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Para Francisco Cunha, desfecho do impeachment renova expectativas sobre economia

Com o desfecho do processo de impeachment da agora ex-presidente Dilma Rousseff, o mercado financeiro volta a criar expectativas positivas em relação à economia do País. De acordo com o sócio da TGI Consultoria em Gestão, Francisco Cunha, neste momento em que o governo de Michel Temer foi efetivado, há melhores condições institucionais para que os problemas econômicos possam ser enfrentados. "A partir de agora, vários problemas fiscais do setor público afetado pela necessidade de controle das despesas públicas, além do orçamento realista e das reformas necessárias para a Previdência Social, por exemplo, podem ser enfrentados. O governo ganhou condições institucionais mais estáveis para tomar medidas importantes de forma mais previsível", opinou Cunha. Confira a nossa entrevista com o consultor da TGI: Qual o impacto do impeachment para a economia do País e de Pernambuco? A perspectiva é de saída da recessão e retomada do crescimento econômico no Brasil. Pernambuco também será afetado positivamente em dois pontos: com a recuperação das contas públicas da União, que rebate sobre os estados e municípios, e com a saída da crise. A retomada de investimentos no País afetará positivamente o crescimento de Pernambuco, pois a trajetória econômica do Estado é bastante semelhante à do Brasil. As curvas são similares. Se o País recupera ou entra numa trajetória de recuperação, Pernambuco também deverá seguir o mesmo caminho. O mercado dizia que o governo Dilma não tinha capital político para fazer o ajuste fiscal. Quais são as chances de Temer conseguir realizá-lo? No caso de Dilma, houve um processo de desgaste político muito grande. Após algum tempo de governo, ela perdeu as condições de governabilidade, o que culminou no processo de impeachment. Com a consumação do seu afastamento, as condições de Temer são melhores, pois ele tem apoio político. Mas o trabalho que vai precisar ser feito é muito grande, muito intenso. A diferença em relação ao governo anterior é que ele conta com expectativas positivas. Dessa forma, ele ganha pista para poder fazer os ajustes necessários. Qual é o maior desafio do governo Temer? Apesar das boas expectativas, existe um prazo informal para que ele tome as medidas efetivas. Eu estimo que esse prazo seja de dois a três meses. Se nesse tempo não surgirem melhorias, o governo vai sofrer com a queda da confiança; e, se terminar esse ano sem melhoras substantivas, que tenham efeito ou comecem a sinalizar que terão efeito positivo sobre a economia, eu acredito que as manifestações de rua voltarão a acontecer em 2017. Qual a expectativa agora para controlar a inflação? A solução está no ajuste fiscal e na retomada dos investimentos, ou seja, o governo tem que aproveitar este momento inicial de boa vontade dos investidores para que sejam criadas as condições favoráveis, tanto do ponto de vista fiscal quanto de estímulo aos investimentos. Só há crescimento econômico se houver investimento e o investimento só vai acontecer se os agentes econômicos mantiverem a expectativa positiva, se a confiança permanecer. E a confiança só permanecerá se o governo realizar o ajuste fiscal... Qual seria a medida mais urgente para realizar o reajuste fiscal? É a aprovação do teto para as despesas públicas. Depois, a primeira grande reforma necessária é a da Previdência Social, cujo déficit estimado é de R$ 200 bilhões por ano. Além disso, é trabalhar para que o crescimento positivo da economia seja retomado e a arrecadação melhore, possibilitando que o deficit estimado no orçamento possa ser cumprido e a confiança dos agentes econômicos possa ser mantida, estimulando-os a consumir e a investir.

