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Dado Villa Lobos e Marcelo Bonfa

Dado Villa-Lobos e Marcelo Bonfá encerram turnê no Classic Hall

Dado Villa-Lobos e Marcelo Bonfá encerram a turnê “As V Estações” com um show especial no Classic Hall, em Olinda, nesta sexta-feira, 9 de agosto, a partir das 20h30. Após uma série de apresentações aclamadas que revisitaram os álbuns que marcaram a história da Legião Urbana, "As Quatro Estações" e "V", os membros fundadores da banda se despedem do projeto com uma performance que promete emocionar o público. A turnê proporcionou uma viagem nostálgica pelos maiores sucessos da Legião Urbana, como "Tempo Perdido", "Pais e Filhos", "Monte Castelo", "Dezesseis" e "Ainda É Tempo". Acompanhados por André Frateschi (vocal e bateria), Mauro Berman (direção musical, baixo e teclados), Lucas Vasconcellos (guitarra e violão) e Pedro Augusto (teclados), os shows foram marcados por performances energéticas e fiéis aos arranjos originais, celebrando a obra atemporal da banda. "Essa ideia de comemorar, celebrar os trinta anos de cada álbum, e juntar de novo uma banda, subir nos palcos e reencontrar o público, foi algo muito emocionante; a gente pôde perceber que tudo o que fez esses anos todos ainda têm uma relevância grande”, afirmou Dado Villa-Lobos. O encerramento da turnê promete ser um evento emocionante, com um público diversificado que vai cantar em uníssono os clássicos que definiram o rock brasileiro. Os ingressos para o show final estão disponíveis a partir de R$ 160, tanto na bilheteira do Classic Hall quanto online através do site Bilheteria Virtual. SERVIÇO

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PC Silva Foto de Andre Sidarta

PC Silva apresenta novas canções em show na CAIXA Cultural Recife

Nos dias 01, 02 e 03 de agosto, a CAIXA Cultural Recife será palco do show "Eu vou ganhar o mundo", do cantor pernambucano PC Silva. O espetáculo, que acontece às 20h, marca um momento especial na carreira do artista, apresentando ao público algumas das músicas que farão parte de seu próximo álbum, previsto para ser lançado em outubro. Além das novidades, o repertório também incluirá canções do seu primeiro disco, trazendo uma combinação entre o antigo e o novo, em uma experiência única e envolvente. PC Silva, nascido Paulo César em Serra Talhada, reflete sobre o show como uma transição entre ciclos, encerrando uma fase de sua carreira e iniciando outra. O título do espetáculo, "Eu vou ganhar o mundo", inspirado em uma expressão popular pernambucana, destaca o desejo do cantor de explorar novos horizontes. O repertório foi cuidadosamente selecionado a partir das apresentações intimistas que o artista realizou em 2023, onde testou canções inéditas em um ambiente acolhedor e próximo ao público. Entre as músicas escolhidas para o show, estão parcerias com nomes como Zeca Baleiro e Juliano Holanda, além de faixas de seu álbum de estreia, incluindo o sucesso "Ciclone" e o single "Um frevo feito para pular fevereiro". Nos próximos meses, PC Silva se dedicará à divulgação de seu segundo álbum solo, cujo primeiro single, "Beira de Mar", será lançado em 16 de agosto nas plataformas digitais. SERVIÇO PC Silva no Show "Eu Vou Ganhar o Mundo"

