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1964 - 2024: Pernambuco luta pela memória e justiça da ditadura

Terceira reportagem da série Memórias do Golpe em Pernambuco destaca os esforços para relembrar os fatos ocorridos nos anos da ditadura e de promover justiça e educação social para evitar novos períodos sem democracia. *Por Rafael Dantas “Purgar os erros / lembrar os mortos / fecundar os sonhos / festejar as vitórias. / Se não fizermos isto / pela nossa história / quem o fará?” Os versos do ex-preso político Marcelo Mário de Melo resumem o sentimento das vozes que lutaram para desvendar as verdades do período da ditadura civil militar brasileira. Esforços que tiveram objetivo também de gerar algum tipo de reparação para as vítimas dos crimes que aconteceram entre 1964 e 1985. Pernambuco tem algumas contribuições relevantes nesse momento pós-redemocratização do País. Embora muitas perguntas e muitos reparos ainda estejam por ser feitos, uma caminhada pela memória já foi realizada nessas duas décadas de democracia. Em Pernambuco, por exemplo, foi instalado na Rua da Aurora o que é considerado o primeiro monumento do País em memória aos mortos, desaparecidos e torturados pela ditadura militar. O Tortura Nunca Mais, é fruto de um concurso de arquitetura realizado na gestão de Jarbas Vasconcelos na Prefeitura do Recife, ainda em 1988. Ele foi erguido apenas em 1993, trazendo a representação de um homem em posição fetal, pendurado em uma haste de ferro. A imagem é uma referência à tortura dos presos no pau de arara. A construção do Memorial da Democracia, a criação de comissões da Verdade e de Anistia, a publicação de robustos relatórios desses grupos e o apoio a diferentes pesquisas vão costurando uma rede de ações no Estado para não deixar a ditadura no esquecimento. A presença de nomes de relevância na redemocratização nos espaços de poder em Pernambuco nos primeiros anos após o golpe, contribui para essa sensibilização. Além da pressão da sociedade civil, sempre presente. “Um dos principais nomes nesse período é o Miguel Arraes, que volta a Pernambuco para consolidar a democracia, para retornar às eleições diretas. Podemos chamar atenção também para Jarbas Vasconcelos, que assume a prefeitura e chega no final dos anos 90 ao Governo do Estado. Foram nomes que efetivamente lutaram por um processo democrático”, destacou o historiador e professor da Universidade de Pernambuco, Carlos André Silva de Moura. Essa peculiaridade do Estado ter eleito em 1994 o governador Miguel Arraes, um dos presos e mais famosos exilados políticos, deposto pelos militares em 1964, trouxe alguns marcos importantes para a preservação da memória. “Pernambuco tem uma característica interessante, no pós-ditadura, por termos o Governo Arraes. Ele é um dos pioneiros ao retirar da Polícia Civil a documentação do DOPS (Departamento de Ordem Política e Social)”, afirmou Tásso Brito, historiador, pesquisador colaborador da Fundaj e doutorando na Universidade Federal do Ceará. Esse movimento foi importante pois, após a criação da comissão de mortos e desaparecidos, houve experiências e tentativas de queima desses arquivos em lugares que permaneciam em posse de grupos militares. “Aqui em Pernambuco, essas documentações foram levadas para o Arquivo Público. Arraes também financiou o lançamento do livro que é um dossiê dos Mortos e Desaparecidos Políticos nacional, publicado pela Cepe”, conta o Tásso. “Houve uma chance aqui de elaborar essas memórias, antes mesmo de se criar a Comissão da Verdade. A gente sempre esteve muito ligado a essas políticas de memória”. EIXOS DAS POLÍTICAS DE JUSTIÇA DE TRANSIÇÃO Os processos conhecidos como justiça de transição, que aconteceram em lugares que superaram ditaduras ou golpes, atuam em frentes como a restauração da memória e da verdade, a busca por restituições financeiras e morais, além de ações para evitar a repetição das rupturas democráticas. Na experiência brasileira, segundo Tásso Brito, houve um intervalo grande de 10 anos para essas ações ganharem corpo. Um dos marcos para a memória e justiça foi a Lei 9.140 (1995), que reconheceu como mortas pessoas desaparecidas em razão de participação, ou acusação de participação, em atividades políticas. É esse instrumento que promoveu a indenização para os familiares, de R$ 100 mil, além dos esforços para serem encontrados os restos mortais. Um segundo momento de destaque dessas reparações é a criação do Estatuto do Anistiado, pela Lei 10.559 (2002), que criava também a Comissão de Anistia, para reparar financeiramente e moralmente as vítimas desse processo. Desse esforço foram financiadas muitas políticas públicas, incluindo suporte a pesquisas, publicação de livros e atividades culturais, como o projeto Marcas da Memória. Essa iniciativa financiava produções artísticas e intelectuais da sociedade civil que tinha como objetivo ajudar na elaboração de memória, com filmes, documentários e projetos universitários. Em Pernambuco, houve iniciativas locais em paralelo ao que acontecia no cenário nacional. Além da criação de uma comissão estadual de anistia, houve também uma indenização às famílias dos mortos e desaparecidos políticos. Além da reparação econômica, esse esforço reconhecia os crimes do Estado e essas pessoas como vítimas. “Aqui as pessoas ganhavam até R$ 32 mil. Mas existia uma política de memória e as indenizações eram às vezes o que menos importava nesse processo. Era mais importante o reconhecimento estatal e a elaboração de projetos relacionados a essas memórias. Isso acontece aqui em Pernambuco mesmo antes da Comissão da Verdade”, explicou Tásso Brito. O passo seguinte foi a Comissão da Verdade, a partir da Lei Nº 12.528. Essa nova estrutura do Estado não estava mais focada nas restituições financeiras e morais, mas passava a direcionar sua atenção aos esclarecimentos da memória e à verdade. Pernambuco criou a Comissão Estadual da Memória e Verdade Dom Helder Câmara. Foram editados dois volumes de uma publicação histórica, que fizeram um levantamento dos mortos e desaparecidos no Estado e da atuação da ditadura em áreas temáticas. Foi explicitada a incidência do regime no campo, no movimento estudantil, nos meios de comunicação. “Esse documento é o que existe de mais atual sobre os impactos da ditadura em Pernambuco. Mas nós pernambucanos ainda não conhecemos esse relatório. Apesar de ter sido lançado em 2017, é ainda de grande desconhecimento da população”, avalia Manoel Moraes, que é professor de direito

