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Nova pesquisa revela ligação entre distúrbios do sono e enxaqueca

A Allergan plc (NYSE:AGN), líder global da indústria farmacêutica comprometida com o avanço da ciência da enxaqueca, anuncia os resultados de um importante estudo com 12.810 portadores de enxaqueca nos Estados Unidos. O estudo foi parte de uma subanálise transversal do estudo Chronic Migraine Epidemiology and Outcomes (CaMEO, Epidemiologia e Desfechos Clínicos da Enxaqueca Crônica), com o objetivo de avaliar a relação entre distúrbios do sono e apneia do sono com comorbidades da enxaqueca crônica (EC) e enxaqueca episódica (EE). Os dados mostraram que as pessoas que sofrem de enxaqueca correm o risco de desenvolver distúrbios do sono, tais como apneia do sono (respiração irregular ou superficial durante o sono)[i], sonolência[ii], sono inadequado[iii] e ronco[iv] 1-4. Os resultados foram apresentados no 59o Encontro Científico Anual da Sociedade Americana de Cefaleia (AHS) 2017, realizado em Boston, Estados Unidos, e no 3o Congresso da Academia Europeia de Neurologia (EAN) 2017, realizado em Amsterdã, Holanda 1,2. “Ter um bom sono noturno é essencial para a nossa saúde e o nosso desempenho em atividades sociais cotidianas, bem como no trabalho3. O estudo CaMEO sugere que muitos portadores de enxaqueca crônica acumulam desgastes duplos da doença: ter de aguentar os efeitos incapacitantes da enxaqueca e quinze ou mais dias de cefaleia por mês e ainda tratar das consequências dos distúrbios do sono1,2,5”, explica a neurologista Maria Eduarda Nobre, Doutora pela Universidade Federal Fluminense, membro da Academia Brasileira de Neurologia, da Sociedade Brasileira de Neurologia e da International Headache Society. Entre os pacientes que sofriam de EC (n=1.111), 52% estavam em risco de ter apneia do sono com base no ‘Questionário de Berlim’ para apneia do sono1,2. De todos os que responderam ao questionário, 10% informaram sofrer de apneia do sono (n=1.293), dos quais 24% não haviam sido diagnosticados por um profissional da saúde1,2. Se não tratada, a apneia do sono pode elevar o risco de pressão alta, ataque cardíaco, acidente vascular cerebral e outras doenças graves3. Além da apneia do sono, os sintomas mais relatados pelos pacientes com EC em comparação com EE foram: falta de ar[v], sonolência[vi], sono inadequado[vii] e ronco[viii] 1,2 . Para a neurologista da Maria Eduarda Nobre a enxaqueca é mais que uma simples cefaleia. “É uma doença debilitante que pode ter um impacto profundo nos pacientes e seus familiares6-8. Para muitas pessoas que sofrem de enxaqueca crônica, nos 15 ou mais dias do mês em que a cefaleia ataca, conviver com essa dor é um enorme desafio6-8. O distúrbio do sono pode dificultar ainda mais o tratamento da enxaqueca, e por isso não deve ser ignorado1,2. Na verdade, a recomendação é que quem tem problemas de sono devem procurar ajuda médica”, defende a médica. A Organização Mundial da Saúde classifica os ataques intensos de enxaqueca entre os problemas mais incapacitantes do mundo5 . A esse respeito, eles estão na mesma classe de incapacidade que o câncer terminal, a paralisia dos membros e a psicose5. A Enxaqueca Crônica é um distúrbio incapacitante definido como a ocorrência de cefaleia por 15 ou mais dias do mês durante três ou mais meses, a qual atende aos critérios de enxaqueca (sem aura) em oito ou mais dias e/ou responde ao tratamento específico para enxaqueca, em paciente com histórico de pelo menos cinco crises de enxaqueca anteriores não atribuídas a outro distúrbio nem ao uso excessivo de medicação. A cefaleia que ocorre em menos de 15 dias por mês é classificada como Enxaqueca Espisódica1,9 . Sobre o Estudo CaMEO O Estudo de Epidemiologia e Desfechos Clínicos da Enxaqueca Crônica (The Chronic Migraine Epidemiology and Outcomes Study - CaMEO) foi planejado para aumentar o conhecimento sobre o impacto da enxaqueca episódica e enxaqueca crônica nos pacientes, incluindo