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jota borges

A despedida de J. Borges, patrimônio pernambucano da xilogravura

Faleceu nesta sexta-feira (26), aos 88 anos, o renomado xilogravurista, cordelista, poeta e “patrimônio vivo de Pernambuco” José Francisco Borges, mais conhecido como J. Borges. Nascido em 1935 na cidade pernambucana de Bezerros, Borges manteve seu ateliê na mesma cidade ao longo de sua vida. Suas obras ganharam admiradores de peso, como o escritor Ariano Suassuna, e lhe renderam diversos prêmios, incluindo a comenda da Ordem do Mérito Cultural, o prêmio da Unesco na categoria Ação Educativa/Cultural, e o título de Patrimônio Vivo de Pernambuco. J. Borges foi um artista de alcance internacional, com exposições realizadas nos Estados Unidos, França, Alemanha, Suíça, Itália, Venezuela e Cuba. Ele também ilustrou capas de livros de escritores renomados como Eduardo Galeano e José Saramago, e sua arte inspirou documentários e até mesmo o desfile da escola de samba Acadêmicos da Rocinha em 2018. Desde sua infância, quando talhava madeira para fazer colheres de pau e brinquedos artesanais, até sua dedicação à literatura de cordel a partir dos 21 anos, Borges sempre manteve um vínculo profundo com as tradições culturais do Nordeste brasileiro. A governadora Raquel Lyra emitiu uma nota de pesar, lamentando o falecimento do artista. "J. Borges levou Bezerros, o Agreste e Pernambuco para o mundo. E vai deixar uma saudade imensa. Mas a sua grandiosidade permanecerá aqui pelas mãos de seus filhos, discípulos e centenas de xilogravuras que representam tão bem a nossa cultura. Meus pêsames aos familiares e amigos." O presidente Lula também comentou, nas redes sociais, a morte de J. Borges. “Nos despedimos hoje de José Francisco Borges, o J. Borges, um dos maiores xilogravuristas do país. Autodidata, começou a trabalhar muito cedo no agreste pernambucano. Fiquei muito feliz de poder levar sua arte até o Papa. Meus sentimentos aos familiares, amigos e admiradores deste grande artista do nosso país”.

