Arquivos Urbanismo - Página 16 De 97 - Revista Algomais - A Revista De Pernambuco

Urbanismo

banco vermelho

Manifesto Banco Vermelho contra o feminicídio e a violência contra a mulher chega ao Brasil

O movimento "Banco Vermelho", originado na Itália em 2016, agora se expande para o Brasil como uma iniciativa de conscientização e combate ao feminicídio e à violência contra a mulher. Fundado como um apelo à sociedade para a necessidade de transformações nos comportamentos em relação à figura feminina, o projeto propõe a quebra de ciclos históricos de violação dos direitos das mulheres, enraizados em séculos de dominação masculina. As atividades no Brasil foram iniciadas em 25 de novembro de 2023, no Recife-PE, em sintonia com o Dia Internacional de Combate à Violência Contra a Mulher (25.11). As protagonistas do lançamento do movimento no Brasil são duas mulheres pernambucanas: a publicitária e ativista Andrea Rodrigues e a gestora em Marketing Paula Limongi. O "Banco Vermelho" se propõe a ser um veículo de conscientização e transformação social, destacando a importância de novos comportamentos e atitudes para construir uma sociedade mais justa e igualitária para as mulheres. “Fui sensibilizada com a instalação de um banco na cor vermelha na Espanha dias após ter sido testemunha no julgamento do feminicídio da milha melhor amiga, a pernambucana Patrícia Wanderley (2018). De lá para cá, estudei muito sobre o assunto, acompanhei diversos casos na imprensa, me mantive crítica e ativa junto aos movimentos... E entendi que esta causa é uma luta de todos, enquanto sociedade. Por isso, vamos rodar o Brasil com iniciativas de ocupação urbana e de ações de prevenção”, afirma Andrea Rodrigues. A ativista declara que transformar o luto em luta foi o que as motivou a trazer o projeto para o Brasil. Além disso, ressalta que sua parceira neste movimento, Paula Limongi, chegou para complementar a força de enfrentamento da violência contra a mulher. “Paula também tem experiências marcantes na causa por meio da convivência com os filhos de Maristela Just, assassinada pelo marido em 1989. Além disso, foi imensamente impactada com a partida precoce da sua colega de escola, Renata Alves, que foi vitima de feminicídio em 2022”, complementa Andrea. A primeira fase do movimento "Banco Vermelho" no Brasil tem como objetivo principal conscientizar os pernambucanos e visitantes do estado sobre a causa por meio da instalação de bancos vermelhos em praças públicas e shoppings da cidade. Cada estrutura carrega uma mensagem única de reflexão sobre o tema, visando impactar as pessoas e incentivá-las a refletir e agir em relação à violência contra a mulher na sociedade. Com dados alarmantes, como o registro de 1.437 casos de feminicídio no Brasil em 2022, conforme o Anuário do Fórum Brasileiro da Segurança Pública, a iniciativa destaca a urgência de ações integradas entre entidades civis, públicas e a sociedade para enfrentar essa chaga social. Os bancos vermelhos estão sendo instalados em diversos pontos da capital pernambucana, como Praça Tiradentes, Rua da Moeda, Rua da Aurora, Morro da Conceição, comunidade Entra a Pulso, UR1, Parque 13 de Maio, Praça Chora Menino, Praça Jardim São Paulo, Sítio Trindade, Praça Oswaldo Cruz e Parque do Caiara. Cada banco terá um QR Code que direciona para o Instagram do movimento (@bancovermelho), fornecendo informações sobre o projeto, canais de ajuda para vítimas, meios de denúncia e a lista de apoiadores.Shopping e Ampla Comunicação.

