Um dos eventos mais esperados do ano, com a participação de nomes de vanguarda musical de cinco continentes, e consolidado como o maior festival de música gratuito da América Latina, o MIMO FESTIVAL anuncia seu line-up para Olinda (17 a 19 de novembro). Prestes a completar 15 anos, em 2018, e marcado por passagens internacionais por Amarante (Portugal) e Glasgow (Escócia), a edição 2017 apresenta uma programação abrangente, com concertos inéditos de artistas de diversas nacionalidades. Neste ano, depois de passar pelas históricas Tiradentes e Ouro Preto, em Minas Gerais, e chegar à charmosa Paraty, na costa fluminense, e o Rio de Janeiro, o festival encerra as atividades em Olinda, berço da arquitetura colonial e do próprio MIMO. Um dos destaques deste ano é o cantor Otto, que apresenta o seu novo trabalho, o Ottomatopeia. O pianista pernambucano Zé Manoel, nascido em Petrolina, mostra o promissor trabalho “Delírio de um romance a céu aberto”, vencedor da mais recente edição do Prêmio da Música Brasileira, na categoria “álbum projeto especial”. Também estão confirmados o cineasta e músico Emir Kusturica & The No Smocking Orchestra, da Sérvia. A jovem francesa Laura Perrudin, que com uma harpa cromática eletrificada, mistura jazz, hip hop, soul e música eletrônica; o violinista e fantástico improvisador francês Didier Lockwood, com seus mais de 40 anos de carreira, 4 mil apresentações e turnês pelo mundo; o excepcional trio africano3MA, formado pelo renascentista Rajery com sua valiha, o mágico da kora Ballaké Sissoko e o incrível oudista Driss El Maloumi; o instrumentista, compositor e cantor de Mali Vieux Farka Touré, que foi considerado pelo jornal inglês “The Guardian” “o novo herói da guitarra africana”; o coletivo Ondatrópica, da Colômbia, que, com um pé na tradição e outro na modernidade, vai da cúmbia ao hip hop, passando pelo funk, dub, jazz e ska; o roqueiro português Manel Cruz, que ganhou notoriedade, na década de 1990, como integrante da cultuada banda Ornatos Violeta e faz a sua estreia no Brasil. PRÊMIO MIMO INSTRUMENTAL Um incentivo à renovação musical no Brasil, o Prêmio MIMO Instrumental foi criado em 2014, através de edital próprio, com enorme sucesso. Tendo como objetivo revelar e valorizar os jovens talentos do país, oferece aos solistas e grupos vencedores a oportunidade de integrarem a programação oficial do MIMO Festival, nas cidades históricas por onde passa, ao lado das grandes atrações nacionais e estrangeiras. As inscrições foram feitas gratuitamente através do portal MIMO e de acordo com o regulamento divulgado, destinando-se apenas a brasileiros natos, entre 18 e 35 anos. Para a etapa Olinda, o convidado será o paraibano Salomão Soares, que fará recital no MIMO Olinda em 18 de novembro, na Igreja de Nª Sª do Carmo. Lu Araújo define a premiação como “um momento especial de renovação”. CINEMA Serão exibidas 13 produções inéditas, entre longas, médias e curtas-metragens, divididas em duas mostras: Panorama Brasil e Um Outro Olhar. As projeções acontecerão na tenda do Mercado da Ribeira e no pátio da Igreja da Sé. São obras de diferentes gêneros, que cativam a plateia desde a primeira edição em 2004, com projeções ao ar livre, em telões, tendas, cineclubes e salas de exibição. Com direção e curadoria de Rejane Zilles, as sessões de cinema contarão com a presença com alguns diretores das obras selecionadas por meio de edital. A abertura da programação deste ano será com o longa-metragem pernambucano de Sérgio Oliveira, “Super orquestra arcoverdense de ritmos americanos”. O filme, premiado no Festival do Rio 2016, nas categorias “Melhor direção de documentário” e “Melhor fotografia”, traz, em tom de fábula, um recorte do sertão contemporâneo, onde convivem festas de debutantes riquíssimas e pessoas e animais em paisagens áridas. Outro destaque do festival é o longa inédito “Híbridos, os espíritos do Brasil” dos cineastas franceses Vincent Moon e Priscilla Telmon. O documentário explora o tema dos rituais religiosos Brasil afora e toda a musicalidade que emerge desses fenômenos sociais. Moon alcançou notoriedade internacional com a produção de vídeos para internet de artistas como REM, Arcade Fire, Tom Jones, Beirut, Grizzly Bear e Sigur Ros. Na Igreja da Sé será exibido o documentário "Onildo Almeida - Groove Man", que narra a história do caruaruense autor de clássicos imortalizados por Luiz Gonzaga. O pernambucano revisita aos 88 anos algumas de suas 600 canções. Interpretado por Agostinho dos Santos, Maysa, Jackson do Pandeiro, Chico Buarque, Gal Costa, Gil e Caetano, o compositor é chamado de “groove man” pelos tropicalistas, dada a variedade de gêneros e ritmos que explorou ao longo da carreira. Outros filmes narram a trajetória de ícones da música popular brasileira. É o caso de “Torquato Neto – todas as horas do fim”, sobre a vida e obra do poeta em diversas manifestações artísticas (a começar pela música) e o seu protagonismo na revolução cultural brasileira nas décadas de 1960 e 1970. Ele ficou conhecido como “o anjo torto da Tropicália”. O documentário “Clara Estrela” (de Susanna Lira e Rodrigo Alzuguir), conta em primeira pessoa, a trajetória de Clara Nunes. O longa-metragem é construído sem entrevistas, apenas com depoimentos da cantora na mídia impressa, na voz da atriz Dira Paes, e se destaca pelo ineditismo do arquivo de imagens e pela minuciosa seleção musical. Na mesma sessão será exibido o mais recente trabalho do cineasta Beto Brant “Ilú Obá de Min - Homenagem à Elza Soares, a Pérola Negra” - que acompanha o desfile do coletivo de tambores e corpo de baile formado exclusivamente por mulheres, pelas ruas de São Paulo no Carnaval de 2016, exaltando a cultura afro-brasileira. Já “Fevereiros”segue os passos de Maria Bethânia no Carnaval de 2016, quando foi homenageada pelo vitorioso enredo da Mangueira, “Maria Bethânia: A menina dos olhos de Oyá”. Completando a programação, uma rica seleção de curtas-metragens, onde a musica é protagonista. CHUVA DE POESIA O MIMO Festival também dedica um espaço à literatura com a tradicional “Chuva de Poesia”. Em 2017, com o tema “Mulheres poetas pelo mundo”, serão atirados do alto da Igreja da Sé, em Olinda, poemas de