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1824 revolucao

1824: os passos e a queda da Confederação do Equador

*Por Rafael Dantas Como se inicia um novo país? Os quadros heróicos e hinos de louvor aos revolucionários não dão conta do trabalho de organização de um estado. Opositores, pressões militares e econômicas, reconhecimento internacional… A Confederação do Equador, proclamada há 200 anos em Pernambuco, na sua breve trajetória encampou muitas dessas batalhas nos quase cinco meses que permaneceu de pé. O movimento, que teve entre seus principais expoentes o religioso e intelectual Frei Caneca e o governador Manoel de Carvalho Paes Andrade, expõe os desafios de quem decide construir um novo caminho contra o sistema vigente. A revolução, que pela segunda vez separava Pernambuco do restante do País, não era uma simples revolta contra um mau governo nacional. Havia um conjunto de ideias republicanas e de autonomia local que sedimentaram o caminho revolucionário. Não havia um consenso sobre propostas como a da abolição da escravatura, mas era uma pauta que também circulava na época. NARRATIVAS, DEBATE PÚBLICO E IDEAIS REVOLUCIONÁRIOS Se hoje os debates nas redes sociais – inclusive recheados de fake news – formam o que chamamos de opinião pública e induzem a direção das decisões políticas, na época um dos intelectuais que moveu as ideias foi Frei Caneca. Líder religioso, soube usar seus espaços eclesiásticos e também a imprensa para questionar os caminhos do Império e propor novas alternativas. Em seu emblemático jornal Tiphys Pernambucano, que circulou até agosto de 1824 (durante o governo revolucionário) e em outros escritos, Caneca deixou registrado o pensamento que se tornou o combustível dos dias da revolução. Um semestre antes da proclamação da Confederação do Equador, o frei descrevia que o País estava com uma "uma nau destroçada pela fúria oceânica” e que carecia da ajuda decidida e abnegada de todos os seus filhos. Para ter ideia da consciência do seu papel, Frei Caneca escreveu em uma de suas cartas, em 1823, que “é um dever do cidadão, que escreve, dirigir a opinião pública e levá-la como pela mão no verdadeiro fim da felicidade social”. Na primeira edição após a proclamação da Confederação, que circulou em 8 de julho daquele ano, Caneca celebra o passo dado pelos revolucionários, antecipa a resposta que viria do Império mas de, antemão, já compartilha com seus leitores a aceitação internacional da queda da unidade nacional. O redator contava que jornais da Argentina, do Uruguai e da Inglaterra já previam a queda do governo. Se a segurança pública é um dos temas que atormentam os brasileiros do Século 21, durante o Império, a decisão de Dom Pedro de retirar as tropas de Pernambuco inflamou os revolucionários. Diante de um iminente ataque da Corte Portuguesa, Dom Pedro I deslocou sua presença militar do Recife para defendê-lo no Rio de Janeiro. Isso não passou ileso pelas páginas no Thypis Pernambucano. Frei Caneca denunciou que o imperador teve forças para causar muitas hostilidades aos pernambucanos em tempos de paz, gastando muito dinheiro e só trazendo prejuízos à província e “agora que vê os perigos iminentes, trata unicamente de sua pessoa, desampara-nos, entrega-nos a nossos recursos, energia e valor!. (...) Os defensores são para o tempo dos perigos, e se não servem para esses, menos para os de paz e tranquilidade. Não queremos defensores de mostrar e sim de defender”. O jornalista Luiz do Nascimento escreveu no artigo O Jornalismo Pernambucano ao Tempo da Independência (no Diário de Pernambuco, em 1972) que o “Thypis foi o órgão oficial da Confederação do Equador e o valoroso Frei Caneca só largou a pena depois da 29ª edição, para juntar-se às tropas de Manoel de Carvalho Paes de Andrade, terminando [fechando o jornal], dada a derrota do movimento”. ESFORÇOS NA SEGURANÇA Enquanto Frei Caneca incendiava os pernambucanos contra o imperador, logo após a proclamação, o governador Paes de Andrade lança um manifesto para tornar a revolução conhecida da população e começa os esforços de defesa. As preocupações com a segurança eram justamente da vinda de embarcações portuguesas para o Recife e, na sequência, dos embates do Império contra a Confederação do Equador. “Em 1824 já era possível imprimir documentos que eram espalhados pelas ruas, colados nos muros e nos postes. Dessa maneira, as pessoas liam e discutiam esses papéis que tiveram uma circulação formidável”, afirma o historiador Flávio Cabral, professor da graduação e pós-graduação da Unicap. “Antigamente se fazia essa comunicação muito verbalmente também e por manuscritos. Mesmo as figuras escravizadas e as mulheres da época tomavam conhecimento dos temas debatidos por meio desses manifestos e pelos boatos”. Se a comunicação da revolução estava em ordem, a organização das forças militares era um desafio. Embora tenha arregimentado muitos apoiadores, a Confederação do Equador tinha opositores também entre as lideranças políticas locais. Logo, parte dos chefes militares locais aderiram à revolução, enquanto a outra parte ficou ao lado do Império. “Manoel de Carvalho tem apoio de parte das elites. Mas havia uma outra parte que foi alijada do poder, que é a de Francisco Paes Barreto, o Morgado do Cabo. Então há um choque dessas elites. O presidente da Confederação do Equador teve apoio do Batalhão dos Henrique, por exemplo, e de outras milícias locais que tenta- ram se organizar para conter a contrarrevolução”, afirmou Bruno Câmara, professor da Universidade de Pernambuco, em Garanhuns. A defesa contrária à revolução, no entanto, vinha de uma estrutura do Império que se fortaleceu nos anos anteriores de 1824. “As tropas imperiais, vale lembrar, passaram por uma reformulação após a Independência de 1822, e se tornaram extremamente fortes. Essas tropas descem em Alagoas e vão marchando, junto a tropas do Morgado do Cabo, até o Recife. Elas têm várias escaramuças. Foi essa força que debelou várias revoltas contra o Império, após o período regencial”. A ameaça do avanço imperial fez Frei Caneca clamar, no Thypis Pernambucano de 5 de agosto de 1824, pela participação popular para pegar em armas. “Quando a pátria está em perigo, todo cidadão é soldado. (...) todos deveriam se adestrar nas armas para rebater o inimigo agressor”. CONSTITUIÇÃO PROVISÓRIA E OS DEBATES CONSTITUCIONAIS

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RIOBALDO © Renato Mangolin

Espetáculo Grande Sertão: Veredas será apresentado no Recife

"Uma jornada teatral épica nas veredas do sertão: Gilson de Barros revive a obra-prima de Guimarães Rosa na Livraria do Jardim." O aclamado projeto "Trilogia Grande Sertão: Veredas", de João Guimarães Rosa, será apresentado na Livraria do Jardim nos dias 24, 27 e 28 de julho. Indicada ao Prêmio Shell Rio 2023 nas categorias de Melhor Dramaturgia e Melhor Ator, a trilogia oferece uma experiência teatral única, trazendo ao palco a riqueza literária e a profundidade psicológica que tornaram a obra de Guimarães Rosa uma das mais importantes da literatura brasileira. A "Trilogia Grande Sertão: Veredas" começou em 2020 com a estreia de “Riobaldo”, mas sua carreira foi interrompida pela pandemia, que levou a uma inovadora conexão com o público através de apresentações virtuais. Desde então, a trilogia tem realizado temporadas em diversas cidades do Brasil, recebendo elogios tanto do público quanto da crítica especializada. Em abril de 2023, a segunda parte, "O Diabo na Rua, no Meio do Redemunho", estreou no Rio de Janeiro, sendo aclamada por sua recepção positiva. Em 2024, o projeto ampliou suas fronteiras com apresentações de ambas as peças em Portugal – Lisboa e Porto – e na Colômbia – Bogotá. A terceira peça da trilogia, "O Julgamento de Zé Bebelo", está prevista para estrear em 2025. As três ações na Livraria do Jardim são: Serviço:

