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Mercado imobiliário do Recife e RMR cresce com força no 2° trimestre de 2025

Pesquisa da Ademi-PE revela expansão do Minha Casa Minha Vida, boom no setor de luxo e valorização dos preços na capital pernambucana Uma pesquisa realizada pela Brain Inteligência Estratégica, encomendada pela Associação das Empresas do Mercado Imobiliário de Pernambuco (Ademi-PE), apontou crescimento robusto no mercado imobiliário do Recife e Região Metropolitana no segundo trimestre de 2025. O estudo mostra uma polarização entre o programa Minha Casa Minha Vida (MCMV) e o segmento de luxo, com baixa de produtos de médio padrão e compactos, além de uma expansão geográfica para novas áreas da cidade. O MCMV registrou alta de 40% e passou a representar 51,7% do mercado, consolidando-se como motor de vendas em volume. Já o setor de luxo apresentou salto expressivo de 647%, aumentando sua participação de 2,3% para 17,2% do total. Em contrapartida, imóveis de médio padrão caíram de 46,5% para 24,1%, enquanto os compactos recuaram de 14% para 6,9%. Para o presidente da Ademi-PE, Rafael Simões, “de um lado há o crescimento pujante do mercado de luxo, mostrando o potencial de um público que busca diferenciais e alto padrão. De outro, está a força do programa Minha Casa, Minha Vida, que se consolidou como o principal motor de vendas, garantindo o acesso à moradia para a grande maioria da população”. Os números reforçam a solidez do setor. Nos últimos 12 meses, foram vendidas 10.736 unidades contra 9.125 lançamentos, com VGV vendido de R$ 4,7 bilhões e VGV lançado de R$ 4,9 bilhões, indicando equilíbrio e ausência de excesso de estoque. O preço médio do metro quadrado em Recife atingiu R$ 17.079, uma valorização de 10,3% no período, enquanto apartamentos na beira-mar de Boa Viagem e Pina chegaram a R$ 18.427 por metro quadrado. A pesquisa também mostra uma mudança no mapa de lançamentos, com Imbiribeira (28,1%) e Vasco da Gama (23,3%) concentrando mais da metade das novas unidades, ultrapassando bairros tradicionais como Boa Viagem (1,9%) e Aflitos (3,6%). A oferta de imóveis subiu 12,7% entre 2021 e 2025, sendo 89% do estoque “jovem” — lançado entre 2023 e 2025 — e formado majoritariamente por apartamentos de dois e três dormitórios. “O levantamento aponta para um movimento de expansão geográfica, com o mercado buscando novas fronteiras além dos eixos tradicionais, levando o desenvolvimento imobiliário para bairros antes não desejados. Esses dados são fundamentais para que possamos traçar o futuro do setor em Pernambuco, com planejamento e inteligência”, destaca Rafael Simões. Ademi-PE promove debate sobre reforma tributária e seus efeitos no setor imobiliário A Associação das Empresas do Mercado Imobiliário de Pernambuco (Ademi-PE) realiza, na próxima terça-feira (9), um almoço com associados para discutir os impactos da reforma tributária em modelos de negócios estratégicos do setor, como as permutas e as Sociedades em Conta de Participação (SCPs). O encontro, que acontece na sede da entidade, no Espinheiro, contará com palestras dos advogados Francisco Severien e Luana Freitas, abordando tanto os efeitos das mudanças fiscais quanto soluções práticas para adaptação das empresas ao novo sistema. Novo Atacarejo celebra 6 anos com prêmios milionários Na semana de seu aniversário de seis anos, o Novo Atacarejo movimenta clientes em Pernambuco e Paraíba com uma campanha que distribui R$600 mil em prêmios. Até domingo (07), a rede sorteará uma casa avaliada em R$300 mil, além de caminhões de brindes e centenas de prêmios instantâneos. Presente em 28 cidades e com 37 lojas em operação, a empresa reforça sua estratégia de crescimento no Nordeste, onde já figura entre os 20 maiores grupos do setor no país. Limpe seu nome no Centro do Recife neste sábado A CDL Recife estará na Praça Dom Vital, no bairro de São José, neste sábado (06), oferecendo consultas gratuitas ao SPC Brasil e orientações financeiras para consumidores com o nome negativado. A ação integra a programação do evento “Viva o Centro Recife”, promovido pela Prefeitura, que acontece das 9h às 15h com serviços gratuitos, feira criativa e atrações culturais para movimentar a região central da cidade. Suape busca novas parcerias no agronegócio durante a Ficomex 2025 O Porto de Suape participa, pela segunda vez, da Ficomex 2025, feira internacional de comércio exterior realizada até 6 de setembro em Goiânia (GO). Com estande próprio e presença da Sua Granéis, o complexo pernambucano visa apresentar seu potencial como alternativa para o escoamento da produção agrícola, especialmente grãos do Centro-Oeste. Durante o evento, o diretor-presidente Armando Monteiro Bisneto recebeu a Comenda Ficomex e destacou a importância de ampliar parcerias estratégicas, fortalecer a integração regional e buscar soluções logísticas que agreguem valor à cadeia do agronegócio. Amarante adere ao Pacto Brasil pela Integridade Empresarial A Amarante, administradora dos resorts Salinas Maragogi, Salinas Maceió e Japaratinga Lounge Resort, passou a integrar o Pacto Brasil pela Integridade Empresarial, iniciativa da Controladoria-Geral da União (CGU) que reúne empresas comprometidas com a ética, a governança e a transparência nos negócios. A adesão reforça a cultura de Compliance da companhia e fortalece sua credibilidade no mercado, alinhando práticas de gestão, sustentabilidade e relacionamento com clientes, colaboradores, fornecedores e parceiros.

