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Parque Capibaribe

Prefeitura autoriza início das obras da segunda etapa do projeto Parque Capibaribe

Na manhã desta quinta-feira (1), o prefeito Geraldo Julio assinou a ordem de serviço autorizando o início das obras da segunda etapa do projeto Parque Capibaribe - Caminho das Capivaras, que inclui a urbanização das margens do rio, no trecho de 1 km entre as Pontes da Torre e da Capunga, no bairro das Graças. O investimento total será de R$ 26.574.446,75, com recursos assegurados por meio de financiamento da Caixa Econômica Federal/ Ministério das Cidades. O andamento das obras será acompanhado pela Prefeitura do Recife, por meio da Autarquia de Urbanização do Recife (URB). "Este é um projeto importante, que prevê a construção de mais de 30 km de parque pela cidade. Nós já fizemos o Jardim do Baobá e agora vamos fazer esta parte do bairro das Graças. Quando esta área estiver pronta, as pessoas poderão viver a cidade de outra forma, andando, de bicicleta ou com qualquer outro meio de locomoção. Essa vai ser uma experiência nova para a cidade, uma obra construída com um urbanismo moderno, discutido com a população e onde teremos a oportunidade de fazer as pessoas curtirem a cidade e o Rio Capibaribe", explicou o prefeito Geraldo Julio. Em vez de uma via expressa com quatro faixas de largura, prevista em proposta anterior, o projeto foi readequado de acordo com os conceitos do Parque Capibaribe, após amplo debate com a população, e ganhou características de via local. A área será equipada com passeios, ciclovia, áreas de convivência e espaços de aproximação com o rio, além de um refúgio para capivaras. A obra contempla também a implantação de faixa única para carros, compartilhada com bicicletas, em dois trechos: da Ponte da Capunga até a Rua Dom Sebastião Leme e da Rua Manoel de Almeida em direção à Ponte da Torre. Também haverá duas passarelas sob as pontes, um mirante na Rua Dom Sebastião Leme e dois píeres para pequenas embarcações. O prazo para execução é de 18 meses. O secretário de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Recife, Bruno Schwambach, falou da importância da iniciativa. "Pela primeira vez a cidade está sendo pensada a longo prazo, em todos os outros projetos dentro da prefeitura, assim como este, que é estruturador, que ressignificam o que a cidade precisa, dialogando com as pessoas e com o entorno. Tive a oportunidade de acompanhar e apresentar esse projeto e todos se impressionam como estamos alinhados à nova agenda urbana, na forma como devemos preparar a cidade e entregar ela para as pessoas, alinhados também à redução de carbono, dando prioridade ao pedestre, ao ciclista", declarou. O projeto foi contratado pela Secretaria de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente e elaborado pelo grupo Inovação e Pesquisa para as Cidades (InCiti), da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). A proposta foi amplamente discutida com a sociedade civil e prevê a requalificação urbanística do espaço, priorizando pedestres e ciclistas, integrando todo o bairro das Graças. PARQUE CAPIBARIBE – O projeto pretende transformar o Recife em uma cidade-parque, visando elevar a taxa de área verde pública, que hoje é de 1,2 m² por habitante, para 20 m² por habitante em 2037, quando o Recife completa 500 anos. A intervenção envolve mais de um terço da área da cidade, numa extensão de 30 km, prevendo ações num raio de 500 metros a partir de cada margem, o que resulta em uma área de influência de 7.250 hectares. O projeto total abrange 35 bairros, que vão gradualmente se transformar em bairros-parque, beneficiando 400 mil habitantes do Recife. O Parque Capibaribe teve início em 2013, sendo fruto de um convênio de cooperação técnica entre a Prefeitura da Cidade do Recife (PCR), através da Secretaria de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente, e a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). JARDIM DO BAOBÁ - A primeira etapa do Parque Capibaribe entregue à população foi o Jardim do Baobá, nas Graças, que ocupa a margem do Rio Capibaribe entre as Ruas Madre Loyola e Antônio Celso Uchôa Cavalcanti, próximo à antiga estação Ponte D’Uchoa. O jardim tem 2.200 m2 e conta com uma mesa de uso coletivo de 10,5 metros de comprimento para piqueniques e jogos, além de três balanços-escultura de 6 metros de altura que comportam crianças e adultos. O espaço fica no entorno de um baobá, que faz parte da lista das 54 árvores e palmeiras tombadas do Recife.

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Recife Cidade-Parque aos 500 Anos

Victor Hugo, o grande escritor francês, uma vez disse: “Nada como o sonho para criar o futuro. Utopia hoje, carne e osso amanhã.” A meu ver, essa frase se aplica na integra à descoberta feita pelo grupo de pesquisa do Parque Capibaribe, convênio entre a Secretaria de Meio Ambiente da Prefeitura do Recife e a Universidade Federal do Pernambuco, de que o Recife ainda pode vir a ser uma cidade-parque até completar 500 anos em 2037. Os pesquisadores do Parque Capibaribe (mais de 50 da UFPE e da UFRPE) chegaram a essa conclusão depois de projetarem a recuperação da cidade a partir do rio, começando pelo parque do seu entorno, depois sua ampliação, em cinco anos, para o parque irradiado da cidade e, por fim, na terceira cena até 2037, a cidade-parque com a ampliação da área verde atual por habitante dos ínfimos 1,2 para os 12 metros quadrados recomendados pela ONU (incorporando ao uso público cerca de 2 mil ha das áreas verdes de Dois Irmãos/Guabiraba, Brennand e Parque dos Manguezais). O fantástico desta projeção é que ela recupera a esperança ambiental, em forma de sonho possível, para uma cidade cuja carência de planejamento e de perspectivas de futuro, há décadas, fez com que não só seu tecido se fragmentasse (a ideia que me dá hoje é de um quebra-cabeças desmontado) como se fragmentasse também a ideia de cidade na cabeça das pessoas dando asas à moda, um tanto cult, de falar mal dela (#hellcife, #recifede etc). Só por isso, por trazer de volta a esperança tecnicamente embasada de uma cidade bem melhor dentro de um horizonte de tempo razoável (cerca de 20 anos), num ambiente em que a desesperança passou a imperar, já merece ser seriamente considerada e amplamente debatida. Em especial neste momento em que se começa a discutir, de forma estruturada, o futuro econômico, social, ambiental e espacial da nossa capital no projeto Recife 500 Anos coordenado pela Aries – Agência Recife de Inovação e Estratégia. Até onde entendo, o conceito do Recife Cidade-Parque, esboçada a partir do Capibaribe como fio condutor e recosturador do território fragmentado, tem todo potencial de ser a diretriz estruturadora da dimensão espacial do Recife 500 Anos. Deixar passar esse verdadeiro ovo de colombo urbanístico ou não considerá-lo adequadamente seria um equívoco que não podemos nos dar o luxo perdulário de cometer.

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