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Presidente BNB Paulo Camara divulgacao

Paulo Câmara deixa presidência do Banco do Nordeste e deve retornar em 2026

Ex-governador de Pernambuco encerra gestão marcada por recordes e aguarda fim de quarentena para possível recondução ao cargo O ex-governador de Pernambuco Paulo Câmara deixou a presidência do Banco do Nordeste (BNB) nesta terça-feira (21). A saída ocorre por razões técnicas, relacionadas ao prazo de gestão previsto no estatuto do banco e às exigências da Lei das Estatais, que limita a permanência de ex-dirigentes partidários. A presidência será ocupada interinamente por Wagner Rocha, atual diretor financeiro e de crédito. Há uma grande expectativa pela recondução de Câmara ao cargo em 2026, após o período de quarentena, o banco mantém sua agenda de transição regular. Gestão com resultados históricos Durante sua gestão, Paulo Câmara conduziu o Banco do Nordeste a marcas recordes de desempenho. A instituição deve encerrar 2025 com R$ 70 bilhões em contratações de crédito, o maior volume de sua história. Entre os avanços mais relevantes está o fortalecimento das micro e pequenas empresas, que passaram de 51% para 62% das operações, ampliando o impacto do banco na geração de renda e no desenvolvimento econômico regional. Banco mais regional e menos concentrado Um dos marcos da gestão de Paulo Câmara foi a descentralização das decisões e investimentos. Sob sua liderança, o Banco do Nordeste passou a atuar de forma mais equilibrada entre os estados, reduzindo a concentração de recursos no Ceará, onde fica a sede da instituição, e fortalecendo sua presença em outros polos econômicos do Nordeste. Indicadores financeiros expressivos Os números do primeiro semestre de 2025 confirmam o vigor da gestão. O BNB registrou R$ 34,8 bilhões em contratações, um aumento de 19,2% em relação ao mesmo período de 2024. O lucro líquido foi de R$ 1,38 bilhão, com alta de 35,6%. A carteira de crédito alcançou R$ 165,7 bilhões, impulsionada por programas como Crediamigo e Agroamigo, que ampliaram o acesso ao microcrédito e fomentaram o pequeno empreendedorismo rural e urbano. Continuidade da política de desenvolvimento A escolha de Wagner Rocha para o comando interino reforça a intenção de manter a linha de gestão e as políticas de crédito implementadas por Paulo Câmara. Ele é servidor de carreira e tem experiência em gestão de crédito, planejamento e administração financeira, áreas consideradas estratégicas no atual ciclo de expansão do banco.

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Cooperativismo de crédito ganha força e movimenta R$ 2,5 bilhões em Pernambuco

Com quase 100 mil cooperados e expansão recorde nas carteiras de crédito, o setor de consolida como alternativa sólida ao sistema bancário tradicional e motor do desenvolvimento regional. *Por Rafael Dantas As cooperativas de crédito em Pernambuco estão próximas de ultrapassar a marca dos 100 mil cooperados. As seis organizações que atuam no Estado somaram juntas R$ 2,5 bilhões em ativos em 2024, o que representou um crescimento de 20,2% em relação ao ano anterior. Segundo o último Anuário do Sistema OCB (Organização das Cooperativas do Brasil), foram registradas pelo segmento no ano passado mais de R$ 38 milhões em sobras – resultados financeiros positivos das atividades. Diferentemente do lucro dos bancos tradicionais, essas sobras são distribuídas entre os cooperados, conforme a participação de cada um nas operações. Mas a relevância desse segmento é maior que os números. Elas atuam diretamente no suporte ao desenvolvimento local e têm um papel de inclusão importante, atingindo cidades menores em que o sistema bancário tradicional não investe. Além disso, um ingrediente que ajuda a explicar o crescimento nos últimos anos, mesmo em períodos turbulentos de mercado, é a humanização do atendimento. “O cooperativismo de crédito em Pernambuco tem se consolidado como uma alternativa sólida ao sistema financeiro tradicional, promovendo inclusão financeira, desenvolvimento local e fortalecimento da economia regional. Em 2024, o Estado contava com 93.941 cooperados, 481 empregos gerados e um crescimento expressivo nas operações de crédito”, afirmou Valdeci Monteiro dos Santos, economista, sócio-diretor da Ceplan Consultoria e professor da Unicap. Valdeci Monteiro ressalta que as cooperativas proporcionam inclusão financeira e fortalecimento da economia regional, além de oferecer diferenciais ao cliente. “Ele participa das decisões e dos resultados, o que não acontece nos bancos tradicionais”. Dados do Banco Central indicam que 469 municípios do País têm atuação exclusiva das cooperativas