as barreiras ao tratamento, a relação entre enxaqueca e outros problemas de saúde e o ônus da enxaqueca no contexto familiar. Os pacientes foram recrutados a partir de um painel na internet de modo a representar a demografia populacional dos EUA1,2 . O estudo compreendeu os seguintes módulos: Perspectivas dos Adolescentes sobre o Ônus da Enxaqueca de seus Pais: Resultado do Estudo de Epidemiologia e Desfechos Clínicos da Enxaqueca Crônica - CaMEO O módulo sobre os adolescentes abrangeu 1.411 pares de pai-adolescente, dos quais 168 (11,9%) tinham um pai com EC e 1.243 (88,1%) tinham EE6 . Epidemiologia da Enxaqueca em Homens: Resultado do Estudo de Epidemiologia e Desfechos Clínicos da Enxaqueca Crônica - CaMEO O módulo sobre a epidemiologia em homens incluiu 12.495 mulheres e 4.294 homens7 . Efeito dos Sintomas Psiquiátricos sobre a Incapacidade Relacionada à Cefaleia na Enxaqueca: Resultado do Estudo de Epidemiologia e Desfechos Clínicos da Enxaqueca Crônica - CaMEO O módulo sobre os sintomas psiquiátricos teve 16.788 participantes8 . Relação entre Distúrbios do Sono e Enxaqueca: Resultado do Estudo de Epidemiologia e Desfechos Clínicos da Enxaqueca Crônica - CaMEO O módulo sobre distúrbios do sono contou com 12.810 participantes1,2 . Vale ressaltar ainda que o tratamento da enxaqueca crônica deve ser multidisciplinar e profissional, compreendo mudança de hábitos alimentares e estilo de vida, adoção de prática de atividades físicas, com terapias medicamentosas orais, preventivas e durante as crises, tais como antidepressivos, neuromoduladores e betabloqueadores, e também com a aplicação de toxina botulínica A.

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Por que os bebês têm problema com sono? O que fazer?

Os problemas de sono com os pequenos em geral são um pesadelo para toda a família. Conversamos com Marcia Horbacio, que é doula e consultora do Sono materno-infantil e integrante do corpo docente do International Maternity and Parenting Institute da Califórnia. Confira a entrevista abaixo: Quais os principais motivos ou causas que levam bebês e crianças a terem dificuldades para dormir? Primeiro, gostaria de esclarecer que não são todas as crianças que tem problemas de sono e que precisam de ajuda. Algumas aprendem a dormir sozinhas . O trabalho que faço é para famílias que veem a situação como um problema que impacta a saúde e o dia-a-dia da família. Algumas dessas famílias tem privações severas de sono e é para essas famílias que eu trabalho. Quanto às dificuldades para dormir existem várias causas. Algumas crianças tem problemas de saúde e por isso sempre precisam passar no pediatra primeiro antes de procurar a consultoria de sono. Problemas com refluxo,alergias, problemas intestinais, e outros que podem atrapalhar o sono , devem ser tratados pelo médico. Eu atuo quando depois de todas essas questões avaliadas pelo médico, a criança acorda várias vezes de noite precisando apenas de uma ajuda como colocar a chupeta de volta, mamar ou ser balançada ou ninada, ou seja, quando a questão é comportamental. Crianças até os 6 meses ainda não estão totalmente maduras para dormir como nós adultos, e por isso o sono é fragmentado e muito imprevisível ainda. Algumas crianças até os 3 anos ainda precisam de algum suporte para dormir e isso só é problema se a família não está feliz com isso. A partir de quantos meses é possível iniciar um trabalho de educação do sono do bebê? Um trabalho de educação de sono que vai incluir o uso de uma abordagem para mudança de comportamento ( os chamados treinamentos de sono ) entre 4-6 meses já podemos fazer. Nunca antes dos 4 meses e preferencialmente depois dos 6 meses . Algumas casos fazemos quando a criança tem entre 4-6 meses mas é preciso ser avaliado se a criança está bem desenvolvida, saúde excelente, ganhando peso normalmente, amamentação bem estabelecida e uma privação de sono bem severa. Nesse caso fazemos com crianças entre 4-6 meses. Preferencialmente