Arquivos grávida - Revista Algomais - a revista de Pernambuco

grávida

Depressão pós-parto na pandemia exige cuidados redobrados

De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), a depressão pós-parto atinge de 12 a 20% das mulheres. No Brasil, segundo estudo da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, da Fiocruz, o transtorno acomete mais de 25% das mães. Segundo a Dra. Karina Tafner, ginecologista e obstetra, especialista em endocrinologia ginecológica e reprodução humana pela Santa Casa, e especialista em reprodução assistida pela FEBRASGO; trata-se de um grave problema que costuma se manifestar nas primeiras 4 a 6 semanas após o nascimento do bebê. O quadro mais leve e transitório de depressão, conhecido como “blues puerperal”, chega a acometer cerca de 50% a 80% das mulheres no pós-parto. Os sintomas, como tristeza, choro fácil e alteração de humor, têm início nos primeiros dias após o parto, com duração que pode variar de 7 a 15 dias, desaparecendo espontaneamente. “Já a depressão é mais grave, e pode surgir antes mesmo do parto, no final da gestação. Os sintomas são similares aos da depressão comum, como tristeza, apatia, ideias de culpa, insônia e até desinteresse pelo bebê. Uma das principais causas é o desequilíbrio hormonal em decorrência do término da gravidez, mas o mecanismo fisiopatológico desta condição ainda não é totalmente esclarecido”, explica Karina. No cenário da pandemia Some este quadro de depressão ao momento atual. Se estas mães já estão sofrendo do transtorno, imagine em meio a uma pandemia, um cenário ainda cheio de incertezas e muito medo? “A tendência à depressão pós-parto depende da interação de vários aspectos, incluindo genética e alterações hormonais que ocorrem durante a gravidez e no pós-parto. Mas fatores externos também contribuem muito para motivar o transtorno. A situação atual de apreensão extrema, seja pela saúde como pela economia, torna mais agravante o estresse natural da maternidade”, afirma Karina Tafner. Psicose pós-parto Um dos riscos, segundo a especialista, é a evolução para um quadro pior, especialmente se a mulher já tiver pré-disposição para transtornos mentais. “A psicose pós-parto é um exemplo. Trata-se de uma condição grave que afeta principalmente as mulheres com distúrbio bipolar ou histórico de psicose pós-parto anterior”. Segundo Karina, os sintomas, que começam geralmente durante as primeiras três semanas após o parto, são: - Alterações do sono - Pensamento confuso e desorganizado - Vontade extrema de prejudicar/fazer mal ao bebê, a si mesma ou a qualquer pessoa - Mudanças bruscas de humor e comportamento - Alucinações, que podem ser visuais, auditivas ou olfativas - Pensamentos delirantes e irreais Como ajudar O isolamento familiar e social é um dos fatores que pode provocar a piora da depressão. “Como estamos dentro desta realidade, é preciso redobrar a atenção e focar em aspectos que podem amenizar os sintomas, como evitar a privação do sono, seguir uma dieta saudável e sentir o apoio da família, mesmo de longe. A ajuda constante do parceiro é fundamental, tanto para a mulher como para o recém-nascido, cujos cuidados ficarão prejudicados por parte da mãe”. De qualquer forma, Karina Tafner afirma que, na suspeita do quadro de depressão, a puérpera deve ser encaminhada ao psiquiatra imediatamente. “Uma abordagem individualizada deve ser realizada, levando em conta fatores psicossociais, desejos e expectativas da mulher”. O tratamento da depressão pós-parto é feito com medicamentos antidepressivos combinados com psicoterapia. As medicações são eficazes na redução dos sintomas a curto prazo. “A sertralina é a primeira escolha em mulheres que estão amamentando, por ser o antidepressivo com menos efeitos adversos”, diz a ginecologista. No caso de psicose pós-parto, pode ser preciso internação hospitalar. Durante o tratamento, é indicado afastar a mãe do bebê por certo tempo, para segurança de ambos. “Reconhecer que a depressão é uma doença como outra qualquer, e incentivar o tratamento, é a melhor maneira de ajudar o reestabelecimento da mãe. Se ela tiver todo o suporte necessário, nem a pandemia será capaz de prejudicar o deleite da maternidade”, finaliza Karina Tafner.