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Casarão centenário é restaurado no Recife. Saiba onde

Imóvel foi reaberto nesta semana na capital pernambucana, após 20 anos fechado. Foto: Acervo do SPN *Por Rafael Dantas Uma parcela pequena da população recifense conhece o mais novo casarão restaurado na cidade. Adquirido pela Igreja Presbiteriana do Brasil (IPB) há exato um século, em 1924, o imóvel fica na área interna no Seminário Presbiteriano do Norte, no bairro da Madalena. O sobrado, inicialmente, foi usado para as aulas de formação teológica da casa. Após algumas décadas, se tornou um alojamento para os estudantes que moravam no interior ou em outros Estados, mas há aproximadamente 20 anos estava sem uso. A construção recebeu investimentos da Junta Regional de Educação Teológica (JURET) e da Junta Patrimonial e Financeira da IPB e foi reaberta na semana passada, em um grande evento de celebração. Ele passará a abrigar a rica biblioteca da instituição, com quase 19 mil livros, e as salas administrativas. De acordo com o diretor do SPN, o Reverendo José Roberto de Souza, quando o seminário foi transferido de Garanhuns para o Recife em 1924, sua primeira sede provisória foi estabelecida na Avenida Conselheiro Rui Barbosa, no bairro das Graças. No entanto, não demorou para que o SPN obtivesse sua propriedade definitiva, onde está o casarão. Em 31 de outubro de 1924, com o apoio da Missão do Norte, a Comissão Executiva da Assembleia Geral da IPB decidiu adquirir a chácara na antiga Rua Sá Pereira, nº 208, na Madalena (Beco da Fábrica), pertencente à família Baltar. "Durante esse século de funcionamento nesse novo endereço, o “Casarão” funcionou como salas de aulas, dividindo o seu espaço com a biblioteca e com toda a parte administrativa. Posteriormente, ele serviu como internato de casais, além de inúmeras funcionalidades. Um detalhe interessante é que o "Casarão" passou a ser denominado carinhosamente durante esses anos de “purgatório”. Porém, temos a plena certeza de que agora, com a sua atual mudança de restauro, o “Casarão” deixa de ser o antigo “purgatório’ e se torna um pedaço do céu", afirma o diretor do SPN, José Roberto de Souza. No trabalho de restauro, foi descoberto que os ladrilhos utilizados na casa datavam ainda do século 17. Embora o espaço tenha recebido um novo piso, várias dessas peças foram mantidas no espaço. O casarão manteve suas características originais na área externa e internamente ganhou um novo desenho, moderno e com acessibilidade, tendo como detalhe estético dessa construção centenária as paredes com tijolos aparentes para seus visitantes. A reforma contou com o projeto do arquiteto Fernando Guerra e os serviços de engenharia de Henrique Jatobá e da sua equipe. O evento de reabertura do espaço contou com a presença de lideranças da Igreja Presbiteriana de todo o Estado e do País. Além do resgate da funcionalidade do prédio e da relevância da preservação histórico-arquitetônica do restauro, a reabertura tem guarda um importante aspecto sentimental para a denominação, em que alguns dos presentes conheciam o Casarão ainda em seus dias que funcionou para as aulas do seminário. O prédio inicial da Casa dos Profetas está de volta! Confira abaixo o vídeo do evento de reinauguração do Casarão. *Rafael Dantas é repórter da Revista Algomais (rafael@algomais.com | rafaeldantas.jornalista@gmail.com)