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Entre o esgotamento do modelo e as novas oportunidades globais para a economia de Pernambuco

Economistas apontam que Estado precisa repensar sua estratégia de desenvolvimento diante do fim dos incentivos fiscais, da precariedade da infraestrutura e das transformações climática, tecnológicas e geopolíticas *Por Rafael Dantas O mundo está em uma rápida transição movido pelas mudanças climáticas e pela crise do multilateralismo. O Brasil faz um esforço para se industrializar – se conectar à economia sustentável e de baixo carbono – e o Estado precisa de um novo projeto de desenvolvimento para se inserir nessas mudanças. Esse foi o recado dos economistas da Ceplan (Consultoria Econômica e Planejamento), Tânia Bacelar e Paulo Guimarães, no evento Pernambuco em Perspectiva – Estratégia de Longo Prazo, projeto promovido pela Rede Gestão e pela Revista Algomais. Entre os aspectos críticos a serem superados estão a infraestrutura precária e a perspectiva de médio prazo do fim dos incentivos fiscais para atração de novos empreendimentos. Duas ameaças que podem se tornar oportunidades para os atores locais. “As escolhas estratégicas que fizemos olharam muito mais para o Século 20; precisamos agora pensar o Século 21 com os pés no chão”, alertou Tânia Bacelar, sugerindo uma análise da herança da qual o Estado parte em 2025 para projetar o novo caminho para as próximas décadas. Francisco Cunha, sócio da TGI, analisa que o ciclo de desenvolvimento traçado na década de 1950 pelo padre Joseph Lebret se esgotou e que é necessário repensar o novo horizonte estratégico para o Estado. Após tantos empreendimentos terem se consolidado, como o Porto de Suape e a Refinaria Abreu e Lima, praticamente o único projeto estratégico que não vingou foi a Transnordestina, destacou o consultor. “O redesenho do modelo exige a articulação da sociedade, do governo e da academia. O desafio não é apenas superar a crise, mas construir um novo paradigma de desenvolvimento para as próximas décadas”, sentenciou Francisco Cunha. GRANDES TRANSFORMAÇÕES GLOBAIS A economista Tânia Bacelar destacou que o Brasil e Pernambuco precisam se adaptar a quatro grandes transformações globais que já moldam o presente e definirão o futuro: um novo padrão de relação com a natureza, diante da crise climática; a mudança nos padrões técnicos, marcada pelo avanço da era digital, da biotecnologia e da genética; a reconfiguração geopolítica, com a transição de um mundo unipolar para um cenário multipolar; e a mudança demográfica, expressa no envelhecimento da população e na queda da fecundidade. Diante desse cenário internacional, a economista ressalta que o Brasil enfrenta desafios centrais, como adequar seus padrões de produção e consumo a modelos de menor impacto ambiental, construir estratégias eficazes de interação entre múltiplos atores globais e adaptar negócios e políticas públicas às mudanças demográficas em curso. Além disso, o País precisa superar entraves estruturais como a elevada concentração de renda, a baixa produtividade, a polarização política e a dependência excessiva do crédito. Ao mesmo tempo, ela ressalta que as transformações abrem oportunidades para o Brasil se reposicionar no cenário mundial, aproveitando sua biodiversidade, sua matriz energética relativamente limpa, seu potencial agrícola e a força de seu mercado interno para construir um desenvolvimento mais sustentável e inclusivo. Todas as lições e desafios que servem também para repensar o futuro de Pernambuco. “O Brasil é parte da solução da crise climática mundial; não podemos esquecer que somos o único país com o bioma Caatinga”, ressaltou Tânia Bacelar. Acerca do avanço dos empreendimentos em energias renováveis, que é uma das grandes transformações globais, Paulo Guimarães destacou que já existem investimentos fortes no Nordeste, que é o grande player do Brasil neste novo momento energético. “O Nordeste já instalou mais de três usinas de Itaipu em energia renovável e Pernambuco está nesse contexto.” CRITICIDADE DA INFRAESTRUTURA E OPORTUNIDADES Ao mesmo tempo que há todo esse potencial energético e da bioeconomia, o desenvolvimento de ambos demanda infraestruturas de distribuição – como as linhas de transmissão – e de logística, a exemplo de estradas e ferrovias. Dois fatores que se inscrevem como crônicos para o Estado. “Infraestrutura em Pernambuco é o nosso calcanhar de Aquiles. Fizemos um porto, mas a infraestrutura econômica de Pernambuco é muito ruim”, lamenta Paulo Guimarães. Além das conexões com o Sertão e o Agreste – que ainda não receberam a duplicação da BR-232 após São Caetano – e do déficit secular de ferrovias, mesmo os deslocamentos dentro da RMR (Região Metropolitana do Recife) e para o Litoral são críticos. Na palestra, Tânia Bacelar exemplificou a dificuldade de levar os turistas para Porto de Galinhas, que é um dos principais balneários do País. A ausência de infraestrutura hídrica limita o crescimento do polo de confecções no Agreste, a falta da ferrovia compromete o desenvolvimento do polo gesseiro no Araripe, reduz a competitividade do potente polo avícola e encarece toda a logística do Polo Automotivo de Goiana. São apenas alguns exemplos de como esse entrave, que está conectado às demandas do século passado, limita a conexão do Estado com as oportunidades do futuro. Ao mesmo tempo que se trata de um desafio, a possibilidade de atração de investimentos nas estradas, nas linhas de transmissão, na ferrovia e nas grandes obras hídricas são simultaneamente oportunidades. Esses empreendimentos além de serem estruturadores, ampliando a competitividade nos territórios beneficiados, geram empregos no curto prazo nas regiões com economia menos dinâmica do Estado. A atração desses investimentos seria fundamental para haver uma reversão no cenário do mercado de trabalho local. Pernambuco continua liderando o ranking nacional de desemprego, com taxa de 10,8% em 2024, quase o dobro da média brasileira, segundo dados do IBGE. Apesar disso, o Estado vem apresentando uma trajetória de queda: em 2023, o índice era de 13,4% e, em 2022, chegava a 15,9%. Ainda assim, a situação permanece distante de realidades como a de Santa Catarina, que registra apenas 2,2% de desocupação. “Pernambuco tem 5% da população e 2,5% do PIB. Então, está faltando PIB para botar a população [para trabalhar] também. Um dos grandes problemas de Pernambuco é a dinâmica do mercado de trabalho”, afirmou Tânia Bacelar. Além da redução de oportunidades, há uma concentração de empregos e do PIB no Litoral

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Sandro Prado

“Seguimos no ranking como o estado com o maior número de desemprego”