de crédito. Esse indicador vem crescendo nos últimos anos, com o fechamento de agências bancárias tradicionais. Segundo pesquisa da PUC-Rio, enquanto bancos tradicionais exigem pelo menos 8 mil habitantes para instalar uma agência, cooperativas de crédito conseguem atuar em municípios com apenas 2,3 mil habitantes e PIBs menores, facilitando o acesso a serviços financeiros em locais onde o sistema bancário convencional não chega. Em Pernambuco, o cooperativismo de crédito na Região Metropolitana do Recife conta com o Sicredi Recife, a Unicred e o Sicoob Pernambuco. Já nas regiões da Zona da Mata, Agreste e Sertão, destacam-se o Sicredi Centro PE, a Unicred e o Sicoob Pernambuco. No Sertão do São Francisco, o setor é representado pelo Sicredi Vale do São Francisco, pela Cresol e também pela Unicred. O QUE DIFERE A ATIVIDADE DO COOPERATIVISMO? O cooperativismo de crédito possui diferenças importantes em relação ao sistema bancário tradicional, não apenas em sua estrutura. Enquanto os bancos convencionais operam como empresas com fins lucrativos, voltadas à geração de retorno para acionistas, as cooperativas de crédito são instituições financeiras sem fins lucrativos, formadas por pessoas que se associam voluntariamente para atender às suas próprias necessidades financeiras. “O cliente da cooperativa é também sócio. Ele participa das decisões e dos resultados, o que não acontece nos bancos tradicionais”, explica o economista Valdeci Monteiro. Essa diferença de natureza se reflete diretamente nas condições oferecidas e na relação com os cooperados. As cooperativas tendem a praticar taxas de juros mais baixas, menos tarifas e maior flexibilidade, enquanto os bancos costumam seguir políticas padronizadas e priorizar mercados de maior rentabilidade. Além disso, o cooperativismo de crédito mantém sua gestão descentralizada e participativa, em que cada associado tem voz e voto, promovendo um senso de pertencimento e responsabilidade coletiva. Uma tendência global muito moderna com os crowdfundings, por exemplo, mas que está no DNA do cooperativismo desde o seu nascimento. “O principal diferencial é a gestão democrática. O associado tem o direito de opinar nas assembleias e participa dos resultados – algo que não existe no sistema bancário tradicional. Eu não vendo só por vender. A prioridade é entender a necessidade do associado e oferecer uma consultoria financeira, não uma venda casada”, afirmou Elísio Guerra de Souza, diretor-executivo do Sicredi Recife. Onde captamos, ali fazemos nossas operações com as arrecadações e depósitos dos associados do local. Isso é diferente dos bancos tradicionais que estão em grandes cidades. O poder de decisão, às vezes não favorece as regiões que precisam daquele recurso". Almir Miranda Outro ponto que distingue o modelo cooperativo é o impacto no desenvolvimento local. Por atuarem próximas das comunidades, as cooperativas canalizam seus recursos para fortalecer pequenos negócios, produtores rurais e economias municipais, estimulando a geração de emprego e renda. “Onde captamos, ali fazemos nossas operações com as arrecadações e depósitos dos associados do local. Isso é diferente dos bancos tradicionais que estão centralizados em grandes cidades do País. O poder de decisão, às vezes, termina não favorecendo as regiões que precisam daquele recurso”, explica Almir Miranda, representante da Comissão Consultiva do Ramo Crédito da OCB-PE (Organização das Cooperativas Brasileiras de Pernambuco). APOSTA NO DESENVOLVIMENTO LOCAL A presença local de cooperativas de crédito acrescenta em média R$ 48,10 por habitante, em arrecadação municipal, segundo um estudo conduzido pelo Sistema OCB e pela Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas). Isso é 8,7% acima da média das cidades brasileiras. Além disso, outro indicador relevante é que onde o segmento está presente, a massa salarial por habitante é R$ 115,5 superior, o que representa 23,5% a mais que a média nacional. Mais do que fortalecer a renda e as finanças municipais, o cooperativismo de crédito gera um efeito multiplicador expressivo na economia. De acordo com estimativas da Fipe, cada R$ 1 aplicado em crédito ou gasto pelo sistema cooperativo impulsiona R$ 2,56 em atividade econômica, ampliando a produção e estimulando cadeias locais. Esse impacto evidencia como o modelo cooperativista transforma a intermediação financeira em um instrumento direto de desenvolvimento regional. O empresário Marcos André Rocha, de Petrolina, é um exemplo do impacto do segmento na vida de empreendedores locais. Atuando no setor de distribuição de cimento no Vale do São Francisco, ele começou do zero, com apenas o apoio da esposa

