Arquivos velocidade - Revista Algomais - a revista de Pernambuco

velocidade

Hoje é dia de deixar o carro na garagem

O que você acha de deixar o automóvel na garagem, nesta quarta-feira (22) e se locomover a pé, de bicicleta ou de ônibus? A proposta é do Dia Mundial Sem Carro, instituído na França, em 1997, com o objetivo de incentivar a reflexão sobre o uso excessivo de veículos automotores individuais. A campanha se espalhou pelo mundo levando as pessoas a pensarem na dependência excessiva que criaram por carro ou moto. “A data também tem o intuito de desenvolver a empatia daqueles que utilizam predominantemente o transporte individual motorizado. Eles têm a oportunidade de, durante um dia, se colocarem no lugar daqueles que são os mais vulneráveis no trânsito, ou seja, os pedestres e ciclistas”, explica o consultor da TGI e especialista em mobilidade Francisco Cunha. Ao ter a experiência de não estar na rua como motorista, pode-se, por exemplo, perceber como a alta velocidade é perigosa e, não por acaso, é a principal causa dos acidentes de trânsito.  Por isso, o Dia Mundial sem Carro ajuda na prevenção desses acidentes que por  ano causam a morte de 30 mil pessoas no Brasil.  "Esse dado refere-se mortes que ocorreram no local dos acidentes, mas se forem computadas as pessoas que faleceram fora do local do sinistro este número sobe para 50 mil, sem falar das outras 500 mil que ficaram sequeladas”, alerta Francisco, que promove a Caminhada Domingueira, cujo objetivo é incentivar as pessoas a caminhar e a conhecer melhor o Recife.       Aliás essa é outra vantagem de caminhar: o pedestre cria uma aproximação maior com  sua cidade. “Mudei completamente minha percepção do Recife por causa das caminhadas. Andar a pé traz não só bem-estar físico e mental para quem caminha como, também, para a cidade pois amplia o conhecimento sobre ela”, conta o consultor, que é um verdadeiro “militante” da mobilidade a pé. O entusiasmo de Francisco Cunha pelas caminhadas tem conquistados adeptos, como a administradora de empresas Silvana de Albuquerque Queiroz. Ela conta que ao assistir a palestra do consultor, ficou tocada com quando ele disse que país rico não é aquele em que todos andam de carro, mas é o que todos andam a pé e de transporte público. “Também me chamou a atenção quando ele afirmou que só cuidamos do que conhecemos e só conseguimos conhecer a cidade nos apropriando dela. E uma forma de fazer isso é caminhando”, recorda-se. “Além do mais, acho muito agradável caminhar quando viajo. Então, pensei que caminhando posso ajudar a melhorar minha cidade, afinal, moro aqui”. Silvana passou a ir a pé para academia e, por sugestão do marido Inacio Miranda Junior, começaram a levar os filhos caminhando para a escola, situada a de 1 km da residência no bairro de Setúbal. “Parece pouco, mas os filhos de todos os nossos vizinhos estudam na mesma escola e vão de carro. Estamos tentando estimular para Dia Mundial Sem Carro irmos todos a pé. Espero que tenha aderência” planeja. Argumentos ela tem de sobra para convencer seus vizinhos: “Além da possibilidade de conhecer a cidade, suas belezas e seus problemas, valorizamos o lado educativo de aprender a respeitar os pedestres, atravessar a rua com consciência, valorizar a calçada bem cuidada e transitável, estar lado a lado de pessoas que lhe conhecem, como as funcionárias domésticas que trabalham no prédio e que só lhe veem no carro, mas naquele momento estão próximas de você, isto gera empatia”, considera.   Ela também dá a dica para quem tem receio de caminhar pela cidade em razão da violência urbana. “Nunca fui assaltada, até porque vou vestida de forma simples e sem bolsa. Eu não uso relógio, colar ou brinco, apenas a aliança. Nunca passei por constrangimento relacionado à segurança, graças a Deus”, relata. Muitos urbanistas, por sinal, afirmam que a segurança está associada com a maior quantidade de pessoas circulando nas ruas. Quanto mais desabitada uma via, mais insegura ela é. Se Silvana não teme assaltados, tem, no entanto, pavor de ser atropelada. “Fico bem nervosa para atravessar a Av. Beira Canal, porque os carros circulam em grande velocidade. Tomo cuidado, mas ainda fico com o coração um pouco apertado para atravessar as ruas”. O Dia Mundial Sem Carro é uma boa oportunidade para compreender esse sentimento de Silvana e ter empatia por ela. Então, que tal deixar o carro na garagem hoje?

Hoje é dia de deixar o carro na garagem Read More »

Semana da ONU discute limites de velocidade

A redução dos limites de velocidades em vias urbanas será um dos temas da 4ª Semana Mundial das Nações Unidas sobre Segurança no Trânsito, que começou na segunda-feira (8) e vai até o dia 14, com mobilizações em todo o mundo para estimular a consciência global sobre os acidentes de trânsito, principalmente os que ocorrem por excesso de velocidade. O tema escolhido para este ano é “Reduza a velocidade”. Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) mostram que, ao ser atropelado, o risco de morte de um pedestre é de 20% quando o veículo está transitando a 50 km/h e sobe para 60% quando o carro está a 80 km/h. “Sabemos que essa é uma movimentação de todos os países, no mundo inteiro. Essa discussão tem sido cada vez mais frequente", disse a coordenadora de projetos ONG, Mariana Lourencinho. Em março, as mortes no trânsito na capital paulista, por exemplo, aumentaram 7,4% na comparação com igual período do ano passado, segundo dados do Sistema de Informações Gerenciais de Acidentes de Trânsito de São Paulo – Infosiga SP, do governo estadual. Foram registradas 87 mortes em março neste ano e 84 no mesmo mês de 2016. Ações nas escolas Durante a semana de mobilização, a ONG Criança Segura fará uma série de ações para conscientizar as crianças sobre segurança no trânsito. “Nós montamos um kits de sensibilização. A ideia é que, neste ano, quem vai falar sobre reduzir a velocidade são as próprias crianças, que são os maiores interessados na própria segurança. A gente sabe que criança falando para um adulto tem um poder de impacto ainda maior”, explicou Mariana. A ação envolverá escolas parceiras da organização, onde serão distribuídos os kits com placas, bexigas sinalizadoras, entre outros itens. “Para que elas mostrem aos adultos que estão preocupadas com a questão da redução da velocidade. A proposta é que elas se manifestem nas suas escolas ou nos seus caminhos”, acrescentou a coordenadora. A organização destaca que as ocorrências de trânsito são a principal causa de morte acidental de crianças e adolescentes de 1 a 14 anos. Segundo dados de 2014 do Ministério da Saúde, quase 40% dessas mortes (1.654) ocorreram no trânsito, sendo que 34% foram acidentes de carro e 29%, atropelamentos. (Agência Brasil)

Semana da ONU discute limites de velocidade Read More »