerda em entrevista recente. Erguida em estúdio e finalizada em CGI, a cidade transpira fábula. Fazer comparações deste com o filme anterior pode macular a experiência com a nova proposta. Ainda que entrelaçadas pelo mesmo universo e personagens, cada obra, em parte, reflete o período em que fora lançada. No final, "O Auto da Compadecida 2" revela-se uma bela e divertida homenagem à criação do mestre Ariano. O filme estreia nos cinemas no próximo dia 25.

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Fábula nada convencional indicada a 13 Oscars chega aos cinemas

Ele chega como o grande favorito ao Oscar 2018. Foram, ao todo, 13 indicações, entre elas, a de melhor filme e melhor diretor. O queridinho da vez é o novo trabalho do diretor mexicano Guillermo del Toro, o belo A Forma da Água. Queridinho da vez pois, por onde passou, vem acumulando prêmios. No Globo de Ouro, levou o premio de melhor diretor e melhor trilha sonora original. Do Critics' Choice Award trouxe as estatuetas de melhor diretor, melhor filme, melhor design de produção e melhor trilha sonora. Por fim, o Prêmio do Sindicato de Produtores da América consagrou o longa como a melhor produção cinematográfica do ano. O filme conta a história de Elisa, uma faxineira muda que trabalha em uma base militar secreta americana no período da Guerra Fria. Um dos laboratórios da base esconde um ser humanoide anfíbio, encontrado numa região da América do Sul, onde a população local o reverenciava como um deus. Admirada com aquela criatura meio homem, meio peixe, Elisa passa a visitá-la com frequência no laboratório. Mas após descobrir os planos nem um pouco ortodoxos dos militares para seu novo amigo, decide tirá-lo o mais rápido dali.   A Forma da Água é uma fábula bem diferente das que costumamos ver nos cinemas, uma história carregada de nudez e erotismo, apoiada em um romance nada convencional entre seres de espécies aparentemente diferentes, mas que trazem consigo a semelhança da necessidade de serem compreendidos e aceitos. Guillermo del Toro explora erotismo e sensualidade, sem recorrer ao sexo explícito e gratuito, com uma pegada mais poética. O elenco é de primeira linha: Sally Hawkins é uma das melhores coisas de A Forma da Água. Além de ser uma grande atriz, seu perfil é perfeito para a protagonista da história: um rosto comum, não tão belo, mas com um misto de força e doçura. Em entrevista recente ao DailyMail, Guillermo del Toro revelou que escreveu o papel exclusivamente para Sally. Sua atuação rendeu uma indicação ao Oscar de melhor atriz.   Completando o cast, tem a excelente Octavia Spencer, que interpreta Zelda, amiga de trabalho de Elisa. Richard Jenkins, encarna o vizinho e grande amigo de Elisa, Giles. Octavia e Richard concorrem na categoria melhor atriz e ator coadjuvante, respectivamente. Por fim, destaco o surpreendente Michael Shannon no papel do temido coronel Strickland. Arrisco dizer que o ator merecia também uma indicação por sua boa atuação. Se A Forma da Água será o grande ganhador da noite do Oscar, difícil dizer, ainda mais considerando concorrentes do porte de Dunkirk, do talentoso Christopher Nolan, e de Três Anúncios para Um Crime, de Martin McDonagh, que tomou do filme de Guillermo quatro prêmios no Globo de Ouro: melhor drama, melhor atriz dramática (Frances McDormand), melhor ator coadjuvante (Sam Rockwell) e melhor roteiro. Levando em conta a boa filmografia do diretor mexicano, já passou da hora de um de seus filmes levar a estatueta da principal premiação do cinema mundial. Se seguir a lógica dos prêmios que ganhou até o momento, chegou, enfim, o dia. Confira o trailer:

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