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Mercado financeiro reduz previsão de inflação para 2025

Boletim Focus aponta estabilidade nas projeções para PIB, câmbio e taxa Selic O mercado financeiro diminuiu a projeção de inflação oficial do país para 2025, de acordo com o Boletim Focus divulgado nesta segunda-feira (13) pelo Banco Central. A nova estimativa para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) caiu de 4,80% para 4,72%, mantendo-se, porém, acima do teto da meta definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), que é de 4,5%. As expectativas para os anos seguintes permanecem estáveis: 4,28% em 2026 e 3,9% em 2027. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a prévia da inflação de setembro registrou alta de 0,48%, impulsionada principalmente pelo aumento no preço da energia elétrica. No acumulado de 12 meses, o IPCA chegou a 5,17%, mesmo após o índice negativo de -0,14% em agosto, que havia indicado deflação. O levantamento também mostrou queda no preço dos alimentos pelo quarto mês consecutivo, com recuo de 0,35% em setembro. A taxa básica de juros (Selic) foi mantida em 15% ao ano pelo Comitê de Política Monetária (Copom), patamar projetado pelo mercado há 16 semanas consecutivas. Segundo o comitê, a manutenção da Selic por “período bastante prolongado” é necessária para garantir o cumprimento da meta de inflação. O Boletim Focus também manteve estáveis as projeções para o Produto Interno Bruto (PIB), com crescimento esperado de 2,16% em 2025, e para o câmbio, com o dólar cotado a R$ 5,43 ao fim do ano.

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Pequenos negócios movimentam 32% do PIB e sustentam 81% dos empregos formais em Pernambuco

