Arquivos Urbanismo - Página 82 De 99 - Revista Algomais - A Revista De Pernambuco

Urbanismo

10 fotos da Praça da República Antigamente

No dia em que comemoramos a Proclamação da República, a coluna Pernambuco Antigamente publica uma série de 10 fotos da Praça da República, no Recife. Selecionadas do acervo da Villa Digital, as imagens destacam a vegetação e a beleza dos prédios do entorno dessa praça histórica do Recife, como o Palácio do Campo das Princesas, o Teatro Santa Isabel e o Palácio da Justiça. Clique nas fotos para ampliar a imagem. Vista da Praça para o Teatro Santa Isabel em 1901 (segundo descrição do Acervo Josebias Bandeira) Vista da Praça da República em 1905, segundo o acervo Manoel Tondella Postal da Praça em 1908   Praça da República em 1920, com vista para o Prédio do Tesouro do Estado Destaque para arborização em frente ao Palácio do Campo das Princesas Estátua do Conde da Boa Vista Destaque para o Baobá, em 1940, na foto do Acervo Benício Dias   Destaque da Praça nas proximidades do Palácio da Justiça Fonte Luminosa Vista aérea da praça *Faça sugestões de posts ou mande suas fotos antigas da cidade para o e-mail: rafael@algomais.com

10 fotos da Praça da República Antigamente Read More »

Novo espaço de lazer será inaugurado na Orla de Brasília Teimosa

A comunidade de Brasília Teimosa, na Zona Sul do Recife, inaugura neste sábado (17), o campinho e espaços de lazer públicos requalificados pelos próprios moradores. A inauguração da Arena Brasília Teimosa terá início às 15h, no campinho localizado na orla do bairro. Haverá cerimônia de corte da fita com representantes da comunidade e das instituições envolvidas na ação, apresentações de grupos culturais locais de Capoeira, Frevo, Maracatu e danças populares e as partidas de futebol inaugurais. O projeto, realização da love.fútbol, foi financiado por campanhas de arrecadação de fundos da ONG estadunidense Negus World e da love.fútbol Japão. No total, as organizações levantaram 71 mil reais para a iniciativa, que contou também com recursos do Consulado Geral dos Estados Unidos no Recife; com a coordenação local do projeto social Driblando o Crack; e com o apoio Prefeitura do Recife, que doou tintas, material de grafitti e mudas, viabilizou a melhoria da iluminação do entorno e a liberação de uso do terreno para o projeto. Este é o sexto projeto da love.fútbol em Pernambuco e o primeiro realizado na capital do estado, sede da organização no Brasil. “Estou muito feliz por poder representar os 200 japoneses que doaram para a realização desse projeto, que vai contribuir com a vida de tantas crianças. É muito bonito como as pessoas estão participando ativamente dele, pelas crianças e pela comunidade. Isso nos mostra como o espaço é uma plataforma para conectar pessoas”, afirmou o fundador do capítulo japonês da love.fútbol Ryoya Kato, que veio ao Brasil para acompanhar o projeto e a inauguração. Kato coordenou a campanha de doação online, no Japão, realizada no primeiro semestre deste ano. Já a Negus World, anualmente realiza a “Negus World Wide Party”, festa que ocorre simultaneamente em diversos países, em prol de projetos sociais. A edição de 2015 foi dedicada à realização de um projeto love.fútbol no Brasil. Na ocasião, o grupo criou uma música exclusiva para a campanha, chamada “Tamo Junto”, que mistura ritmos brasileiros e afroamericanos. “Ficamos felizes em contribuir com as crianças do Recife com a nova arena. Escolhemos o Brasil porque depois da Copa do Mundo de 2014, percebemos que muitas crianças ficaram de fora desse grande evento e assim buscamos a love.fútbol. Naquela edição, contamos com 20 comunidades diferentes, de diversos países, como por exemplo Senegal, Uganda e China. Conectar comunidades por meio da música e de eventos simultâneos nos permite compartilhar e aprender sobre nossas culturas, dando início a um processo reparador. É um momento em que nós não pensamos sobre todas as coisas que geram preconceitos no mundo”, explicou o co-fundador e Diretor Executivo da Negus World Johwell St-Cilien, que também está no Recife para acompanhar o projeto e a inauguração. O campinho, localizado na faixa de areia entre a Avenida Brasília Formosa e o quebra-mar, recebeu novas traves, alambrado de eucalipto tratado e redes de nylon, para evitar a “fuga” das bolas para áreas de risco para as crianças. O entorno também passou por requalificação com pintura de parques infantis, grafitagem de muros, instalação de bancos, pergolado, lixeiras, traves de futevôlei e placas de sinalização para conscientizar motoristas a reduzirem a velocidade ao passar pelos espaços e os cidadãos a cuidar da manutenção dos equipamentos. Desde a fase inicial, de mobilização dos moradores do bairro até a fase final, voluntários da comunidade dedicaram mais de mil horas de trabalho ao projeto. No mutirão realizado no dia 10 de novembro, 110 voluntários colaboraram com atividades de construção, pintura de equipamentos de lazer, limpeza da orla, plantio de mudas e instalação de sinalização de segurança e atitude cidadã no entorno do campo. “O mutirão do último sábado me fez acreditar que quando estamos juntos tudo é possível. Foi muito gratificante trabalhar de novo com algumas pessoas, como no começo de tudo no bairro. O projeto traz uma oportunidade de usar a orla de Brasília Teimosa de uma forma recreativa e educativa”, afirmou Celeste Valença, 62 anos, voluntária e Capitã de Meio Ambiente da Rede de Vizinhos formada durante o projeto. Antes do projeto ter início, o espaço era usado para as atividades do Driblando o Crack, que atende 130 crianças e jovens do bairro; e por uma média de 270 pessoas por semana. “A expectativa é que esse número cresça e que a comunidade use e se aproprie cada vez mais do espaço, tanto para lazer quanto para projetos de impacto social. Nosso objetivo em todos os projetos é redefinir o espaço público, criando um sentimento de valorização e apropriação, aproveitando o processo de construção físico para a formação e reforço dos laços e da capacidade da comunidade se organizar coletivamente e liderar seus próprios projetos”, explica o Gerente de Projetos da love.fútbol Pedro Leal. Sobre a love.fútbol: A love.fútbol desenvolve, em parceria com as comunidades, campos e quadras de futebol que agem como centros comunitários e catalisadores para mudanças sociais sustentáveis. A comunidade é capacitada para ter um papel de liderança no planejamento, construção e gestão dos espaços. Mais do que campos de futebol, os projetos simbolizam conquistas comunitárias e promovem a apropriação e valorização do espaço público. Desde 2006, a organização já alcançou 33 comunidades rurais e urbanas, na Guatemala, no Brasil, na Argentina, no México, na Índia, no Egito e na Colômbia. Em Pernambuco, a organização já realizou projetos em São Lourenço da Mata, Cabo de Santo Agostinho, Olinda e Garanhuns, no Agreste do estado. Sobre a Negus World: Organização social estadunidense fundada em 2007, com o objetivo de criar conectar comunidades do mundo por meio da arte e de eventos e usar essa conexão para beneficiar crianças em situações de vulnerabilidade em lugares diferentes do mundo.