Manifesto Banco Vermelho contra o feminicídio e a violência contra a mulher chega ao Brasil Read More »

Compaz1

UNICEF e Prefeitura do Recife apresentam estudo sobre o Compaz

Hoje (29), o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) e a Prefeitura do Recife apresentarão os resultados de um estudo realizado pelo Massapê sobre os Centros Comunitários da Paz (Compaz) como estratégia de política pública. O estudo teve como objetivo gerar recomendações para fortalecer e aprimorar o impacto desses equipamentos na resposta e prevenção à violência, com foco em crianças e adolescentes. A avaliação foi conduzida em dois equipamentos da Rede Compaz, o Miguel Arraes, no bairro da Madalena, e o Ariano Suassuna, no Cordeiro. Utilizando questionários, grupos focais com cuidadores, adolescentes e funcionários das unidades, e oficinas de leitura para compreender as percepções do público infantil, a amostragem considerou perfis correspondentes à audiência prioritária do Compaz, envolvendo cerca de 900 pessoas diretamente. Atualmente, quatro unidades do Compaz estão em funcionamento no Recife, com mais uma em construção e previsão de expansão ao longo de 2024. Com modelos semelhantes em outras cidades, a estratégia também vem crescendo no país. Todo o processo foi debatido e validado por representantes do UNICEF, do Massapê e da Prefeitura do Recife. Após a análise de dados e evidências, o relatório intitulado "Entre Vozes e Vivências: avaliação participativa do Compaz para o fortalecimento da cultura de paz e inclusão social no Recife (PE)" reuniu dez recomendações distribuídas em quatro eixos: integração com o território, atendimento inclusivo, serviços e atividades, e integração entre políticas. A avaliação faz parte da #AgendaCidadeUNICEF, uma parceria entre o UNICEF e a Prefeitura do Recife, visando o fortalecimento de políticas de proteção de crianças e adolescentes do bairro do Ibura. AGENDA: Lançamento do Estudo “Entre Vozes e Vivências: avaliação participativa do Compaz para o fortalecimento da cultura de paz e inclusão social no Recife (PE)” Onde: Compaz Miguel ArraesQuando: às 14h, quarta-feira, dia 29/12Iniciativa: UNICEF e Prefeitura do Recife

UNICEF e Prefeitura do Recife apresentam estudo sobre o Compaz Read More »

Coletiva CDL

CDL Recife mapeia novas ruas para impulsionar o comércio no Centro da Cidade

Novas ruas do Centro do Recife foram mapeadas como parte do Projeto Rota do Comércio, uma iniciativa da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL Recife) com o apoio da Prefeitura do Recife através do Programa Recentro. Até o momento, 1.093 lojas foram identificadas, e 56 novas ruas foram adicionadas à plataforma (www.rotadocomercio.com.br). Essa plataforma oferece um mapa virtual para ajudar os consumidores a encontrar lojas, informações sobre estacionamentos privados e de Zona Azul, paradas de ônibus, bicicletários e pontos turísticos, permitindo ainda a criação de roteiros de um ponto a outro pelo celular. Lançada em maio deste ano com oito ruas e aproximadamente 4 km, a iniciativa agora inclui um número expandido de ruas, com acréscimo de 312 novas lojas e atualização de dados de outros 637 estabelecimentos. O presidente da CDL Recife, Fred Leal, destaca que o objetivo é facilitar a localização de lojas, produtos e serviços na região central da capital pernambucana, que representa cerca de 70% do PIB do município. O projeto Rota do Comércio, desenvolvido em parceria com o Programa Recentro, Emprel e RAJ Tecnologia, também aborda a reunião de lojas semelhantes em determinadas ruas do centro. Por exemplo, a Rua da Concórdia concentra produtos eletrônicos, a Rua Manoel Borba abrange várias óticas e a Rua do Aragão é especializada em móveis. As informações sobre as lojas são derivadas do Censo Lojista realizado pela CDL Recife. Além de promover a identificação e divulgação do comércio, a CDL Recife concentra esforços em buscar o respaldo da gestão pública para a região central. Isso inclui melhorias em aspectos como limpeza urbana, segurança, iluminação, manutenção viária e transporte coletivo. A entidade também busca incentivar a reocupação do Centro, seja por meio de iniciativas do mercado imobiliário relacionadas à moradia, ou através da utilização de espaços por entidades públicas e privadas, assim como a reorganização das vias. Em colaboração com a Polícia Militar, a CDL Recife procura garantir a atuação efetiva do efetivo para desencorajar atividades criminosas e proporcionar maior segurança à população e aos comerciantes. ANA PAULA VILAÇA “E essa ferramenta da Rota do Comércio facilita o acesso a esse comércio diversificado e rico. Essa parceria entre poder público e iniciativa privada é fundamental para o trabalho que estamos realizando no território, assim como o fortalecimento do comércio local é essencial nesse processo de reabilitação do centro histórico do Recife”.