Dia Nacional da Micro e Pequena Empresa destaca a força e os desafios do setor, que já representa 94% do tecido empresarial do estado. Foto: Freepik De janeiro a agosto de 2025, Pernambuco registrou a abertura de 109,3 mil pequenos negócios, uma alta de 36,1% em relação ao mesmo período do ano anterior. O levantamento do Sebrae/PE aponta que micro e pequenas empresas, além dos MEIs, são responsáveis por 32% do Produto Interno Bruto estadual e por 94% do tecido empresarial. Esses números reforçam a importância do setor, especialmente em meio às comemorações do Dia Nacional da Micro e Pequena Empresa, celebrado hoje, em 5 de outubro. Papel estratégico “Comemorar o Dia da Micro e Pequena em Pernambuco é mais do que simbólico. É uma forma de reconhecer o papel vital que os pequenos negócios desempenham na economia, cultura, inovação, competitividade e geração de renda e oportunidades no estado. Tendo o Sebrae como parceiro estratégico permanente, eles também estimulam o empreendedorismo local, ajudam a preservar tradições e o saber fazer e colaboram para a melhor distribuição econômica, o desenvolvimento sustentável e a inclusão social na região”, afirma o superintendente do Sebrae/PE, Murilo Guerra. Geração de empregos Os pequenos negócios foram responsáveis pela criação de 25,3 mil vagas com carteira assinada em Pernambuco entre janeiro e julho deste ano, o que corresponde a 81% do saldo estadual de empregos formais, segundo dados do Caged. O setor de Serviços liderou a geração de oportunidades, com mais de 14,2 mil postos, seguido pela Construção Civil, com 5,2 mil. Para a economista do Sebrae/PE, Sylvia Siqueira, o aumento de registros de CNPJs aponta para um ambiente mais favorável ao empreendedorismo por oportunidade, com maior potencial de inovação e diversificação produtiva. Desafios e mortalidade Apesar dos avanços, o estudo também alerta para os desafios do setor. Entre janeiro e agosto, 62,4 mil empresas encerraram as atividades no estado, resultando em uma taxa de mortalidade de 52%. As principais dificuldades estão ligadas a juros altos, inflação persistente, falta de crédito e problemas de gestão. “Esses fatores têm refletido na redução do tempo de vida e aumento da taxa de mortalidade empresarial, com efeitos em todos os portes e setores econômicos”, explica Sylvia Siqueira. Ainda assim, 81% dos empreendedores pernambucanos seguem ativos há mais de dois anos, superando a média nacional.

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Pernambuco renasce como polo estratégico da indústria farmacêutica

Reportagem da série Raio X da Indústria mostra como gigantes nacionais e empresas locais estão transformando o Estado em referência no setor farmacêutico. *Por Rafael Dantas A indústria farmacêutica cresceu 11,5% no Brasil no primeiro semestre de 2025, em comparação ao mesmo período do ano passado, segundo dados da consultoria IQVIA. Com o envelhecimento da população e os estímulos à produção nacional, as estimativas para o setor são de avanço contínuo, entre 8% e 12% até 2029. Pernambuco tem uma história no setor, com empresas locais com décadas de operação, mas também um novíssimo tecido industrial composto com investimentos de ordem bilionária. Tanto o setor público, como o privado estão ampliando suas instalações e seu portfólio de produtos. De acordo com dados da Sudene (Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste), elaborados pela Ceplan (Consultoria Econômica e Planejamento) foram investidos em Pernambuco R$ 3,4 milhões por indústrias nacionais como a Aché e a Blau, além de locais como o Lafepe, Vidfarma, entre outras como a Hemobrás que aportou R$ 1,9 bilhão no seu parque fabril em Goiana.“Temos um complexo econômico industrial da saúde instalado. Seja por meio de investimentos privados ou da recentemente inaugurada Hemobrás. Um projeto complexo, que teve a sua conclusão com uma fábrica estratégica para o Brasil, não só para Pernambuco”, destacou o economista Paulo Guimarães, da Ceplan. Paulo Guimarães ressalta que o setor no Estado já forma um complexo econômico industrial da saúde com investimentos privados e públicos, como a Hemobrás. “É uma fábrica estratégica para o Brasil, não só para Pernambuco”, destacou. Apesar dos novos investimentos estarem mais próximos ou na Região Metropolitana do Recife, o setor tem importantes players no interior do Estado. No Agreste, por exemplo, estão a Lapon (Limoeiro) e a Hebron (Caruaru). No Sertão, há o destaque para o Imec, instalado no município de Custódia. O presidente do Sinfacope (Sindicato das Indústrias de Produtos Farmacêuticos, Medicamentos, Cosméticos, Perfumaria), Renato Dutra, comemora o momento do mercado. “O setor está num período interessante de crescimento, embora haja forte concorrência e muitas mudanças estão acontecendo no mercado de uma forma como nunca antes”, afirmou o empresário, que também dirige a Lapon. Ele recorda que há aproximadamente 50 anos, Pernambuco já foi o segundo polo farmacêutico no Brasil. “Só da Região Metropolitana do Recife eram em torno de 50 indústrias farmacêuticas, a maioria de pequeno porte”. Em contraste com esse período do passado, dominado por empresas locais, o momento atual de aquecimento é muito forte com a vinda de investimentos nacionais. FÁRMACOS EM SUAPE O Complexo Industrial de Suape é conhecido por sua Refinaria e Petroquímica mas, também, pela fabricação de medicamentos. Nesta semana, por exemplo, o Aché Laboratórios Farmacêuticos anunciou a expansão de sua fábrica 4.0 em Suape, no Cabo de Santo Agostinho, com investimento de R$ 267 milhões. O valor investido se soma aos R$ 800 milhões já aplicados pela companhia Estado, totalizando R$ 1,067 bilhão. A nova etapa da indústria adiciona uma área de 13.565 m² dedicada à produção de medicamentos estéreis, elevando o potencial de produção para cerca de 40 milhões de unidades por ano. O novo setor tem a expectativa de gerar até 3 mil empregos diretos e indiretos, após essa expansão. A Blau Farmacêutica é outra gigante que vai instalar uma fábrica em Suape, com investimento estimado em R$ 1 bilhão. O empreendimento ocupará um terreno de 77 hectares e deverá gerar cerca de 1.400 empregos. A Blau já possui cinco unidades fabris no Brasil e presença em países como Chile e Colômbia. Na primeira fase, a fábrica de Suape produzirá apenas medicamentos acabados, voltados principalmente para hospitais, incluindo produtos biotecnológicos e sintéticos usados em áreas como oncologia, nefrologia e hematologia. Em uma segunda etapa, a empresa avalia também fabricar IFA (Ingrediente Farmacêutico Ativo) – matérias-primas utilizadas na produção dos medicamentos – atualmente produzido em São Paulo. EMPRESAS LOCAIS TAMBÉM ESTÃO EM CRESCIMENTO NO INTERIOR A Imec, sediada em Custódia, no Sertão de Pernambuco, é líder de mercado no Brasil na produção de ácido acetilsalicílico, com o seu carro-chefe, o Dormec. A empresa atua em todo o território nacional, contando com 24 representantes e mais de 400 clientes, incluindo grandes distribuidores e redes de farmácias. Além dos medicamentos, a corporação, que é familiar, também expandiu seus negócios para o segmento de suplementos alimentares, com produtos como vitaminas C e D. Atualmente, a companhia mantém um portfólio de 34 produtos entre as duas empresas do grupo, empregando cerca de 300 profissionais, a maioria oriunda da própria região. Apesar dos desafios logísticos e da escassez de mão de obra especializada no Sertão, a Imec conseguiu formar uma equipe qualificada para atender às rigorosas normas do setor regulado pela Anvisa. “Apesar das dificuldades, temos conseguido superar os desafios e manter a qualidade e segurança dos nossos produtos”, afirmou Djalma Bezerra, presidente da empresa, que foi fundada pelo seu pai, Gilson Castelo Branco Araújo. Sediada em Custódia, a Imec é líder no Brasil na produção de ácido acetilsalicílico, por meio da marca Dormec. Atua no mercado nacional e tem 300 empregados. Djalma Bezerra é o presidente da empresa, que foi fundada pelo seu pai, Gilson Castelo Branco Araújo Com perspectivas de crescimento moderado para os próximos anos, a Imec planeja fazer lançamentos anuais de três a quatro novos produtos consolidando sua presença no mercado nacional. Para Djalma Bezerra, a chegada de grandes indústrias ao Estado representa uma oportunidade para o setor se especializar e elevar os padrões de qualidade e competitividade de todas as empresas locais. Também no interior, a Lapon Indústria Farmacêutica, fundada em 1990 e instalada em Limoeiro, tem se destacado na produção de suplementos vitamínicos, produtos com cálcio e probióticos, além de atuar com terceirização para grandes redes e indústrias nacionais. Após crescer 22% no ano passado, a previsão é de avançar mais 30% no faturamento em 2025. A localização estratégica no Vale do Capibaribe permite o aproveitamento de um microclima favorável para cultivo de espécies medicinais, fortalecendo a base de produção local. A empresa atualmente conta com cerca de 170