Novo espaço de lazer será inaugurado na Orla de Brasília Teimosa Read More »

Makeathon Comunidades será realizada em Recife

Uma oportunidade de utilizar as facilidades apresentadas pelos meios digitais como forma de fazer a mudança acontecer em lugares reais. Esse é o objetivo da Makeathon Comunidades, projeto resultado da parceria entre a Companhia Hidrelétrica do São Francisco (Chesf) e o Fab Lab Recife que pretende encontrar soluções práticas e inovadoras para a população que habita a Comunidade do Pilar, no Bairro do Recife. A maratona, que acontece no Fab Lab Recife do Paço Alfândega, tem abertura oficial no dia 30 de novembro e vai até 02 de dezembro, dia em que os protótipos serão apresentados e divulgadas as equipes vencedoras. Os participantes concorrem a 30 mil reais em prêmios. A makeathon, ou hackathon maker, é uma maratona colaborativa que utiliza a fabricação digital para a rápida materialização de artefatos que minimizem ou solucionem problemas urbanos, sobretudo em comunidades em condições de vulnerabilidade social. Projetos já desenvolvidos em Pernambuco por meio da metodologia maker incluem o Parkletric, um parklet com pontos de carregamento USB e wifi gratuita que uniu arte, tecnologia, funcionalidade e estética na Praça do Arsenal; e o Pedeluz, uma luminária fotovoltaica sensitiva criada para prover uma maior sensação de segurança para as pessoas nas calçadas. “Estamos vivendo momentos de grandes e profundas transformações no mundo. As cidades buscam um novo modelo de convivência social, além de participativo, mais colaborativo, onde as pessoas tenham a oportunidade de ser os agentes transformadores de suas próprias realidades. Por isso, precisamos buscar e criar novas ferramentas que ajudem a impulsionar essas expectativas. O movimento da fabricação digital representa a ponta de lança dessas mudanças de comportamento, principalmente por permitir a materialização da nossa capacidade de fazer coisas, de transformar nossas ideias em algo palpável”, analisa Edgar Andrade, CEO do Fab Lab Recife. A maratona no Recife, que é uma ação em comemoração aos 70 anos da Chesf, será dividida em etapas. Primeiro, os organizadores do Fab Lab Recife estarão presentes na Comunidade do Pilar apresentando a ação, realizando uma roda de diálogo sobre cultura maker e também uma dinâmica para identificação das principais questões locais. Nessa atividade, serão selecionados os 10 participantes da comunidade que deverão integrar as equipes da Maratona, trazendo o olhar e a experiência do cidadão-usuário das possíveis soluções que surgirão. A partir do dia 19 de novembro estarão abertas as inscrições em www.fablabrecife.com/makeathonchesf que ficarão disponíveis até o dia 21/11. As vagas serão divididas entre cidadãs (seleção por sorteio) e técnicas (seleção por currículo). No dia 23 será divulgado o resultado com a composição de 10 equipes formadas por cinco pessoas cada. Para que os participantes da Makeathon tenham total capacidade de colocar os seus projetos em prática e conquistar a comissão julgadora, o Fab Lab Recife vai disponibilizar toda sua estrutura, sua equipe de gurus técnicos multidisciplinares, e convidar profissionais do mercado local para mentoria das equipes. Localizado no Paço Alfândega, no Bairro do Recife, o laboratório dispõe de ampla estrutura de maquinário e ferramentas, que inclui: impressoras 3D, cortadora a laser, fresadoras CNC, bancada de eletrônicos com microcontroladores arduino, sensores e diversos componentes, além de um conjunto amplo de equipamentos e ferramentas de marcenaria, como plaina, microrretífica, lixadeiras e serras. Os projetos serão avaliados com notas de 0 a 10 de acordo com os seguintes critérios: impacto social, qualidade e visibilidade e, por fim, criatividade e inovação. A equipe vencedora receberá a premiação em vale compras, equivalentes a R$ 15 mil reais (R$ 3 mil por participante), além da oportunidade de desenvolver o artefato vencedor em escala real no Fab Lab Recife, instalá-lo na comunidade e monitorá-lo por até 03 semanas; a segunda colocada receberá a premiação no equivalente a R$ 10 mil reais também em vale compras (R$ 2 mil por participante); e a terceira colocada, R$ 5 mil (R$ 1 mil por pessoa). De acordo com Cris Lacerda, CTO do Fab Lab Recife e