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J. Borges

J. Borges comemora 70 anos de carreira artística lançando álbuns de gravuras inéditas

Há 70 anos, o menino José Francisco Borges já vendia livros de cordel na feira, fabricava colheres de pau, confeccionava brinquedos e ainda trabalhava na terra com o pai. Encantado pelas nuances da literatura pernambucana, debruçou-se sobre a escrita de Cordel e, como não tinha dinheiro para pagar um ilustrador, começou a entalhar na madeira a fachada da igreja de Bezerros, que usou em “O verdadeiro aviso de Frei Damião”. Desabrochava ali um mestre das artes plásticas, hoje reconhecido como Patrimônio Vivo de Pernambuco: J. Borges. O talento logo foi desvendado por colecionadores e marchands e o artista começou a fazer matrizes por encomenda para apreciadores de arte de toda parte do mundo, além de ilustrações para os mais de 200 cordéis que já lançou ao longo da carreira artística. O ícone da cultura popular, que está prestes a comemorar 82 anos no dia 20 de dezembro, irá celebrar o aniversário de 70 anos de carreira artística com o lançamento de três álbuns inéditos, cada um deles com dez gravuras exclusivas, dimensão de 24cm x 32cm, e reproduzidas a partir de matrizes de xilogravuras confeccionadas por J. Borges em 2017. Todas as gravuras são assinadas pelo cordelista e chanceladas pela Arte Maior Galeria. O coquetel de lançamento dos álbuns comemorativos ocorrerá no próximo dia 18 de novembro (sábado), às 10h, na Arte Maior Galeria – Avenida Domingos Ferreira, Boa Viagem, no Recife Trade Center. Os apreciadores de arte precisam ficar atentos: a Arte Maior Galeria disponibilizará para venda apenas dez exemplares de cada um dos três tipos de álbuns, sendo cada um deles composto por dez gravuras e comercializado pelo valor de R$ 1.500,00. Ao longo dos 70 anos de carreira artística, o trabalho de J. Borges foi levado aos meios acadêmicos de todo o País. Em meados da década de 1970, o cordelista ganhou ainda mais destaque ao desenhar a capa de “As Palavras Andantes”, do escritor Eduardo Galeano. Na mesma época, gravuras suas foram usadas na abertura da telenovela Roque Santeiro, da Rede Globo, quando também começou a gravar matrizes dissociadas dos cordéis, de maior tamanho. A carreira de J. Borges deslanchou também no exterior. Em 1992, ele expôs na Galeria Stähli, em Zurique, e no Museu de Arte Popular de Santa Fé, Novo México. Em seguida, novas exposições, na Europa e nos Estados Unidos, onde também foi convidado a dar aulas de Xilogravura e entalhamento em madeira. “O começo sempre é difícil, mas naquela época o cordel era muito conhecido e valorizado, onde tinha gente fazendo negócio. Ai meu nome foi se espalhando, ultrapassei as fronteiras de Pernambuco, Nordeste, fui pro Rio de Janeiro, cidade que recebeu muito bem meu trabalho. Nos anos 90 fui pra França, EUA, Cuba, Venezuela. Sempre lutando pela arte popular nordestina. Fico muito alegre com essa divulgação do meu trabalho, com o álbum comemorativo que a Arte Maior Galeria está fazendo. Um álbum de valor, muito bonito e bem feito”, expressa o mestre cordelista J. Borges. “Este álbum representa os 70 anos de atividades artísticas de J. Borges, pois ele começou muito cedo através do cordel. Com estilo autêntico, naife, J. Borges procura colocar em sua obra o imaginário de seu cotidiano, muitas vezes com uma dose de humor e muita criatividade. Nestes álbuns vamos encontrar um pouco de tudo, a exemplo das matrizes intituladas A Coruja, A Menina no Peru, Quebra de Milho, Cão e Criança, Amor na Moita, Cavalos, Os Noivos, Banho no Rio, O Roçador, Indo pra Roça, O Ciúme, Cortiço, Gavião Pescador, Catucando o Ninho e Tirando Jaca. Os álbuns de gravuras são uma forma de homenagear o trabalho do grande mestre da cultura popular nordestina, com um alto padrão de qualidade e de forma exclusiva, já que só teremos dez exemplares de cada um dos três álbuns”, explica o marchand da Arte Maior Galeria, Sergio de Oliveira, complementando que Ariano Suassuna costumava dizer que J. Borges era “o melhor gravador popular do Brasil”. No coquetel de lançamento, dia 18 de novembro, a Arte Maior Galeria também disponibilizará para venda as gravuras individuais por R$ 180,00 com moldura e sem moldura R$ 150,00, além de gravuras com dimensões maiores (52cm x 66cm) inéditas. Os colecionadores também terão a oportunidade de adquirir as matrizes originais de J. Borges que originaram as gravuras dos álbuns, a depender das dimensões, pelos valores entre R$ 250,00 e R$ 1.500,00. SERVIÇO Coquetel de lançamento dos álbuns de gravuras de J. Borges Data: 18/11/2017 (sábado) Horário: 10h Local: Arte Maior Galeria (Avenida Domingos Ferreira, Boa Viagem, no Recife Trade Center) Site: www.artemaior.com.br Telefone: (81) 3301-4354

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Caixa Cultural celebra J. Borges