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vista recife

12 imagens da cidade de Olinda para entender o Recife Português

*Por Rafael Dantas Neste domingo, o grupo Caminhadas Domingueiras fará um percurso pelas ruas de Olinda para explicar o "Recife Português". Isso porque por 300 anos a capital pernambucana foi na verdade o porto da co-irmã, que foi a cidade onde Duarte Coelho escolheu para ser sede da capitania após ter feito investimentos anteriormente já em Igarassu. A disputa entre o protagonismo da província foi deflagrada, por exemplo, na Guerra dos Mascates. A tradição olindense e o dinamismo comercial do Recife em diversos momentos da história estiveram de lados opostos. Embalado no tema, a coluna Pernambuco Antigamente de hoje mergulha por alguns desses lugares icônicos da Marim dos Caetés. Várias dessas imagens tem séculos de existência e assistiram parte das revoluções que costuram os principais acontecimentos dos Estado. A imagem de abertura é uma vista panorâmica da cidade em direção ao Recife. Com exceção das pinturas históricas, as imagens são da Biblioteca do IBGE. O ponto de encontro da caminhada, no próximo domingo (21), será na Praça do Carmo, às 8h. Não é preciso fazer inscrição. O percurso é de aproximadamente 4 quilômetros. Vista aérea de Olinda, com destaque para a Igreja de Nossa Senhora do Carmo, na esquerda da foto Catedral da Sé Palácio dos Bispos, com a Igreja da Sé ao fundo da foto Seminário de Olinda (Seminário e Igreja de Nossa Senhora da Graça) Mosteiro de São Bento Forte do São Francisco, conhecido como Fortim do Queijo Colégio Santa Gertrudes, Igreja da Misericórdia Farol de Olinda Praia do Carmo Olinda em 1630 (gravura do acervo do Museu do Estado de Pernambuco) Vista das Ruínas da Sé de Olinda (Frans Post) *Por Rafael Dantas, repórter da Revista Algomais (rafael@algomais.com)

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Exposicao Michelangelo no RioMar Recife Credito Arnaldo Carvalho

RioMar traz maior exposição imersiva de Michelangelo para o Recife

A capital pernambucana recebe, a partir do dia 18 de julho, a exposição "Michelangelo: O Mestre da Capela Sistina", uma das mais grandiosas e imersivas já realizadas no Brasil sobre o trabalho do célebre artista renascentista. Com estreia em São Paulo, a mostra chega ao RioMar Recife, onde ocupará mais de mil metros quadrados no piso L3 do shopping. Os visitantes terão a oportunidade de vivenciar uma reprodução animada das paredes e do teto da Capela Sistina em escala semelhante à original, além de admirar réplicas de algumas das mais importantes obras de Michelangelo, como "Pietà" e "David". A exposição, elaborada pelo professor e historiador da arte Luiz Cesar Marques Filho, promete uma experiência inédita ao utilizar alta tecnologia de animação e sonorização para mergulhar os visitantes nas obras de Michelangelo. Além das projeções gigantes, os ambientes incluem informações detalhadas sobre a arquitetura, história e curiosidades da Capela Sistina, bem como uma seção dedicada ao Conclave e uma réplica da chave da Capela Sistina trazida do Vaticano. Uma maquete com afrescos e detalhes interiores, desenhos, estudos e projetos do artista também fazem parte da mostra, proporcionando um encontro direto com a história da arte e do mundo. "Michelangelo era o artista da emoção, da inteligência, da curiosidade e da religiosidade. A exposição transmite perfeitamente esses sentimentos e possibilita o encontro com a Capela Sistina e as inesquecíveis obras do escultor bem perto de casa", afirma Isabela Acioli, produtora-geral da Festa Cheia, uma das realizadoras da mostra. A exposição é uma realização do Ministério da Cultura, Boldly Go, Deeplab Project e Festa Cheia, com correalização do MIS Experience e do Governo de São Paulo. Serviço: Ingressos à venda na Bilheteria Digital.

