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Pesquisadora modifica proteína do leite para aumentar sua digestão em idosos

Em 2030, o número de idosos do Brasil ultrapassará pela primeira vez o de crianças e adolescentes de 0 a 14 anos, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O aumento da expectativa de vida desafia a sociedade a desenvolver soluções que promovam um envelhecimento cada vez mais saudável, principalmente com relação aos aspectos fisiológicos do público da terceira idade. Uma iniciativa interessante nesse sentido é o estudo de Juliana Fracola, aluna do Instituto de Química de São Carlos (IQSC) da USP. Em seu trabalho de mestrado, a pesquisadora modificou uma das principais proteínas do leite, a betalactoglobulina, a fim de aumentar sua digestão em idosos. Para transformar a proteína, Juliana utilizou luz ultravioleta (UV) para irradiá-la, gerando uma reação que foi capaz de alterar sua estrutura. Depois do procedimento, a “nova” proteína foi adicionada a uma solução que simula as condições gástricas de idosos da saliva até o estômago, visando verificar a eficiência do processo digestivo. “Obtivemos um aumento de 50% na digestão da proteína irradiada em comparação a que não recebeu ação da luz”, afirma a estudante. O método utilizado na pesquisa também foi aplicado para avaliar como seria o processo digestivo em adultos e crianças. Em ambos os casos, o aumento na digestão foi de 25%. Além de ser facilmente absorvida pelo organismo, a proteína irradiada com a luz passou a ter mais qualidade, pois gerou peptídeos (pequenos fragmentos de proteínas) com funções antioxidantes, anti-hipertensivas e ansiolíticas. “Podemos imaginar, por exemplo, que, se uma pessoa consumir certa quantidade dessa proteína diariamente, poderá ter um maior controle da hipertensão”, explica Daniel Cardoso, professor do IQSC e orientador do estudo. No trabalho, os pesquisadores utilizaram um tipo de luz ultravioleta conhecida por sua função bactericida e esterilizante, a qual já era empregada no tratamento de alimentos para destruir microrganismos. No entanto, os cientistas não imaginavam que a luz UV poderia facilitar a digestão de proteínas. “A pesquisa mostrou uma alternativa capaz de aliar a produção de alimentos nutritivos, com maior qualidade e altamente digestíveis. Isso será muito benéfico ao processo de envelhecimento da população”, diz Juliana, que foi bolsista do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). A betalactoglobulina é a principal proteína do soro do leite e, devido a sua formação estrutural, associada a menor capacidade de mastigar e a reduzida atividade gástrica de idosos, tem sua digestão dificultada no estômago. Essa resistência, inclusive, pode causar alergias, como se fosse uma resposta do organismo que deseja metabolizá-la, mas não consegue. Bebida indispensável para quem precisa aumentar a força física e a massa muscular, o leite é composto de água, lipídeos, lactose e proteínas, além de ser fonte de cálcio e vitaminas. Diversas alterações fisiológicas estão associadas ao envelhecimento, como a osteoporose, mudanças nas funções cerebrais, cardiovascular, metabólica e a aparição de sarcopenia – perda natural e progressiva de força e massa muscular. Todos esses problemas podem diminuir a qualidade de vida e a capacidade dos idosos de realizarem atividades básicas do dia a dia. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), o número de pessoas com idade superior a 60 anos chegará a 2 bilhões até 2050, ano em que, no Brasil, os idosos representarão quase 30% da população nacional, segundo o IBGE. Atualmente, a expectativa de vida no país é de 76 anos. Alternativa promissora – A pesquisa desenvolvida no IQSC poderá trazer benefícios não só para os consumidores de produtos lácteos, mas também para a indústria de lacticínios, que busca processos energeticamente mais baratos, com menor tempo de execução e que atendam a demanda nutricional diária da população. Enquanto as técnicas que envolvem o aumento de temperatura para tratar o leite, como a pasteurização, possuem alto custo energético e podem comprometer a qualidade da mercadoria, alterando sua cor, sabor ou até destruindo suas proteínas, a utilização da luz ultravioleta nesse processo traz diversas vantagens: “Além de apresentar um custo 250 vezes menor que a pasteurização, o tratamento do leite com a luz UV aumenta o tempo de prateleira do produto, modifica menos suas características originais, reduzindo a perda de nutrientes, e tem a mesma segurança alimentar do procedimento tradicional”, explica Daniel. Do ponto de vista industrial e econômico, a exploração das proteínas do soro do leite é de grande relevância. Além de ser importante para a produção de diversos produtos, como biscoitos, iogurtes e suplementos alimentares, o soro do leite atua no estímulo de ganho de massa muscular, manutenção da saúde óssea e ainda contribui para a perda de peso, já que reduz a sensação de fome e a produção de gordura corporal. Há cerca de 10 anos, todo esse potencial não era aproveitado, tanto que o soro do leite era considerado resíduo e servia de ração para animais. Com o interesse da academia em pesquisar sobre o produto e a abertura do mercado para sua utilização, esse cenário tem mudado. Segundo Daniel, há uma força-tarefa mundial que visa o desenvolvimento de proteínas mais nutritivas, e o desafio tem instigado centenas de cientistas. Agora, a partir dos resultados apresentados no estudo de Juliana, os pesquisadores buscarão aprimorar a proteína irradiada com a luz com o objetivo de aumentar ainda mais sua qualidade. O docente afirma que o procedimento adotado no trabalho já está pronto para a utilização na indústria, podendo ser aplicado diretamente no soro do leite para modificar a estrutura da betalactoglobulina. A pesquisa desenvolvida faz parte do projeto temático “Novel aging: tecnologias e soluções para fabricar novos produtos lácteos para um envelhecimento saudável“, financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), em parceria com a Innovation Fund Denmark. Além do IQSC, estão envolvidas no Projeto as duas unidades da Embrapa em São Carlos, a Instrumentação e a Pecuária Sudeste, a Universidade Estadual Paulista (UNESP) de Araraquara e a Universidade de Copenhagen, da Dinamarca