​​As causas que colocam o Estado com o maior percentual de desempregados no País são analisadas pelo economista Sandro Prado, da Fcap/UPE, que também aponta as possíveis soluções. Ele defende a qualificação da mão de obra e faz um alerta sobre os impactos da uberização no mercado de trabalho e a tendência de aumento de desocupados entre a população 50+.  Brasil, segundo o IBGE, atingiu no segundo trimestre deste ano, a menor taxa de desocupação desde o início da série histórica da PNAD Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua), em 2012. O índice ficou em 5,8% e Pernambuco acompanhou a queda ao registrar o percentual de 10,4% contra a taxa de 11,6% aferida no primeiro trimestre de 2025. Apesar da boa notícia da recuperação, o Estado, porém, amarga a incômoda posição de ter o maior nível de desemprego em todo o País. Cláudia Santos conversou com o economista Sandro Prado, professor da Faculdade de Ciências da Administração de Pernambuco (UPE) para analisar os motivos que levam o Estado a figurar no indesejável topo desse ranking. Ele também apontou as políticas públicas necessárias para elevar o número de vagas no mercado de trabalho, em especial para os jovens – grupo mais afetado pelo desemprego – e também para população 50+. São pessoas que esperavam se aposentar, mas, surpreendidas pela Reforma da Previdência, terão de atuar por mais 10 anos num mercado de trabalho que as rejeitam devido ao etarismo. Resultado: recorrem ao Bolsa Família, sem perspectiva de sair do benefício.  Prado também analisou o impacto da uberização, que seduz homens jovens com a ilusão de um trabalho sem patrão, mas também sem sustentabilidade no longo prazo. Em consequência, muitas vagas destinadas à população masculina começam a ser preenchidas por mulheres.  “O deslocamento delas para atividades ocupadas culturalmente por homens pode ser um caminho sem volta”, estima o economista.  Embora tenha apresentado quedas ao longo dos meses, a taxa de desemprego em Pernambuco, segundo o IBGE, foi de 10,4% no segundo trimestre de 2025. É a maior do Brasil e a única com dois dígitos. O que vem ocasionando esse desempenho? O fato de Pernambuco liderar o ranking – sempre disputando com a Bahia – do maior índice de desemprego do Brasil, foi muito trabalhado por alguns candidatos oposicionistas ao Governo de Pernambuco. Com a entrada desse novo governo, houve esforços, como a criação de uma secretaria específica para empreendedorismo e empregabilidade. Já no âmbito nacional, considerando o recorte do Governo Lula, o desemprego, no Brasil, cai drasticamente, temos a menor taxa dos últimos tempos (5,8%) e isso fez com que o desemprego diminuísse também em Pernambuco.  Porém, nosso crescimento na diferença entre empregos de novos contratados e de pessoas demitidas não foi suficiente para Pernambuco sair dessa incômoda posição. O Governo do Estado, como todos os governos, tem trabalhado na redução, fez a lição de casa e evoluiu na criação de emprego, devido ao crescimento econômico do Brasil. Mas, além de sustentarmos o último lugar na taxa de emprego, estamos mais distantes da Bahia, que é o segundo colocado negativo, depois vem o Distrito Federal.  Por meio do nosso polo industrial, com Suape, Hemobrás, Stellantis, criamos e conseguimos atrair muitas vagas de empregos na indústria que pagam melhor. Mas hoje as plantas são muito enxutas, têm baixa empregabilidade e não temos ainda o número suficiente de fábricas. O agribusiness, uma agricultura com muita tecnologia, também cresceu muito com a irrigação do São Francisco, gerando uma boa empregabilidade a partir da produção de uva e manga que, embora elevada, é também sazonal. Mas o padrão típico aqui é viver muito de serviços por causa do turismo, das praias e das grandes festas, como São João e Carnaval. A maioria da população vive dessas vagas de emprego que são voláteis e pagam menos.  O setor não possibilita a criação de vagas sustentadas com média salarial mais elevada a ponto de termos um desempenho melhor do que o restante da Federação.  Portanto, por mais que tenham existido esforços do Governo do Estado e da Prefeitura do Recife, que é o município que cria o maior número de oportunidades com muitos postos de trabalho, ainda não há uma interiorização dessa empregabilidade. Essa interiorização poderia ter ocorrido se a Transnordestina tivesse evoluído, por exemplo. Porém, nosso Estado ainda é muito dependente da criação polarizada de postos de trabalho na Região Metropolitana do Recife e, infelizmente, seguimos no ranking como o estado com o maior número de desemprego.  Isso é horrível, porque não somos o estado mais pobre, nem com menor infraestrutura, pelo contrário, somos uma grande potência no Nordeste, mas não conseguimos fazer o básico que é dar emprego às pessoas. Esse ranking mostra que estamos muito mal em termos de emprego. Evoluímos, crescemos, mas cabe ao Governo do Estado e aos municípios a criação de postos de trabalho para que Pernambuco evolua e saia dessa horripilante posição. Um dos principais problemas seria a ausência de descentralização de oportunidades de emprego? Sim. Claro que há outros fatores. O comércio varejista sentiu muita dificuldade por causa do e-commerce, dos grandes marketplaces. Há também reconfigurações diante do avanço tecnológico, pois o emprego tem mudado de cara. Profissionais como porteiros de edifícios, por exemplo, são substituídos por portarias eletrônicas. Contudo, ao mesmo tempo, criam-se outras oportunidades, no serviço, como é o caso do turismo. Então, tem-se o desempenho estrutural do desemprego, que não é só em Pernambuco. Se outros estados brasileiros estão com números de desemprego muito menos incômodos do que os nossos, há sinalização de que realmente o poder público tem que fazer mais, o papel do estado é fomentar emprego e o empreendedorismo, é fomentar situação de renda para a população.  A partir do momento que se consegue isso, melhora-se, inclusive, a tributação, a receita, menos pessoas passam a depender de programas assistencialistas. Percebe-se que há um esforço, tivemos uma evolução, por exemplo, no número de creches, condição essencial para que as mulheres possam trabalhar fora.  Mas ainda é necessário haver preparação da mão

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Governo lança Plano Brasil Soberano para enfrentar sobretaxas dos EUA