pesquisadora de fenômenos hackathons e makeathons, esses eventos constituem novas ferramentas e métodos de trabalho divertidos, acelerados e atrativos à geração nativa digital. “Jovens de hoje podem não ter experiência, mas são colaboradores natos e têm ideias relevantes com o uso da tecnologia – o que falta é oportunidade e orientação para concretizá-las. Para que isso aconteça, é preciso ter uma cultura empresarial receptiva às novas formas de trabalho, que enxerguem valor na inovação aberta e incentivem essa jovem colaboração externa”, conclui Cris. Fab Lab Recife – Laboratório de Inovação Maker para criativos, empresas, cidades e escolas, que atua no desenvolvimento de novos produtos e na resolução criativa de problemas com o objetivo de estimular a aprendizagem de tecnologias exponenciais de Fabricação Digital e facilitar a prototipagem de ideias que visam Desenvolvimento Tecnológico e Inovação Social. O Fab Lab Recife nasceu em 2014 – foi o 3º Fab Lab inaugurado no Brasil e o 1º no Nordeste – e é a única iniciativa local da rede mundial mundial de laboratórios de fabricação digital criada pelo MIT – Instituto de Tecnologia de Massachusetts em 2001, que hoje conta com mais de 1.500 laboratórios em mais de 100 países, sendo 68 deles no Brasil. Serviço – Makeathon Comunidades Data: 30/ 11 a 02/12 Período de inscrições: 19 a 21/11 Site para inscrições: www.fablabrecife.com/makeathonchesf Divulgação das pessoas selecionadas: 23/11 Local: Fab Lab Recife – Paço Alfândega. Rua da Alfândega, nº 35, loja 307

Makeathon Comunidades será realizada em Recife Read More »

Recife recebe especialistas internacionais para discutir iluminação pública

Para quem entende que a iluminação pública é um elemento essencial no desenvolvimento das cidades, uma boa notícia. O Recife sedia encontro internacional, reunindo especialistas que contribuíram de forma direta para o crescimento econômico e social de suas regiões, a partir de intervenções na iluminação pública. O evento conta com o apoio da Revista Algomais.   O II Seminário Internacional de Iluminação Pública do Recife será realizado nos dias 7 e 8 de novembro de 2018, no Espaço A Ponte (Cais do Apolo, 594, Bairro do Recife), na capital pernambucana.  Esta edição terá como tema “Iluminação pública e inovação: o desafio para as cidades avançarem”.   Entre nomes internacionais já confirmados, o prefeito de La Montagne, Pierre Hay, e os especialistas Dany Joly (Nantes/França), Thomaz Klug (Paris/França), Christophe Canadell  (Bordeaux/França) e Bernhard Dessecker (Alemanha/Munique). Estes profissionais atuaram em projetos que transformaram suas cidades em referência na área de iluminação pública, com ações de requalificação de espaços, promovendo cidadania, incrementando o lazer a economia.   Nesta edição, o evento o Seminário estará conectado a um dos mais importantes festivais de empreendedorismo, criatividade, conhecimento e inovação de Pernambuco, o Rec’n’Play. Projeto do Porto Digital, a iniciativa transformará o Recife em um grande laboratório de experiências digitais criativas, de 7 a 10 de novembro.   Parceiros – Iniciativa da Unidade de Eficiência Energética (UNEE), conta com apoios institucionais da Prefeitura do Recife e dos Consulados da França e da Alemanha e Porto Digital. Entre os parceiros, iniciativas como o Oxe! Minha Cidade é Massa, que incentiva a valorização de espaços públicos no Recife.   A programação está disponível no site www.iluminacaorecife.com.br.   Sucesso – A primeira edição do Seminário Internacional de Iluminação Pública do Recife recebeu mais de 200 participantes, durante os dias 19 e 20 de setembro de 2016. Foram quase 20 horas de um intenso debate, visitas técnicas e troca de conhecimento com renomados profissionais brasileiros e da França, entre eles Laurent Fachard, Dany Joly e Thomas Klug. Eles compartilharam suas experiências em cidades consideradas referências mundiais de iluminação pública de excelência e eficiência energética, como Lyon e Nantes.   O Seminário deixou como legado a consolidação das relações internacionais para fortalecimento da iluminação pública para o desenvolvimento sustentável regional, com a publicação da Carta da França, com princípios a serem observados para o Recife se torne referência em iluminação pública.