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Pernambuco na rota da inovação e da tecnologia

Com startups em expansão, ecossistema fortalecido e soluções sustentáveis, o Estado se consolida como polo estratégico do Nordeste, mas ainda enfrenta desafios de escala e inserção no mercado nacional. *Por Rafael Dantas A inovação tornou-se palavra de ordem no planejamento estratégico das empresas, nos debates sobre gestão pública e, também, na busca por respostas aos novos desafios de um mundo cada vez mais tecnológico e marcado pelas mudanças climáticas. Impulsionados pelo Porto Digital, pelos investimentos privados e pelas universidades, os empreendimentos de base tecnológica pernambucanos – verdadeiras pontas de lança dessa engrenagem – vêm ganhando força em atividades produtivas de grande relevância para a economia local. O Estado lidera o número de startups no Nordeste, com 780 em operação, segundo pesquisa do Sebrae. Na semana passada, parte desse ecossistema marcou presença em um dos maiores eventos do setor no País, o Startup Summit, levando para Santa Catarina insights e soluções made in PE. O ecossistema local já movimenta cifras relevantes. Segundo pesquisa da Caravela a partir de dados da Neoway, o faturamento do setor de tecnologia – que tem 14.858 empresas no Estado – em 2024 foi de R$ 13,8 bilhões, 5,9% superior ao registrado em 2023. O movimento é crescente nos últimos anos. Em 2018, por exemplo, o faturamento total foi de R$ 9,2 bilhões.  Porém, quando a lupa se volta para a participação da economia pernambucana, o setor responde por 4,79% do PIB de Pernambuco. Além disso, o Estado ocupa a 10ª posição nacional no ranking de maior protagonismo do setor na economia estadual, que é liderado pelo Amazonas (14,9%), por São Paulo (10,5%) e por Santa Catarina (7,7%).  Quando analisada a parcela de contribuição de Pernambuco na produção nacional, o Estado responde por apenas 1,69% do faturamento do setor no Brasil. Uma participação ainda tímida, mesmo com todo crescimento do Porto Digital nos últimos anos. Pernambuco tem vantagens claras em serviços de tecnologia, saúde, mas também sobre o bioma da Caatinga e na economia azul. São segmentos com grande potencial de inovação e mercado". Evelyne Labanca POTENCIAIS LOCAIS Os estudos empreendidos pelo ecossistema de inovação do Sebrae no Estado revelam alguns diferenciais competitivos. Na pesquisa Startups Sebrae Report 2025, 14,75% dessas empresas são da tecnologia da informação. Na sequência já aparece o segmento de saúde e bem-estar, com 12,82% de representação.  “O Estado tem vantagens claras em serviços de tecnologia, saúde, mas também sobre o bioma da Caatinga e na economia azul (modelo econômico focado no uso sustentável dos recursos oceânicos e costeiros para promover o desenvolvimento). São segmentos com grande potencial de inovação e mercado”, destaca Evelyne Labanca, gerente de Negócios Inovadores do Sebrae-PE. Dois exemplos ajudam a ilustrar esse potencial: a Gumlife, que aposta no bioma da Caatinga ao desenvolver insumos sustentáveis para cosméticos a partir da resina do cajueiro, e a AICury, que inova na saúde com inteligência artificial para monitorar pacientes no pós-operatório. Ambas foram destaques no Startup Summit e mostram como ciência e empreendedorismo podem se transformar em impacto econômico e social. Com um olhar na Caatinga, tanto na pesquisa quanto no mercado, a Gumlife nasceu dentro da UFPE (Universidade Federal de Pernambuco). Ela apresentou ao País soluções inovadoras a partir da resina do cajueiro, que é adquirida diretamente de agricultores familiares, criando uma nova fonte de renda no campo.  Incubada no Parque.TeC UFPE, a empresa surgiu em 2020 a partir de pesquisas acadêmicas de estudantes de farmácia, biomedicina e medicina, consolidando-se como empresa em 2022. O objetivo é claro: transformar ciência em impacto real. “A gente sentia a necessidade de trazer algo para o mercado. A sociedade cobra muito: ‘o que é que vocês trazem de volta para a gente?’”, destaca a CEO Joandra Leite. O principal produto desenvolvido pela Gumlife é uma goma purificada, obtida da resina extraída do cajueiro, que  pode ser aplicada nas indústrias cosméticas, alimentícias e farmacêuticas. O insumo natural traz propriedades hidratantes, anti-inflamatórias e estimulantes da síntese de colágeno para o rejuvenescimento facial. Além dele, a empresa desenvolve um suplemento prebiótico voltado para a saúde intestinal. Segundo Joandra, a proposta é entregar soluções veganas e sustentáveis, reforçando a inovação nordestina. “Além de ser natural, nosso cosmético é vegano e traz propriedades de rejuvenescimento e saúde para a pele”, explica. O modelo de negócio da Gumlife combina a venda de insumos para outras empresas (B2B) e o desenvolvimento de produtos próprios. A startup mostra em feiras os cosméticos, enquanto aguarda o registro da Anvisa para lançar sua primeira linha de dermocosméticos ao consumidor, prevista para dezembro de 2025. Já o suplemento prebiótico deve chegar ao mercado ao longo de 2026. Várias inovações ancoradas no semiárido estão despontando nos eventos de mercado e científicos. Essas novas tecnologias partem de centros de pesquisa acadêmicos, como também de instituições estatais como Embrapa e IPA (Instituto Agronômico de Pernambuco), além de empresas que já descobriram os potenciais da Caatinga.   INOVAÇÃO QUE RIMA COM SAÚDE, IA E WHATSAPP No campo da saúde, o Recife desponta como o segundo polo médico no País. É nesse contexto que nasceu a AICury, startup recifense incubada também no Parque.Tec da UFPE. Ela desenvolveu uma tecnologia pioneira que utiliza inteligência artificial para acompanhar pacientes no período pós-operatório, diretamente pelo WhatsApp.  Criada há dois anos, a solução garante assistência remota por até 30 dias após a alta hospitalar, permitindo que complicações sejam detectadas mais cedo e os pacientes retornem ao hospital com menor risco. “Conseguimos identificar com 99% de acurácia uma infecção pós-cirúrgica mais cedo, o que melhora a qualidade de vida do paciente e reduz custos para os hospitais”, explica José Willian Nascimento, diretor de produtos da AICury. Conseguimos identificar com 99% de acurácia uma infecção pós- cirúrgica mais cedo. O objetivo é garantir qualidade de vida ao paciente e gerar economia de recursos, especialmente para o setor público. José William do Nascimento Batizada de Lucy, a IA conversa com pacientes de diferentes faixas etárias e níveis de escolaridade, analisando padrões de resposta para identificar sinais de alerta. Caso seja detectado risco de complicação, o sistema aciona