a partir dos 6 meses. É preciso no entanto diferenciar treinamento de sono e consultoria do sono. Consultoria do sono que é realizada por uma profissional não é sinônimo de treinamento de sono. Nós ajudamos mães gestantes, mães no pós-parto, bebês recém-nascidos e crianças que precisam de orientação sobre o melhor ambiente para dormir, informação sobre a duração de sono , os intervalos de tempo acordado de acordo com a idade, rituais e rotinas e quando é o melhor momento para para implementar, enfim, isso se chama fazer a higiene do sono da criança ou do adulto. Sempre, quando se trata de um bebê antes dos 6 meses, focando nesses aspectos da fundação do sono saudável. Nada tem a ver com educar o sono do bebê. Qual a participação dos pais na dificuldade de dormir dos filhos? Pais ansiosos podem interferir da qualidade do sono dos bebês e crianças? Se a questão é comportamental, geralmente está nas mãos dos pais modificar a forma de colocar para dormir. Muitas vezes na ânsia de resolver a questão porque estão todos muito cansados, eles acabam tentando várias coisas diferentes e é justamente aí que está o problema. A criança precisa que os pais tenham uma mesma resposta aos despertares para que elas descubram como gostam de adormecer. Ter alguma dificuldade de pegar no sono pode ser normal. Mas devem ter casos que os pais devem se preocupar. Em que casos seria mais urgente buscar um profissional para ajudar na melhora do sono da criança? Sim, é muito normal que crianças até pelo menos 3 anos queiram alguma ajuda para relaxar e isso não é geralmente caso para consultoria do sono. Ás vezes só precisam de um pouco de companhia na hora da cama, mas dormem uma noite boa e os pais não veem problemas nisso. Acredito que os pais devem seguir suas intuições e se eles acham que para a família deles, a situação é problema, então eles podem querer procurar ajuda. Alguns pais tem mais tolerância a privação do sono e podem achar que uma criança de 2 anos acordar uma ou duas vezes a noite não é problema. Agora, devo chamar a atenção para o seguinte: Não é só pelos pais que se deve cuidar do sono. É pela criança principalmente. Um sono muito interrompido quando uma criança já tem mais de 1 ano não é bom. Então , às vezes os pais pensam que não precisam mudar nada porque para eles não é problema acordar de madrugada, mas a criança está muito cansada e precisando de um sono melhor. A dificuldade de dormir pode prejudicar a saúde das crianças? Que tipos de desdobramentos podem acontecer na saúde das crianças que tem essas dificuldades? No caso de privação de sono severa, em que a criança está muito irritada e cansada durante o dia, os pais exaustos e isso se prolonga por meses a fio , às vezes até anos, sabemos que estudos mostram que as crianças ficam mais suscetíveis a gripes, podem ter problemas de aprendizado quando forem para a escola, são mais sujeitas a obesidade que outras e além de outros problemas serem crianças mais ansiosas e emocionalmente instáveis. Qual a importância do sono para o desenvolvimento da criança? Durante o sono profundo o hormônio do crescimento é secretado por isso é importante que ela durma um sono de qualidade. É durante o sono também que os órgãos são reparados do trabalho que tiveram durante o dia, a memória se consolida, consequentemente a criança aprende melhor e se relaciona melhor com os outros porque está descansada, o que faz com que se desenvolva intelectualmente também. O sono é vital para o desenvolvimento da criança. Tão importante quanto dar o melhor alimento para a criança é dar o melhor

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Posição ao dormir e as dores de cabeça