Recife recebe especialistas internacionais para discutir iluminação pública Read More »

Pães & Delícias celebra premiação e inaugura o Espaço Nelson Barbalho

Eli James Laureano e Rildete Laureano estão em celebração por dois motivos. No mês de outubro a Pães & Delícias foi indicada mais uma vez para o ranking das 100 melhores padarias do Brasil e na semana passada inaugurou o Espaço Nelson Barbalho, homenageando o escritor caruaruense. A premiação é realizada pela revista especializada Baker Top e acontecerá em São Paulo no Espaço Apas no dia 27 de novembro. Os empresários e o seu filho Jonathas Laureano, que também é chefe confeiteiro da padaria irão participar da premiação. Já o novo espaço da Capital do Agreste fica localizado na ‘Rua da Matriz’, Praça Deputado Henrique Pinto. Ele promete ser um novo ponto de encontro para os músicos e contribuir para a melhor a mobilidade do centro da cidade. “A nossa proposta é homenagear o escritor e fazer com que as novas gerações conheçam e saibam da sua importância para a cultura da cidade e presentear Caruaru com um novo ponto turístico bem no centro comercial, acessível a todos”, explica Eli James. O memorial homenageia o escritor caruaruense em seu centenário. A inauguração foi prestigiada com presença da filha de Nelson, Valéria Barbalho, e da prefeita Raquel Lyra. “Precisamos nos unir e fazermos juntos. Então, espero que a iniciativa da Pães & Delícias, desperte o mesmo desejo em outros empresários da nossa cidade”, afirmou Raquel.   O projeto começou a ser planejado em fevereiro de 2018 e foi desenvolvido pelo escritório Eleve Arquitetura e visa contemplar também o paisagismo e importância histórica do local. Segundo Jónatas de Carvalho, arquiteto responsável pela obra, a calçada já possui uma árvore que era ponto de encontro de músicos desde a época de Nelson Barbalho. “Tudo foi preservado conforme solicitado pelos idealizadores. A obra recebeu piso intertravado que facilita a mobilidade e acessibilidade dos pedestres e um banco de concreto com acabamento em madeira de 14 metros que favorece a organização do transito ao redor.” O consultor empresarial, arquiteto e escritor Francisco Cunha, autor do livro ‘Calçada – o primeiro degrau para a cidadania’ esteve presente no evento e destacou como o projeto desenvolvido pela Pães & Delícias foi algo grandioso e marcante para mobilidade urbana. “Esse projeto não é só um degrau, mas tornou-se o verdadeiro palco pra cidadania já que proporciona a tantas pessoas encontra-se de novo com Caruaru”, comemorou. VEJA TAMBÉM Padaria de Caruaru se diferencia no pão de cada dia

Pães & Delícias celebra premiação e inaugura o Espaço Nelson Barbalho Read More »