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Agenda Cultural para curtir o final de semana

São João de Caruaru tem início neste sábado (1º) Começa neste sábado (1º) o Maior e Melhor São João do Mundo na zona urbana. Com programação para todos os públicos, Caruaru promete realizar o maior festejo junino da história do município. Pela primeira vez, o São João da Capital do Forró irá contar com polos dedicados às artes do pífano e do bacamarte. Tendo como homenageados Ângela Bacamarteira, Terezinha Gonzaga, Adolfo José, Ariano Suassuna e Lambreta, a abertura do São João urbano terá programação em diversos polos: Pátio de Eventos, Camarão, Quadrilhas, Repente, Instrumental Rildo Hora, Juarez Santiago, Casa Rosa, Bacamarteiros, Alto do Moura, Infantil e Pífano. Este primeiro fim de semana de festa junina em Caruaru promete uma celebração repleta de atrações imperdíveis em diversos polos espalhados pela cidade. Na sexta-feira, o Polo Casa Rosa recebe talentosos artistas como Cantor João Filho, Adelson e Forró dos Manos, e Murillo Victor, oferecendo um aquecimento perfeito para o fim de semana festivo. No sábado, o Polo Pátio de Eventos Luiz Lua Gonzaga se destaca com a Orquestra de Pífanos de Caruaru e Maestro Mozart Vieira, seguidos por grandes nomes como Carlinhos Brown e Flávio José, garantindo uma noite de ritmos envolventes e energia contagiante. Enquanto isso, em outros polos, a diversidade cultural é celebrada com fervor. No Polo Camarão, por exemplo, o público poderá desfrutar de uma variedade de apresentações, incluindo Galego de Tapera e As Severinas. Domingo reserva momentos especiais, como as apresentações de Priscila Senna, Limão com Mel, Léo Santana e Cavaleiros do Forró no Polo Pátio de Eventos Luiz Lua Gonzaga, além do talento de Geraldinho Lins no Polo Alto do Moura. Com uma programação repleta de música, dança, folclore e tradição, Caruaru se prepara para celebrar o São João em grande estilo, proporcionando momentos inesquecíveis para moradores e visitantes. Márcia Pequeno revela o rock que tem no forró em show domingo no Teatro Apolo Como forma de dar o pontapé nas celebrações em torno dos 15 anos de carreira, a serem completados em 2025, a cantora pernambucana Márcia Pequeno sobe ao palco do Teatro Apolo, neste domingo, 2 de junho, para apresentar o show “Forrock” a partir das 16h, ao lado do sanfoneiro Fernando Vinil. A apresentação, que será aberta ao público, une dois lados do trabalho desenvolvido pela artista, que iniciou a trajetória musical pelo rock e a psicodelia para, anos depois, abraçar a música popular, em especial, o forró e o frevo. No espetáculo, que tem direção musical de Gilú Amaral, a cantora promove uma espécie de tributo a uma das bandas mais representativas da cena roqueira em Pernambuco, a Ave Sangria, hoje composta por Marco Polo Guimarães, Almir de Oliveira, Juliano Holanda e o próprio Gilú Amaral. Mas não só à Ave Sangria, na verdade, Márcia Pequeno volta às raízes para resgatar uma parte de sua história e da cena dos anos 70 no Estado. Livraria do Jardim sedia encontro literário sobre autobiografia de Maya Angelou neste sábado (dia 1º) A partir das 14h deste sábado, dia 1º de junho, a Livraria do Jardim recebe mais uma edição do encontro literário das Floriterárias. Trata-se de um grupo de leitura exclusivo para mulheres que promete uma tarde de reflexões e emoções ao abordar o livro "Eu sei por que o pássaro canta na gaiola", autobiografia da escritora, poetisa e ativista norte-americana Maya Angelou.  Para aquelas interessadas em participar, o evento é gratuito e a inscrição pode ser realizada através do link do Sympla, disponível na bio do Instagram (@livrariadojardim). A Livraria do Jardim fica localizada na Avenida Manoel Borba, nº 242, na Boa Vista, e o livro pode ser adquirido no dia do encontro com um desconto exclusivo. Shopping Tacaruna promove série de shows gratuitos no mês junino Neste mês de junho, o Shopping Tacaruna promove uma série de shows gratuitos para celebrar as festas. A programação inclui o Taca Mais Música, projeto musical do Tacaruna, que oferece shows de qualidade todas as quintas-feiras, às 19h, que realiza uma edição especial de São João, com grandes estrelas da cena forrozeira de Pernambuco. Os shows acontecem no Rooftop do mall, com entrada gratuita, sujeita à capacidade do espaço. Quem abre a programação do Taca Música Especial de São João é o cantor Petrúcio Amorim, na quinta-feira, 6 de junho.  Durante os domingos de junho, será a vez da criançada comemorar o mês junino no Shopping Tacaruna. O Rooftop do mall, espaço de lazer e entretenimento ao ar livre, localizado no piso E7 do Edifício Garagem do mall, promove uma série de shows especiais de São João, voltados ao público infantil. As apresentações começam às 17h, com entrada gratuita, também sujeita à capacidade do espaço. No domingo, 2 de junho, A Bandinha inicia a programação apresentando um show que celebra a cultura popular brasileira, com forró, quadrilha e brincadeiras típicas. Com inspiração nas tradicionais festas juninas, apresentando no repertório, grandes nomes como Luiz Gonzaga, Jackson do Pandeiro e Dominguinhos. E. também músicas do cancioneiro popular, para todo mundo cantar e dançar junto. Plaza Shopping se prepara para sexta edição do Arraial do Plaza O Plaza Shopping já começou a se preparar para realizar a sexta edição do Arraial do Plaza, que será realizado nos próximos dois finais de semana, dias 1º, 2, 8 e 9 de junho, no jardim do piso L2, a partir das 16h, com acesso gratuito. O evento, que é um sucesso desde 2017, celebra, com muito xote, xaxado, baião e forró, os festejos do Dia dos Namorados e do São João. Este ano, o projeto irá homenagear o artista pernambucano J. Borges, o Mestre da Xilogravura, considerado patrimônio vivo e um dos maiores gravadores do Brasil. O Arraial do Plaza contará com shows de grandes nomes da música nordestina. A Banda Mel com Terra está confirmada neste sábado (1º). No domingo, dia 02/06, é a vez de Nádia Maia. No segundo final de semana será a vez de curtir os embalos de Capital do Sol, no sábado (08/06), e Geraldinho Lins, no domingo

