Arquivos mulher - Página 3 de 3 - Revista Algomais - a revista de Pernambuco

mulher

Cinco palestras que você vai gostar de assistir (por Beatriz Braga)

Hoje comecei o dia ouvindo, mais uma vez, a palestra de Shonda Rimes, produtora de séries de TV como Grey´s Anatomy e How to get away with murder, no TED (www.ted.com). Ela conta sobre o acordo que fez consigo mesma de, por um ano, dizer “sim” para todas as situações que a assustavam. “Para qualquer coisa que me deixasse nervosa, e me tirasse da minha zona de conforto, eu me forcei a dizer sim”. As consequências foram incríveis. Sempre quando ouso me desanimar diante de um começo de semana, vou atrás desses vídeos para resgatar o gás. O TED nunca me decepciona. Por isso, sempre deixo algumas das suas palestras baixadas no celular e, volta e meia, escuto essas vozes poderosas. Assim o dia ganha mais força. E eu também. Aqui seguem seis dicas de palestras inspiradoras de homens e mulheres que têm muito a dizer. Está sem tempo? Faz como eu e aproveita o momento a caminho do trabalho ou de algum compromisso para se inspirar também. Tenho certeza que você vai gostar. 1) Shonda Rimes – Meu ano de dizer sim para tudo “Todas as cores pareciam ser uma só, e eu não estava mais me divertindo. E era a minha vida. Era tudo o que eu fazia. Eu era o zumbido, e o zumbido era eu. Então, o que fazer quando aquilo que você faz, o trabalho que você adora, passa a ter gosto de poeira?” 2) Ziauddin Yousafzai - Minha filha, Malala O pai da garota paquistanesa que levou um tiro por se “atrever” ir à escola (e virou ícone da luta contra misoginia) é uma prova de como precisamos prestar atenção na maneira que criamos nossos filhos. “As pessoas me perguntam o que há de especial na minha orientação que deixou Malala tão corajosa, destemida e segura. E eu digo: "Não me perguntem o que eu fiz. Perguntem-me o que eu não fiz. Eu não cortei suas asas, foi só isso". 3) Roxane Gay - Confissões de uma feminista ruim A autora do livro ‘Má feminista’ faz uma linda palestra na qual reflete sobre rótulos e sai em defesa das imperfeições. “Eu preferiria ser uma feminista ruim a não ser feminista de jeito nenhum. Isso é verdadeiro por muitas razões, mas, principalmente, digo isso porque no passado, minha voz foi roubada de mim e o feminismo me ajudou a consegui-la de volta” 4) Jimmy Carter - Por que eu acredito que os maus-tratos às mulheres sejam a principal violação aos direitos humanos O ex-presidente estadunidense fala sobre o perigo da interpretação dos homens sobre religião, violência contra mulher e a importância de darmos vozes às mulheres anônimas espalhadas pelo mundo. “O homem mediano realmente não se importa. Mesmo que digam: "Sou contra discriminação contra meninas e mulheres", eles desfrutam uma posição privilegiada. Eu diria que a melhor coisa que poderíamos fazer hoje é que as mulheres das nações poderosas como esta, que têm influência e liberdade para falar e agir, precisam assumir a responsabilidade para elas mesmas e serem contundentes na exigência do fim da discriminação racial contra meninas e mulheres no mundo todo”. 5) Halla Tómasdóttir: É hora das mulheres se candidatarem à presidência Nesse talk inspirador, a empresária fala sobre sua candidatura à presidência da Islândia, considerado o melhor lugar do mundo para ser mulher, e a importância de dar exemplo às novas gerações. “Foi a jornada da minha vida. Foi incrível. A jornada começou com 20 candidatos em potencial. Reduziu-se a 9 qualificados, e por fim, quatro: três homens e eu. Mas esse não é o fim do drama, ainda”.   *Beatriz Braga é jornalista e empresária (biabbraga@gmail.com). Ela escreve semanalmente a coluna Maria pensa assim para o site da Revista Algomais

Cinco palestras que você vai gostar de assistir (por Beatriz Braga) Read More »

Autoestima das mulheres negras é tema de exposição no Núcleo Afro

A abertura da exposição Cabelo: Uma questão de Identidade, do cabeleireiro Félix Oliveira, acontece nesta segunda (10), a partir das 15h30. A mostra chega ao Núcleo de Cultura Afro-Brasileira, com 30 fotos que retratam a identidade e a valorização da Mulher Negra, através do cabelo e da libertação da ditadura da beleza. Na inauguração também haverá uma Roda de Diálogo sobre a Estética Afro, com a participação de Alzenide Simões, gestora do Núcleo, e do próprio Félix Oliveira. O objetivo da exposição é desenvolver a auto estima das mulheres negras e mostrar para toda a sociedade que é possível assumir sim, os belos cabelos crespos e cacheados. A questão é abordada através de um catálogo denominado Estética Afro, onde suas clientes se identificam e tem a referência para cabelo afros. A exposição segue até o dia 31 de outubro, com visitações de segunda a sexta, das 9h às 17h. Sobre o Expositor - Félix Oliveira é um profissional especializado em cabelos afros que, desde 2010, percebeu que as mulheres negras tinha dificuldade em se identificar com as referências encontradas nos salões de beleza. Com base em suas pesquisas de estudo e na militância que tem com o movimento negro, adaptou o seu salão para esta especialidade.