A história aos pés dos recifenses nas calçadas portuguesas

Muitas calçadas feitas em pedras portuguesas que ornamentam alguns cartões postais da capital pernambucana foram escolhidas num concurso realizado pela Prefeitura do Recife e que está prestes a completar 50 anos. Alguns dos trechos que foram construídos com essa técnica, que são parte da memória e identidade do espaço urbano dos bairros mais tradicionais, estão sendo recuperadas dentro do Projeto Calçada Legal, que está sendo executado pela Autarquia de Urbanização do Recife (URB). Muitos dos desenhos sobre os quais caminhamos diariamente foram criados pelo arquiteto e professor aposentado da UFPE, Geraldo Santana. Aos 80 anos, ele lembra que o poder público queria dar um ordenamento ao design das calçadas em um momento de grandes transformações que a cidade passava. “Essa opção pelo uso das pedras portuguesas é antiga. Mas as calçadas precisavam de uma ordem, uma padronização. E a prefeitura buscou no concurso uma diretriz para as obras”, conta. Geraldo ficou em segundo lugar no Concurso de Projeto para Revestimento dos Passeios Públicos da Cidade do Recife, realizado em 1969. O arquiteto afirma que muitas das matérias-primas que compõem as calçadas vieram da demolição de obras no Recife que possuíam grandes lápides de pedras portuguesas. Ele afirma, no entanto, que o período de maior valorização do uso dessas técnicas foi no início do Século 20, entre 1920 e 1930. “Nessa época foram construídas as calçadas na Praça da República, na Rua Princesa Isabel e em grandes avenidas. Apesar desse passado recifense mais antigo, as pedras portuguesas ganham mais projeção com a construção do maior trecho dessa técnica em Copacabana, no Rio de Janeiro”, comenta. Um tanto entristecido pela desvalorização das calçadas construídas com essa técnica, ele se diz pouco confiante numa recuperação ou mesmo manutenção desses espaços públicos. “Infelizmente, sou pessimista”, lamenta o mentor, que teve vários modelos contemplados pelo concurso realizado pela prefeitura, como no trecho que circunda a Academia Pernambucana de Letras e na Praça de Casa Forte. Fazendo uma análise histórica desses ladrilhos, as professoras da Unicap Maria de Lourdes Carneiro da Cunha e Clarissa Duarte, no artigo científico A Memória das Pedras (em publicação da Revista Vitruvius) já lamentaram a descaracterização de parte da cidade com a remoção de alguns desses passeios públicos. Em especial nos sítios históricos. “Incompreensível então, aos olhos da lei, a substituição de revestimentos de calçadas em sítios históricos em detrimento do restauro. Todavia, analisando-se as intervenções ocorridas caso a caso, percebe-se que houve duas formas de intervenções: aquela que trocou o revestimento de um passeio já descaracterizado e sem registro histórico e aquela que realmente trocou o revestimento, degradado, mais ainda caracterizado, com possibilidade de restauro de seus elementos”, informaram no artigo. Elas sugeriram que todas as intervenções nos bairros antigos preservem as características históricas existentes, a exemplo da técnica do mosaico português, seus desenhos e materiais. Parte dessas calçadas, como o trecho da Avenida Rui Barbosa que passa pela Academia Pernambucana de Letras, está sendo revitalizada dentro do projeto Calçada Legal. “Estamos considerando a manutenção do desenho desses passeios como um elemento importante para identidade urbanística do Recife”, afirma Vera Freire, que é gerente de projetos urbanos da URB. Vera afirma que trechos da Rua Princesa Isabel, Rua Amélia e da Avenida Rosa e Silva, além dos canteiros centrais da Avenida Mário Melo são alguns lugares que também foram contemplados pelo projeto. “Nesse esforço de requalificação dos passeios, atuamos principalmente em frente aos imóveis de preservação ou zonas de preservação”, explica a gestora. Uma das novidades dessas obras é que, apesar de manter o desenho e a técnica, o tipo de pedras (que antes eram graníticas) foram substituídas pelas chamadas pedras mineiras (calcárias), que são mais regulares. A técnica dessas calçadas, inspirada nos mosaicos romanos e nascida no Século 19, teve sua primeira aplicação provavelmente em 1842 em Lisboa. De difícil manutenção, a continuidade e valorização desses passeios recifenses sob os pés dos seus pedestres contribuem, na opinião dos especialistas, para a preservação da história urbana da cidade e da própria identidade paisagística recifense. *Por Rafael Dantas, repórter da Revista Algomais (rafael@algomais.com)

A história aos pés dos recifenses nas calçadas portuguesas Read More »

Em 9 meses, Rota dos Coqueiros recolhe 117 toneladas na via pedagiada do Paiva

Por incrível que pareça, muita gente ainda joga papel, embalagem de alimento, pontas de cigarro ou até mesmo latinha de refrigerante, enquanto anda na rua. No volante isso também acontece. A pessoa abre o vidro e simplesmente lança livremente ao ar livre. A Concessionária Rota dos Coqueiros – via pedagiada que dá acesso a praias do litoral sul e à Reserva do Paiva – fez um balanço do montante recolhido este ano, pela equipe de manutenção, entre os 6,5 quilômetros do Sistema do Paiva. Só entre janeiro e setembro, foram recolhidas 117 toneladas de resíduos sólidos. Entre os itens encontram-se metais, papeis, plásticos, lixo orgânico, entre outros. Para manter tudo em ordem, são realizadas diariamente atividades de varrição, limpeza de pista e recolhimento de resíduos. É uma operação cara. Ano passado, foi investido total de R$ 731 mil com manutenção, conservação da via, estrutura, segurança e ações de sustentabilidade. “Mais que fazer a limpeza do Sistema, nossa preocupação também é com a segurança viária dos usuários que passam pela via”, adiantou a gerente geral da Rota dos Coqueiros, Rafaela Elaine. Segundo ela, todo o material recolhido na pista ou entorno dela é separado, pesado e armazenado em uma área, antes de seguir para a coleta seletiva do município ou a empresa que realiza destino de resíduos. Mutirões Além desses serviços na via, a Primeira Parceria Público-Privada (PPP) de Pernambuco e a primeira PPP de rodovias do País também realiza diversas ações de responsabilidade, ao longo do ano, no entorno do Sistema. Mês passado, por exemplo, realizou dois mutirões de limpeza, na orla de Barra de Jangada, para recolher resíduos deixados na praia por usuários. Foram recolhidos 237 quilos de lixo. Entre os itens, latinhas de refrigerante, garrafas PET, embalagens em geral. Na ação chegaram a encontrar uma televisão e um colete salva-vidas na natureza. A ação – que contou a participação de alunos da Escola Municipal Aluísio da Cunha Moraes, de Jaboatão dos Guararapes – integra o programa de sustentabilidade da Rota dos Coqueiros, que conta com um fundo socioambiental para financiar e realizar atividades nos municípios do entorno da rodovia. Os recursos são provenientes de parte da receita da operação, com o pagamento do pedágio pelos usuários.