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Museu da Academia Pernambucana de Letras ganha painéis com acessibilidade

A partir de agora, a visita à Academia Pernambucana de Letras (APL) se torna mais inclusiva, graças a novos recursos acessíveis para pessoas com deficiência visual e auditiva. Fundada em 1901, ela está situada em um casarão neoclássico do século XIX, tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), no bairro das Graças, oferecendo aos visitantes uma imersão histórica na trajetória da APL e e no seu extenso acervo museológico. Projeto de Acessibilidade Comunicacional O projeto “Museu da Academia Pernambucana de Letras - Um passo em direção à Acessibilidade Comunicacional”, realizado pela produtora Arkhé Cultural com o apoio do Funcultura, visa tornar acessíveis as informações imagéticas dos painéis que representam os espaços do museu. A exposição permanente inclui obras de arte, peças decorativas e mobiliário doados à Academia ao longo dos anos, oferecendo uma rica experiência cultural e histórica. Tecnologia Assistiva no Museu da APL O Museu da APL, com visitação aberta ao público, agora conta com intervenções que possibilitam a acessibilidade comunicacional. Cada um dos dez cômodos da casa possui painéis informativos equipados com QR-codes. Esses códigos direcionam os usuários a traduções em Libras (Língua Brasileira de Sinais) e audiodescrição, promovendo a democratização do acesso ao patrimônio cultural e garantindo uma experiência inclusiva para todos os visitantes.  O horário de visitação do Museu da APL é de terça a sexta-feira, das 10h às 16h. É possível realizar agendamentos para grupos através do telefone (81) 3268-2211. Jamille Barbosa, produtora cultural responsável pela Arkhé “A intervenção visa dar um primeiro passo em direção a um patrimônio cultural mais acessível às pessoas com deficiência. É um projeto importante para lançar luz ao tema, encontrar cada vez mais apoio do poder público e, consequentemente, possibilitar a fruição do acervo do Museu ao maior número de pessoas possível”. Lourival Holanda, presidente da APL “Certamente, esse passo em direção à acessibilidade inclui a APL num rol ainda muito enxuto de instituições culturais que aproximam pessoas com deficiência de atividades culturais e literárias. Pretendemos ainda ampliar o leque de iniciativas neste sentido e tornar a Academia um ambiente cada vez mais acessível e visitado pela sociedade”.

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Estação Ferroviária é revitalizada em Caruaru