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Senado aprova impeachment de Dilma Rousseff

Por 61 a 20, o plenário do Senado acaba de decidir pelo impeachment de Dilma Rousseff. Não houve abstenção. A posse de Michel Temer ocorrerá às 16h no Senado. O resultado foi comemorado com aplausos por aliados do presidente interino, que cantaram o Hino Nacional. O resultado foi proclamado pelo presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, que comandou o julgamento do processo no Senado, iniciado na última quinta-feira (25). Fernando Collor, primeiro presidente eleito por voto direto após a ditadura militar, foi o primeiro chefe de governo brasileiro afastado do poder em um processo de impeachment, em 1992. Com Dilma Rousseff, é a segunda vez que um presidente perde o mandato no mesmo tipo de processo. Dilma fará uma declaração à imprensa. Senadores aliados da petista estão se dirigindo ao Palácio da Alvorada para acompanhar o pronunciamento de Dilma. Julgamento A fase final de julgamento começou na última quinta-feira (25) e se arrastou até esta quarta-feira (31) com a manifestação da própria representada, além da fala de senadores, testemunhas e dos advogados das duas partes. Nesse último dia, o ministro Ricardo Lewandowski leu um relatório resumido elencando provas e os principais argumentos apresentados ao longo do processo pela acusação e defesa. Quatro senadores escolhidos por cada um dos lados – Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) e Randolfe Rodrigues (Rede-AP), pela defesa, e Ronaldo Caiado (DEM-GO) e Ana Amélia (PP-RS), pela acusação – encaminharam a votação que ocorreu de forma nominal, em painel eletrônico. Histórico O processo de impeachment começou a tramitar no início de dezembro de 2015, quando o então presidente da Câmara dos Deputados e um dos maiores adversários políticos de Dilma, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), aceitou a peça apresentada pelos advogados Miguel Reale Jr., Janaína Paschoal e Hélio Bicudo. No pedido, os três autores acusaram Dilma de ter cometido crime de responsabilidade fiscal e elencaram fatos de anos anteriores, mas o processo teve andamento apenas com as denúncias relativas a 2015. Na Câmara, a admissibilidade do processo foi aprovada em abril e enviado ao Senado, onde foi analisada por uma comissão especia, onde foi aprovado relatório do senador Antonio Anastasia (PMDB-MG) a favor do afastamento definitivo da presidenta. Entre as acusações as quais Dilma foi julgada estavam a edição de três decretos de crédito suplementares sem a autorização do Legislativo e em desacordo com a meta fiscal que vigorava na época, e as operações que ficaram conhecidas como pedaladas fiscais, que tratavam-se de atrasos no repasse de recursos do Tesouro aos bancos públicos responsáveis pelo pagamento de benefícios sociais, como o Plano Safra. Manutenção de direitos políticos Depois de aprovar a perda do mandato de Dilma Rousseff, o Senado também manteve, por 42 votos a 36, os direitos políticos de Dilma. Com isso, ela pode ocupar cargo público. Foram registradas três abstenções. A votação deste quesito foi feita separadamente a pedido de senadores do PT, que apresentaram o requerimento logo no início do dia e que foi acatado pelo presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, mesmo sob protestos de aliados do presidente interino Michel Temer. Encaminhamentos A senadora peemedebista Kátia Abreu (TO) foi a primeira a argumentar contra a perda dos direitos políticos de Dilma Rousseff. Para fundamentar a argumentação, ela leu trecho escrito pelo presidente interino Michel Temer dizendo que as penas "são autônomas e independentes" e não "acessórias". "É uma pessoa que com certeza pode ser convidada para dar aulas em universidades", disse. "A presidente Dilma precisa continuar trabalhando para poder suprir suas necessidades. Não vote pelas palavras de uma pessoa, mas pela sua consciência e por aquilo que acreditam na personalidade da presidente Dilma", disse. Na defesa pela perda dos direitos, o senador Aloysio Nunes (PSDB-SP) afirmou que o Senado não protagonizou uma farsa, como declararam aliados de Dilma. “É um procedimento legítimo, que legitima a decisão que tomamos agora. Aqui não houve golpe”, assegurou. Nunes ainda criticou a comparação feita pelo senador Lindbergh Farias (PT-RJ), minutos antes, do atual julgamento com a sessão que declarou a vacância do cargo até então ocupado por João Goulart. “É uma burla a história deste país. Não tem nada a ver. Primeiro porque não houve deliberação do Congresso naquela ocasião. Em segundo porque o Congresso estava sitiado. As únicas desordens hoje em dia são promovidas pelas informações factoides que vive o PT. Pessoas que incendeiam pneus, pessoas que tiveram audácia de dizer que pegaria em armas se o impeachment fosse aprovado”, disse . Nunes disse que a Constituição deixa claro que a perda do mandato no caso de crime de responsabilidade está associada à perda dos direitos políticos e afirmou que é possível ocupar função pública sem ocupar cargo público. “Além de invocar a letra da Constituição, quero invocar o artigo que trata da perda do mandato com a inabilitação”, pediu. Sereno, o senador Capiberibe fez um apelo “em nome da conciliação” e do reencontro. “O sectarismo só nos divide mais”, afirmou ao destacar que a política tem que ser uma “atividade conciliadora”. “Não tivemos a capacidade de construir uma alternativa mais consensual. Fomos para o confronto. Mas não podemos esquecer o amanhã. Não basta derrotar? Tem que esmagar?”, disse. Num tom dramático, Jorge Viana (PT-AC) fez uma analogia com a morte de Tiradentes e afirmou que a votação em duas fases está prevista na Lei do Impeachment (1.079). “Não estamos em Ouro Preto enforcando ninguém e para ter certeza, esquartejando”, disse. Viana disse que Dilma não poderá sequer dar aula em universidades se perder os direitos políticos. “Excessos todos cometemos aqui, mas todos nós, ainda mais num processo delicado como este, vamos ter que seguir convivendo com os outros”, disse. O líder tucano Cássio Cunha Lima (PB) afirmou que “por trás” da possível manutenção dos direitos políticos há “mais um acordo entre Dilma e [o ex-presidente da Câmara Eduardo] Cunha porque o resultado dessa cassação terá repercussão na votação de Cunha [que vai definir o futuro de seu mandato em sessão agendada para o próximo dia 12]. O que estaremos fazendo é permitir que a presidente