CDL Recife mapeia novas ruas para impulsionar o comércio no Centro da Cidade Read More »

mostra caruaru

Caruaru recebe a primeira Mostra de Arquitetura e Arte do Agreste

Caruaru está sediando a primeira Mostra de Arquitetura e Arte do Agreste, a casaART, um evento que representa uma fusão única de diversão, arte e arquitetura. Localizada no bairro Maurício de Nassau, a casaART reflete as transformações no estilo de vida, abrangendo desde casas antigas até modernos edifícios. A casaART apresenta 19 espaços projetados para destacar as expressões artísticas e culturais de Caruaru. Cada ambiente é concebido por renomadas marcas pernambucanas, proporcionando perspectivas únicas de profissionais locais. “É espaço capaz de destacar nossos talentos, revelar novas faces, consolidar marcas e estimular o mercado local, gerando desenvolvimento e renda. Mas, acima de tudo, um lugar para se relacionar, trocar experiências e viver arquitetura. Uma mostra que traz, na sua construção, a arte como forma de provocar o debate e redirecionar nosso olhar sobre a arquitetura”, explica o diretor da Mostra, George Casé. Nomes como Juliano Dubeux, responsável pela fachada, Thaís Holanda, que assina a praça, e a Eleve, encarregada do jardim de chegada, contribuem para uma experiência rica. O living leva a assinatura de Marcela Marabuco, enquanto o loft é projetado por Filipo Madeira, para citar apenas alguns. Cada espaço presta homenagem a artistas e artesãos locais, incluindo personalidades como Socorro Rodrigues, artesã do Alto do Moura, Tia Guida, cozinheira de renomado restaurante da Feira de Caruaru, e os notáveis Luisa Maciel, Claudio Assis e Miró da Muribeca. Sob o tema "Humanize-se", a mostra busca trazer mais humanidade aos projetos arquitetônicos. A programação para os fins de semana complementa essa visão, oferecendo apresentações musicais, bate-papos com arquitetos e designers, recitais de poesia e uma feira colaborativa de objetos de decoração. A casaART não apenas influencia a arquitetura com um novo olhar, mas também promove conceitos contemporâneos como Gentileza Urbana e Vigilância Mútua. Essas ideias se manifestam em intervenções que melhoram o ambiente urbano, promovendo o bem-estar dos moradores da cidade.  “A mostra traz um novo olhar sobre o morar contemporâneo e apresenta uma nova forma de se relacionar com a cidade e com as pessoas. Com essa provocação, nomeei a primeira edição com o tema ‘Humanize-se’, na busca por lugares capazes de nos emocionar e que nos gere identificação”, destacou Casé. Serviço Mostra casaART: Até 03.12.2023Horários: Quarta a Sexta – 16h às 21h | Sábados – 14h às 22h | Domingos e Feriados – 15h às 21hIngressos: R$ 30 (inteira), R$ 15 (meia), R$10 (estudantes de Arquitetura e Design em dias de Bate-papo)Ingresso Social: R$ 20 mais um pacote de leite

Caruaru recebe a primeira Mostra de Arquitetura e Arte do Agreste Read More »

tejipio bacia

Especialistas fazem visita técnica em áreas da bacia do Rio Tejipió para propor soluções