Com os prédios históricos reformados, as estruturas funcionarão com projetos culturais A Prefeitura de Caruaru, através da Secretaria de Infraestrutura Urbana e Obras, inaugurou no último sábado (18) a Estação Ferroviária completamente restaurada. As obras incluíram a manutenção das fachadas dos edifícios históricos, a implementação de um novo projeto paisagístico em harmonia com as construções originais, a adaptação dos ambientes de acordo com as normas de acessibilidade e a consolidação do espaço para atividades culturais, turísticas e recreativas. Com um investimento de pouco mais de R$ 8 milhões, a reforma visa proporcionar mais qualidade de vida, emprego e renda, além de promover cultura e informação para a comunidade. Todas as restaurações necessárias foram concluídas, incluindo o reboco, revestimentos externos e internos, portas metálicas, portas de madeira, janelas e a cobertura dos dois prédios, que agora apresentam o mesmo aspecto da época em que foram construídos. Todas as infraestruturas necessárias para o funcionamento dos edifícios também foram finalizadas, incluindo a instalação dos circuitos elétricos, pintura, acabamentos em vidros e instalações das louças sanitárias. O espaço totalmente restaurado agora conta com diversas novas funcionalidades, como a implantação de um palco escola, salas para oficinas, uma sala multiuso para exposições e uma loja colaborativa, um teatro de mamulengos, áreas destinadas a atividades comerciais da casa de cultura (comboio da cultura), um memorial ferroviário, o Instituto Histórico de Caruaru, a sede do Conselho de Políticas Culturais, além de uma sala para patrimônios da cultura, uma área de alimentação e a criação do Museu do Espaço Ferroviário. Rodrigo Pinheiro, prefeito de Caruaru “Ver o brilho nos olhos dos caruaruenses nesse dia memorável, nos faz ter mais vontade de continuar avançando, trabalhando e arregaçando as mangas. Por isso, iremos desenvolver ações que promovam a nossa cultura. Iremos ocupar esses espaços com oficinas, apresentações culturais e projetos de sustentabilidade, com uma modelagem denominada de Estação Criativa”. Raquel Lyra, governadora de Pernambuco “Caruaru só é um país porque mantemos a nossa cultura, de forma extraordinária, mantemos a preservação do nosso patrimônio e por isso estamos entregando esse espaço que reflete a nossa história, a história dos caruaruenses. Esse é mais um presente que a capital do Agreste ganha nesse dia tão especial”.