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A Confederação do Equador e a formação de uma identidade para Pernambuco

*Por Carlos André Silva de Moura É consenso entre pesquisadores que Pernambuco foi uma das localidades com movimentos sociopolíticos marcantes para a formação da nacionalidade, a constituição de identidades libertárias e o orgulho de um povo por sua História. Dentre os eventos que podem ser destacados, presentes em ações cotidianas, debates no ambiente escolar, nas marcas de diferentes lugares do Recife ou em datas cívicas, estão a Revolução Pernambucana (1817) e a Confederação do Equador (1824). O evento de 1824 se caracterizou como um movimento revolucionário, com ideais republicanos e separatistas, iniciado no dia 2 de julho e com desdobramentos em diferentes províncias do Norte do Brasil. Parte das discussões travadas após a Independência, em 7 de setembro de 1822, impactaram questões sociopolíticas e econômicas remanescentes dos acontecimentos de 1817. Tais problemáticas foram fortalecidas por insatisfações com os princípios monarquistas e centralizador de Dom Pedro I (1798-1834), especialmente, após a outorga da Constituição de 1824. Mesmo com a Independência, o imperador ainda estava atrelado à Coroa Lusitana, com a manutenção dos seus direitos sucessórios ao trono. Além dos fatores externos, os cidadãos em Pernambuco enfrentavam dificuldades econômicas e eram obrigados a pagar elevadas taxas ao Império, com a justificativa de financiar as guerras pós-independência. Para tentar resolver as questões internas, representantes da província esperavam uma Constituição federalista, com a concessão de autonomia a cada região. No entanto, a Carta Constitucional centralizou o poder, com insatisfações em diferentes localidades. Com a difusão do trabalho da imprensa, as críticas ao governo eram divulgadas em diferentes periódicos, a exemplo do jornal Typhis Pernambucano, dirigido por Frei Caneca, tornando-se fundamental para a propagação dos ideais revolucionários. Com o clima de tensão, Dom Pedro I nomeou um novo presidente para província, Francisco Paes Barreto, com a destituição de Manuel Paes de Andrade, que tinha sido escolhido pelas Câmaras de Olinda, Recife, Igarassu, Pau d’Alho, Cabo, Limoeiro e Sirinhaém. Com o aumento das tensões com o governo, o movimento revolucionário ganhou força nas ruas do Recife e teve adesão de alguns estrangeiros. Em 2 de julho de 1824, Manoel de Carvalho Paes de Andrade proclamou a Confederação do Equador, constituindo-se em uma nova República, com o objetivo de congregar em um mesmo Estado províncias que se estendiam da Bahia até o Grão-Pará. Além dos princípios republicanos, também foi defendido o fim do tráfico negreiro no porto do Recife e a abolição da escravidão, fato que causou inquietações entre alguns integrantes do movimento pelos possíveis impactos em seus negócios. A divisão entre alguns líderes da Confederação do Equador enfraqueceu a revolta e colaborou para a reação do Império. Após empréstimos concedidos pela Inglaterra e a contratação de tropas no exterior, em 29 de novembro de 1824, Dom Pedro I conseguiu sufocar o movimento, com o comando de Thomas Cochrane, em uma das mais violentas ações do período. Centenas de revoltosos foram presos, outros morreram em combate e 31 líderes condenados à morte, entre eles, o carmelita Frei Joaquim do Amor Divino Rabelo – Frei Caneca. A história em torno da Confederação do Equador, dos seus personagens, especialmente Frei Caneca, contribuiu para a formação de uma identidade que foi reforçada a partir de diferentes iniciativas durante o Século 20 e em tempos recentes. Atualmente, o movimento é debatido em escolas, suas ideias refletidas a partir da construção de uma nacionalidade e do orgulho de se impor contra as injustiças de um determinado período histórico. Do mesmo modo, o religioso carmelita ocupa um espaço importante no imaginário social da atualidade, como um indivíduo que se manteve relutante diante das desigualdades e arbitrariedades. O conhecimento das formas de atuação dos líderes da Confederação do Equador é fundamental para a História de Pernambuco, com o desenvolvimento de uma identidade coletiva. As suas discussões têm impactos para que indivíduos possam se reconhecer em atos de coragem de atores sociais que colaboraram com a formação da nossa História. Carlos André Silva de Moura é historiador e professor da graduação e pós-graduação da UPE (Universidade de Pernambuco)