Ontem (15), os participantes do Hackathon Recife, promovido pelo programa ProMorar, realizaram visitas às comunidades e vias impactadas pelos transbordamentos da bacia do rio Tejipió durante o período de chuvas. Estas áreas estão previstas para receber intervenções da Prefeitura com o objetivo de mitigar os transtornos. O itinerário incluiu a Avenida Recife e regiões como Dancing Days, Imbiribeira, Areias, Jardim Uchoa, Curado, Ipsep e a ponte Motocolombó. A missão contou com a presença da equipe técnica da Prefeitura do Recife, que focou em destacar aos especialistas em recursos hídricos presentes no evento os pontos críticos dos alagamentos, bem como algumas obras em andamento na cidade." “Nesse momento, com as mudanças climáticas, os problemas serão cada vez maiores. Portanto, estamos juntos com a Prefeitura para discutir as medidas robustas. O processo é complexo e é por isso que estamos com os especialistas para analisar a situação da cidade”, afirmou Ben Lamoree, líder da missão holandesa no Hackathon Recife. “Já estamos trabalhando nas soluções. Essa maratona do Hackathon vai contribuir para o plano de intervenções da bacia do rio, junto com os resultados dos estudos contratados. Todas as variáveis estão sendo analisadas, como a engenharia e as partes econômica, social e ambiental. Nós vimos que existem soluções combinadas que vão impactar de maneira positiva a vida das pessoas”, declarou João Charamba, chefe do gabinete do ProMorar. O evento segue até sexta-feira (17). Na agenda para os próximos dias, os especialistas holandeses e brasileiros, junto com os técnicos da Prefeitura, irão se debruçar nas iniciativas que podem resolver os alagamentos da cidade. O ProMorar tem como objetivo beneficiar 40 comunidades de interesse social em Recife, com investimentos totalizando R$ 2 bilhões. Esses recursos são provenientes de uma operação de crédito celebrada com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). (Foto: Brenda Alcântara/ProMorar Recife)

Especialistas fazem visita técnica em áreas da bacia do Rio Tejipió para propor soluções Read More »

nana megamural

Naná Vasconcelos recebe homenagem em megamural

O percussionista recifense, Juvenal de Holanda Vasconcelos, mundialmente conhecido como Naná Vasconcelos, recebeu uma homenagem marcante no centro do Recife por meio do megamural intitulado "Naná Vasconcelos, Sinfonia e Batuques", uma criação da artista Micaela Almeida. O mural, que destaca vividamente o músico com seu inseparável berimbau, cobre 200m² da fachada do Edifício Guiomar, situado no bairro da Boa Vista, em frente ao Parque 13 de Maio, nas proximidades da Faculdade de Direito do Recife. É a primeira vez que uma obra dessa magnitude é dedicada ao único artista brasileiro a receber oito prêmios do Grammy e a conquistar o título de maior percussionista do mundo por oito vezes pela revista Down Beat. Às vésperas de completar 80 anos de legado, Naná Vasconcelos continua a ser uma figura inspiradora e influente no cenário artístico e musical. "O megamural é bastante significativo para mim, pois todo o processo, desde a escrita do projeto e idealização da arte até a execução, foi um caminho de muito desafio e aprendizado enquanto mulher e artista autônoma. Poder gerar e parir essa cria em homenagem ao gigante Naná Vasconcelos em seu território é uma grande honra. Só tenho a agradecer ao mestre Naná pela sua generosidade, genialidade e delicadeza musical que plantou no mundo. Mesclar a arte urbana pública com a música é magia pura no Recife”, conta a artista Micaela Almeida. A iniciativa, apoiada pela Prefeitura do Recife por meio da Secretaria Executiva de Inovação Urbana (SEIURB), foi autorizada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), contando com a parceria da Tintas Iquine e da Gráfica Reprocenter. Para o mês de dezembro, está planejado um evento de inauguração, com a exibição de um documentário dirigido pelo fotógrafo Rennan Peixe, detalhando o processo de execução da pintura, além de fotos, vídeos e uma entrevista com Patrícia Vasconcelos, produtora e viúva de Naná, reafirmando sua memória. “Esse espetáculo visual é resultado do Edital de Credenciamento para Realização de Intervenções Artísticas em Empenas Cegas, uma política pública pioneira em Pernambuco, que dá oportunidade para que artistas como Mica transformem a paisagem urbana em um palco vivo da arte, celebrando a cultura e o patrimônio da nossa cidade. A boa notícia é que mais três megamurais já estão em andamento para inaugurar ainda este ano", conta a secretária executiva de Inovação Urbana, Flaviana Gomes.