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Quatro Luas

Confira a Agenda Algomais Cultural do Recife e RMR

Festival Palco Giratório do Sesc traz 46 espetáculos para o Recife Com 46 espetáculos e expectativa de presença de mais de 11 mil pessoas, o Festival Palco Giratório retorna, após 10 anos, ao calendário cultural do Recife no próximo dia 16. O projeto, criado e realizado pelo Sesc, é o maior de artes cênicas em circulação no país e chega a 26ª edição com programação para todas as idades com opções gratuitas e a preços populares na capital pernambucana. A programação completa está disponível no https://palcogiratorio.sescpe.com.br/. Até o dia 1º de junho, a programação vai ocupar teatros e espaços públicos do Centro do Recife e da zona Sul. Ao todo, serão 30 peças pernambucanas no palco e mais 16 nacionais, vindas de diversos estados brasileiros e do Distrito Federal. Durante os 17 dias de realização, haverá atividades nos teatros Capiba, Marco Camarotti, Hermilo Borba Filho, do Parque, Apolo, Santa Isabel e Luiz Mendonça. Também vai circular por espaços alternativos e sedes de importantes coletivos, como Rede Moinho da Ilha, O Poste, Teatro André Filho (Cia Fiandeiros) e Espaço Cênicas, e em lugares abertos ao público, como a Praça do Campo Santo, no bairro de Santo Amaro. Entre os destaques, estão “Zaratustra: uma transvaloração dos valores”, do diretor, ator e criador cultural Amir Haddad, e “Herança”, do cantor e diretor musical Maurício Tizumba. Os dois são os homenageados desta edição e virão ao Recife, ainda em maio, para apresentação. Neste ano, quem vai representar Pernambuco no circuito nacional é O Bando Coletivo de Teatro. O grupo terá temporada do espetáculo “Quatro Luas” em mais de 25 cidades do país, além de se apresentar, no dia 17 de maio, no Teatro Marco Camarotti. Para o público infantil, as opções giram em torno de espetáculos com elementos de musicalidade e trazendo temas como consciência ambiental, autismo, como lidar com os sentimentos e outros, sempre através da ludicidade. Serão 14 espetáculos voltados para este público. Serviço – Festival Palco GiratórioData: de 16 de maio a 1º de junhoInformações: https://palcogiratorio.sescpe.com.br/Ingressos: vendas antecipadas pelo site e, no dia do evento, na bilheteria de cada teatro (sujeito à disponibilidade) 1º Festival Literário das Periferias ocupa espaços culturais e escolas do Recife com rodas de conversa, oficinas e recitais O Festival Literário das Periferias (Fliperifa) estreia no Recife com “O Direito à Literatura” como tema da 1ª edição, em homenagem às escritoras nordestinas Inaldete Pinheiro, do Rio Grande do Norte, e Odailta Alves, de Pernambuco, ambas mulheres periféricas que atuam na literatura brasileira. A programação do Fliperifa ocorre em três datas e locais, ocupando espaços culturais nas comunidades da Torre (Rioteca), Pina (Livroteca Brincante do Pina) e Ibura (Associação da Tancredo Neves) nos dias 18 de maio, 25 de maio e 1º de junho, sempre aos sábados, respectivamente. O projeto também vai até as escolas municipais das respectivas localidades. Confira o perfil (@fliperifape - bit.ly/3JUQN8t).  Convenção Nerd de PE reúne legiões de fãs Geeks Legiões de Nerds vão se encontrar nos dias 24, 25 e 26 de maio, das 11h às 20h, no Centro de Eventos do Home Center Ferreira Costa, na Tamarineira, será a 12ª edição do Dia do Orgulho Nerd de Pernambuco. Nerds, Geeks, Gamers, adeptos de Quadrinhos realizarão a convenção anual para perpetuar o fascinante mundo da Cultura Pop entre as novas e futuras gerações. Dez estandes (locais e nacionais) de cultura geek estarão expondo seus produtos, entre camisas, chapéus, vinis, jogos, miniaturas, livros, gibis, com preços a partir de R$ 5. Além de desfile de cosplays, festival de animes e performance de k-pop, atrações musicais dos anos 60, 70, 80 e 90, exposição de carros antigos. Destaque também para o Painel sobre a série Star Wars e seus desdobramentos ao longo das várias gerações. São esperadas 5 mil pessoas em três dias de convenção com entrada gratuita. Plaza Shopping e a volta do Ilustra Plaza Para a alegria dos geeks e amantes de ilustrações, HQs, Action Figures e Mangás, o Ilustra Plaza, projeto realizado desde 2017 pelo Plaza Shopping, está de volta. A quarta edição do evento será promovida entre os próximos dias 16 e 19, e 23 e 26 de maio, de quinta a domingo, no piso L4, durante o horário do mall e com acesso gratuito. Diversos artistas, ilustradores, designers e quadrinistas pernambucanos estão confirmados e irão expor e comercializar revistas, prints, artes originais, entre outras produções no Artist’s Alley (corredor de artistas, em tradução livre). O Ilustra Plaza é uma pré-celebração do Dia da Toalha, comemorado no dia 25 de maio, que popularmente também é conhecido como Dia do Orgulho Nerd. A data foi criada para homenagear Douglas Adams, criador do 'Guia do Mochileiro das Galáxias', e recebe o curioso nome em referência ao objeto mais importante do turismo espacial, a toalha - segundo a obra do aclamado romancista. Orgulho Nerd e saga Star Wars são celebrados em evento gratuito Em comemoração ao Dia do Orgulho Nerd, celebrado em 25 de maio, a escola de inglês ABA, no bairro dos Aflitos, realiza o ABA Geek, que acontece no próximo dia 18 de maio (sábado), das 9h às 12h, e é aberto ao público. O evento também celebra o Star Wars Day, festejado por fãs do mundo inteiro no dia 4 de maio. Dentro da programação haverá oficinas com assuntos pertinentes ao universo geek. Uma delas é a “Buzzer Wars: oficina de Arduino para Melodias Galácticas”, em que os participantes irão conhecer princípios de programação para a plataforma Arduino, usando a trilha sonora da saga Star Wars. Para participar dos cursos, é preciso se inscrever no link https://www.sympla.com.br/produtor/estudenaabaAlém disso, haverá um bate-papo com Raphael Fraeman, autor da série de livros de fantasia Krystallo, uma Feira de Empreendedores Geek, que vai estar aberta durante todo o evento, com oferta de roupas, livros, miniaturas de personagens, entre outros produtos. Maciel Salú revive tradição do teatro de bonecos com Mamulengo Azougue Referência da cultura popular pernambucana, cantor, artesão, mestre de cavalo marinho e maracatu, Maciel Salu estreia o espetáculo infantil Mamulengo Azougue próximo domingo, 19 de maio, em

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10 imagens da Praça Maciel Pinheiro Antigamente

*Por Rafael Dantas O Recife comemorou nos últimos dias a revitalização da Praça Maciel Pinheiro, no bairro da Boa Vista. O local, que ficou por anos num estado de degradação e acumulando muita sujeira, recebeu investimentos da Prefeitura do Recife de quase R$ 500 mil. O projeto paisagístico contemplou a utilização de espécies arbustivas e forrações coloridas, com destaque para as ixoras nos canteiros que circundam o chafariz central, crinos com flores brancas e zebrina roxa nos dois maiores canteiros. A coluna Pernambuco Antigamente faz um passeio pelas imagens antigas da praça, que é parte de um conjunto de quinze jardins históricos que contam com o renomado projeto paisagístico de Burle Marx. Praça Maciel Pinheiro, com destaque para a Igreja Matriz da Boa Vista(Biblioteca do IBGE) De acordo com Semira Adler Vainsencher, pesquisadora da Fundação Joaquim Nabuco: "A atual Praça Maciel Pinheiro foi inaugurada no dia 7 de setembro de 1876, no coração do bairro da Boa Vista, em comemoração à vitória das tropas brasileiras na guerra do Paraguai (1864-1870)". Registro do fotógrafo Marc Ferrez, ainda no final do século 19 Praça Maciel Pinheiro, em 1900(Manoel Tondella, Acervo da Brasiliana Fotográfica Digital) Praça Maciel Pinheiro, em 1905(Acervo Benício Dias, na Villa Digital) A Villa Digital guarda alguns postais da coleção de Josebias Bandeira. O postal abaixo é datado de 1908 Praça Maciel Pinheiro, em 1950(Página Recife de Antigamente) Abaixo, mais três fotografias do acervo do IBGE, mas sem identificação de data Abaixo uma imagem bônus, uma pintura da praça. Antes da inauguração da praça já havia um largo na região. Na pintura de Luis Schlappriz, de 1863, é possível ver o local, que já teve vários outros nomes antes também. De acordo com o Guia (co)Memorativo da Boa Vista, o antigo Largo do Aterro ganha o nome de Praça da Boa Vista ainda em 1831. *Rafael Dantas é repórter da Revista Algomais e assina as colunas Pernambuco Antigamente e Gente & Negócios (rafael@algomais.com | rafaeldantas.jornalista@gmail.com)

