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Cidero Belmar Foto Carlos Lima

Festival Palavra Cifrada reúne grandes nomes da literatura no Recife 

De segunda (26) a sábado (31), vários locais, como bibliotecas, livrarias e escolas serão palco de atividades voltadas à literatura e às artes. Cídero Belmar será um dos convidados. Foto: Carlos Lima Grandes nomes da literatura nacional e internacional estarão no Recife nesta semana (26 a 31/8) para o Festival Palavra Cifrada, que chega à capital pernambucana depois de passar por Garanhuns, Afogados da Ingazeira e Vitória de Santo Antão com oficinas, aulas, performances e debates. Em sua terceira edição, o evento, que é gratuito e 100% traduzido em LIBRAS, reúne autores premiados nacionalmente, como Marcelino Freire, Xico Sá, Maria Valéria Rezende, Raimundo Carrero, Ronaldo Correia de Brito e muitos outros e outras. A programação inclui homenagens a Clarice Lispector, Solano Trindade, Julio Verne e João Ubaldo Ribeiro e Kafka, além de shows e palestras com destaque para a produção literária contemporânea. No primeiro dia da programação, o evento começa às 10 horas, no Erem Pe. Nércio Rodrigues, na Linha do Tiro. Camilla Inojosa, autora de oito livros infantis, conversa com crianças e pais sobre o lúdico na criação literária e na imaginação, com uma atividade chamada “Quando a palavra quer somente brincar”. Na parte da tarde (15h30), na mesma escola, o escritor e mediador de leituras Paulo Caldas promove o bate-papo “A palavra-labirinto”, onde aponta os segredos da leitura abordando desde os títulos clássicos até os contemporâneos.  Já na quarta-feira (28), a programação tem início às 15 horas na Biblioteca Pública Estadual com a aula master “A Poesia feminina e as conquistas feministas no Mundo”, que será ministrada pela pernambucana vencedora do Prêmio Jabuti de Literatura, Cida Pedrosa.  A partir das 16 horas, na Livraria do Jardim, o premiado escritor Raimundo Carrero apresenta a conferência “A palavra-amigo, a palavra-saudade”, em que fala sobre seu amigo Ariano Suassuna (1927-2014) e sua contribuição para a literatura, o teatro e a cultura brasileiras.  Ainda na quarta-feira, haverá uma sessão de cinema seguida de debate sobre a obra “Sargento Getúlio”, de João Ubaldo Ribeiro, adaptada para as telas por Hermano Penna. Eleito um dos cem melhores filmes realizados no Brasil, a obra vai ser dissecada por Jonatas Ferreira e Marcelo Perez, convidados para discutir “que palavras estão cifradas na obra - no livro e no filme - podem ser ditas e interpretadas no Brasil atual. A sessão começa às 18 horas também na Livraria do Jardim.  QUINTA-FEIRA  Na quinta (29), a programação começa às 14 horas na Biblioteca Pública do Estado, com o bate-papo “A Palavra Assombrada”, entre o escritor Beto Beltrão e o diretor de cinema Adriano Portella. No debate, eles “desassombram a palavra no Recife assombrado, com ecos de Augusto dos Anjos e Gilberto Freyre”.  Às 14h30 o festival estará no Espaço Pasárgada, com o lançamento da pesquisa “Mapas e itinerários - Editoras independentes e alternativas do Estado”, coordenada pelo escritor e editor Wellington de Melo. No mesmo local, às 15h30, acontecerá a palestra “As Narrativas silenciosas”, tratando de acessibilidade e escuta das comunidades narrativas surdas em Pernambuco, com a multiartista e consultora surda Letícia Lima. Já às 17 horas, na Livraria do Jardim, a conversa “A Palavra teatro”, com Ronaldo Correia de Brito e Leidson Ferraz, discutirá a crítica em arte e teatro. Encerrando as atividades do dia, o debate “O romance geracional e as questões de gênero na literatura e cinema brasileiros” acontecerá às 18 horas, na mesma livraria, com Marcelino Freire e Thiago Corrêa apontando tendências e mostrando a literatura brasileira a partir dos romances que mais marcaram época ou gerações no Brasil.  SEXTA-FEIRA Na sexta-feira (30), um grupo de poetas abre o festival realizando performances nos mercados públicos da Boa Vista, Casa Amarela, Encruzilhada e Peixinhos a partir das 10h. À tarde, a partir das 17h, a programação continua na Livraria do Jardim, com uma conversa “A importância do teatro de texto e do texto para o teatro numa sociedade cada vez mais teatral”, entre o escritor Cícero Belmar e o crítico Luís Reis. Às 18 horas, a conferência “A Palavra bem perto do coração" com Anco Márcio Tenório Vieira e Ianá Gallindo, homenageia o primeiro romance da recifense Clarice Lispector, “Perto do coração selvagem”, publicado há 80 anos. Pré-Balada literária com Marcelino Freire |  Encerrando a programação da sexta-feira, Marcelino Freire comanda bate-papos e recitais e outras atrações com poetas e agentes culturais da cidade. Marcelino Freire trará o evento Pré-balada literária para a Livraria do Jardim às 19 horas. Trata-se de uma versão intimista da festa literária que nasceu em 2006, onde o autor mobiliza livreiros, donos de bar, donos de sebo, escritores e escritoras para celebrar a atividade literária. No último dia de programação, sábado (31), a partir das 15h na Livraria do Jardim, o festival se inicia com o recital “A Palavra Trindade - Um livro faz 80 anos”, com o poeta Samarone Lima lendo Solano Trindade: Poemas d'uma vida simples. Na ocasião, os microfones estarão abertos para diversos autores/autoras. Em seguida, às 16h, uma das principais vozes da literatura brasileira do século 21, Maria Valéria Rezende, realiza a conferência “Essa tal felicidade em Felicidade clandestina de Clarice Lispector”, em que comenta “a felicidade, no âmbito literário ou não, e até onde toda literatura é clandestina”.  Mais tarde, às 18h, mais dois nomes fortes da literatura em língua portuguesa se unem para a conferência “Franz Kafka e as metamorfoses na América Latina”, Gonçalo Tavares, de Portugal, e Xico Sá, cearense radicado em São Paulo. Os autores conversam sobre como a literatura do autor tcheco ainda hoje pode ser tomada como exemplo para o “espanto” na vida cotidiana.  A edição 2024 do Palavra Cifrada termina com o show “A Palavra sagrada”, em que Carlos Gomes, Maju Cavalcanti e Anderson Andrade apresentam o show lítero-musical “Na boca muitos nomes”. Poesia e música, gesto e linguagem, abordando temas como a ancestralidade e a tradição da música de povos originários, num grande concerto, a partir das 20h, na Livraria do Jardim.  O Festival Palavra Cifrada é realizado pela produtora Nós Pós. Sob a direção geral do produtor cultural Alexandre Melo e com a direção de