Autoestima das mulheres negras é tema de exposição no Núcleo Afro Read More »

Mulher, por que choras?

"Mulher, por que choras?" (João 20.13) Choro porque sou mulher. Choro porque sou brasileira. Choro porque hoje várias mulheres brasileiras foram vítimas dos mais variados tipos de violência. E, de modo mais específico, choro pelo caso da adolescente que foi estuprada por 33 homens no Rio de Janeiro. Tal fato aconteceu no Brasil que é conhecido como o país do futebol e do carnaval, do povo alegre e amistoso. Choro porque os filhos e as filhas desta terra foram gerados por meio de muitos estupros. Várias índias foram estupradas por colonizadores, várias negras foram estupradas por seus "senhores" e, certamente, diversas mulheres europeias foram violentadas pelos seus maridos. Infelizmente, nossa terra foi povoada por meio de várias formas de violências contra inúmeras mulheres. Choro porque nós, cristãos, dedicamos muito do nosso tempo discutindo sobre Calvinismo e Arminianismo e em contra partida empenhamos tão pouco do tempo no cuidado aos órfãos e as viúvas (Tiago 1.27). Aprendemos a realizar grandes eventos e esquecemo-nos de se compadecer das grandes dores que assolam nossa terra. Produzimos "profetas" com poderes mágicos e nos afastamos dos exemplos de profetas e profetisas do Antigo Testamento que eram porta vozes para denúncia da injustiça e opressão sofrida pelo povo. Choro por que devido ao nosso silêncio as pedras estão clamando. Hoje, antes de sair de casa para o trabalho, dei um xero em Natan (meu sobrinho de apenas 1 ano e 1 mês de idade) e lhe disse "Deus te abençoe e te faça um homem de bem". Com isso, refleti sobre a minha responsabilidade na educação dos meninos que passam e passarão pela minha vida. Preciso ser um instrumento de Deus para que eles sejam homens de bem. Preciso fazer a parte que me cabe para que meus sobrinhos, primos e amigos aprendam que devem amar as mulheres como amam a eles mesmos. Que os culpados pelo crime sejam responsabilizados! Mas isso não é o bastante. Saiba que não são apenas 33 ou 303, 3.003, 30.003... Na verdade existe algo que é para além do individual e que alimenta essa dinâmica da violência. Existe uma cultura do estupro que gerou nosso país e que permanece nele a mais de 500 anos. Muitas vezes de maneira camuflada e também de modo explícito podemos observar a manutenção dessa cultura nas nossas músicas, comerciais, filmes, piadas e em tantos outros meios de propagação de idéias. Acredito que não basta colher os "frutos pobres", se faz necessário olhar a raiz dos males. Enfim, não podemos fechar os olhos. Resolvi escrever esse texto para compartilhar o meu choro e, também, na esperança de levar alguns amigos e algumas amigas a refletir sobre a nossa responsabilidade diante desse problema. Nós podemos e devemos fazer a nossa parte. Acredito que existem mais de 33 homens que também choram diante dos casos de estupros e outras formas de violências sofridas pelas mulheres, peço a vocês que, por favor, não se calem. Vamos todas e todos, mulheres e homens, vamos chorar, denunciar, educar, transformar. Desejo que Deus inquiete vocês diante dessa realidade e também que se sintam convocados a modificá-la. *Quézia Cordeiro é psicóloga

Mulher, por que choras? Read More »