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Cardozo quer levar até 20 testemunhas de Dilma ao julgamento em plenário

O advogado de defesa da presidenta afastada Dilma Rousseff, José Eduardo Cardozo, disse nesta quarta (3) que a defesa e a acusação no processo de impeachment devem ter direito a apresentar cinco testemunhas para cada fato imputado a Dilma no julgamento em plenário. Como são quatro fatos – três decretos de suplementação orçamentária e uma operação de crédito entre o Tesouro e o Banco do Brasil –, Cardozo quer levar 20 testemunhas ao plenário do Senado. “A informação que eu tive é que ele [presidente do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowski] vai adotar por analogia o rito do tribunal do juri, em que são cinco testemunhas. No nosso entendimento são cinco testemunhas por fato, ou seja, seriam até 20 testemunhas. Não posso ter uma leitura que não seja essa: cinco por fato imputado, da mesma forma que se teve oito por fato imputado na fase anterior”, disse. Segundo Cardozo, quem vai decidir sobre o assunto é o STF e Lewandowski terá a palavra final. “Vamos ouvir o presidente Lewandowski e, claro, mais que ouvir, vamos saber respeitar sua decisão”, disse o advogado esta noite, ao deixar a reunião de hoje da Comissão Processante do Impeachment, que discutiu o relatório de Antonio Anastasia (PSDB-MG). Cardozo voltou a criticar o parecer e a questionar a conduta de Anastasia que, segundo ele, é suspeito para relatar o impeachment porque pertence a um partido que era oposição ao governo de Dilma Rousseff. “O senador Anastasia é um homem brilhante, correto, mas, sem dúvida, ele atendeu ao seu partido”, disse. Da Agência Brasil

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Primeiro peão a cair no tabuleiro Temer