Em 9 meses, Rota dos Coqueiros recolhe 117 toneladas na via pedagiada do Paiva Read More »

Pesquisa de Origem Destino Metropolitana continua disponível até o final deste mês

Até o dia 31 de outubro, os cidadãos da Região Metropolitana do Recife (RMR) ainda podem contribuir com a Pesquisa Origem Destino Metropolitana. A pesquisa continua disponível no site do Instituto da Cidade Pelópidas Silveira (ICPS), órgão técnico urbanístico da Secretaria Municipal de Planejamento Urbano: http://pesquisaodmetropolitana.recife.pe.gov.br. O material também pode ser acessado e respondido pelo celular ou tablet. Na RMR, as pesquisa anteriores foram realizadas nos anos de 1972 e 1997. Em 2008, uma atualização estatística foi realizada. Hoje, todas essas bases de dados estão desatualizadas. Nesta nova edição, até o momento, a pesquisa metropolitana já foi respondida por 120 mil pessoas e conta com a parceria da Secretaria das Cidades de Pernambuco e do Grande Recife Consórcio de Transportes Metropolitanos. O objetivo da pesquisa é o de fundamentar os municípios na construção dos seus Planos de Mobilidade Urbana, a exemplo do trabalho que já vem sendo realizado pela Prefeitura do Recife e Olinda. Os planos deverão estar alinhados com a Política Nacional de Mobilidade Urbana (Lei Federal nº 12.587/2012) atendendo a princípios e diretrizes como: acessibilidade; desenvolvimento da sustentabilidade da cidade; segurança para pedestres e ciclistas; eficiência, eficácia e efetividade da circulação urbana; prioridade dos transportes não motorizados; integração entre os modos e serviços do transporte urbano; promoção da inclusão social; consolidação de uma gestão democrática como instrumento e garantia da consolidação contínua do aprimoramento da mobilidade urbana, entre outros pontos. A Região Metropolitana conta com um conjunto de 15 municípios com áreas limítrofes que, muitas vezes, se confundem e se interligam muito facilmente. O reflexo da proximidade dessas áreas e tendo o Recife como grande polo gerador de viagens, a mobilidade passa a ser uma questão que vai além dos limites da capital. É nesse sentido que a coleta de dados, aparentemente simples, gera informações importantes e ajuda a mapear as necessidades de mobilidade da população de toda a RMR. “A participação das pessoas nesse processo é sempre fundamental para a geração de informações que sejam capazes de nortear a elaboração de projetos e de captação de recursos voltados para a melhoria da mobilidade urbana da Região Metropolitana”, explica Sideney Schreiner, diretor executivo de Planejamento da Mobilidade do ICPS. Com uma metodologia totalmente desenvolvida pelos técnicos que fazem parte da equipe do Instituto, o formato da pesquisa permite maior alcance, confiabilidade dos dados gerados em tempo real, atualização anual e com custo quase zero para os municípios. “A contratação de uma pesquisa indo às ruas, com coletas de dados a partir dos domicílios, custaria em torno de R$ 5 a 6 milhões. O modelo que desenvolvemos vem sendo elogiado por várias outras administrações municipais, como Palmas (Tocantins), Joinville (Santa Catarina), Belo Horizonte (Minas Gerais) e Uberaba (Minas Gerais), devendo ser implementado também em algumas delas. Esse reconhecimento é sinal de que desenvolvemos um trabalho eficiente”, complementa Schreiner. A primeira edição dessa nova metodologia foi realizada em 2015 focando apenas no município do Recife e alcançou 84.220 pessoas. “Quem participou na pesquisa de 2015 também pode participar nesta edição que se encerra no final de outubro. A participação de todos é muito importante para melhorarmos as condições de mobilidade da RMR”, finaliza Schreiner. (Da PCR)

Pesquisa de Origem Destino Metropolitana continua disponível até o final deste mês Read More »

