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Galeria de Artes do Sesc Santo Amaro tem vernissage hoje

Um olhar reflexivo e inquietante sobre as relações de trabalho desde a época de colonização brasileira e o paralelo com o cenário atual. Com um questionamento sobre os novos e velhos modelos de escravidão, o artista pernambucano Márcio Almeida leva para a Galeria de Artes Corbiniano Lins, no Sesc Santo Amaro, a exposição “Nheë Nheë Nheë”, tem início hoje (10/07), às 17h, com acesso gratuito e curadoria de Beano de Borba. “É um paralelo em relação à questão do trabalho ocidental e ócio tropical e tem como base a interferência das religiões e as estratégias que os colonizadores usavam para catequisar os povos indígenas”, define o artista, que, durante residência no Usina de Arte Santa Terezinha, concebeu a exposição. O nome vem do tupi-guarani “Nhe”, que significa “fala”, e se amplia para acompanhar a mudança de significado que teve no decorrer do tempo e que, hoje, define “quem fala muito”. Serão quatro instalações, e duas delas são inéditas. Uma das novidades é “Nheë Nheë Nheë”, que leva o mesmo nome da mostra, e traz 13 peças criadas com galhos de oliveira, pás e ferro de cova que dão forma a ferramentas de trabalho. Na tarde de abertura, a artista e performer Flávia Pinheiro vai ungir com óleo de urucum as peças de uma ânfora de 1,5 metro quebrada para mostrar a soma de elementos religiosos e versar sobre a disrupção sobre entendimento de trabalho e cultura. A outra que será apresentada pela primeira vez ao público é “Nosso descanso é carregar pedras”, que utiliza cartões de ponto pintados com aquarela em formato de pedras. As duas demais são “Waiting for work” com uma série de dez fotografias reais retratando o descanso de funcionários após o intervalo do almoço, e “Truck Sistem”, que lança luz sobre a servidão por dívida. Por meio de mais de 30 papeis carbono coletados e grafados, Márcio pretende atentar para uma escravidão que se dá a partir de débitos da classe trabalhadora. Serviço – Exposição “Nheë Nheë Nheë” Quando: de 10 de julho a 28 de setembro Horário: 9h às 17h Informações: 3216-1728 Entrada: gratuita Endereço: Sesc Santo Amaro (Rua 13 de Maio, 455, Santo Amaro)

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Mamam inicia temporada 2017 com duas exposições

O Museu de Arte Moderna Aloísio Magalhães (Mamam) retoma suas atividades este ano a partir da próxima quinta-feira (19), sempre a partir das 19h. Na ocasião, serão inauguradas as exposições Sala de Jogar e outros Campos Minados, do artista visual Márcio Almeida, e Onde estão as minhas Obras, de Bruno Faria. Em Sala de Jogar e Outros Campos Minados, o artista visual Márcio Almeida, que comemora 30 anos de trabalho, traz um recorte dos últimos anos de sua produção artística. Os trabalhos foram desenvolvidos em variados suportes: desenhos, objetos, fotografias, vídeos, instalações, inclusive algumas também destinadas a intervenções urbanas. Na mostra, o artista explora temas do comportamento humano ligados à noção de deslocamento, transitoriedade e pertencimento, naturais da condição humana, bem como questões de geopolítica e de ocupação do espaço urbano. O trabalho tem como base conceitual uma pesquisa que o artista desenvolve desde 2003, a qual chamou de Deslocamentos Compulsórios. O nome remete a situações em que indivíduos são levados a deixarem os locais onde vivem por força de agente externos, sejam eventos climáticos, políticas habitacionais, asilos políticos, conflitos afetivos, entre outros. Já em Onde Estão as Minhas Obras, Bruno Faria lança um olhar sobre a história e memória do próprio Mamam, que antes de ser museu era uma galeria de arte. A exposição parte de um acontecimento presenciado pelo próprio artista em 1999, quando no dia da inauguração da mostra individual do artista Arthur Ohmar, as obras deste não chegaram a tempo para a abertura, se perdendo no trajeto Rio de Janeiro - Recife por um erro da transportadora, que terceirizou o transporte das obras em um caminhão de transporte de galinhas. Arthur Ohmar, revoltado, causou uma grande euforia pichando as paredes do museu. Para a exposição, Bruno Faria retoma esse fato apresentando uma instalação desenvolvida especialmente para a mostra, que ocupará todo o piso térreo do Mamam.

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