Medida provisória prevê R$ 30 bilhões em crédito, incentivos fiscais e proteção ao emprego para empresas exportadoras brasileiras O governo federal publicou nesta quarta-feira (13), em edição extra do Diário Oficial da União, a Medida Provisória que institui o Plano Brasil Soberano. A iniciativa reúne ações emergenciais para apoiar empresas, exportadores e trabalhadores prejudicados pelas sobretaxas impostas pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros. Estruturado em três eixos — fortalecimento do setor produtivo, proteção ao trabalhador e diplomacia comercial — o plano busca reduzir o impacto imediato do chamado “tarifaço” e fortalecer a competitividade do país no longo prazo. Entre as medidas anunciadas está a liberação de R$ 30 bilhões do Fundo Garantidor de Exportações para oferecer crédito com taxas acessíveis e ampliar o financiamento às exportações. Pequenas e médias empresas terão acesso facilitado por meio de fundos garantidores, com aportes adicionais que somam R$ 4,5 bilhões distribuídos entre FGCE, FGI e FGO. O governo também criou incentivos fiscais por meio do Novo Reintegra, elevando em até três pontos percentuais a restituição de tributos para empresas afetadas, o que representa impacto estimado de R$ 5 bilhões até dezembro de 2026. No campo tributário, a MP suspende temporariamente o pagamento de impostos para exportadores e autoriza a Receita Federal a adiar por dois meses a cobrança para as empresas mais atingidas. O plano também amplia o regime de drawback, prorrogando prazos para exportação de produtos com insumos beneficiados, sem cobrança de multas ou juros, e flexibiliza compras públicas de alimentos para merenda escolar e hospitais, priorizando produtores e agroindústrias prejudicados pelas tarifas. Para preservar empregos, foi criada a Câmara Nacional de Acompanhamento do Emprego, que atuará no monitoramento, mediação de conflitos e fiscalização de acordos trabalhistas. No âmbito internacional, o governo pretende diversificar mercados e acelerar negociações com blocos e países como União Europeia, EFTA, Emirados Árabes, Canadá, Índia e Vietnã. “Com o Plano Brasil Soberano, o governo federal não está apenas reagindo a uma ameaça imediata: está reconstruindo e fortalecendo o sistema nacional de financiamento e seguro à exportação, para que o país seja mais competitivo e menos vulnerável a esse tipo de medida no futuro”, afirmou o Planalto.

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Indústria de alimentos pernambucana em alta, mas com muitos desafios

Setor amplia investimentos, gera empregos e se espalha por todas as regiões do Estado, mas esbarra em gargalos logísticos, carga tributária e dificuldades de crédito *Por Rafael Dantas Catchup, cerveja, laticínios, açúcar… a produção de alimentos de Pernambuco é diversificada e está presente em praticamente todas as microrregiões do Estado. Atualmente, o setor representa 10,7% de toda a atividade industrial local. Após crescer 2,6% no ano passado, há uma nova onda de investimentos robustos chegando. Nos últimos dias, por exemplo, o Grupo Heineken concluiu a ampliação da fábrica em Igarassu, com um investimento de R$ 1,2 bilhão para triplicar a capacidade produtiva. Somente nas reuniões do Condic (Conselho Estadual de Política Industrial, Comercial e de Serviços), os recursos anunciados neste ano já totalizam R$ 485 milhões. De acordo com dados do IBGE, além do avanço de 2024, a indústria de alimentos e bebidas em Pernambuco registrou um avanço de 1,4% entre janeiro e maio deste ano. Um desempenho considerado consistente pela Fiepe (Federação das Indústrias de Pernambuco), que ressalta a forte geração de empregos e a capilaridade desse setor nos diversos territórios do Estado.  Bruno Veloso destaca a geração de vagas de trabalho na indústria de alimentos e bebidas de Pernambuco. “O setor foi responsável, em 2024, por mais de 100 mil vínculos formais, o que representa quase 30% do total de empregos industriais gerados no Estado. “O setor de alimentos e bebidas foi responsável, em 2024, por mais de 100 mil vínculos formais, o que representa quase 30% do total de empregos industriais gerados no Estado”, destacou o presidente Bruno Veloso. “A competitividade do setor é impulsionada por uma infraestrutura estratégica, com destaque para o Porto de Suape e polos industriais distribuídos por regiões como Vitória de Santo Antão, Caruaru e Petrolina”. O polo cervejeiro em Itapissuma, a Bacia Leiteira no Agreste e as indústrias avícolas em São Bento do Una são apenas alguns dos diversos exemplos de como esse setor se espraia por Pernambuco. Um tecido industrial formado tanto por multinacionais e gigantes do Brasil, interessadas no mercado do Nordeste, como por empresas familiares com raízes no Estado que consolidaram seus negócios. Entre os investimentos anunciados pelo Conselho Estadual de Política Industrial, Comercial e de Serviços (na foto acima), está a implantação da fábrica, em Brejão, da Laticínios Santa Maria, que tem sede em Minas Gerais, com aporte de R$ 220 milhões. NOVOS PLAYERS E AMPLIAÇÕES NO MERCADO LOCAL Nos anúncios realizados pelo Condic é possível medir o apetite de novos atores no tecido empresarial. Os anúncios do Proind (Programa de Estímulo à Indústria de Pernambuco) e do  Prodepe (Programa de Desenvolvimento do Estado de Pernambuco) indicam os aportes econômicos e as expectativas de geração de novos empregos.  O maior anúncio da reunião de julho, por exemplo, foi da Laticínios Santa Maria. A corporação, com sede em Minas Gerais, fará a implantação de uma unidade industrial em Brejão, com aporte de R$ 220 milhões. O projeto deve gerar 85 novos postos de trabalho. O município de destino do empreendimento integra a bacia leiteira do Estado, que já conta com outras grandes empresas nacionais e pequenas empresas locais que compõem a Rota do Queijo Artesanal, por exemplo. Outro destaque recente no Estado foi o anúncio do aporte da Mondelez que já opera em Vitória de Santo Antão. A corporação destinou R$ 111,3 milhões à expansão de sua unidade. Com a ampliação, serão gerados pelo menos 160 novos postos de trabalho. “Esses investimentos fortalecem o processo de interiorização do desenvolvimento econômico e comprovam a eficácia das políticas públicas de incentivo, como o Prodepe e o Proind”, avalia Bruno Veloso, da Fiepe. Enquanto esses investimentos estão ainda na fase de anúncio, o Estado celebrou nesta semana a inauguração da triplicação do Grupo Heineken. A cervejaria, que tem fábrica em Igarassu, realizou um aporte de R$ 1,2 bilhão. As novas linhas de produção irão permitir o aumento da capacidade produtiva principalmente das marcas Amstel e Devassa. O grupo fabrica ainda a marca Heineken e o refrigerante FYS. Ao todo, 130 novos postos de trabalho permanentes foram criados. A empresa passa agora a contar com 1,2 mil funcionários. A exemplo de outros players internacionais com as raízes fincadas no Estado, o foco é chegar de forma competitiva no Nordeste. Na inauguração, a empresa ressaltou que a fábrica pernambucana abastece mercados como do Rio Grande do Norte, Ceará, Bahia, Alagoas, Paraíba e Sergipe, além de Pernambuco. “A nova fase da unidade de Igarassu representa nossa visão de longo prazo para equilibrar crescimento e responsabilidade. Estamos mais preparados para atender à demanda crescente do Nordeste, ao mesmo tempo em que avançamos na agenda ESG, com iniciativas e soluções que integram e atendem nossas ambições ambientais e sociais. Pernambuco é hoje o segundo maior mercado para o Grupo Heineken no Nordeste, e a unidade de Igarassu desempenha papel essencial nesse crescimento.” A menção do executivo à sustentabilidade se deve a novos investimentos também. A modernização permitirá ao grupo reduzir em 30% o consumo de água e ter um maior uso de garrafas retornáveis. A unidade passou a abrigar a maior linha de retornáveis da marca no Brasil.  Hugo Gonçalves comemora a ampliação da frota de caminhões da Tambaú, com a obtenção de 10 veículos, e a aquisição de duas envasadoras de molho e uma máquina para produzir embalagens. “Estamos construindo também um novo espaço na fábrica, com 3 mil m²”. CRESCIMENTO DE UMA GIGANTE E FAMILIAR Um dos cases mais emblemáticos é a Tambaú, que completou 62 anos. Com sua atividade industrial instalada em Custódia, em pleno Sertão, a fábrica emprega 700 pessoas com um mix de 113 produtos. O desempenho da corporação no ano passado foi na casa dos dois dígitos. A empresa registrou um aumento de receita de 12,4% e de 3,5% em toneladas. A empresa familiar realizou recentemente a ampliação de sua frota de caminhões, com a aquisição de 10 novos veículos, duas envasadoras de molho e uma máquina de sopro para produzir embalagens de catchups e molhos. “Estamos construindo também um