  A CAIXA Cultural Recife apresenta a mostra-homenagem J.Borges 80 anos, que comemora as 8 décadas de um dos primeiros patrimônios vivos de Pernambuco, em temporada de 21 de dezembro de 2016 a 12 de fevereiro de 2017. A arte de gravar na madeira e perpetuar na memória coletiva a essência do cotidiano nordestino fazem do xilogravurista e cordelista J. Borges um dos mais expressivos artistas populares do Brasil. A mostra gratuita será aberta às 19h do dia 20 de dezembro, data em que o artista completa 81 anos. A exposição, que já passou pela CAIXA Cultural Salvador, traz uma coletânea de 30 xilogravuras e suas matrizes, sendo 10 inéditas, e ainda uma oficina de 17 a 19 de janeiro. A visitação é gratuita e pode ser feita das 10h às 20h de terça a sábado e das 10h às 17h aos domingos. Considerado pelo escritor Ariano Suassuna como o melhor gravador popular do Brasil, J.Borges, conta através das obras sua trajetória de vida, que começa como José Francisco Borges, natural de Bezerros, no Agreste Pernambucano. Dessa época reporta na madeira os temas 'No Tempo da Minha Infância', 'Na Minha Adolescência', 'Vendendo Bolas Dançando e Bebendo', 'Serviços do Campo', 'Cantando Cordel', 'Plantio de Algodão', 'A vida na Mata', 'Plantio e Corte de Cana', 'Forró Nordestino', ' Viagens a Trabalho e Negócios'. Entre tantos outros. "Estou muito alegre com essa exposição sobre os meus 80 anos. Eu ainda quero viver bastante. O que me inspira é a vida, é a continuação, é o movimento. É aquilo que eu vejo, aquilo que eu sinto", afirma J. Borges. Com curadoria de José Carlos Viana e Marcelle Farias, a exposição reserva um lugar especial para a poesia popular, com um espaço dedicado à literatura de cordel. Cordelista há mais de 50 anos, os versos de J. Borges tratam do cotidiano do Agreste de Pernambuco, acontecimentos políticos, fatos lendários, folclóricos e pitorescos da vida. A mostra trará ainda obras assinadas por J. Miguel e Manassés Borges, filhos e aprendizes do artista, além da exibição de uma cinebriografia sobre sua vida e obra. Oficina - De 17, 18 e 19 de janeiro serão oferecidas oficinas gratuitas de xilogravura, ministradas por Bacaro Borges, que também é filho do artista. Trata-se de uma oportunidade para aprender a técnica milenar. São três turmas de 25 participantes cada e a atividade é voltada a estudantes e pessoas interessadas na arte da xilogravura, a partir dos 14 anos. As inscrições poderão ser feitas no período de 9 a 15 de janeiro, pelo e-mail gentearteirape@gmail.com. As aulas acontecem das 9h às 12h e das 13h às 17h. J. Borges Nascido em 1935, filho de agricultores, trabalhou desde os dez anos na lida do campo, em Bezerros, onde vive e trabalha até hoje. É Patrimônio Vivo de Pernambuco, título concedido pelo Estado aos mestres da cultura popular pernambucana, reconhecidos como patrimônio imaterial. O gosto pela poesia o fez encontrar nos folhetos de cordel um substituto para os livros escolares. "Eu me criei no sítio e a única informação era dada pelo cordel que meu pai comprava na feira pra gente ler. Era o jornalismo nosso", revela Borges. Em 1964 fez sua primeira publicação: "O encontro de dois vaqueiros no Sertão de Petrolina", xilogravada por Mestre Dila, que vendeu mais de cinco mil exemplares em dois meses. Animado com o resultado, escreveu o segundo cordel, intitulado "O Verdadeiro Aviso de Frei Damião Sobre os Castigos que Vêm", que o conduziu pela primeira vez à xilogravura. Sem dinheiro para pagar um ilustrador, J. Borges resolveu ele mesmo entalhar na madeira a fachada da igreja de Bezerros, usada no seu segundo folheto. Desde então não parou mais de fazer matrizes por encomenda e também para ilustrar as centenas de cordéis que lançou ao longo da vida. Na década de 70, J. Borges começou a ampliar os horizontes de sua obra, gravando matrizes dissociadas dos cordéis, com grandes dimensões. Foi descoberto por marchands e colecionadores e seu trabalho ganhou imensa visibilidade sendo reconhecido, inclusive, internacionalmente, com exposições em países como França, Espanha, Estados Unidos, Venezuela, Alemanha e Suíça. Criação J. Borges desenha direto na madeira, equilibrando cheios e vazios com maestria, sem a produção de esboços, estudos ou rascunhos. O título é o mote para Borges criar o desenho, no qual as narrativas próprias do cordel têm seu espaço na expressiva imagem da gravura. O fundo da matriz é talhado ao redor da figura que recebe aplicação de tinta, tendo como resultado um fundo branco e a imagem impressa em cor. As xilogravuras não apresentam uma preocupação rigorosa com perspectiva ou proporção. A originalidade, irreverência e personagens imaginários são notáveis nas suas obras. Os temas mais populares em seu repertório são: o cotidiano da vida simples do campo, o cangaço, o amor, os castigos do céu, os mistérios, os milagres, crimes e corrupção, os folguedos populares, a religiosidade, a picardia, enfim todo o rico universo cultural do povo nordestino. Serviço: Exposição J. Borges 80 anos Local: CAIXA Cultural Recife - Av. Alfredo Lisboa, 505, Praça do Marco Zero – Bairro do Recife Antigo. Abertura: 20 de dezembro de 2016 Hora: 19h Visitação: 21 de dezembro de 2016 a 12 de fevereiro de 2017 Horário: Terça a sábado: das 10h às 20h | Domingo: das 10h às 17h Informações: (81) 3425-1915 Entrada Franca

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