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Ecletismo do Núcleo Popular da Orquestra Criança Cidadã agita a Caixa Cultural Recife

Apresentação inclui um repertório diversificado com rock, forró, samba e MPB, destacando o talento dos jovens músicos do projeto social. Neste domingo, 25 de agosto, às 15h, o Núcleo Popular da Orquestra Criança Cidadã retornará ao palco do Teatro da Caixa Cultural Recife para uma apresentação especial. Diferente do repertório clássico que caracteriza o projeto social, esta performance contará com uma variedade de gêneros musicais brasileiros, incluindo rock, forró, samba e MPB. Sob a coordenação da professora Viviane Bezerra, a banda pop do projeto reúne alunos que, além de seus instrumentos regulares, demonstram habilidades no canto e em instrumentos adicionais, como guitarra, teclado e bateria. O público pode esperar uma tarde animada com arranjos sofisticados de músicas de grandes nomes da música brasileira, como Alceu Valença, Hermeto Pascoal, Tom Jobim e Rita Lee. A apresentação promete ;combinar a energia dos jovens músicos com um repertório que celebra a diversidade da música popular brasileira. Com mais de vinte músicos se revezando no palco, o espetáculo é o resultado de intensos ensaios que começaram no início de 2024. A entrada é gratuita e limitada à capacidade do local, com distribuição de ingressos a partir das 14h na recepção da Caixa Cultural Recife. O evento faz parte da Série Grupos Representativos – Temporada 2024 da Orquestra Criança Cidadã, que visa promover a inclusão social e o desenvolvimento cultural de jovens através da música. Mais informações sobre o calendário de apresentações da Orquestra Criança Cidadã estão disponíveis no site oficial do projeto. Serviço:

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Filme-documentário “Mestre Biu, Estrela de Ouro” estreia em Pernambuco

Dirigido por Gualberto Ferrari, o filme percorre sete cidades pernambucanas contando a história de Mestre Biu Alexandre, figura emblemática do Cavalo Marinho O filme-documentário “Mestre Biu, Estrela de Ouro” estreia neste sábado (24), em Condado, homenageando os dois anos de falecimento de Mestre Biu Alexandre, fundador do Cavalo-Marinho Estrela de Ouro. O documentário, dirigido pelo argentino Gualberto Ferrari, será exibido em sete cidades pernambucanas, incluindo Petrolina, Garanhuns, Caruaru, Nazaré da Mata, Vitória de Santo Antão e Recife. Em cada cidade, o evento será gratuito e contará com uma apresentação do grupo Cavalo Marinho Estrela de Ouro, além de uma sessão de perguntas e respostas com o diretor. Produzido na Zona da Mata Norte, Agreste e Sertão de Pernambuco, assim como em Igarassu e Olinda, o filme apresenta a trajetória de Mestre Biu e sua dedicação à arte do Cavalo Marinho, uma manifestação cultural profundamente enraizada na cultura popular pernambucana. A narrativa explora não apenas a beleza das apresentações do Cavalo Marinho, mas também os desafios enfrentados por uma família humilde que mantém viva essa tradição, abordando questões sociais, históricas e culturais. Além de celebrar a vida e a obra de Mestre Biu, o documentário destaca a importância da transmissão de conhecimentos culturais de geração em geração. O filme, que será exibido em locais emblemáticos das sete cidades, visa não apenas preservar a memória do Mestre, mas também inspirar novas gerações a valorizar e perpetuar o rico patrimônio cultural de Pernambuco. Serviço: Exibição do filme-documentário "Mestre Biu, Estrela de Ouro" Todas as exibições são gratuitas, e os ingressos serão distribuídos ao público uma hora antes do início das sessões.

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Teatro Santa Isabel recebe espetáculos do V Festival de Ópera de Pernambuco

Prepare-se para o V Festival de Ópera de Pernambuco 2024, que acontecerá no Teatro de Santa Isabel, em Recife, de 23 de agosto a 8 de setembro. Criado e dirigido pelo maestro Wendell Kettle, o evento trará três produções operísticas: "O Menino Maluquinho", "A Princesa do Catete" e "O Elixir do Amor". Os ingressos variam entre R$ 30 e R$ 100, disponíveis na bilheteria do teatro. O festival é realizado pela Academia de Ópera e Repertório e pela Sinfonieta da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), com incentivo do Funcultura. Destaques do FOPE 2024 Um dos grandes destaques deste ano é a estreia da ópera "O Menino Maluquinho", uma homenagem ao célebre personagem de Ziraldo, composta por Wendell Kettle. Exclusiva para crianças, a obra se destaca por sua abordagem inovadora, onde jovens talentos desempenham todos os papéis de canto, atuação e dança. Outra obra significativa é "A Princesa do Catete", uma ópera rara de 1883, composta por Euclides Fonseca com libreto do pernambucano Carneiro Vilela, parte do acervo da Biblioteca José Antônio Gonsalves de Mello, no Instituto Ricardo Brennand. Encerramento com "O Elixir do Amor" O festival se encerra com a apresentação de "O Elixir do Amor", de Gaetano Donizetti, uma comédia clássica que exige grande virtuosismo dos cantores e da orquestra. Esta produção oferece uma oportunidade única de intercâmbio com outros projetos operísticos no Brasil, recebendo cantores de destaque do Rio de Janeiro, São Paulo e Belo Horizonte. Ingressos e Informações Os ingressos para o V Festival de Ópera de Pernambuco podem ser adquiridos exclusivamente na bilheteria do Teatro de Santa Isabel, com valores a partir de R$ 30 (meia-entrada). Não perca a chance de participar deste evento cultural icônico em Recife. Programação "O Menino Maluquinho", de Wendell Kettle; dias 23/08 (19h), 24/08 (17h e 19h) e 25/08 (16h e às 18h) | Ingressos: R$ 40 (meia-entrada) e R$ 80 (inteira) "A Princesa do Catete", de Euclides Fonseca; dias 29/08, 30/08 e 31/08 (20h) e 01/09 (19h) | | Ingressos: R$ 30 (meia-entrada) e R$ 60 (inteira) "O Elixir do Amor", de Gaetano Donizetti; dias 05/09, 06/09 e 07/09 (19h) e 08/09 (18h) | | Ingressos: R$ 50 (meia-entrada) e R$ 100 (inteira) Serviço V Festival de Ópera de PernambucoDe 23 de agosto a 08 de setembro - Teatro de Santa IsabelIngressos a partir de R$ 30 na bilheteria do Teatro de Santa Isabel ou no site https://www.guicheweb.com.br/pesquisa/festivaloperape