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Danilo Cabral é exonerado da Sudene, em vitória dos cearenses

Após mais de dois anos à frente da autarquia, ex-superintendente agradece confiança do governo federal e promete seguir na luta pelo desenvolvimento regional. Demissão aconteceu após tensão com interesses cearenses O ex-deputado federal Danilo Cabral foi comunicado ontem de sua exoneração do cargo de superintendente da Sudene (Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste), função que ocupava desde junho de 2023. Em nota divulgada nas redes sociais, ele afirmou deixar o cargo “com a convicção do dever cumprido” e destacou o período como “desafiador e transformador”. “A Sudene voltou”, declarou, em tom de balanço positivo da sua gestão. Danilo agradeceu ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ao ministro da Integração e do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, e à equipe técnica da autarquia pelo trabalho conjunto. Ele ressaltou a importância da Sudene no enfrentamento das desigualdades regionais e reiterou seu compromisso com a agenda de desenvolvimento do Nordeste, especialmente de Pernambuco, seu estado de origem. Apesar da mensagem diplomática com o Governo Federal e do tom celebrativo do retorno da Sudene, a sua demissão representa uma derrota para Pernambuco e para a Transnordestina. Desde a semana passada circulavam rumores de uma pressão do governador do Ceará e do ministro da Casa Civil pela demissão de Danilo Cabral. No centro da disputa estaria o projeto da Ferrovia. Isso porque o trecho pernambucano é uma lenda que parece não ter fim. O agora ex-superintendente defendeu a construção da linha e mobilizou lideranças locais para o engajamento nessa causa, que há bastante tempo tem sinalizado uma vitória cearense de uma disputa que não deveria existir. A empresa Transnordestina SA enviou para a Algomais uma nota, explicando que não se tratava de uma disputa entre os Estados, mas reclamava de atrasos nos repasses da Sudene para continuidade das obras no Ceará. Publicamos a nota abaixo: NOTA À REVISTA ALGO MAIS (4/8/25) A Transnordestina Logística sempre foi e sempre será favorável à execução do trecho de Pernambuco, importantíssimo para o Nordeste e para o Brasil. O que está em pauta não é, absolutamente, uma disputa de estados, e sim a necessidade da celeridade na liberação dos recursos, que tem sofrido atrasos sistematicamente, o que é de conhecimento de diversos órgãos, dentre eles o Tribunal de Contas da União (TCU), Ministério dos Transportes, Ministério da Integração e Desenvolvimento Regional, Casa Civil e Banco do Nordeste (BNB). – Assessoria de Imprensa da Transnordestina Logística A Algomais solicitou esclarecimentos dos referidos ministérios, do TCU e do BNB acerca desses atrasos. Até o momento, nenhum se manifestou. Na última sexta-feira, já havíamos enviado uma solicitação de esclarecimento à Casa Civil e ao Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional acerca das motivações pela iminente queda de Danilo Cabral. De igual modo, sem respostas. Ninguém confirmou a informação de atrasos nos repasses para o trecho cearense da Transnordestina. CRONOGRAMA DE REPASSES Mesmo com atrasos relevantes do calendário de obras (é importante lembrar que o empreendimento foi anunciado em 2006, há 19 anos), desde o retorno do presidente Lula à presidência e à ascensão de Danilo Cabral na Sudene, muitos recursos foram destravados. Isso mesmo em meio ao cenário de extremas restrições no orçamento federal. No primeiro ano da gestão de Danilo Cabral na Sudene, foram desembolsados R$ 811,4 milhões. Recursos que estavam pendentes de anos anteriores, quando o projeto da Transnordestina contemplava ainda a linha Salgueiro – Suape (que foi excluída da concessão em dezembro de 2022, nos últimos dias do Governo Bolsonaro). Em 2025, foram repassados mais R$ 1 bilhão para a empresa concessionária. Uma parcela de R$ 400 milhões em janeiro e outra de R$ 600 milhões em julho. Mais recursos estão previstos para sair dos cofres da instituição. Mas é digno de nota que em 18 anos, até 2024, a Sudene tenha liberado R$ 3,8 bilhões, sendo R$ 811,4 milhões já na gestão de Danilo Cabral. A partir da assinatura do aditivo outros R$ 3,6 bilhões entrarão no horizonte da TLSA, sendo já liberado R$ 1 bilhão. Há ainda outros R$ 816 milhões a serem repassados que são do leilão de cotas escriturais do Fundo de Investimentos do Nordeste (Finor), anunciados neste ano. Os números expõem uma situação difícil de falar em atrasos sistemáticos, principalmente se compararmos com o trecho pernambucano. O constrangimento recai sobre o poder público por transformar essa insatisfação em demissão. ATENÇÃO AO FUTURO DA SUDENE E DA TRANSNORDESTINA Fato é que Danilo Cabral conseguiu dar um protagonismo à Sudene que por muitos anos já não era mais vista. O volume de repasses do Governo Federal e o engajamento nas pautas estratégicas da região, junto aos governadores, deram o tempero desse ressurgimento da instituição no planejamento e na execução de grandes empreendimentos regionais. A demissão sem justificativa pelo Governo Federal liga um sinal de alerta para o Estado e especialmente para o futuro da Transnordestina. Em qualquer visita ao Estado, os ministros Waldez Góes, Renan Filho e Rui Costa deveriam ser questionados da razão da linha Salgueiro – Suape receber um volume ínfimo de recursos em comparação ao trecho cearense e das motivações da troca de comando da Sudene. Até então, ambas as pautas não têm justificativa. É digno de nota também o silêncio de algumas lideranças políticas de Pernambuco diante de uma queda de braço constrangedora com o governador do Ceará e o ministro da Casa Civil, ex-governador da Bahia. Era uma vez uma ferrovia em Pernambuco?