Naná Vasconcelos recebe homenagem em megamural Read More »

parque crianca

Na reinvenção do Recife como Cidade Parque, a garantia do melhor para os mais pobres!

Muito do que vem sendo feito no Recife, em termos de melhoria da qualidade dos equipamentos e dos espaços públicos na última década, tem a benéfica influência do que foi feito na Colômbia, em especial nas cidades de Bogotá e Medellin que passaram e continuam passando por um vigoroso processo de mudança desde que estiveram dominadas pelo narcotráfico, nas últimas décadas do Século 20. Medellin, por exemplo, foi considerada a cidade mais violenta do mundo antes da morte de Pablo Escobar em 1993 e, em 2013, foi eleita a cidade mais criativa do mundo. Mudou completamente em duas décadas, coisa que o Recife pode muito bem fazer também! O conhecimento e a influência benéfica, sobretudo da exitosa experiência de Medellin, no Recife, deu-se por obra catequética de Murilo Cavalcanti que hoje acumula o cargo de secretário de Segurança Urbana do Recife mas, há quase duas décadas, tem feito o trabalho incasável de intercâmbio entre o Recife e a Colômbia, em busca de uma referência bem-sucedida de mudança, sobretudo no que diz respeito à cultura de paz e segurança cidadã. E um dos princípios do urbanismo restaurador que é feito nas cidades colombianas é, justamente, “o melhor para os mais pobres”. Eu mesmo, nas viagens de observação que fiz para lá, pude testemunhar isso. Exemplo marcante são as famosas bibliotecas- -parque com equipamentos impecáveis nos bairros mais pobres. O mesmo se dá com o mobiliário urbano que é igual nos bairros mais abastados de Medellin e nas comunas mais carentes e distantes do centro. Este princípio, por exemplo, foi exemplarmente adotado no Recife já no primeiro Compaz — Centro Comunitário da Paz, construído no Alto Santa Terezinha, em um prédio novo e de alta qualidade arquitetônica, inclusive com o maior e mais ventilado dojô para a prática esportiva de lutas marciais (uma tradição do local) do Brasil. O mesmo padrão foi adotado nos demais Compaz construídos e em construção em outros bairros do Recife. Este princípio me vem à mente no momento em que, após a realização do Seminário Recife Cidade Parque – Carta do Recife do Futuro para o Recife do Presente (tema da reportagem de capa deste número da Algomais), leio opiniões de participantes e, principalmente, de não participantes, dizendo que a ideia do Recife como uma cidade-parque é excludente porque o Recife é uma cidade pobre e injusta. Inclusive alguns dizem que os equipamentos já construídos no âmbito do Parque Capibaribe, como é o caso do Parque das Graças, são para “ricos” porque instalados num bairro “rico” da cidade. Este tipo de opinião ou é fruto de desconhecimento da realidade ou de má militância político-partidária. Quem assim se manifesta ou não viu ou viu e omite o que foi feito no Parque do Caiara (os Jardins Filtrantes) e no Cais da Vila Vintém, ambos em locais que por eles certamente são considerados “pobres” da cidade. Mas, na realidade, a qualidade é a mesma, nas áreas “ricas” e nas chamadas áreas “pobres”. Além disso, os demais parques e áreas publicas destinadas ao lazer, como é o caso, por exemplo, do parque que está sendo construído, o maior da cidade, na área do antigo Aeroclube, em uma região reconhecidamente “pobre” da cidade, é inspirado nos mesmos princípios dos aplicados na simultânea reforma da orla, esta teoricamente situada numa área “rica”. Inclusive, este é justamente um princípio que promove a democratização dos espaços públicos que são, por natureza, acessáveis por todos os habitantes da cidade. As cidades mais desenvolvidas do mundo fazem dos seus espaços públicos áreas de convívio de qualidade entre habitantes de todas as classes. E é isso que devemos perseguir incansavelmente no Recife.