Mais crianças no espaço público faz bem para a saúde delas e da cidade

Uma pesquisa encomendada pela marca OMO investigou a rotina de 12 mil famílias em 10 países. O resultado? Cinquenta e seis por cento das crianças passam uma hora ou menos brincando ao ar livre. Esse tempo é menor do que o período dado a presidiários para os banhos de sol em cadeias de segurança máxima. Além de acarretar problemas no desenvolvimento das crianças, mantê-las muito tempo em ambientes fechados faz com que percam a relação com a cidade. Perde-se também o sentimento de pertencimento com o local onde vive. Não raro, especialmente os filhos da classe média, mal conhecem o bairro onde moram. Numa crônica publicada na Algomais, Joca Souza Leão destacou o espanto do primeiro encontro de seu neto, Pedro, com o Centro do Recife. “Como os meninos de classe média da sua idade, 10 anos, Pedro só conhecia os caminhos da escola, do clube, um ou outro parque, a praia de Boa Viagem, shoppings, aeroporto e saídas da cidade para o interior e litoral. De carro. E de bicicleta, com o pai, João, em algumas incursões pelas precárias ciclovias domingueiras”, contou o cronista. A falta de segurança urbana é um dos principais motivos que leva os pais a resguardarem seus filhos entre quatro paredes. O engenheiro Leonardo Maranhão, por exemplo, diz que costumava fazer passeios com o filho, mas abandonou a atividade há um tempo: “eu poderia correr em um parque com ele. Mas a insegurança não deixa. Ele tem que ficar gradeado”. Já a administradora de empresas Silvana Queiroz queixa-se da falta de áreas verdes na cidade. “Acho muito importante o contato com a natureza, porém não é fácil numa cidade como o Recife, com poucas praças e até mesmo porque a parte de areia da praia ficou muito restrita. Os pais realmente têm que ser criativos para estimular esta interação ou buscar alternativas”, lamenta. Mas urbanistas defendem que esses problemas devem ser enfrentados pela população. A arquiteta e urbanista Clarissa Duarte, professora e pesquisadora da Universidade Católica de Pernambuco (Unicap) adverte que quanto mais gente na rua, mais segura ela se torna. Ela destaca o quão necessário é o esforço de todos para mobilizar e causar a mudança de hábito nas crianças. E um ponto de partida é deixar o automóvel na garagem: “se cada um de nós não tiver um pouco de coragem para ‘reconfigurar’ sua zona de conforto e passar a utilizar menos o transporte particular individual, as crianças jamais terão a oportunidade de perceber uma cidade diferente, mais coletiva, mais saudável e divertida”, defende a urbanista que leva seus filhos desde pequenos a pé ou de bike para a escola. Mas, ela mesma admite como foi difícil deixar o mais velho, Vicente, de 9 anos, ir para o colégio, sozinho e a pé, num trajeto de um quilômetro. “Ele me disse: Mãe! Não é você mesma quem diz que podemos ser assaltados em qualquer lugar? Mesmo dentro do carro ou entrando no portão de casa? Eu tô ligado!”, relembra a urbanista. “Como o pai já havia concordado, só me restou encorajá-lo e testar a nova experiência urbana, que nada mais era do que a confirmação de que os milhares de dias indo a pé ou de bicicleta, com a nossa companhia, o preencheram de autoconfiança e do desejo de caminhar pela sua cidade”. A jornalista Vanessa Bahé é outra mãe que costuma levar o filho Eduardo para a escola de bicicleta, desde o início de 2017. Aos poucos também tem dado mais autonomia para ele nas ruas. “Ele sente na pele a falta de cuidado com o pedestre e ciclista no nosso trânsito. Este ano passei a levá-lo na bicicleta dele, pois está crescendo. Vou ao lado dele na via e, como não temos uma ciclovia na cidade, usamos uma faixa de carro mesmo. Sinto que muita gente respeita quando vê que estou acompanhando uma criança, mas, vez ou outra, alguém buzina para ultrapassar a todo custo”, relata. Apesar dos percalços, Vanessa e o filho continuam usando o modal e acreditam na mudança: “quanto mais pessoas usarem a bicicleta, mais consciência terão. Isso é um processo de construção. Torço para que essa relação carro, transporte público e bicicleta seja saudável e todos se respeitem”. MENOS CARROS Assim como Vanessa, muitos ativistas e urbanistas torcem para que aumente o número de pessoas que levam seus filhos a utilizar as ruas e que esse movimento estimule políticas para assegurar espaços públicos seguros e de qualidade. Uma experiência com bons resultados foi a Ciclofaixa de Turismo e Lazer, projeto da Prefeitura da Cidade do Recife que oferece nos fins de semana e feriados 36,5 km de faixa exclusivas para as bicicletas. A iniciativa, segundo a PCR, conquistou a adesão de uma média de 17 mil pessoas por dia, muitas delas pessoas de classe média que, pela primeira vez, pedalaram na cidade com seus filhos. Na verdade, a dependência dos veículos motorizados, um costume desenvolvido nos centros urbanos dos séculos 20 e 21, diminui a utilização das ruas, dando espaço para as quilométricas filas de carros vistas diariamente no trânsito da cidade. A Nova Agenda Urbana, desenvolvida na Terceira Conferência das Nações Unidas sobre Moradia e Desenvolvimento Urbano Sustentável – Habitat III partiu com a ideia de promover a mobilidade urbana sustentável ligada às temáticas de idade e gênero, atreladas ao desenvolvimento territorial. Para Clarissa, a chamada mobilidade ativa estimula a humanização das ruas. “Além de ser mais saudável para todos, caminhar ou pedalar oferece a oportunidade de observar, conviver e trocar experiências com pessoas diferentes de si e é uma das principais chaves para a conquista de uma cidade mais justa e sustentável”, observa a urbanista. “Se apenas vivemos limitados aos espaços de nossas casas, condomínios, escolas, clubes e shoppings, não temos a chance de conhecer outras realidades, pessoas de classes sociais diferentes, com necessidades e gostos distintos dos nossos. A rua é o espaço da troca por excelência, e estar na rua (fora de um carro!) nos ensina a ser mais respeitosos e cuidadosos

Mais crianças no espaço público faz bem para a saúde delas e da cidade Read More »