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Os impactos do Tarifaço de Donald Trump em Pernambuco

Embora Pernambuco não seja um grande exportador para os Estados Unidos, alguns setores, como frutas e açúcar, serão fortemente atingidos pela sobretarifa imposta por Trump *Por Rafael Dantas Em poucos dias, as exportações brasileiras para os Estados Unidos terão uma sobretarifa de 50%. A barreira é considerada intransponível para o empresariado nacional e pernambucano. No entanto, após uma semana de acusações – muitas inverídicas, como o suposto déficit da balança comercial favorável ao Brasil – e declarações de afronta à soberania nacional – como a tentativa de interferência no processo na Justiça do ex-presidente Jair Bolsonaro – Donald Trump lançou uma longa lista de exceções. Um recuo de quase 700 itens que deve ser ainda maior. O anúncio foi um alívio para parte dos produtores brasileiros porém setores pernambucanos exportadores foram prejudicados pelo governo estadunidense. As frutas do Vale do São Francisco e o açúcar da Zona da Mata, por exemplo, não escaparam da tarifa imposta por Donald Trump. A boa notícia ficou por conta do coque do petróleo, produzido em Suape, que figurou na lista de exceções, como um derivado do petróleo. O novo cenário forçará uma reinvenção dos setores e um socorro emergencial. De acordo com nota técnica da Amcham Brasil (Câmara Americana de Comércio para o Brasil as exportações da lista de exceções representam US$ 18,4 bilhões em exportações brasileiras de 2024. O valor corresponde a 43,4% do total de US$ 42,3 bilhões exportados pelo Brasil para os EUA. “Embora essas exceções atenuem parcialmente os efeitos da tarifa, a Amcham reforça que ainda há um impacto expressivo sobre setores estratégicos da economia brasileira. Produtos que ficaram de fora da lista continuam sujeitos ao aumento tarifário, o que compromete a competitividade de empresas brasileiras e, potencialmente, cadeias globais de valor.” IMPACTO SERÁ MAIS LOCALIZADO Pernambuco é um Estado com déficit na sua balança comercial. Ou seja, importa mais que exporta. O economista Edgard Leonardo lembra que o Estado é o terceiro maior exportador do Nordeste, mas apenas o 16º do Brasil. A pauta dos produtos locais que acessam o mercado internacional no ano passado foi dominada por açúcares e melaços (21%), sendo seguida por veículos e automóveis de passageiros (19%) e frutas e nozes frescas ou secas (14%). Aparecem ainda entre os destaques os óleos combustíveis de petróleo ou minerais betuminosos, exceto os óleos brutos (11%), e veículos automotores para transporte de mercadorias e usos especiais (9,6%).  No entanto, nem todos esses produtos tinham os EUA como destino. E embora seja o segundo maior mercado dos produtos locais, ele representa apenas 9,1% das exportações, estando praticamente empatado com Singapura (9%) e bem atrás do mercado argentino (24%). Embora o país de Tio Sam não represente um percentual significativo, alguns segmentos foram fortemente atingidos. “Apesar de Pernambuco não ser economicamente superdependente do mercado americano, o tarifaço imposto pelos EUA afeta setores estratégicos, especialmente as exportações de frutas”, alertou o economista. Além das frutas, os principais produtos made in Pernambuco que chegam ao povo estadunidense são o açúcar e o coque do petróleo. O DRAMA DO SETOR DE FRUTICULTURA A imposição da tarifa causou alarme entre os produtores de frutas do Vale do São Francisco. A medida atinge em cheio o setor de exportação de mangas cuja safra destinada ao mercado norte-americano estava prestes a começar. “Estamos muito aflitos”, afirma Jailson Lira, presidente do Sindicato dos Produtores Rurais de Petrolina. Segundo ele, 14% das mangas produzidas na região têm como destino os EUA, especialmente a variedade Tommy Atkins, que exige um rígido tratamento hidrotérmico e atende a exigências específicas desse país. A janela de exportação para os Estados Unidos vai de agosto a outubro, e a programação logística – que envolve acordos marítimos, embalagens e fiscalização – já estava em andamento. “Essa fruta passa por um processamento em água quente a 60ºC para eliminar larvas da mosca-da-fruta. É uma exigência específica e só algumas empresas da região têm capacidade para isso”, explica Lira. Apenas dez exportadores possuem a estrutura para realizar esse tratamento e toda a operação é cuidadosamente planejada com antecedência. Ele ressaltou que o impacto social e econômico pode ser grande. Jailson estimou que 120 mil trabalhadores dependem diretamente da fruticultura irrigada do Vale. Só com a manga, o prejuízo estimado é de US$ 46,8 milhões, considerando anos anteriores. A exportação de uvas, embora comece mais tarde, também corre risco. Os EUA representam  23,5% do total exportado da fruta, somando 920 contêineres e US$ 36,8 milhões. Os produtores locais buscam apoio da Abrafrutas (Associação Brasileira dos Produtores Exportadores de Frutas), além de articulações com deputados, prefeitos e a governadora de Pernambuco.  Diante das especificidades exigidas pelos EUA, o preço comercializado e a perecibilidade do produto, é muito difícil o redirecionamento para outros países no curto prazo, segundo Edgard Leonardo. “Esses produtos têm características específicas que dificultam uma adaptação rápida a outros mercados, principalmente por causa da sua alta perecibilidade. Além disso, redirecionar a produção para novos destinos apresenta desafios significativos, como o cumprimento de exigências específicas, especialmente no que se refere às embalagens, que frequentemente precisam atender a requisitos rigorosos quanto a tamanho, rótulos, idioma e outras normas regulatórias”, ressaltou o economista. Somadas, as mangas e as uvas do Vale do São Francisco representam cerca de 15% das exportações do Estado, segundo o internacionalista João Canto, membro do Iperid (Instituto de Pesquisas Estratégicas em Relações Internacionais e Desenvolvimento). Ele destaca que a medida anunciada por Trump, caso não seja revertida, esses produtos devem ficar fora do mercado estadunidense. “O custo adicional reduz drasticamente a competitividade frente a países com acordos preferenciais com os EUA”, afirma João Canto. Mesmo com o anúncio de Donald Trump, ainda há expectativa ao menos de a manga escapar do tarifaço, a exemplo do pleito nacional pelo café. As negociações têm como foco uma brecha que é para itens não cultivados nos Estados Unidos.  IMPACTO EM SUAPE, MAS NEM TANTO A participação dos produtos enviados via Suape para os Estados Unidos é de menos de 1%, segundo o presidente do Complexo de Suape,