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trem do forro 2024

Trem do Forró faz última viagem neste sábado

A temporada 2024 do Trem do Forró chega ao fim neste sábado (29), Dia de São Pedro, com um encerramento especial. Após uma edição de vagões lotados, a atração, uma das mais tradicionais do São João do Recife, apresentará a 2ª edição do Vagão da Inclusão, que animará cerca de 60 pessoas, incluindo crianças e adolescentes com Transtorno do Espectro Autista, atendidos pelo Espaço Vida Multiterapias. Para garantir a tranquilidade dos passageiros, o trio que se apresentará neste vagão não usará equipamentos de amplificação sonora, e os passageiros terão acesso a abafadores, além de a tradicional queima de fogos na partida e na chegada ao Recife estar suspensa. O  Trem do Forró parte do Recife com destino ao Cabo de Santo Agostinho, em um percurso de 84 km (ida e volta). A concentração da atração ocorre sempre a partir das 14h30, no antigo pátio da Transnordestina (ao lado do Restaurante Catamaran), no bairro de São José, no Recife. Já a viagem ocorre a partir das 16h. Os kits são compostos por pulseira e camisa, que dão direito a experiência completa, incluindo parada para festa na cidade do Cabo. Em cada vagão, trios de forró pé-de-serra animam os passageiros. A estrutura conta ainda com bar para maior conforto. Na chegada ao Cabo, o público é recepcionado por quadrilha junina e levado para o Pátio de Lazer, localizado ao lado da Estação Central. No local os passageiros podem apreciar o que a gastronomia junina de Pernambuco tem de melhor e se divertir com apresentações culturais. Os forrozeiros seguem em ritmo de festa na volta para o Recife.  A empresária Monique Carla Ferreira Melo, idealizadora do Espaço Vida Multiterapias, destacou a importância da participação de seus pacientes no evento, enfatizando que essa ação promove um ambiente acolhedor e inclusivo, proporcionando uma experiência cultural rica e acessível para todos. “Nós que fazemos parte do Espaço Vida Multiterapias percebemos a importância da participação de nossos pacientes em um evento como esse, pois acreditamos que essa ação promove um ambiente acolhedor e inclusivo, proporcionando uma experiência cultural rica e acessível para todos. São momentos assim onde podemos celebrar nossa cultura  e reforçar a importância da diversidade e inclusão, permitindo que pessoas com autismo e suas famílias desfrutem de momentos de alegria e conexão”, destaca a empresária. Além do Vagão da Inclusão, a última viagem do Trem do Forró continua a animar os forrozeiros que estão se despedindo das festas juninas. A organização preparou uma promoção especial para quem já participou de alguma viagem nesta temporada, permitindo a aquisição de pulseiras por R$100 para repetir a experiência. O trem parte do Recife com destino ao Cabo de Santo Agostinho, em um percurso de 84 km, com paradas para festa na cidade do Cabo. A estrutura do passeio inclui trios de forró pé-de-serra, bar e apresentações culturais. Serviço: Última viagem da temporada 2024 do Trem do Forró Data: 29 de junho Hora: 14h30 (concentração) | 16h (início do passeio) Local: Antigo pátio da Transnordestina (ao lado do Restaurante Catamaran), bairro de São José, Recife. Ingressos: R$190 (para quem fará a primeira viagem deste ano) | R$100 (para quem já curtiu o Trem esse ano e quer repetir a dose). Onde adquirir: www.tremdoforro.com.br ou nos quiosques do Ticket Folia dos Shoppings Riomar e Boa Vista. Outras informações: (81) 9 9911.2763 / (81) 3314.9004 ou pelo site do evento.