Depressão pós-parto na pandemia exige cuidados redobrados Read More »

Gestantes ganham suporte para dúvidas sobre Covid-19

Diante da pandemia da COVID-19 e da quarentena instaurada em Pernambuco sob recomendação da Secretaria de Saúde estadual, muitas dúvidas surgiram em relação ao impacto da doença em diversos grupos, entre eles o de mulheres gestantes. Para tranquilizar e tirar dúvidas, enfermeiras obstetras do Recife se reuniram para criar o grupo “Fale com a parteira”, que atua de maneira gratuita e online (Instagram e WhatsApp), oferecendo suporte para essas mulheres sobre gestação, parto e puerpério durante a pandemia do coronavírus. De acordo com Tatianne Frank, idealizadora do projeto, que é totalmente voluntário e autogestionado, as dúvidas sobre Covid-19 variam e estão presentes nos meios acadêmico, profissional e entre as gestantes. “Criamos o grupo há uma semana e rapidamente alcançamos um grande número de seguidores nas redes sociais e continuamos crescendo. Várias mulheres entram em contato diariamente para perguntar sobre os efeitos do coronavírus durante a gestação, sinais de alerta como pressão alta e trabalho de parto prematuro, o momento adequado para ir à maternidade, entre outros. O nosso objetivo é tranquilizá-las e atendê-las de prontidão, explicando o que devem fazer para protegerem e a si mesmas e a seus bebês, evitando idas desnecessárias à maternidade neste período de quarentena”, explica. O “Fale com a Parteira” é um grupo pioneiro no Brasil composto 42 enfermeiras obstetras experientes da cidade do Recife. Algumas delas atuam em maternidades como o Imip, Hospital da Mulher do Recife e Arnaldo Marques, outras atendem partos domiciliares planejados e há ainda algumas que são professoras de graduação e pós-graduação de Universidades como a UFPE. Todas as orientações que o grupo transmite para a população são baseadas em evidências científicas e recomendações de saúde atualizadas. Em pouco tempo, a ideia já foi replicada na Bahia, onde nasceu grupo com mesmo nome e objetivos. COMO FUNCIONA A gestante acessa o perfil do Instagram @falecomaparteira e, ao clicar no link da bio, é levada a um grupo de WhatsApp com enfermeiras obstetras onde ela pode pedir ajuda. As 42 enfermeiras integrantes do grupo se revezam no atendimento em esquema de plantões (24h por dia, 7 dias da semana) e respondem prontamente a mensagem. Ao ter a dúvida sanada, a gestante deve deixar o grupo para que mais mulheres possam ter acesso à ferramenta. Caso precise de ajuda novamente, a gestante deve fazer o mesmo caminho de antes

Gestantes ganham suporte para dúvidas sobre Covid-19 Read More »

Emagrecer ajuda a engravidar

Controlar o peso com uma dieta equilibrada e atividade física pode ajudar as mulheres a engravidar, além de reduzir o risco de complicações durante a gravidez e desenvolvimento de doenças crônicas nos descendentes. De acordo com o estudo publicado na revista científica "Fertility and Sterility", mulheres que irão realizar tratamentos de reprodução humana, especialmente aquelas com IMC (índice de massa corporal) a partir de 35, devem ser orientadas a realizar uma dieta antes de iniciar o tratamento, para dessa forma terem mais chances de atingir o objetivo de ser mãe. De acordo com a especialista em reprodução humana do IVI Salvador, Genevieve Coelho, as pacientes dentro do IMC normal precisam tomar menos medicação hormonal para estimular seus ovários e a redução de peso em alguns casos pode ajudar para que a gravidez aconteça de forma natural sem tratamento. “Dependendo da paciente, a única coisa que está impedindo-a de engravidar é um desequilíbrio hormonal que pode ser solucionado com a perda de peso”, afirma a ginecologista. Aborto espontâneo, parto prematuro, hipertensão e diabetes gestacional são algumas das complicações aumentadas entre obesas. De acordo com o estudo publicado na revista científica "Journal Gynecological Endocrinology", devido a um fator chamado “programação fetal”, que se relaciona à influência do ambiente uterino no desenvolvimento fetal, se durante a gravidez a gestante estiver obesa, o fator de risco do descendente desenvolver doenças crônicas, cardíacas, síndromes metabólicas ou diabetes tipo II na adolescência e na idade adulta é mais elevado. Homens obesos também podem ter problemas para conceber A fertilidade masculina também reduz com a obesidade. “Fizemos estudos dentro do nosso grupo de clínicas com 1.931 casais e comprovamos que os homens obesos ejaculavam uma média de 8 milhões de espermatozoides a menos. Em um tratamento de reprodução humana isso pode ser menos relevante, porque fazemos uma seleção dos melhores espermatozoides para fecundar o óvulo no laboratório, mas na gravidez espontânea, as chances de engravidar podem ser afetadas”, explica  Genevieve.  

Emagrecer ajuda a engravidar Read More »