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Saída de Danilo Cabral da Sudene seria uma derrota para Pernambuco e para a Transnordestina

A iminente saída de Danilo Cabral da Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), articulada nos bastidores pelo Governo do Ceará e com apoio da Casa Civil, segundo reportagem do Diário de Pernambuco, de Pupi Rosenthal, representa mais do que uma simples troca de comando: é uma derrota institucional para Pernambuco e um golpe na gestão estratégica dos fundos de desenvolvimento regional. Cabral é um dos principais defensores da retomada da Ferrovia Transnordestina em sua totalidade — incluindo o trecho pernambucano que já não é mais da responsabilidade da concessionária. Sob pressão política, o FDNE passou a destinar todos os seus recursos até 2026 para o trecho da Transnordestina que atende exclusivamente ao Ceará, o que já compromete projetos em áreas como energia limpa em outros estados nordestinos, além da linha entre Salgueiro e Suape. A articulação tende a enfraquecer a missão da autarquia e abre espaço para disputas federativas danosas ao desenvolvimento regional. A Algomais denunciou a exclusão do ramal pernambucano na série de reportagens Era uma vez uma ferrovia…, em 2023, e apontou os prejuízos para o Complexo de Suape e para a economia regional. Além disso, todos os argumentos técnicos apontavam para uma realidade: caso fosse necessário escolher apenas um trecho para a Transnordestina, a preferência deveria ser Suape e não Pecém. Danilo Cabral sempre defendeu que ambas as linhas deveriam ser executadas, conforme o projeto inicial, que foi amputado no final do governo Bolsonaro. Apenas para o Ceará, a Sudene já aplicou R$ 5,6 bilhões na construção da Transnordestina. O projeto, é importante ressaltar, anunciado em 2006 e entregue para a concessionária no primeiro Governo Lula, completará 20 anos em 2026 sem transportar um quilo de nenhum produto. É importante que a classe empresarial e política pernambucana se mobilize para evitar essa derrota, que não é apenas para o Estado, nem apenas para a ferrovia — que parece cada vez mais um sonho distante —, mas uma queda de braço da economia do Nordeste em detrimento de todo o equilíbrio regional. Di2win relança ExtrAIdados com IA personalizada e foco na experiência do cliente A Di2win, referência nacional em hiperautomação e embarcada no Porto Digital, acaba de lançar uma versão aprimorada do ExtrAIdados. A solução agora permite que os próprios usuários criem e configurem novos modelos de Inteligência Artificial de forma simples, sem depender de programação. A novidade também incorpora o processamento assíncrono de documentos em lote e melhorias na experiência do usuário, com personalização de layout e navegação mais intuitiva. Segundo Rômulo César, Head de Produto, o objetivo é acelerar fluxos de trabalho, reduzir custos e aumentar significativamente a produtividade com flexibilidade e eficiência. Ferreira Costa movimenta 2 milhões de m² em estoque de pisos e impulsiona setor com alta de 25% Com mais de 2 milhões de metros quadrados de pisos e cerâmicas em estoque e 1.500 modelos disponíveis para pronta entrega, a campanha “Farra de Pisos e Cerâmicas” aquece o mercado da construção civil no Nordeste, que registrou crescimento de 25% na demanda por revestimentos em 2025. A ação da empresa é impulsionada pelo aquecimento das reformas e pelo surgimento de novos empreendimentos. Um Telecom lidera entre as pernambucanas no Ranking EXAME 2025 com crescimento de 25% na receita A Um Telecom foi destaque no Ranking EXAME Negócios em Expansão 2025 ao conquistar a melhor colocação entre as empresas pernambucanas na categoria de receita entre R$ 30 e R$ 150 milhões. Com um crescimento de 25% no faturamento de 2023 para 2024, chegando a R$ 95 milhões, a empresa consolida sua posição como referência nacional em infraestrutura digital, segurança da informação e soluções para o setor público. Representada pelo CEO Rui Gomes na cerimônia em São Paulo, a Um Telecom também comemora avanços no segmento governamental, que dobrou de tamanho, e o lançamento do Recife1, data center da nova unidade Atlantic Data Centers, com investimento previsto de R$ 300 milhões. Equador Energia está entre as 5 melhores do país para trabalhar no setor de Óleo e Gás Pelo terceiro ano consecutivo, a Equador Energia, do grupo Dislub Equador, conquistou o selo Great Place to Work (GPTW) na categoria Óleo & Gás – Geração, Distribuição e Transmissão, ficando no top 5 nacional entre as 19 empresas reconhecidas em 2025. O prêmio destaca organizações que se destacam pela criação de ambientes de trabalho saudáveis, valorizando o bem-estar, a maturidade profissional e práticas inovadoras de gestão de pessoas. Ao todo, 60 empresas participaram da avaliação nesta categoria, impactando mais de 80 mil colaboradores em todo o país.