Na reinvenção do Recife como Cidade Parque, a garantia do melhor para os mais pobres! Read More »

card institucional

Seminário debate com estudantes o Recife e as mudanças climáticas

Alunos da rede municipal do Recife terão a oportunidade de ampliar seus conhecimentos sobre as transformações do clima de uma maneira lúdica e descontraída no Seminário Recife Cidade Parque – Carta do Recife do futuro para o Recife do presente. Será realizado no dia 9 de novembro, no auditório do Compaz Escritor Ariano Suassuna, no Bairro do Cordeiro, das 9h às 12h. Os alunos convidados a participar do evento estudam nas Escolas Municipais em Tempo Integral Maria Sampaio de Lucena e Reitor João Alfredo. Organizado pelo Recife Cidade Parque – Plano de Qualidade da Paisagem, projeto de pesquisa, fruto de convênio entre a Universidade Federal de Pernambuco - UFPE e a Prefeitura do Recife, o seminário também faz parte do RXN 2023 - Sociedade (Fórum Internacional Recife Exchange Netherlands). Desde 2011 o fórum discute saídas para a elevação dos níveis dos oceanos em cidades holandesas e na capital pernambucana. Durante o evento, será divulgada a Carta do Recife do futuro para o Recife do presente, elaborada no último RXN, em 2021. Em tom poético e colocando o próprio Recife como narrador em primeira pessoa, o documento exalta as características “anfíbias” da cidade, banhada por rios e pelo mar, e conclama a sociedade a se mobilizar pelo seu futuro frente às ameaças ambientais. Em seguinda, estudantes vão assistir a palestras que vão abordar o tema O Recife e as mudanças climáticas. O oceanógrafo Marcus Silva, professor do Departamento de Oceanografia da UFPE, será um dos palestrantes e vai informar os alunos sobre as Mudanças climáticas e aumento do nível do mar. O arquiteto e urbanista Alexandre Campello vai discorrer sobre Cidades e soluções com base na natureza. Roberto Montezuma, professor do Departamento de Arquitetura e Urbanismo da UFPE, fecha o ciclo de palestras ao explicar o tema Recife Cidade Parque: um projeto de reinvenção urbana. As explanações vão contar com o talento do ator e pedagogo Adriano Cabral, que fará uma dinâmica para interagir com os adolescentes. O evento destinado aos estudantes compõe a segunda etapa do Seminário Recife Cidade Parque. Em outubro foi realizada a primeira fase com a mesa-redonda O drama das mudanças climáticas e a urgência da reinvenção do Recife, destinado ao público adulto que contou com palestrantes do Brasil e do exterior e fez parte do Circuito Urbano 2023, iniciativa da ONU-Habitat. Sobre Recife Cidade Parque – Plano de Qualidade da Paisagem O Recife Cidade Parque – Plano de Qualidade da Paisagem é um projeto de pesquisa, fruto do convênio entre a UFPE (Universidade Federal de Pernambuco) e a Prefeitura do Recife, que tem como objetivo buscar alternativas para os desafios da capital pernambucana diante das mudanças climáticas. Os estudos e ações do projeto baseiam-se na estrutura hídrica da cidade, composta pelos rios Capibaribe, Beberibe, Tejipió e pela frente marinha, para oferecer soluções que possibilitem a reinvenção do Recife. SERVIÇO: Seminário Recife Cidade Parque Carta do Recife do futuro para o Recife do presente. Data: 9 de novembro de 2023 Mesa-redonda: O Recife e as mudanças climáticas Local: Auditório do Compaz Escritor Ariano Suassuna (Av. Gen. San Martin, 1208 - Cordeiro) Horário: 9h às 12h.