Caso siga a mesma lógica dos primeiros dias de governo, Michel Temer deve anunciar em breve a saída do seu ministro de planejamento, o pernambucano Romero Jucá (PMDB-RR). O vazamento de um áudio em que ele conversa com o ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado, caiu como uma bomba no colo do presidente interino. Até então, a fortalecimento da Lava Jato era um discurso unânime entre os novos governistas, inclusive pelo ministro. Mas, a gravação sugere que o impeachment tinha justamente o objetivo de segurar a sangria que as investigações estavam promovendo. E que, segundo Jucá, chegaria em breve aos caciques que estão hoje ao lado de Temer. Juca já era alvo de inquérito na Operação Lava Jato por suposto recebimento de propina. Temer assumiu o desgaste de trazer para dentro do seu ministério vários investigados. Afinal, "investigado não é julgado". No entanto, a gravação revela uma tentativa clara de enfraquecer as investigações, que atingiriam nomes como o presidente do Senado, Renan Calheiros, e a cúpula do PSDB. O áudio sugere, na verdade, que a mobilização do congresso em derrubar Dilma Rousseff era justamente por conta do avanço das investigações. Pelas ações recentes de Temer, Jucá cairá em breve. Pressionado pelo fim do Ministério da Cultura, Temer voltou atrás. Os sinais de desgaste com a volta da CPMF e com a suspensão do Minha Casa, Minha Vida fizeram os ministros mudarem o discurso. A almejada coalizão, que poderá sustentar o governo Temer até 2018 precisa mais que a base dos partidos. Como chegou ao Palácio sem o voto popular, os primeiros dias do presidente interino indicam que a chiadeira das ruas interfere sim na sua gestão. A coalizão precisa do mínimo de reconhecimento popular. Nessa perspectiva, para não ter a cabeça ameaçada, Jucá deve ser o primeiro peão do tabuleiro deve cair.

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Impeachment é aprovado com apoio de 18 deputados de PE

Veio de Pernambuco, mais precisamente do deputado Bruno Araújo (PSDB) o voto decisivo que aprovou o prosseguimento do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff. “Quanta honra o destino me reservou de poder da minha voz sair o grito de esperança de milhões de brasileiros senhoras e senhores, Pernambuco nunca faltou ao Brasil. Por isso digo ao brasil sim para o futuro”, defendeu o parlamentar Após o voto do deputado, parlamentares favoráveis ao afastamento da presidente cantavam “Eu sou brasileiro, com muito orgulho, com muito amor”. Em alguns bairros do Recife, pessoas soltaram fotos e comemoravam. Do total de deputados pernambucanos, outros 17 parlamentares além de Araújo votaram pelo impeachment: Anderson Ferreira (PR), André de Paula (PSB), Augusto Coutinho (Solidariedade), Betinho Gomes (PSDB), Daniel Coelho (PSDB), Danilo Cabral, Eduardo da Fonte (PP), Fernando Coelho Filho (PSB), Gonzaga Patriota (PSB), Jarbas Vasconcelos (PMDB), João Fernando Coutinho (PSB), Jorge Corte Real (PTB), Caio Maniçoba (PTB), Marinaldo Rosendo (PSB), Mendonça Filho (DEM), Tadeu Alencar (PSB) e Pastor Eurico (PHS). Seis votaram não ao impedimento: Adalberto Cavalcanti (PTB), Luciana Santos (PC do B), Ricardo Teobaldo (PTN), Sílvio Costa (PT do B), Wolney Queiroz (PDT) e Zeca Cavalcanti (PTB). Um se absteve: Sebastião Oliveira, do PL. Na votação total, o impeachment foi aprovado por 367 votos a favor, 137 contra, 7 abstenções e duas ausências. Para avançar o processo de afastamento da presidente seria necessário o mínimo de 342 votos favoráveis. Com a aprovação do impeachment pela Câmara Federal, o processo agora acontece no Senado, segundo o rito definido pela Superior Tribunal Federal. Os senadores deverão referendar ou não a decisão dos deputados por maioria simples. Se o resultado da votação no Senado for semelhante ao da Câmara, a presidente Dilma Rousseff será afastada de suas funções por 180 dias. Neste caso, o vice-presidente Michel Temer assume interinamente a Presidência da República. O julgamento será realizado no Senado, onde serão apresentadas acusação e defesa sob o comando do STF. Para que a presidente seja condenada será preciso que 54 dos 81 senadores votem pela condenação. Caso isso ocorra, Dilma terá como pena ficar inelegível durante oito anos. Consequentemente, o vice-presidente assumiria definitivamente a presidência.

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