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Abelardo da Hora ARTPE

Exposição inicia comemoração do centenário de Abelardo da Hora na Feira ART.PE

Espaço Nosso Quintal, no bairro da Várzea, recebe a exposição “Hora, substantivo feminino” com esculturas que retratam o poder do feminino A terceira edição da ART.PE – Feira de Arte Contemporânea de Pernambuco – apresenta um projeto especial no bairro da Várzea. A exposição "Hora, substantivo feminino", que será inaugurada nesta sexta-feira, dia 28, às 10h, contará com seis esculturas do renomado artista visual Abelardo da Hora. Com curadoria de Carlos Mélo, a mostra estará aberta ao público de sexta a domingo, entre 28 de junho e 28 de julho, das 14h às 20h, no Quintal da Iron House, do Grupo Cornélio Brennand. Esta exposição, realizada pela Galeria Boi em parceria com a ART.PE, homenageia Abelardo da Hora ao exibir esculturas que destacam a presença feminina em sua obra. As peças, provenientes do Memorial Abelardo da Hora em João Pessoa, foram trazidas ao Recife especialmente para esta ocasião. Além disso, outras obras do artista estarão em exposição na Feira ART.PE, no Terminal Marítimo do Porto do Recife, de 26 a 30 de junho. Clara da Hora, neta do artista, destaca a importância dessa homenagem, lembrando a significativa contribuição de seu avô para a cultura e paisagem de Pernambuco. O centenário de Abelardo da Hora é celebrado com a exposição "Hora, substantivo feminino", que reflete o compromisso do artista com os direitos humanos e a luta feminina. Carlos Mélo, curador da exposição, sublinha a relevância de discutir esses temas num momento em que a ativista Maria da Penha enfrenta novos ataques digitais. Carol Boxwell, CEO da Iron House, e Diogo Viana, produtor da Feira ART.PE, reforçam a importância de fortalecer a cultura local e celebrar o legado de Abelardo da Hora, cuja obra continua a inspirar e a impactar profundamente o cenário artístico de Pernambuco. “No centenário de Abelardo da Hora, que além de artista foi militante na defesa dos direitos humanos,  hoje, num momento da nossa história onde, a também ativista, Maria da Penha é vítima mais uma vez de agressões, sendo agora digital, fake news de hacker e heaters que atacam constantemente esse corpo cujo nome é uma lei de proteção às mulheres vítimas de violência no país, nos remete a um conflito que Abelardo parece resolver entre o peso da matéria e a imponderabilidade das ideias: as mulheres de concreto agigantadas afirmam imageticamente que sim, é preciso lutar pelo direito à vida e à liberdade”, afirma Carlos Mélo, curador da exposição “Hora, substantivo feminino”. Outros espaços Além da exposição “Hora, substantivo feminino”, a Feira ART.PE terá outros espaços especiais. Na Arena Arte e Mercado, oferecerá uma série de atividades para fomentar o setor da arte em Pernambuco com palestras e rodas de conversas, lançamentos de livros, temas voltados ao mercado de arte e participações dos museus que estão presentes na Feira. O Salão de Fotografia contará com a participação de cerca de 20 artistas. A curadoria é assinada por Gustavo Bettini, diretor do Ateliê de Impressão. O espaço receberá artistas nordestinos ou que tenham o Nordeste em sua pesquisa ou ainda, que morem com a Região. Cada fotógrafo irá expor uma obra ou um conjunto de obras com duas ou três peças (díptico ou tríptico) que se complementam. Os visitantes contarão, também, com o Salão de Design, com a presença das lojas Na Rosenbaum, Na Foz, Desenho Design e MV Cerâmica, todas com curadoria especial ART.PE. A Área Gastronômica terá a presença do Restaurante Cá-Já em um lounge para 30 pessoas. O bar Liamba, a sorveteria Degusta, a cafeteria Um Certo Café e o Wine Bar, com vinhos da WineConcept Brasil, completam o espaço. A Iquine, uma das patrocinadoras da ART.PE, terá um espaço exclusivo com 60 m² assinado pela arquiteta Cláudia Buchholz. O lounge conceitual da marca é inspirado na campanha publicitária comemorativa aos 50 anos, que possui paletas de cores especiais criadas e pensadas em cada região do Brasil. A proposta é gerar uma atmosfera lúdica e leve para os visitantes que forem conferir o local, valorizando a identidade cultural brasileira. Serviço: Exposição “Hora, substantivo feminino” Data: De 28 de junho a 28 de julho, das 14h às 20h Local: Quintal da Iron House (R. João Francisco Lisboa, 385 - Várzea) Acesso gratuito 3ª ART PE – Feira de Arte Contemporânea de Pernambuco Data: De 26 a 30 de junho, das 14h às 21h Local: Terminal Marítimo de Passageiros, do Porto do Recife Acesso gratuito para a Arena Arte e Mercado de palestras Acesso à feira de galerias: R$ 15 (inteira) e R$ 7,50 (meia) + taxa Sympla À venda na plataforma SYMPLA

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