Vendas melhoram no comércio em Pernambuco, mas setor ainda enfrenta desafios - Revista Algomais - a revista de Pernambuco

Vendas melhoram no comércio em Pernambuco, mas setor ainda enfrenta desafios

Revista algomais

(Da Fecomércio-PE)

A Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), realizada pelo IBGE, trouxe as primeiras informações de desempenho do comércio varejista no ano de 2023. Na pesquisa, são considerados o volume de vendas do comércio varejista e do comércio varejista ampliado, além do índice de receita nominal. O volume de vendas da PMC se refere à quantidade de bens comercializados pelas empresas do comércio varejista, enquanto o índice de receita nominal mede a variação da receita nominal do comércio varejista. É importante destacar que o comércio varejista não contabiliza produtos decorrentes das vendas dos segmentos de veículos, peças e motocicletas, materiais de construção e equipamentos de informática e comunicação, os quais são registrados na categoria comércio varejista ampliado.

Agenda TGI

O volume de vendas do comércio varejista em Pernambuco variou 4,2% em janeiro, em comparação com dezembro, enquanto o Brasil avançou 3,8% no mesmo período. Em relação ao mês de janeiro do ano anterior, as vendas do comércio varejista apresentaram uma queda de 1% no estado. Já o acumulado nos últimos 12 meses apresentou um recuo de 3,5%, em relação aos 12 meses anteriores.

No que se refere ao volume de vendas do comércio varejista ampliado em Pernambuco, houve um avanço de 0,8% em janeiro, relativamente a dezembro. Quanto ao mesmo período do ano anterior, houve uma queda de 15,4%. A comparação entre o acumulado dos últimos 12 meses e o mesmo período anterior indica uma queda de 12,2% no comércio varejista ampliado em Pernambuco. Estes últimos resultados evidenciam uma persistente restrição nas vendas de produtos dos segmentos do comércio varejista ampliado.

A receita nominal de vendas do comércio varejista ampliado, por sua vez, apresentou um avanço de 1,3% em janeiro, em relação ao mês anterior. Quando comparado ao mesmo período no ano anterior, houve uma queda de 7,2% na receita nominal do comércio ampliado pernambucano. Enquanto isso, a comparação entre o acumulado dos últimos 12 meses e o mesmo período anterior revela um leve avanço de 0,8%.

A pesquisa sinaliza um pequeno fôlego no comércio pernambucano, haja vista o crescimento do volume de vendas e da receita nominal no mês de janeiro. Contudo, os resultados do acumulado nos últimos 12 meses e do cotejo do mês de janeiro com igual mês do ano anterior transparecem um quadro de dificuldades para o comércio estadual. Uma das maiores influências para a queda acumulada tão substancial, notadamente no comércio varejista ampliado, está na relação negativa entre o consumo de bens duráveis, o endividamento e a inadimplência das famílias. De acordo com a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor, da Confederação Nacional do Comércio (PEIC/CNC), oito em cada dez famílias pernambucanas estão com o orçamento comprometido com dívidas, atualmente.

Desempenho do setor de Serviços em Pernambuco tem queda em janeiro, mas indicadores acumulados apontam crescimento.

A Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), realizada pelo IBGE, divulgou informações sobre o desempenho do setor de Serviços em janeiro de 2023. O Índice de Volume de Serviços é utilizado para medir a variação no volume de serviços prestados pelas empresas no país, enquanto o Índice de Receita Nominal de Serviços indica a variação da receita nominal do setor, isto é, sem considerar a inflação do período.

Em Pernambuco, o Índice de Volume de Serviços teve um crescimento de 3% em comparação a janeiro de 2022. Já a variação acumulada em 12 meses aponta um avanço expressivo, de 10,5%. Entre janeiro e dezembro, o Índice de Volume de Serviços apresentou uma desaceleração de 2,9%, enquanto no Brasil a queda foi de 3,1%.

Quanto ao Índice de Receita Nominal de Vendas do setor de Serviços em Pernambuco, nota-se que, em comparação com janeiro de 2022, a receita nominal aumentou 13,3% em Pernambuco. Já em relação ao acumulado dos últimos 12 meses, houve um avanço relevante de 21,3%. A comparação janeiro - dezembro, apresentou queda de 3,1%, enquanto no Brasil houve um tímido avanço de 0,1%.

A variação do volume das atividades turísticas em Pernambuco apresentou dados promissores, com um avanço de 4,5% em janeiro em relação ao mês anterior. O resultado é ainda mais gratificante quando observamos a variação acumulada em 12 meses em relação ao mesmo período anterior, que apresentou um aumento de 13,1%. Isso se deve em grande parte ao período de férias escolares e recessos em janeiro. Com relação ao índice de receita nominal das atividades turísticas, houve um avanço de 16,3% em janeiro em comparação com o mês anterior, e um crescimento de 34% na variação acumulada em 12 meses em relação ao mesmo período do ano anterior. É importante destacar que o forte crescimento do setor também se deve à reabertura turística pós-Covid 19.

Os resultados da PMS indicam uma desaceleração no setor de Serviços pernambucano em janeiro, acompanhando o recuo nacional. A receita do setor apresentou o mesmo movimento, mas de forma mais branda em nível nacional.

Além disso, a análise da variação acumulada em 12 meses revela um cenário mais positivo para o setor de Serviços em Pernambuco, com um crescimento expressivo tanto no Índice de Volume de Serviços quanto no Índice de Receita Nominal de Vendas.

Tabela 1: Índice de volume de vendas para PMC e PMS (%).

Índice de Volume de vendasJan-23/Dez-22Jan-23/Jan-22Variação acumulada em 12 meses/12 meses anteriores
PMC – Varejista4,2-1-3,5
PMC – Varejista ampliado0,8-15,4-12,2
PMS-2,9310,5

Fonte: PMC e PMC/IBGE; Elaboração: Fecomércio-PE

Tabela 2: Índice de receita nominal para PMC e PMS (%)

Índice de receita nominalJan-23/Dez-22Jan-23/Jan-22Variação acumulada em 12 meses/12 meses anteriores
PMC – Varejista2,35,77,8
PMC – Varejista ampliado1,3-7,20,3
PMS-3,113,321,3

Fonte: PMC e PMS/IBGE; Elaboração: Fecomércio-PE

ampliado acumula uma queda de 12% em 12 meses, o setor de Serviços apresenta um crescimento de 10% no mesmo período, influenciado principalmente pela reabertura pós-pandemia e pelos serviços prestados à família.

Além disso, fica claro o encolhimento dos segmentos do comércio varejista ampliado (que inclui venda de veículos, peças e motocicletas, materiais de construção e equipamentos de informática e comunicação). Isso porque, assim como a pesquisa da CNC destaca no ICF, 55% das famílias em janeiro afirmaram que não era um bom momento para o consumo de bens duráveis.

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