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Christal Galeria receberá a riqueza das obras de Maria Carmen e Vera Bastos

A Christal Galeria receberá hoje, no dia 14 de agosto, a partir das 18h, a exposição "A Arte como Resistência", que celebra o legado artístico das falecidas artistas Maria Carmen e Vera Bastos, mãe e filha. A mostra, com curadoria de Joana D´Arc Lima, incluirá uma rica coleção de pinturas, desenhos, colagens e esculturas que retratam a vida das artistas entre as décadas de 1970 e 2000. A exposição estará aberta ao público a partir do dia 15 de agosto, de segunda a sexta-feira, das 9h às 19h, e aos sábados, das 9h às 13h. Joana D´Arc destaca que Maria Carmen de Queiróz Bastos foi uma figura fundamental para a arte brasileira, destacando-se entre um grupo predominantemente masculino nos anos 1960 e 1970. Ela participou de exposições coletivas em outros estados e no exterior, além de Bienais e Salões Nacionais de Artes. A exposição também visa reconhecer a importância de Vera Bastos, que, influenciada pela mãe, desenvolveu uma poética surrealista própria. Maria Carmen explorou temas políticos, eróticos e oníricos, e Vera, ao seguir a tradição da mãe, também contribuiu com uma abordagem inovadora à arte. Desde sua inauguração em 2021, a Christal Galeria tem se dedicado a exibir artistas importantes da cena artística pernambucana e nacional. Com uma programação que abrange exposições tanto institucionais quanto experimentais, a galeria busca revelar talentos e oferecer um espaço de influência e reflexão artística. A Christal Galeria está localizada na Rua Estudante Jeremias Bastos, 266, Pina, Recife, e mais informações podem ser obtidas pelo Whatsapp (81) 98952-7183 ou pelo e-mail contato@christalgaleria.com.br.

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Maju Oliveira e Anderson Andrade. Credito das fotos e de Nathalia Queiroz

Espetáculo poético “Na boca muitos nomes” estreia no Teatro Hermilo Borba Filho

Apresentação faz um diálogo entre voz, corpo, ritmo e som, com base no recital de poemas autorais da artista Maju e do artista Oliveira. Foto: Nathalia Queiroz O espetáculo de poesia "Na boca muitos nomes", idealizado pela poeta e musicista Maju e pelo poeta e músico Carlos Gomes Oliveira, estreia no dia 16 de agosto, às 19h, no Teatro Hermilo Borba Filho, no Bairro do Recife. Esta apresentação surge de uma imersão intitulada "Mover é um rasgar-se e remendar-se: processos de um corpo em poesia", que envolveu um processo de três meses com especialistas em corpo, interpretação de Libras e artes visuais. O projeto, incentivado pela Lei Paulo Gustavo, explora a poesia através de uma combinação única de elementos cênicos e performáticos. Após a estreia no Teatro Hermilo Borba Filho, o espetáculo será exibido no Festival Pernambuco Meu País em Triunfo, Sertão de Pernambuco, no dia 18 de agosto, e no Festival Palavra Cifrada na Livraria do Jardim, Recife, no dia 31 de agosto. A performance visa além da leitura convencional de poesia, propondo arranjos vocais inovadores e o uso do violão pelos poetas Maju e Oliveira, incorporando timbres e melodias que enriquecem a experiência poética. "Na boca muitos nomes" integra a poética dos livros recém-lançados de Maju e Oliveira e conta com a participação da tradutora de Libras Anderson Andrade, da bailarina e terapeuta somática Isabela Severi, e da artista visual Bárbara Melo. O espetáculo explora a interação entre poesia, música, Libras, dança, teatro e artes visuais, oferecendo uma experiência multimodal que valoriza a acessibilidade e a expressão artística em suas diversas formas. “Os profissionais do corpo, da tradução em Libras e das artes visuais estarão com a gente nessa imersão, trazendo para os seus corpos as próprias vivências sobre os poemas e performances, devolvendo suas “vozes”, suas “personas”, para a construção do espetáculo, sobretudo na presença de Bela Severi cenicamente nos corpos dos poetas, Anderson Andrade numa tradução em Libras enriquecida com o diálogo desse corpo em poesia, e de Bárbara Melo, pondo suas obras visuais repletas de rasgos, como cenário e cena poética”, detalham os poetas Maju e Oliveira.