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Mercado imobiliário do Recife e RMR cresce com força no 2° trimestre de 2025

Pesquisa da Ademi-PE revela expansão do Minha Casa Minha Vida, boom no setor de luxo e valorização dos preços na capital pernambucana Uma pesquisa realizada pela Brain Inteligência Estratégica, encomendada pela Associação das Empresas do Mercado Imobiliário de Pernambuco (Ademi-PE), apontou crescimento robusto no mercado imobiliário do Recife e Região Metropolitana no segundo trimestre de 2025. O estudo mostra uma polarização entre o programa Minha Casa Minha Vida (MCMV) e o segmento de luxo, com baixa de produtos de médio padrão e compactos, além de uma expansão geográfica para novas áreas da cidade. O MCMV registrou alta de 40% e passou a representar 51,7% do mercado, consolidando-se como motor de vendas em volume. Já o setor de luxo apresentou salto expressivo de 647%, aumentando sua participação de 2,3% para 17,2% do total. Em contrapartida, imóveis de médio padrão caíram de 46,5% para 24,1%, enquanto os compactos recuaram de 14% para 6,9%. Para o presidente da Ademi-PE, Rafael Simões, “de um lado há o crescimento pujante do mercado de luxo, mostrando o potencial de um público que busca diferenciais e alto padrão. De outro, está a força do programa Minha Casa, Minha Vida, que se consolidou como o principal motor de vendas, garantindo o acesso à moradia para a grande maioria da população". Os números reforçam a solidez do setor. Nos últimos 12 meses, foram vendidas 10.736 unidades contra 9.125 lançamentos, com VGV vendido de R$ 4,7 bilhões e VGV lançado de R$ 4,9 bilhões, indicando equilíbrio e ausência de excesso de estoque. O preço médio do metro quadrado em Recife atingiu R$ 17.079, uma valorização de 10,3% no período, enquanto apartamentos na beira-mar de Boa Viagem e Pina chegaram a R$ 18.427 por metro quadrado. A pesquisa também mostra uma mudança no mapa de lançamentos, com Imbiribeira (28,1%) e Vasco da Gama (23,3%) concentrando mais da metade das novas unidades, ultrapassando bairros tradicionais como Boa Viagem (1,9%) e Aflitos (3,6%). A oferta de imóveis subiu 12,7% entre 2021 e 2025, sendo 89% do estoque “jovem” — lançado entre 2023 e 2025 — e formado majoritariamente por apartamentos de dois e três dormitórios. “O levantamento aponta para um movimento de expansão geográfica, com o mercado buscando novas fronteiras além dos eixos tradicionais, levando o desenvolvimento imobiliário para bairros antes não desejados. Esses dados são fundamentais para que possamos traçar o futuro do setor em Pernambuco, com planejamento e inteligência", destaca Rafael Simões. Ademi-PE promove debate sobre reforma tributária e seus efeitos no setor imobiliário A Associação das Empresas do Mercado Imobiliário de Pernambuco (Ademi-PE) realiza, na próxima terça-feira (9), um almoço com associados para discutir os impactos da reforma tributária em modelos de negócios estratégicos do setor, como as permutas e as Sociedades em Conta de Participação (SCPs). O encontro, que acontece na sede da entidade, no Espinheiro, contará com palestras dos advogados Francisco Severien e Luana Freitas, abordando tanto os efeitos das mudanças fiscais quanto soluções práticas para adaptação das empresas ao novo sistema. Novo Atacarejo celebra 6 anos com prêmios milionários Na semana de seu aniversário de seis anos, o Novo Atacarejo movimenta clientes em Pernambuco e Paraíba com uma campanha que distribui R$600 mil em prêmios. Até domingo (07), a rede sorteará uma casa avaliada em R$300 mil, além de caminhões de brindes e centenas de prêmios instantâneos. Presente em 28 cidades e com 37 lojas em operação, a empresa reforça sua estratégia de crescimento no Nordeste, onde já figura entre os 20 maiores grupos do setor no país. Limpe seu nome no Centro do Recife neste sábado A CDL Recife estará na Praça Dom Vital, no bairro de São José, neste sábado (06), oferecendo consultas gratuitas ao SPC Brasil e orientações financeiras para consumidores com o nome negativado. A ação integra a programação do evento “Viva o Centro Recife”, promovido pela Prefeitura, que acontece das 9h às 15h com serviços gratuitos, feira criativa e atrações culturais para movimentar a região central da cidade. Suape busca novas parcerias no agronegócio durante a Ficomex 2025 O Porto de Suape participa, pela segunda vez, da Ficomex 2025, feira internacional de comércio exterior realizada até 6 de setembro em Goiânia (GO). Com estande próprio e presença da Sua Granéis, o complexo pernambucano visa apresentar seu potencial como alternativa para o escoamento da produção agrícola, especialmente grãos do Centro-Oeste. Durante o evento, o diretor-presidente Armando Monteiro Bisneto recebeu a Comenda Ficomex e destacou a importância de ampliar parcerias estratégicas, fortalecer a integração regional e buscar soluções logísticas que agreguem valor à cadeia do agronegócio. Amarante adere ao Pacto Brasil pela Integridade Empresarial A Amarante, administradora dos resorts Salinas Maragogi, Salinas Maceió e Japaratinga Lounge Resort, passou a integrar o Pacto Brasil pela Integridade Empresarial, iniciativa da Controladoria-Geral da União (CGU) que reúne empresas comprometidas com a ética, a governança e a transparência nos negócios. A adesão reforça a cultura de Compliance da companhia e fortalece sua credibilidade no mercado, alinhando práticas de gestão, sustentabilidade e relacionamento com clientes, colaboradores, fornecedores e parceiros.

