Arquivos macarrão - Revista Algomais - a revista de Pernambuco

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Farinha sempre farinha

Entre as muitas formas de se comer mandioca, há um caso exemplar e verdadeiramente nacional que se dá com a farinha, a farinha de mandioca. Pode-se dizer que o brasileiro é um “comedor de farinha”, um grande apreciador da farinha de mandioca, e com esse ingrediente ele cria e retoma as memórias milenares das civilizações americanas; e faz cardápios que nos identificam e nos singularizam como povo. Pode-se adicionar farinha de mandioca em quase tudo: nas frutas, nas leguminosas, nos molhos; na pimenta amassada, no ovo, nos peixes; nas aves, nas carnes; no mel, melado; no leite, no açúcar; ou simplesmente pura; saborosamente pura. Farinha para se sentir o “bouquet”, a textura; a qualidade que caracteriza a sua procedência, o lugar, “terroir”, que determina a técnica e o estilo. A farinha acompanha o brasileiro no seu cotidiano, e também no tempo da festa. Farofas especiais, feitas com ingredientes também especiais, e por isso sendo chamada por muita gente de “farofa-rica”; e aonde também se aproveitam os “miúdos” da galinha, que será assada; assim são ampliados os sabores, juntamente com ovos, manteiga, cebola entre tantas outras possibilidades de ingredientes. Também, vê-se o uso da farinha de mandioca como recheio para peixes inteiros, e assados. Muitos são recheados com a farofa de ovos, e com outros temperos. Geralmente essas farofas fazem parte da categoria “molhada”, quando a farinha de mandioca absorve bem seus complementos, e ganha um valor tão significativo quanto o do “prato principal”. Um dos usos consagrados da farinha de mandioca é o para cobrir a comida no prato. A farinha é colocada generosamente sobre o feijão, o arroz, o macarrão. Há uma fantástica liberdade no uso da farinha, e isso compõe as nossas “identidades” gastronômicas. Muito comum, ainda, é o emprego da farinha de mandioca como uma verdadeira “liga” entre tudo que está no prato. Se a comida é mole, uma quiabada, por exemplo, a farinha dá uma consistência especial, pois quando é bem misturada ao prato ela acrescenta novos e especiais sabores. Exemplo sobre a etnografia da “liga”: no prato está o feijão, o arroz, o macarrão – espaguete –, e um pedaço de carne guisada. Então, inicia-se o ritual. Após o reconhecimento da comida com uma faca, o macarrão é picadinho e começa a se revolver tudo até que chega o momento especial de se colocar a farinha de mandioca. Nesse momento de culminância existem alguns princípios. A farinha pode ser pulverizada sobre tudo em várias camadas até se conseguir a textura desejada; ou então a farinha é colocada em grandes quantidades, e com o uso do garfo vai-se amassando geral. Também para a clássica receita do arroz com feijão há essa orientação na formulação do prato, isso passa a ser quase uma regra que é seguida por milhares de brasileiros. Primeiro coloca-se no prato o feijão, nesse caso geralmente o feijão preto; depois farinha, a gosto, é colocada sobre o feijão; e, assim, juntos são amassados, revolvidos, e conforme o desejo do criador da refeição, sobre essa “massa” de feijão e farinha, o arroz. Essas experiências gastronômicas marcam exemplos da boa comida, sem os rótulos exógenos de ser “alta” ou “baixa” gastronomia, que são conceitos estranhos para o meu entendimento sobre o que é uma boa comida.  

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25 de outubro é o Dia Mundial do Macarrão. Norte e Nordeste são líderes em consumo do alimento no país

Para comemorar o Dia Mundial do Macarrão, celebrado em 25 de outubro, a Associação Brasileira das Indústrias de Biscoitos, Massas Alimentícias e Pães & Bolos Industrializados (ABIMAPI) divulga um estudo realizado pela Kantar WorldPanel a respeito dos hábitos de consumo de macarrão no país. De acordo com a pesquisa, o Norte e o Nordeste formam a macrorregião que mais come macarrão no Brasil, com 37% do volume total (1,24 milhão de toneladas) consumido em 2016, o que corresponde a 457,5 mil toneladas. O estudo analisou durante o último ano uma mostra de 11.300 lares que retratam um universo de 53 milhões de famílias espalhadas por sete macrorregiões. No ranking nacional de consumo, seguidos do Norte e Nordeste aparecem o Sul (15,2%), Leste e interior do Rio de Janeiro (13%), grande São Paulo (10,5%), Interior de São Paulo (10%), grande Rio de Janeiro (8,2%) e, por fim, Centro-Oeste (6,2%). Ainda segundo a análise, na macrorregião a preferência pelo espaguete é a maior (80%); o fusilli ocupa o segundo lugar (7,3%), seguido da lasanha (2,7%). "Apesar de o macarrão estar presente em 99,5% dos lares brasileiros, ainda existe uma barreira cultural que tende a restringir seu consumo aos finais de semana, à macarronada de domingo com a família. Mas as massas são muito versáteis, podem ser preparadas de diversas maneiras e complementadas com vários ingredientes, além de serem práticas e baratas. O macarrão é um produto que tem todas as condições de ocupar lugar na mesa do brasileiro diariamente", afirma Claudio Zanão, presidente-executivo da ABIMAPI. Sobre o Dia Mundial do Macarrão O Dia Mundial do Macarrão foi instituído em 25 de outubro de 1995 em Roma, durante o I World Pasta Congress (Congresso Mundial de Macarrão), que reuniu os principais fabricantes em todo o mundo. O Brasil é o 3º maior produtor e consumidor mundial. Em 2016, o mercado brasileiro de massas alimentícias faturou mais de R$ 8,7 bilhões e foram consumidos quase 1,2 milhão de tonelada. Nosso consumo per capita é de 6,02 kg por ano. No próximo dia 25, quarta-feira, a indústria mundial de massas alimentícias se reunirá pela primeira vez em São Paulo (SP) para a celebração do World Pasta Day (WPD). Os destaques do evento serão a assinatura de um consenso científico sobre os benefícios nutricionais do macarrão e a presença do prefeito da cidade de São Paulo João Dória Jr para o recebimento da doação de 20 toneladas do alimento para as creches municipais. Sobre a ABIMAPI Uma das maiores associações alimentícias do País, a ABIMAPI representa 99 empresas que detêm 75% do setor e geram mais de 100 mil empregos diretos. Só no Brasil, responde por um terço do consumo nacional de farinha de trigo. Sua missão é fortalecer e consolidar as categorias de biscoito, macarrão, pão e bolo industrializados nos cenários nacional e internacional. Em parceira com a Apex-Brasil, desenvolve o projeto setorial Brazilian Biscuits, Pasta and Industrialized Breads & Cakes, formado por 51 empresas brasileiras que anualmente exportam para mais de 80 países.

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