Além de revelar traços da personalidade, como defendem alguns, a posição em que a pessoa dorme pode ser importante fator associado à intensidade das dores de cabeça, segundo estudo defendido no Programa de Pós-Graduação em Enfermagem da UFPE. A dissertação "Postura cervical ao dormir e sua influência sobre a dor miofascial na cabeça e pescoço", de autoria de Albery Lins da Silva, aponta que "a posição em que fica a coluna cervical enquanto dormimos tem influência sobre a anteriorização da cabeça; o que traz sobrecarga aos músculos cervicais e dor miofascial na áreas da cabeça e pescoço". A anteriorização, neste caso, é a leve inclinação da cabeça para frente e a fáscia é o tecido que envolve o músculo (mio). Composta por dois artigos científicos, a dissertação revela em um deles - o que dá nome ao trabalho acadêmico -, que a maior prevalência e intensidade da dor, no universo das 187 pessoas observadas, está dentre os que dormem em flexão cervical e que, portanto, apresentam menor ângulo craniovertebral, ou seja, os que mantêm a cabeça em inclinação maior para a frente. "Uma postura mantida por tempo prolongado, que coloque o tecido miofascial em encurtamento ou alongamento, pode ser considerada um estímulo mecânico nociceptivo", explica. No estudo, que contou com a observação de um grupo de graduandos de Enfermagem da UFPE, distribuídos em nove turmas do curso e submetidas à situação análoga à postura adotada ao dormir, a maior frequência de postura cervical adotada foi uma combinação de, pelo menos, duas posições entre rotação, inclinação e flexo-extensão, com predileção pelo decúbito lateral, o comumente denominado "dormir de lado". Ressaltando a necessidade de mais evidências para esclarecer como estas posturas cervicais ao dormir interferem no metabolismo muscular, o autor da dissertação destaca que a cefaleia frontotemporal foi a mais encontrada entre as pessoas observadas, o que corrobora com os padrões de dor miofascial dos músculos cervicais. Participaram do estudo 187 graduandos de Enfermagem, distribuídos em nove turmas do curso, englobando os que contam ou não com histórico de dor na cabeça e pescoço. Foram excluídos aqueles que estiveram sob qualquer tratamento fisioterapêutico ou de acupuntura. A orientação e coorientação do trabalho ficou sob responsabilidade das professoras Eliane Maria Ribeiro de Vasconcelos e Luciana Pedrosa Leal. PONTOS-GATILHO | No outro artigo, que se propõe a uma revisão integrativa de literatura sobre a causa de um dos 'disparadores' das dores musculares, intitulado “Etiologia dos Pontos-Gatilho Miofasciais (PGM): uma revisão integrativa”, o autor oferece aos profissionais o acesso rápido aos resultados relevantes que fundamentam as condutas ou a tomada de decisão, além de verificar lacunas do conhecimento. "A formação do PGM envolve uma cascata de eventos bioquímicos, com participação de estruturas musculares e neuronais, ainda não completamente esclarecidas", analisa o autor. Em contrapartida, segundo Albery, "vários estudos correlacionam o PGM como fonte primária de dor, principalmente em cefaleia e enxaqueca, apesar de não haver consenso acerca de critérios de diagnóstico". Para o pesquisador, são necessários mais estudos a fim de elucidar que tipos de estímulo mecânico estão envolvidos clinicamente na formação do PGM. "O que há de comprovado é que estímulo mecânico nociceptivo foi capaz de ativar PGM, juntamente com câimbras musculares e dor", afirma. O fisioterapeuta ressalva que o número de participantes foi um fator limitante no estudo, "pois a postura cervical não se mostrou estatisticamente associada à dor miofascial". "No entanto", explica, "por meio das frequências e médias, observou-se que ela foi capaz de mudar o padrão doloroso". O que sugere, segundo o autor, que, na prática clínica, os pacientes com dor miofascial na cabeça e pescoço devem ser investigados quanto à maneira de dormir, solicitando que demonstrem como dormem. E prescreve: "O travesseiro no decúbito lateral (posição de quem dorme de lado) deve ser alto o suficiente para que deixe o nariz alinhado à linha média do corpo e colocado de tal forma que apoie toda a face da mandíbula, a fim de evitar rotação durante o sono". (PCR/ Renata Reynaldo)

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