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1824: a derrota revolucionária e os efeitos do fim da Confederação do Equador

*Por Rafael Dantas A República instalada em 1824 no coração do Nordeste brasileiro não teve vida longa. Em menos de seis meses, o governo foi derrotado e os líderes fugiram ou foram presos. O maior ícone, Frei Caneca, foi julgado e fuzilado perto do Forte das Cinco Pontas. A queda dos revolucionários derramou sangue, sonhos e deixou sequelas políticas e econômicas. Algumas estão sendo enfrentadas ainda hoje. O primeiro impacto da vitória de Dom Pedro I sobre os confederados foi a dissolução de uma forte classe política e intelectual engajada na então província. O presidente da Confederação do Equador, Manoel de Carvalho Paes de Andrade, conseguiu fugir para a Inglaterra. Frei Caneca, foi preso, condenado e morto. As demais lideranças tiveram destinos parecidos. A força que irrompeu em 1817, na Revolução Pernambucana, e em 1821, na Convenção de Beberibe, e que voltou a abalar Dom Pedro I em 1824, ficaria contida após essa derrota. O próximo movimento de grande proporção no Estado aconteceria apenas quase 25 anos depois, na Revolução Praieira. Os ideais libertários e mais avançados que circulavam na colônia foram abafados. “Com a repressão do governo central ao movimento da Confederação do Equador, vários personagens foram silenciados. No entanto, devemos considerar que foi um momento muito importante, não apenas para a história em Pernambuco, mas para a história do Brasil. Dom Pedro I consegue impor sua força nas províncias da região, no entanto, não foi suficiente para pacificar todas elas. Outros movimentos revolucionários foram surgindo, resultado, inclusive, das contestações que tinham como base liberdade e igualdade. Contestando as formas de governo e a própria repressão do governo central”, ressalta o professor de história da Universidade de Pernambuco, Carlos André Silva de Moura. Os ideais, muito sofisticados para a época, ficaram como um legado da revolução. Para isso foi fundamental o papel exercido pela imprensa, antes e durante o período da Confederação do Equador. “Os jornais como Typhis Pernambucano, coordenado por Frei Caneca, foram fundamentais para a divulgação das ideias de liberdade que foram construídas”. Seja pela imprensa ou pela habilidade retórica e de articulação dos seus líderes, essa revolução conseguiu também ter uma adesão popular. Um fato que contribuiu para a permanência dessas ideias, mesmo diante de um governo autoritário que se instalou. “A Confederação do Equador extrapolou outros movimentos anteriores, pois passou de uma simples conspiração. Concretamente, a Confederação decretou um processo de independência, também com a participação popular, que foi marcante. Além disso, os próprios questionamentos sobre a condição dos escravizados, anos depois, vai levar à criação de vários movimentos abolicionistas. Não só em Pernambuco, mas em diversas partes do Brasil”, analisa Carlos André. Ao derrotar os revolucionários pernambucanos com o exército imperial, Dom Pedro I conseguiu consolidar também a mais centralizadora Constituição, que foi imposta em 1824. Era justamente ela um dos motivos que contribuiu para a explosão da revolução. Para o historiador Flávio Cabral, professor da Unicap, essa Carta, que foi a mais longeva de toda a história do Brasil, deixou um legado perverso para o País. Ela só viria ser derrubada em 1891, já no período republicano, após o longo governo de Dom Pedro II. “Ficamos amordaçados, aceitando goela abaixo a imposição de um déspota. Era uma Constituição arbitrária que tem uma invenção maquiavélica, como dizia Frei Caneca, que era o Poder Moderador. O imperador poderia interferir em todos os poderes”, afirmou o Flávio Cabral. A centralização do poder no governo central é um “legado” dessa derrota pernambucana. Contestada pela Confederação do Equador, que defendia claramente uma posição federalista, como nos Estados Unidos, a força concentrada da governança brasileira não foi abandonada. Os debates promovidos pelo ex- governador Eduardo Campos, que defendiam uma revisão do Pacto Federativo, quase 200 anos depois daquela revolução, permanecem ainda por serem resolvidos. Inicialmente pela capital do Império no Rio de Janeiro e atualmente em Brasília, a concentração de poder no governo e nos poderes legislativos centrais é um fato. Uma expressão que exemplifica a dificuldade dos governos locais diante desse cenário é das marchas dos prefeitos com o “pires na mão” em direção ao Planalto. A busca de recursos para tocar a gestão dos municípios passou também a ser das emendas parlamentares. Seja do Governo Federal, da Câmara ou do Senado, estão na capital as decisões sobre o destino da maior parte dos recursos arrecadados no País. O relatório publicado neste ano pela CNM (Confederação Nacional dos Municípios) exemplifica a continuidade do problema da concentração de poder. “O início deste ano nas prefeituras municipais é marcado, dentre outras atividades, pela preocupação com a situação fiscal, posto que ao menos metade dos municípios do País encerrou o ano de 2023 com déficit primário”, alertou o comunicado sobre as expectativas das contas municipais em 2024. Um problema de lá do Século 19 que, em outras nuances, permanece presente no Século 21. Além da centralização administrativa e econômica do Império, o “Poder Moderador”, criado por Dom Pedro I na Constituição de 1824, com frequência é evocado pela extrema direita brasileira atualmente. Na leitura contemporânea dos grupos que atentam contra a democracia, o “Poder Moderador” que, no passado, pertenceu ao imperador, seria hoje de competência dos militares. Portanto, outro fantasma que sobreviveu com a derrota da Confederação do Equador. PARA ALÉM DA CENTRALIZAÇÃO POLÍTICA A manutenção do poder pelo Império contribuiu também para a estabilidade de muitas mazelas sociais do País, como a escravidão e mesmo a desigualdade na análise de Flávio Cabral. “O Império manteve o pobre no mesmo lugar, os povos originários sem condições, além da continuidade da escravidão. Muitas ‘heranças’ que temos hoje são frutos desse conservadorismo que se manteve com a Constituição de 1824. É bom lembrar que ela foi a que mais durou no Brasil”, afirmou o historiador. “O País teve muitas chances de mudança, mas desperdiçou um bocado delas”. A vitória de Dom Pedro, na avaliação de Flávio Cabral, promove uma conservação social do País. “Houve uma independência, mas sem mortificar as estruturas da propriedade, do latifúndio, da escravidão e não se promoveu uma