O desafio de ser mãe e profissional

Um número cada vez menor de mulheres tem o luxo ou pretensão de serem classificadas como belas, recatadas e do lar na sociedade brasileira. O meme que se espalhou pelas redes sociais no último mês entra em confronto com o contexto social em que 37,3% das mulheres são as principais responsáveis pelo sustento da casa, de acordo com o IBGE. Muitas delas dividem a trajetória de crescimento profissional com a maternidade. Pesquisa do Instituto Sophia Mind indica que 91% delas acredita que é factível sim ser uma ótima profissional e mãe ao mesmo tempo. Na prática, com todo um malabarismo de atividades e gestão dos horários, elas têm mostrado que realmente é possível. Porém pagam um preço alto com a sobrecarga de tarefas e a falta de estruturas de creche. O suporte vez da famílias, em geral das avós. Segundo a consultora da ÁgilisRH, Eline Nascimento, existe uma percepção de que hoje há uma maior divisão nas atividades domésticas entre homens e mulheres. Mas quando se trata das responsabilidades com os filhos, o peso sobre a mãe ainda é grande. “Essa divisão entre o papel de mãe e trabalhadora gera um processo de angústia. Mas a vida profissional é parte da vida da mulher e ela tem que se desculpabilizar”, diz. Para gerenciar com qualidade a carreira e ter o tempo necessário para o cuidado dos filhos, Eline destaca a relevância de mobilizar uma rede de apoio familiar, negociar bem com o parceiro a divisão das atividades e, quando possível, na própria empresa por alternativas como horários mais flexíveis e a possibilidade de realizar parte da carga horária em casa. A boa gestão do tempo é uma das características das mulheres que conseguem crescer profissionalmente sem abrir mão de estar presentes no crescimento dos filhos. A médica Carla Núbia Nunes Borges, 45 anos, já viveu a experiência de amamentar os filhos nos intervalos dos plantões. “Eles me acompanharam muito nos hospitais, principalmente nos finais de semana. Desde pequenos sempre combinamos muito os horários. Eles sofreram muito com essa rotina, mas sempre foram parceiros nessa minha caminhada”, conta a médica. Nessa trajetória, além do trabalho nos hospitais, Carla ainda passou pelo divórcio quando os filhos Lucas, Lara e Luiz tinham respectivamente 10, 8 e 7 anos. Se as responsabilidades aumentaram, ela seguiu crescendo profissionalmente e fez duas especializações e um mestrado em ciência da saúde em paralelo aos empregos. “Foi bem difícil, mas fiz uma escolha. Sofri muito, pois me achava ausente. Mas investi em tempo de qualidade. A vida ficou dividida apenas entre eles e o trabalho. As festas e saída com amigas ficaram em segundo plano, mas não me arrependo”. Mesmo com o tempo restrito, ela se esforçou para fazer ao menos duas refeições por dia com a família, além de aproveitar os finais de semana com os filhos. Férias, aniversários e Dia das Crianças eram motivo de festa. Duas bases de apoio nessa jornada foram a sua mãe e o colégio. Outra profissional da área de saúde que divide trabalho, estudos e a maternidade é Gabriela Félix de Souza, 32. Hoje ela está em transição. É fisioterapeuta, faz faculdade de medicina e tem uma filha de 11 meses, Laura. A chegada da bebê foi planejada. A angústia veio quando voltou à rotina de trabalho e estudante. “Retornar às atividades foi o momento mais complicado de transição. Voltei às aulas quando Laura tinha dois meses. Não sabia se iria dar certo, a criança depende muito da mãe. No começo para sair de casa era bem difícil. Mas sempre deixei com alguma das avós”, conta. Com a volta ao trabalho em paralelo aos estudos, ela só fica com a bebê no começo da manhã e no período da noite. “Reduzi minha carga horária profissional, saí de um hospital, mas mesmo assim me cobro muito pelo fato de estar ausente. A cobrança é muito maior minha que de outras pessoas”. A rotina da pequena hoje é no hotelzinho das 7h às 18h. A mãe, além do emprego e do tempo na faculdade ainda se desdobra para manter os estudos em dia. Muitas vezes usando as madrugadas. As preocupações com os cuidados com os bebês nos seus primeiros meses, quando associados ao acúmulo das funções profissionais e de casa levam muitas mulheres a tensões emocionais mais intensas. “As mulheres entraram no mercado de trabalho, mas os homens não entraram em casa, no cuidado com os filhos, na mesma intensidade. Recebo nos consultórios muitas mulheres com depressão pós-parto ou vivendo muitos conflitos na volta ao trabalho. Elas têm uma sensação subjetiva de responsabilidade do cuidado com o filho que o homem não tem”, afirma o médico Amaury Cantilino, que é professor adjunto departamento de psiquiatria da UFPE e membro da Comissão de Saúde Mental da Mulher da Associação Brasileira de Psiquiatria. Além dessa preocupação com os filhos, o médico relata que a competitividade no mercado profissional, pouco flexível às mães, também angustia as mulheres. “O receio de ter seu espaço preenchido pelo profissional que a substituiu na gestação é muito presente. Nessa volta ao trabalho, com frequência há uma sensação de ameaça no emprego. A necessidade de se ausentar no adoecimento dos filhos, por exemplo, cria nas mães uma impressão de vulnerabilidade da sua empregabilidade”, explica Amaury. Esse dilema dos possíveis prejuízos na competitividade profissional feminina se aqueceu neste ano com declarações do polêmico parlamentar Jair Bolsonaro que defendeu que as mulheres recebessem menos por engravidar. Apesar da chuva de críticas recebidas pelo deputado federal, sua opinião segue sendo uma realidade no mercado de trabalho no Brasil, em que as mulheres ainda ganham 30% a menos que os homens, de acordo com pesquisa do Banco Interamericano de Desenvolvimento. Esse preconceito com as mulheres tem retardado as gestações e levado também à recusa da maternidade. Resultado disso é que no Censo 2010, 20% das famílias não tinham filhos. No Censo 2000 eram 14% das famílias nessa situação. MÃE E PARLAMENTAR. A deputada estadual Priscila Krause dividiu os últimos anos da sua vida parlamentar

O desafio de ser mãe e profissional Read More »