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Entre o esgotamento do modelo e as novas oportunidades globais para a economia de Pernambuco

Economistas apontam que Estado precisa repensar sua estratégia de desenvolvimento diante do fim dos incentivos fiscais, da precariedade da infraestrutura e das transformações climática, tecnológicas e geopolíticas *Por Rafael Dantas O mundo está em uma rápida transição movido pelas mudanças climáticas e pela crise do multilateralismo. O Brasil faz um esforço para se industrializar – se conectar à economia sustentável e de baixo carbono – e o Estado precisa de um novo projeto de desenvolvimento para se inserir nessas mudanças. Esse foi o recado dos economistas da Ceplan (Consultoria Econômica e Planejamento), Tânia Bacelar e Paulo Guimarães, no evento Pernambuco em Perspectiva – Estratégia de Longo Prazo, projeto promovido pela Revista Algomais e da Rede Gestão. Entre os aspectos críticos a serem superados estão a infraestrutura precária e a perspectiva de médio prazo do fim dos incentivos fiscais para atração de novos empreendimentos. Duas ameaças que podem se tornar oportunidades para os atores locais. “As escolhas estratégicas que fizemos olharam muito mais para o Século 20; precisamos agora pensar o Século 21 com os pés no chão”, alertou Tânia Bacelar, sugerindo uma análise da herança da qual o Estado parte em 2025 para projetar o novo caminho para as próximas décadas. Francisco Cunha, sócio da TGI, analisa que o ciclo de desenvolvimento traçado na década de 1950 pelo padre Joseph Lebret se esgotou e que é necessário repensar o novo horizonte estratégico para o Estado. Após tantos empreendimentos terem se consolidado, como o Porto de Suape e a Refinaria Abreu e Lima, praticamente o único projeto estratégico que não vingou foi a Transnordestina, destacou o consultor. “O redesenho do modelo exige a articulação da sociedade, do governo e da academia. O desafio não é apenas superar a crise, mas construir um novo paradigma de desenvolvimento para as próximas décadas”, sentenciou Francisco Cunha. GRANDES TRANSFORMAÇÕES GLOBAIS A economista Tânia Bacelar destacou que o Brasil e Pernambuco precisam se adaptar a quatro grandes transformações globais que já moldam o presente e definirão o futuro: um novo padrão de relação com a natureza, diante da crise climática; a mudança nos padrões técnicos, marcada pelo avanço da era digital, da biotecnologia e da genética; a reconfiguração geopolítica, com a transição de um mundo unipolar para um cenário multipolar; e a mudança demográfica, expressa no envelhecimento da população e na queda da fecundidade. Diante desse cenário internacional, a economista ressalta que o Brasil enfrenta desafios centrais, como adequar seus padrões de produção e consumo a modelos de menor impacto ambiental, construir estratégias eficazes de interação entre múltiplos atores globais e adaptar negócios e políticas públicas às mudanças demográficas em curso. Além disso, o País precisa superar entraves estruturais como a elevada concentração de renda, a baixa produtividade, a polarização política e a dependência excessiva do crédito. Ao mesmo tempo, ela ressalta que as transformações abrem oportunidades para o Brasil se reposicionar no cenário mundial, aproveitando sua biodiversidade, sua matriz energética relativamente limpa, seu potencial agrícola e a força de seu mercado interno para construir um desenvolvimento mais sustentável e inclusivo. Todas as lições e desafios que servem também para repensar o futuro de Pernambuco. “O Brasil é parte da solução da crise climática mundial; não podemos esquecer que somos o único país com o bioma Caatinga”, ressaltou Tânia Bacelar. Acerca do avanço dos empreendimentos em energias renováveis, que é uma das grandes transformações globais, Paulo Guimarães destacou que já existem investimentos fortes no Nordeste, que é o grande player do Brasil neste novo momento energético. “O Nordeste já instalou mais de três usinas de Itaipu em energia renovável e Pernambuco está nesse contexto.” CRITICIDADE DA INFRAESTRUTURA E OPORTUNIDADES Ao mesmo tempo que há todo esse potencial energético e da bioeconomia, o desenvolvimento de ambos demanda infraestruturas de distribuição – como as linhas de transmissão – e de logística, a exemplo de estradas e ferrovias. Dois fatores que se inscrevem como crônicos para o Estado. “Infraestrutura em Pernambuco é o nosso calcanhar de Aquiles. Fizemos um porto, mas a infraestrutura econômica de Pernambuco é muito ruim”, lamenta Paulo Guimarães. Além das conexões com o Sertão e o Agreste – que ainda não receberam a duplicação da BR-232 após São Caetano – e do déficit secular de ferrovias, mesmo os deslocamentos dentro da RMR (Região Metropolitana do Recife) e para o Litoral são críticos. Na palestra, Tânia Bacelar exemplificou a dificuldade de levar os turistas para Porto de Galinhas, que é um dos principais balneários do País. A ausência de infraestrutura hídrica limita o crescimento do polo de confecções no Agreste, a falta da ferrovia compromete o desenvolvimento do polo gesseiro no Araripe, reduz a competitividade do potente polo avícola e encarece toda a logística do Polo Automotivo de Goiana. São apenas alguns exemplos de como esse entrave, que está conectado às demandas do século passado, limita a conexão do Estado com as oportunidades do futuro. Ao mesmo tempo que se trata de um desafio, a possibilidade de atração de investimentos nas estradas, nas linhas de transmissão, na ferrovia e nas grandes obras hídricas são simultaneamente oportunidades. Esses empreendimentos além de serem estruturadores, ampliando a competitividade nos territórios beneficiados, geram empregos no curto prazo nas regiões com economia menos dinâmica do Estado. A atração desses investimentos seria fundamental para haver uma reversão no cenário do mercado de trabalho local. Pernambuco continua liderando o ranking nacional de desemprego, com taxa de 10,8% em 2024, quase o dobro da média brasileira, segundo dados do IBGE. Apesar disso, o Estado vem apresentando uma trajetória de queda: em 2023, o índice era de 13,4% e, em 2022, chegava a 15,9%. Ainda assim, a situação permanece distante de realidades como a de Santa Catarina, que registra apenas 2,2% de desocupação. “Pernambuco tem 5% da população e 2,5% do PIB. Então, está faltando PIB para botar a população [para trabalhar] também. Um dos grandes problemas de Pernambuco é a dinâmica do mercado de trabalho”, afirmou Tânia Bacelar. Além da redução de oportunidades, há uma concentração de empregos e do PIB no Litoral

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Sandro Prado

"Seguimos no ranking como o estado com o maior número de desemprego"