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Chico Cesar

Festival RioMar de Literatura recebe nomes nacionais consagrados em sua 10ª edição

O Festival RioMar de Literatura chega à sua 10ª edição com uma celebração especial no Teatro RioMar, em 16 de maio. Este ano, o evento presta homenagem a escritores e artistas negros, reunindo renomados nomes do cenário nacional. Sob a curadoria da jornalista Carmen Peixoto, a programação inicia às 16h, destacando a presença da autora e filósofa Djamila Ribeiro, o ator e escritor Lázaro Ramos, além do show do cantor Chico César. O público terá a oportunidade de mergulhar na obra de Machado de Assis durante a abertura do evento, com uma apresentação especial da escritora pernambucana Flávia Suassuna, membro da Academia Pernambucana de Letras. Em seguida, Lázaro Ramos conduzirá uma conversa direcionada ao público infantojuvenil, explorando suas incursões na literatura, que vão desde obras infantis até reflexões em sua autobiografia "Na minha pele". Djamila Ribeiro compartilhará suas experiências e perspectivas em um bate-papo mediado pela jornalista pernambucana Fabiana Moraes. Reconhecida como uma das vozes mais importantes na defesa dos direitos negros e femininos no Brasil, Djamila é autora de obras como "Pequeno manual antirracista" e "Quem tem medo do feminismo negro?". O encerramento do evento fica por conta do talentoso Chico César, que promete envolver o público com seus sucessos, como "À primeira vista" e "Mama África". Os ingressos já estão à venda por R$ 20 (meia entrada) e R$ 40 (inteira), disponíveis no App do RioMar Recife, no site e na bilheteria do Teatro RioMar.

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10 fotos do Rio Capibaribe Antigamente

Publicamos hoje uma série de 10 imagens do Rio Capibaribe. São as águas do principal curso d'água pernambucano que inspiraram poemas do poeta pernambucano João Cabral de Melo Neto, como "Cão sem plumas" e "O Rio", e que são a paisagem diária de milhares de pernambucanos. Morando na infância numa casa próxima ao Rio Capibaribe, a dinâmica dessas águas o fascinaram. O relato da vida animal, vegetal, da lama e da poluição estão presentes na sua obra. Confira abaixo algumas fotos e postais que garimpamos na Biblioteca da Fundaj e do IBGE, além de alguns trechos escritos pelo poeta. Entre a paisagemo rio fluíacomo uma espada de líquido espesso.como um cãohumilde e espesso.(Trecho de Cão sem Plumas) Margens do Rio Capibaribe, trecho entre Jaqueira e Poço da Panela (Fundaj, Acervo Benício Dias).Igreja da Jaqueira (Fundaj, Acervo Benício Dias) .Maré do Capibaribe,em frente de quem nasci,a cem metros do combateda foz do Parnamirim.Na história, lia de um rioonde muito em Pernambuco,sem saber que o rio em frenteera o próprio-quase-tudo.Como o mar chega à Jaqueira,e chega mais longe, até,no dialeto da famíliate chamava de “a maré”(Trecho de Prosas da maré na Jaqueira ).Rua da Aurora (Alexandre Berzim/Museu da Cidade do Recife) . Porto do Recife (Biblioteca do IBGE) .Vista para a Rua do Sol (Biblioteca do IBGE) .Na paisagem do riodifícil é saberonde começa o rio;onde a lamacomeça do rio;onde a terracomeça da lama;onde o homem,onde a pelecomeça da lama;onde começa o homemnaquele homem.(Trecho de Cão sem Plumas).. Cais Martins de Barros (Fundaj, Acervo Josebias Bandeira).Cais do Capibaribe (Fundaj, Acervo Josebias Bandeira).Rio Capibaribe, trecho da Maternidade Escola de Medicina e Quartel da Polícia (Fundaj, Acervo Josebias Bandeira)..Rio Capibaribe, com vista para Ponte Maurício de Nassau (Biblioteca do IBGE).Postal impresso na Inglaterra intitulado View Of Old Town Recife (Fundaj, Acervo Josebias Bandeira).*Por Rafael Dantas, repórter da Algomais (rafael@algomais.com)