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Dado Villa Lobos e Marcelo Bonfa

Dado Villa-Lobos e Marcelo Bonfá encerram turnê no Classic Hall

Dado Villa-Lobos e Marcelo Bonfá encerram a turnê “As V Estações” com um show especial no Classic Hall, em Olinda, nesta sexta-feira, 9 de agosto, a partir das 20h30. Após uma série de apresentações aclamadas que revisitaram os álbuns que marcaram a história da Legião Urbana, "As Quatro Estações" e "V", os membros fundadores da banda se despedem do projeto com uma performance que promete emocionar o público. A turnê proporcionou uma viagem nostálgica pelos maiores sucessos da Legião Urbana, como "Tempo Perdido", "Pais e Filhos", "Monte Castelo", "Dezesseis" e "Ainda É Tempo". Acompanhados por André Frateschi (vocal e bateria), Mauro Berman (direção musical, baixo e teclados), Lucas Vasconcellos (guitarra e violão) e Pedro Augusto (teclados), os shows foram marcados por performances energéticas e fiéis aos arranjos originais, celebrando a obra atemporal da banda. "Essa ideia de comemorar, celebrar os trinta anos de cada álbum, e juntar de novo uma banda, subir nos palcos e reencontrar o público, foi algo muito emocionante; a gente pôde perceber que tudo o que fez esses anos todos ainda têm uma relevância grande”, afirmou Dado Villa-Lobos. O encerramento da turnê promete ser um evento emocionante, com um público diversificado que vai cantar em uníssono os clássicos que definiram o rock brasileiro. Os ingressos para o show final estão disponíveis a partir de R$ 160, tanto na bilheteira do Classic Hall quanto online através do site Bilheteria Virtual. SERVIÇO