​​As causas que colocam o Estado com o maior percentual de desempregados no País são analisadas pelo economista Sandro Prado, da Fcap/UPE, que também aponta as possíveis soluções. Ele defende a qualificação da mão de obra e faz um alerta sobre os impactos da uberização no mercado de trabalho e a tendência de aumento de desocupados entre a população 50+.  Brasil, segundo o IBGE, atingiu no segundo trimestre deste ano, a menor taxa de desocupação desde o início da série histórica da PNAD Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua), em 2012. O índice ficou em 5,8% e Pernambuco acompanhou a queda ao registrar o percentual de 10,4% contra a taxa de 11,6% aferida no primeiro trimestre de 2025. Apesar da boa notícia da recuperação, o Estado, porém, amarga a incômoda posição de ter o maior nível de desemprego em todo o País. Cláudia Santos conversou com o economista Sandro Prado, professor da Faculdade de Ciências da Administração de Pernambuco (UPE) para analisar os motivos que levam o Estado a figurar no indesejável topo desse ranking. Ele também apontou as políticas públicas necessárias para elevar o número de vagas no mercado de trabalho, em especial para os jovens – grupo mais afetado pelo desemprego – e também para população 50+. São pessoas que esperavam se aposentar, mas, surpreendidas pela Reforma da Previdência, terão de atuar por mais 10 anos num mercado de trabalho que as rejeitam devido ao etarismo. Resultado: recorrem ao Bolsa Família, sem perspectiva de sair do benefício.  Prado também analisou o impacto da uberização, que seduz homens jovens com a ilusão de um trabalho sem patrão, mas também sem sustentabilidade no longo prazo. Em consequência, muitas vagas destinadas à população masculina começam a ser preenchidas por mulheres.  “O deslocamento delas para atividades ocupadas culturalmente por homens pode ser um caminho sem volta”, estima o economista.  Embora tenha apresentado quedas ao longo dos meses, a taxa de desemprego em Pernambuco, segundo o IBGE, foi de 10,4% no segundo trimestre de 2025. É a maior do Brasil e a única com dois dígitos. O que vem ocasionando esse desempenho? O fato de Pernambuco liderar o ranking – sempre disputando com a Bahia – do maior índice de desemprego do Brasil, foi muito trabalhado por alguns candidatos oposicionistas ao Governo de Pernambuco. Com a entrada desse novo governo, houve esforços, como a criação de uma secretaria específica para empreendedorismo e empregabilidade. Já no âmbito nacional, considerando o recorte do Governo Lula, o desemprego, no Brasil, cai drasticamente, temos a menor taxa dos últimos tempos (5,8%) e isso fez com que o desemprego diminuísse também em Pernambuco.  Porém, nosso crescimento na diferença entre empregos de novos contratados e de pessoas demitidas não foi suficiente para Pernambuco sair dessa incômoda posição. O Governo do Estado, como todos os governos, tem trabalhado na redução, fez a lição de casa e evoluiu na criação de emprego, devido ao crescimento econômico do Brasil. Mas, além de sustentarmos o último lugar na taxa de emprego, estamos mais distantes da Bahia, que é o segundo colocado negativo, depois vem o Distrito Federal.  Por meio do nosso polo industrial, com Suape, Hemobrás, Stellantis, criamos e conseguimos atrair muitas vagas de empregos na indústria que pagam melhor. Mas hoje as plantas são muito enxutas, têm baixa empregabilidade e não temos ainda o número suficiente de fábricas. O agribusiness, uma agricultura com muita tecnologia, também cresceu muito com a irrigação do São Francisco, gerando uma boa empregabilidade a partir da produção de uva e manga que, embora elevada, é também sazonal. Mas o padrão típico aqui é viver muito de serviços por causa do turismo, das praias e das grandes festas, como São João e Carnaval. A maioria da população vive dessas vagas de emprego que são voláteis e pagam menos.  O setor não possibilita a criação de vagas sustentadas com média salarial mais elevada a ponto de termos um desempenho melhor do que o restante da Federação.  Portanto, por mais que tenham existido esforços do Governo do Estado e da Prefeitura do Recife, que é o município que cria o maior número de oportunidades com muitos postos de trabalho, ainda não há uma interiorização dessa empregabilidade. Essa interiorização poderia ter ocorrido se a Transnordestina tivesse evoluído, por exemplo. Porém, nosso Estado ainda é muito dependente da criação polarizada de postos de trabalho na Região Metropolitana do Recife e, infelizmente, seguimos no ranking como o estado com o maior número de desemprego.  Isso é horrível, porque não somos o estado mais pobre, nem com menor infraestrutura, pelo contrário, somos uma grande potência no Nordeste, mas não conseguimos fazer o básico que é dar emprego às pessoas. Esse ranking mostra que estamos muito mal em termos de emprego. Evoluímos, crescemos, mas cabe ao Governo do Estado e aos municípios a criação de postos de trabalho para que Pernambuco evolua e saia dessa horripilante posição. Um dos principais problemas seria a ausência de descentralização de oportunidades de emprego? Sim. Claro que há outros fatores. O comércio varejista sentiu muita dificuldade por causa do e-commerce, dos grandes marketplaces. Há também reconfigurações diante do avanço tecnológico, pois o emprego tem mudado de cara. Profissionais como porteiros de edifícios, por exemplo, são substituídos por portarias eletrônicas. Contudo, ao mesmo tempo, criam-se outras oportunidades, no serviço, como é o caso do turismo. Então, tem-se o desempenho estrutural do desemprego, que não é só em Pernambuco. Se outros estados brasileiros estão com números de desemprego muito menos incômodos do que os nossos, há sinalização de que realmente o poder público tem que fazer mais, o papel do estado é fomentar emprego e o empreendedorismo, é fomentar situação de renda para a população.  A partir do momento que se consegue isso, melhora-se, inclusive, a tributação, a receita, menos pessoas passam a depender de programas assistencialistas. Percebe-se que há um esforço, tivemos uma evolução, por exemplo, no número de creches, condição essencial para que as mulheres possam trabalhar fora.  Mas ainda é necessário haver preparação da mão

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industria2016

Governo lança Plano Brasil Soberano para enfrentar sobretaxas dos EUA

Medida provisória prevê R$ 30 bilhões em crédito, incentivos fiscais e proteção ao emprego para empresas exportadoras brasileiras O governo federal publicou nesta quarta-feira (13), em edição extra do Diário Oficial da União, a Medida Provisória que institui o Plano Brasil Soberano. A iniciativa reúne ações emergenciais para apoiar empresas, exportadores e trabalhadores prejudicados pelas sobretaxas impostas pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros. Estruturado em três eixos — fortalecimento do setor produtivo, proteção ao trabalhador e diplomacia comercial — o plano busca reduzir o impacto imediato do chamado “tarifaço” e fortalecer a competitividade do país no longo prazo. Entre as medidas anunciadas está a liberação de R$ 30 bilhões do Fundo Garantidor de Exportações para oferecer crédito com taxas acessíveis e ampliar o financiamento às exportações. Pequenas e médias empresas terão acesso facilitado por meio de fundos garantidores, com aportes adicionais que somam R$ 4,5 bilhões distribuídos entre FGCE, FGI e FGO. O governo também criou incentivos fiscais por meio do Novo Reintegra, elevando em até três pontos percentuais a restituição de tributos para empresas afetadas, o que representa impacto estimado de R$ 5 bilhões até dezembro de 2026. No campo tributário, a MP suspende temporariamente o pagamento de impostos para exportadores e autoriza a Receita Federal a adiar por dois meses a cobrança para as empresas mais atingidas. O plano também amplia o regime de drawback, prorrogando prazos para exportação de produtos com insumos beneficiados, sem cobrança de multas ou juros, e flexibiliza compras públicas de alimentos para merenda escolar e hospitais, priorizando produtores e agroindústrias prejudicados pelas tarifas. Para preservar empregos, foi criada a Câmara Nacional de Acompanhamento do Emprego, que atuará no monitoramento, mediação de conflitos e fiscalização de acordos trabalhistas. No âmbito internacional, o governo pretende diversificar mercados e acelerar negociações com blocos e países como União Europeia, EFTA, Emirados Árabes, Canadá, Índia e Vietnã. “Com o Plano Brasil Soberano, o governo federal não está apenas reagindo a uma ameaça imediata: está reconstruindo e fortalecendo o sistema nacional de financiamento e seguro à exportação, para que o país seja mais competitivo e menos vulnerável a esse tipo de medida no futuro”, afirmou o Planalto.

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