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antonio henrique padre

O assassinato do Padre Antônio Henrique durante a Ditadura Civil-Militar em Pernambuco

*Por Carlos André Silva de Moura “PROVA DE AMOR MAIOR NÃO HÁ QUE DOAR A VIDA PELO IRMÃO!” A lista de perseguidos, presos, torturados e mortos durante a ditadura civil-militar (1964-1985) no Brasil é extensa. Muitos jovens perderam as suas vidas na luta pela liberdade e democracia. Outros passaram anos presos, resultado da militância política contra o sistema opressor. Os chamados “crimes” eram classificados como terrorismo, subversão ou atentado contra a soberania nacional. Durante os 21 anos do regime, diferentes ordenamentos jurídicos, a exemplo do Ato Institucional nº 5, garantiam a “legalidade” das atrocidades cometidas pelos militares. Os assassinatos de militantes políticos como Edson Luís de Lima Souto (1950-1968), Fernando Santa Cruz (1949-1974), Vladimir Herzog (1937-1975) ou Manuel Fiel Filho (1927-1976) deixaram marcas profundas na História do Brasil. As circunstâncias dos acontecimentos, a falta de informação para as famílias ou a repercussão internacional direcionaram os olhares do mundo para as violações dos direitos humanos realizadas após 31 de março de 1964. Na longa lista dos crimes políticos, membros da Igreja Católica não estiveram distantes das perseguições e atentados contra a vida. Mesmo após o apoio inicial às propostas da ditadura civil-militar, algumas lideranças católicas se destacaram na oposição ao regime. Dom Aloísio Lorscheider, Dom Paulo Evaristo Arns, Dom Helder Camara, Dom Luciano Mendes de Almeida, Dom Waldyr Calheiros, Dom Pedro Casaldáliga e Dom José Maria Pires são alguns nomes de religiosos que se opuseram às atrocidades dos militares e defenderam a democracia e os direitos humanos. Proibidos de se posicionarem nos meios de comunicação do Brasil, muitos religiosos utilizavam eventos internacionais para denunciar “os clamores do seu povo”. Mesmo que os órgãos ditatoriais não tenham imposto limites para as práticas dos seus servidores, os dirigentes sabiam que prender, torturar ou assassinar uma liderança religiosa provocaria grande repercussão internacional. Por este motivo, instituições e colaboradores dos eclesiásticos foram alvos dos ataques, com o objetivo de silenciar os “bispos vermelhos”. Entre os eventos que marcaram a prática está o assassinato do Padre Antônio Henrique Pereira da Silva Neto (1940-1969), ocorrido na cidade do Recife, em 27 de maio de 1969. O religioso era coordenador da Pastoral da Juventude, com atividades que buscavam a inclusão social, recuperação de jovens em situação de rua e debates sobre os problemas econômicos. Auxiliar de Dom Helder Camara, realizava denúncias sobre a violência praticada pelos militares no cenário nacional. Como posicionamento político, em 1968 celebrou uma missa em memória do estudante Edson Luís de Lima Souto. As suas ações contribuíram para que se tornasse alvo do monitoramento dos militares, inclusive por meio de escutas telefônicas. Com o objetivo de atingir Dom Helder Camara e silenciar as suas denúncias, o Padre Antônio Henrique foi sequestrado na noite de 26 maio de 1969, torturado e morto na madrugada do dia 27 de maio por membros do Comando de Caça aos Comunistas e agentes da Polícia Civil de Pernambuco. O assassinato tinha o objetivo de atingir o arcebispo de Olinda e do Recife e impor o medo entre os seus colaboradores. Durante o período ditatorial, a morte do Padre Antônio Henrique foi tratada pelas autoridades como crime comum. No entanto, com os trabalhos da Comissão Estadual da Memória e Verdade Dom Helder Camara, novas interpretações foram apresentadas, com a indicação dos responsáveis pela execução. Para os membros da comissão, durante a década de 1970, os integrantes do SNI (Serviço Nacional de Informação) foram avisados que o crime foi realizado por um grupo de extrema direita em conjunto com a Polícia Civil de Pernambuco. Em parecer enviado ao Ministério Público, constava que participaram do crime os investigadores Rível Rocha, Humberto Serrano de Souza, José Bartolomeu Gibson, Jerônimo Gibson e Rogério Matos. As informações contribuíram para um processo de (re)escrita da História. Com o trabalho de pesquisadores e o acesso às fontes foi possível demonstrar como o religioso se constituiu em mais uma vítima das atrocidades da ditadura civil-militar. Sessenta anos após o início de um dos períodos mais conturbados da História republicana, ainda existem mortes que precisam ser investigadas e famílias que buscam informações sobre seus parentes, tidos como “desaparecidos” políticos. Em um momento que lembramos daqueles que tombaram na luta pela democracia, que possamos continuar exigindo informações sobre um período que marcou negativamente o nosso passado. *Carlos André Silva de Moura é doutor em história e professor da UPE

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