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PC Silva Foto de Andre Sidarta

PC Silva apresenta novas canções em show na CAIXA Cultural Recife

Nos dias 01, 02 e 03 de agosto, a CAIXA Cultural Recife será palco do show "Eu vou ganhar o mundo", do cantor pernambucano PC Silva. O espetáculo, que acontece às 20h, marca um momento especial na carreira do artista, apresentando ao público algumas das músicas que farão parte de seu próximo álbum, previsto para ser lançado em outubro. Além das novidades, o repertório também incluirá canções do seu primeiro disco, trazendo uma combinação entre o antigo e o novo, em uma experiência única e envolvente. PC Silva, nascido Paulo César em Serra Talhada, reflete sobre o show como uma transição entre ciclos, encerrando uma fase de sua carreira e iniciando outra. O título do espetáculo, "Eu vou ganhar o mundo", inspirado em uma expressão popular pernambucana, destaca o desejo do cantor de explorar novos horizontes. O repertório foi cuidadosamente selecionado a partir das apresentações intimistas que o artista realizou em 2023, onde testou canções inéditas em um ambiente acolhedor e próximo ao público. Entre as músicas escolhidas para o show, estão parcerias com nomes como Zeca Baleiro e Juliano Holanda, além de faixas de seu álbum de estreia, incluindo o sucesso "Ciclone" e o single "Um frevo feito para pular fevereiro". Nos próximos meses, PC Silva se dedicará à divulgação de seu segundo álbum solo, cujo primeiro single, "Beira de Mar", será lançado em 16 de agosto nas plataformas digitais. SERVIÇO PC Silva no Show "Eu Vou Ganhar o Mundo"

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A despedida de J. Borges, patrimônio pernambucano da xilogravura

Faleceu nesta sexta-feira (26), aos 88 anos, o renomado xilogravurista, cordelista, poeta e “patrimônio vivo de Pernambuco” José Francisco Borges, mais conhecido como J. Borges. Nascido em 1935 na cidade pernambucana de Bezerros, Borges manteve seu ateliê na mesma cidade ao longo de sua vida. Suas obras ganharam admiradores de peso, como o escritor Ariano Suassuna, e lhe renderam diversos prêmios, incluindo a comenda da Ordem do Mérito Cultural, o prêmio da Unesco na categoria Ação Educativa/Cultural, e o título de Patrimônio Vivo de Pernambuco. J. Borges foi um artista de alcance internacional, com exposições realizadas nos Estados Unidos, França, Alemanha, Suíça, Itália, Venezuela e Cuba. Ele também ilustrou capas de livros de escritores renomados como Eduardo Galeano e José Saramago, e sua arte inspirou documentários e até mesmo o desfile da escola de samba Acadêmicos da Rocinha em 2018. Desde sua infância, quando talhava madeira para fazer colheres de pau e brinquedos artesanais, até sua dedicação à literatura de cordel a partir dos 21 anos, Borges sempre manteve um vínculo profundo com as tradições culturais do Nordeste brasileiro. A governadora Raquel Lyra emitiu uma nota de pesar, lamentando o falecimento do artista. "J. Borges levou Bezerros, o Agreste e Pernambuco para o mundo. E vai deixar uma saudade imensa. Mas a sua grandiosidade permanecerá aqui pelas mãos de seus filhos, discípulos e centenas de xilogravuras que representam tão bem a nossa cultura. Meus pêsames aos familiares e amigos." O presidente Lula também comentou, nas redes sociais, a morte de J. Borges. “Nos despedimos hoje de José Francisco Borges, o J. Borges, um dos maiores xilogravuristas do país. Autodidata, começou a trabalhar muito cedo no agreste pernambucano. Fiquei muito feliz de poder levar sua arte até o Papa. Meus sentimentos aos familiares, amigos e admiradores deste grande artista do nosso país”.

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