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Estudantes arrecadam potes de vidro para estimular a doação de leite em maternidade

Estudantes da Escola de Referência em Ensino Médio (EREM) Amaury de Medeiros, em Afogados, no Recife, estão arrecadando potes de vidro para a maternidade Professor Bandeira Filho. Os recipientes serão distribuídos para as mães dos recém-nascidos como forma de estimular a doação do leite materno entre as pacientes. A ação faz parte de uma parceria que a escola firmou com a unidade hospitalar desde 2012. Em seis anos de parceria, a escola já arrecadou mais de 600 potes de vidro e beneficiou cerca de mil recém-nascidos. De acordo com Sandro Eloi, professor da EREM e idealizador do projeto, a iniciativa surgiu quando ele descobriu a carência de leite no banco de doação da maternidade. “Eu sempre fui engajado em projetos sociais e, pesquisando pela minha comunidade, encontrei a Bandeira Filho precisando de leite para os bebês. Como o hospital pertence ao mesmo bairro da escola e muitos estudantes nasceram lá, resolvi criar esta campanha e deu muito certo. Vez ou outra fazemos essa arrecadação e é muito bonito ver o quanto os alunos se empenham em ajudar”, disse. Segundo Sandro, o ideal é que as pessoas que se sensibilizarem com a causa se preocupem, também, com o tipo de recipiente que vão doar. “O melhor pote de vidro é o de café, pois ele é feito com materiais que não provocam arranhões, evitando a proliferação de bactérias e até o pó do vidro. Além disso, este reservatório possui tampa de rosca, o que garante uma vedação melhor”, recomendou. Quem quiser colaborar, pode entregar os recipientes das 8h às 17h na escola, de segunda a sexta-feira. A entrega das doações será feira no mês de outubro, mas a arrecadação vai continuar por tempo indeterminado. ESPAÇO LEITRAMENTO Ainda na maternidade Professor Bandeira Filho, a escola criou, em agosto de 2017, o “Espeço Leitramento”, que consiste em uma área onde estudantes e integrantes da Biblioteca Comunitária Educ Guri realizam mediações de leitura para as mães internadas no hospital. Lá, eles colocaram uma estante com livros literários doados pela comunidade e fazem frequentemente ações que promovem o livro e o hábito da leitura entre as pacientes. SERVIÇO EREM Amaury de Medeiros arrecada potes de vidro para maternidade Endereço da EREM: Rua São Miguel, Afogados, Recife. Mais informações: (81) 3183-9300

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Secretaria de Agricultura libera R$ 4 milhões para produtores de leite

O Programa Leite de Todos, do Governo do Estado de Pernambuco, irá liberar esta semana R$ 4 milhões aos lacticínios credenciados ao programa. O Governador Paulo Câmara tem priorizado esta ação não só do ponto de vista operacional, como também nos aportes financeiros necessários para garantir a regularidade dos pagamentos aos produtores pernambucanos. Na sua gestão, o chefe do executivo estadual já liberou aproximadamente R$ 57 milhões, com mais de 23 milhões de litros de leite distribuídos. O Secretário Nilton Mota vem participando de audiências e reuniões com os produtores. “Estamos construindo um novo momento para a cadeia, no sentido que o estado de Pernambuco possa recuperar sua produção de 2,8 milhões de litros por dia alcançado antes da estiagem”, pontuou. Dentre um conjunto de ações, Nilton Mota solicitou também ao Ministério do Desenvolvimento Social e a Conab a atualização do preço pago ao produtor de leite de vaca. Segurança alimentar - O Programa Leite de Todos tem como principais benefícios a geração de renda para produtores de leite de base familiar e a garantia da segurança nutricional de crianças e nutrizes em vulnerabilidade alimentar. Atualmente, são distribuídos 55 mil litros de leite por dia por 501 entidades cadastradas. (Governo do Estado de Pernambuco)

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