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Governo federal libera R$ 20,6 bilhões do Orçamento de 2025

Recursos antes bloqueados ajudarão a recompor áreas estratégicas e reduzir o déficit primário Com a manutenção parcial do decreto que eleva o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), o governo federal anunciou a liberação de R$ 20,6 bilhões do Orçamento de 2025. A medida, detalhada no Relatório Bimestral de Avaliação de Receitas e Despesas, representa um alívio sobre os R$ 31,3 bilhões que estavam congelados desde maio. Com isso, o volume de verbas contingenciadas caiu para R$ 10,6 bilhões — valor que, apesar da liberação, voltou a subir levemente após o bloqueio de R$ 100 milhões em despesas discricionárias para cumprir o novo arcabouço fiscal. A decisão foi amparada por uma revisão positiva nas estimativas de arrecadação federal. As receitas líquidas cresceram R$ 27,1 bilhões, enquanto as despesas aumentaram R$ 5 bilhões. Essa combinação reduziu a projeção de déficit primário de R$ 97 bilhões para R$ 74,1 bilhões — e, considerando apenas os gastos dentro do arcabouço fiscal, o rombo estimado caiu de R$ 51,7 bilhões para R$ 26,3 bilhões. O resultado primário, vale lembrar, é calculado antes do pagamento dos juros da dívida pública. Grande parte da elevação das receitas veio da expectativa de aumento nos royalties do petróleo, impulsionada por um projeto de lei que autoriza R$ 15 bilhões em novos leilões no pré-sal. Além disso, a Receita Federal revisou para cima as projeções de arrecadação com Imposto de Renda — com destaque para os ganhos com offshores, fundos exclusivos e a alta dos juros, que ampliou a retenção na fonte. O crescimento do emprego formal também ajudou, com acréscimo de R$ 1,8 bilhão em contribuições à Previdência Social. Em relação ao decreto do IOF, a estimativa de arrecadação foi reduzida de R$ 11,55 bilhões para R$ 8,6 bilhões, após suspensão parcial pelo Congresso e reavaliações do impacto efetivo da medida. Ainda assim, o ganho total de arrecadação permitiu ao governo evitar um congelamento mais severo — que, sem o ajuste, poderia ter alcançado R$ 51,8 bilhões, comprometendo o funcionamento de áreas essenciais da administração pública. A liberação dos recursos será detalhada no próximo dia 30, quando o governo publicará um novo decreto com os limites de empenho por órgão e ministério. A medida sinaliza um alívio para a execução orçamentária no segundo semestre, preservando áreas prioritárias como educação e saúde e permitindo maior previsibilidade na gestão fiscal.

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Governo regulamenta BR do Mar e aposta na cabotagem para reduzir custos logísticos

Decreto assinado por Lula fortalece indústria naval, incentiva transporte marítimo entre portos e estimula uso de embarcações sustentáveis O presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou o decreto que regulamenta o programa BR do Mar, voltado à ampliação da cabotagem no Brasil. A medida visa estimular o transporte marítimo de cargas entre portos nacionais, com expectativa de redução de até 60% nos custos logísticos, geração de empregos e fortalecimento da indústria naval. Hoje, a cabotagem representa 11% do volume transportado por navios no país, mas o governo aposta em seu crescimento nos próximos anos. A regulamentação, elaborada pelo Ministério de Portos e Aeroportos, define critérios que facilitam o afretamento de embarcações estrangeiras — com incentivos maiores para navios sustentáveis — e promove o uso de estaleiros brasileiros para manutenção de frotas. A estratégia busca reduzir o frete em até 15%, segundo estimativas da Infra SA, o que pode representar uma economia anual de R$ 19 bilhões. Além disso, a navegação marítima reduz em 80% a emissão de gases de efeito estufa quando comparada ao transporte rodoviário. Para o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, o programa traz impactos positivos para a economia nacional. “O programa tem o papel de reduzir os custos logísticos no país de 20% a 60%, potencializando, ainda mais, o setor portuário brasileiro”, afirmou. Ele ressaltou que o BR do Mar contribui para a agenda de descarbonização ao favorecer o transporte marítimo de contêineres entre portos como Suape (PE) e Santos (SP). A medida também foi celebrada por lideranças do setor produtivo e sindical. “Essa regulamentação irá fortalecer e tornar o programa BR do Mar mais equilibrado e mais justo para os trabalhadores e representa um passo muito importante”, avaliou Carlos Augusto Muller, da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transporte Aquaviário. Já Ariovaldo Rocha, presidente do Sinaval, destacou que os incentivos “assegurarão a competitividade da indústria naval brasileira” frente ao mercado internacional.

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