Multas por uso de celular ao volante crescem 33% em 2018

Apenas nos primeiros sete meses deste ano, o número de multas aplicadas a quem usa o celular enquanto dirige já é 33% maior do que em todo o ano passado. Os dados são do Registro Nacional de Infrações de Trânsito (Renainf), mantido pelo Departamento Nacional de Trânsito (Denatran). De janeiro a julho, segundo o órgão, esse tipo de infração resultou na aplicação de 759,7 mil multas em todo o país. Ao longo de 2017, as multas impostas pelo uso de celular ao volante somaram um total de 571,6 mil. O alerta sobre os riscos e ameaças no uso de celular ao volante foi reforçado durante a Semana Nacional de Trânsito, que começou no último dia 18 e vai até a próxima terça-feira (25). Especialista em trânsito e gerente técnico do Observatório Nacional de Segurança Viária (ONSV), o advogado Renato Campestrini, ressaltou que não há nada no celular que se sobreponha à segurança no trânsito. “É preciso maior conscientização. Nenhuma ligação ou mensagem é mais importante do que você arriscar a tua vida e a de outros no trânsito.” Gravíssima Classificada como “gravíssima” pelo Código de Trânsito Brasileiro (CTB), a infração por uso de celular ao volante pesa no bolso. São R$ 283,47, além de sete pontos anotados na Carteira Nacional de Habilitação (CNH). A multa pode ainda ser combinada com outro tipo de infração, a condução de veículo sem as duas mãos ao voltante, que custa R$ 130,16 e rende mais cinco pontos na carteira. O acúmulo de 20 pontos ou mais, em um período de até 12 meses, implica na suspensão da CNH. Mesmo com o carro parado no semáforo ou no engarrafamento, o manuseio de aparelhos eletrônicos continua sendo infração passível de multa. Riscos Os  riscos vão além do bolso e da possibilidade de ter o direito de dirigir suspenso. De acordo com a Associação Brasileira de Medicina de Tráfego, o uso de celular ao volante já é a terceira maior causa de fatalidades no trânsito do Brasil. Anualmente, o trânsito tira a vida de mais de 37 mil pessoas no país. Estudos internacionais indicam que manusear o celular durante a direção é tão perigoso quanto dirigir sob o efeito de álcool. Estima-se que teclar ou atender uma ligação ao volante amplia em 400 vezes a chance de provocar um acidente. “Usar o celular ao volante tira completamente a atenção do motorista. A uma velocidade de 100 km/h, se percorre uma enorme distância em apenas poucos segundos, por isso uma distração pode ser fatal”, afirmou Renato Campestrini, advogado, especialista em trânsito e gerente técnico do Observatório Nacional de Segurança Viária (ONSV). Campestrini informou que aumentou “de forma significativa” o número de pequenas colisões no trânsito relacionadas ao uso do celular. “O motorista, às vezes, está parado atrás de outro veículo, fica olhando o celular, e quando arranca acaba colidindo com o carro da frente, porque perdeu a noção da distância. Isso é muito comum hoje em dia”, exemplifica. Mudanças Até 2016, o uso de celular ao volante era uma infração média. O crescente número de acidentes fez com que uma alteração no CTB a transformasse em infração gravíssima. Mesmo com maior rigor, os números sugerem que a prática segue ocorrendo. De acordo com uma pesquisa do Instituto Datafolha, para 72% dos brasileiros entrevistados, o uso do celular enquanto se está dirigindo, seja escrevendo ou lendo mensagens, é a infração que mais cresceu nos últimos dois anos. O levantamento, realizado em junho deste ano, foi contratado pela Seguradora Líder, responsável pela administração do Seguro de Danos Pessoais causados por Veículos Automotores de Via Terrestre (Seguro DPVAT). O mesmo percentual de entrevistados (72%) admitiu que faz manuseia o celular ao volante. Omissão Uma possibilidade para tornar ainda mais grave esse tipo de infração seria impor o chamado “fator multiplicador” na aplicação da multa. É o que ocorre, por exemplo, para quem é multado por dirigir sob o efeito de álcool. Também classificada como gravíssima, o valor da multa é multiplicado por 10, atingindo o patamar de R$ 2.834,70. “Uma opção seria aplicar um fator multiplicador de três ou de cinco para quem usa celular ao voltante”, apontou Campestrini, gerente técnico do Observatório Nacional de Segurança Viária. Apesar de punir o manuseio do celular, a legislação brasileira ainda é omissa sobre o uso do telefone por meio da tecnologia bluetooth, que permite a conexão sem fio do aparelho com o sistema do som do carro. A ferramenta permite ao motorista falar ao telefone enquanto dirige sem precisar segurar o aparelho. “Mesmo no bluetooth, a concentração do motorista é menor. Há correntes que defendem essa proibição, mas isso ainda não vingou no Brasil”, afirma Campestrini. Pedestres O uso de celular no trânsito também é um risco para os pedestres. É cada vez mais comum o registro de atropelamentos de pessoas que estavam distraídos com o seu smartphone no momento de atravessar uma rua ou um cruzamento. Ler, digitar, falar e usar o fone de ouvido pode aumentar pode tirar completamente a atenção do pedestre na rua. Há estimativas que indicam um aumento em até 80% na chance de um acidente nessas circunstâncias. (Da Agência Brasil)

Multas por uso de celular ao volante crescem 33% em 2018 Read More »