Seminário debate com estudantes o Recife e as mudanças climáticas Read More »

alfredo pena vega

Ainda falta uma pedagogia climática

“Não estamos em uma urgência climática, mas em uma urgência civilizatória”, constatou Alfredo Pena-Veja, professor e pesquisador chileno especializado em Socioecologia, que é filiado ao IAP (Instituto de Antropologia Política) no Centro Edgar Morin, na França. Durante o evento que teve como tema O Drama das Mudanças Climáticas e a Urgência da Reinvenção do Recife, ele destacou que o drama principal não são as mudanças climáticas, mas as atuações insuficientes dos agentes internacionais na implementação de políticas públicas efetivas diante do aquecimento global. A educação está no centro da estratégia traçada pelo pesquisador. O pesquisador avalia que a transição progressiva das metas de redução de CO2, com menor impacto da redução de combustíveis fósseis, é uma posição de “hipocrisia” diante da urgência que o planeta atravessa. “O presidente da próxima COP 28, nos Emirados Árabes Unidos, Sultan al-Jaber, dirige a companhia petrolífera nacional do país”, afirmou. “Todos nós já sabemos, o diagnóstico está feito. Faz 10 anos, pelo Relatório do IPCC, que se falava que situações extremas vão acontecer em 2030 ou 2040. Se continuarmos cada ano a adicionar mais CO2 do que temos hoje, haverá o aumento dos níveis da temperatura. Matematicamente, se continuarmos emitindo CO2, isso vai piorar. É a lógica.”, ressaltou Pena-Veja. Para o pesquisador, um dos caminhos para frear esse processo é conscientizar a população, especialmente os jovens. “Os jovens são os primeiros a serem afetados pelo impacto das futuras condições das mudanças climáticas". Nesse processo, ele defende que as novas gerações precisam compreender o fenômeno das mudanças do clima e ter em conta os desafios sociais, ecológicos, além de considerar as possibilidades de ação.

Ainda falta uma pedagogia climática Read More »

capa recife afundar

Soluções para o Recife não afundar

Por Rafael Dantas As mudanças climáticas saíram das páginas de ciência ou de meio ambiente para o noticiário cotidiano. As chuvas estrondosas que inundaram a capital pernambucana no ano passado, as enchentes que acometeram recentemente o Rio Grande do Sul e a seca que atinge o Rio Negro, no Amazonas, são cenas de um mesmo filme. A urgência de preparar as cidades para esses cenários extremos foi discutida no Seminário Recife Cidade Parque — Carta do Recife do Futuro para o Recife do Presente que apontou as vulnerabilidades do País frente à rápida transição que o mundo enfrenta. O evento foi organizado pelo Recife Cidade Parque — Plano de Qualidade da Paisagem, projeto de pesquisa, fruto de convênio entre a UFPE (Universidade Federal de Pernambuco) e a Prefeitura do Recife. “Nós somos um dos países mais vulneráveis do Planeta”, alertou o vice-reitor da UFPE, Moacyr Araújo, que também é coordenador da Rede Clima e um dos maiores conhecedores das transformações climáticas no Brasil. No contexto do País, o Recife é uma das cidades ameaçadas, sendo classificada pelo IPCC (Painel Intergovernamental das Mudanças Climáticas) como a 16ª cidade com maior vulnerabilidade às alterações climáticas em escala global. MUDANÇAS MAIS ACELERADAS Segundo o pesquisador, a combinação do movimento da Terra e dos ventos resulta em uma maior acumulação de água quente ao longo da costa brasileira. Isso ocorre porque esses fatores empurram o volume hídrico em direção ao nosso litoral. O aquecimento dos oceanos também desempenha um papel fundamental nesse cenário, de acordo com Moacyr. Quando os oceanos se aquecem, eles tendem a se expandir, ocupando mais espaço. Para explicar isso, ele fez uma analogia com o efeito de ferver água em uma panela, que leva à expansão do líquido, fazendo-o transbordar. Da mesma forma, o aquecimento das águas oceânicas faz com que o nível do mar aumente, contribuindo para o problema da elevação, que atinge principalmente as cidades mais baixas, como o Recife. Moacyr destacou ainda que a mudança na temperatura da Terra e seus efeitos na vida das cidades chegaram muito antes do que previam os especialistas. Algumas projeções de fenômenos estimavam que aconteceriam daqui a 50 anos ou mais, porém seus sinais já são sentidos em pleno 2023. “Estamos com uma taxa de aumento do nível do mar cerca de 2,5 vezes mais intensa do que a média de todo o século passado. O que significa isso pra gente? Significa que, de fato, está aumentando o nível do mar, mas que está aumentando a uma velocidade mais rápida do que a gente imaginava”, advertiu Moacyr Araújo. BAIXA DO NÍVEL DAS CIDADES Além do avanço do mar, Moacyr ressaltou ainda outro problema que é mais difícil de mensurar, a subsidência: afundamento gradativo da superfície da Terra. “Nós hoje não sabemos o nível de subsidência das nossas capitais. A subsidência é quando começa a afundar. E Pernambuco e o Recife, com sua região metropolitana, são locais de subsidência, claramente. Isso está já cientificamente comprovado”, assegurou. Em Maceió, por exemplo, há um problema de afundamento de pelo menos cinco bairros, provocado pela mineração de sal- -gema da empresa Braskem. No seminário, o pesquisador explicou que esse processo de subsidência pode ser também natural. Quando a elevação do nível das águas soma-se ao rebaixamento da superfície das cidades, a equação impõe desafios que demandam soluções amplas e estruturais, segundo os pesquisadores. LIÇÕES DA EUROPA E DA CHINA “É o momento de começar a projetar extremos”, conclamou a pesquisadora Mila Avellar, que realiza pesquisas no Instituto para Educação das Águas (Unesco/Governo Holandês). Ela discorreu sobre as lições do intercâmbio internacional Holanda-China-Recife para enfrentar o aumento do nível do mar. Há mais de 10 anos, os diálogos entre a capital pernambucana e Amsterdã têm gerado documentos, projetos e utopias de como o Recife pode se preparar para os efeitos das mudanças climáticas de forma menos traumática, promovendo mais qualidade de vida para os seus moradores. “O aumento do nível do mar é apenas um dos ‘n’ efeitos dessas mudanças climáticas. Então acho que isso só acende um grande alerta e um senso de urgência em todos nós de que o futuro não é amanhã, não é hoje, é ontem”, declarou Mila. A pesquisadora considera que a sociedade não discute ainda de forma ampla a necessidade de um novo design e um projeto holístico para as cidades, que se adapte às mudanças climáticas. Por outro lado, Mila avalia que a frequência mais elevada do nível dos acidentes promovidos pela transição que o Planeta atravessa tem sensibilizado contingentes maiores da população a dar mais atenção ao tema. Ao comparar imagens de grandes calamidades da China e lembrar de eventos recentes do Recife e de outras cidades, a pesquisadora reforçou no encontro a amplitude dessa agenda. “Estamos lidando com eventos e desafios compartilhados”. As experiências internacionais apontam para a necessidade de se planejar o que tem sido chamado de cidades-esponja, aquelas que têm alta capacidade de absorção das águas das chuvas. Entretanto, ela lamenta que os esforços na maioria das cidades, hoje, se concentram em outra direção, isto é, de acelerar a velocidade das águas em direção ao mar. “As cidades esponjas visam absorver nas cidades 70% da carga de chuva anual. Os chineses têm um plano ambicioso de que em 2030 todas as cidades piloto dos planos de ‘Sponge Cities’, atinjam em mais de 80% da sua área as metas de absorção máxima”, exemplificou. Outro princípio que tem norteado a preparação das cidades para os eventos extremos é o de 3PA, que é uma avaliação em três pilares. Um deles é a preparação da cidade para eventos naturais do seu cotidiano. O segundo é uma atenção para como a estrutura das cidades poderá absorver as águas no momento em que o espaço urbano começa a falhar, com alagamentos e inundações. Além desses dois, o modelo propõe uma leitura para as situações de catástrofes naturais, que são os eventos mais desafiadores, mas que estão se tornando mais recorrentes no Planeta. “Para cada um desses pontos, o nível

Soluções para o Recife não afundar Read More »