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Governo federal libera R$ 20,6 bilhões do Orçamento de 2025

Recursos antes bloqueados ajudarão a recompor áreas estratégicas e reduzir o déficit primário Com a manutenção parcial do decreto que eleva o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), o governo federal anunciou a liberação de R$ 20,6 bilhões do Orçamento de 2025. A medida, detalhada no Relatório Bimestral de Avaliação de Receitas e Despesas, representa um alívio sobre os R$ 31,3 bilhões que estavam congelados desde maio. Com isso, o volume de verbas contingenciadas caiu para R$ 10,6 bilhões — valor que, apesar da liberação, voltou a subir levemente após o bloqueio de R$ 100 milhões em despesas discricionárias para cumprir o novo arcabouço fiscal. A decisão foi amparada por uma revisão positiva nas estimativas de arrecadação federal. As receitas líquidas cresceram R$ 27,1 bilhões, enquanto as despesas aumentaram R$ 5 bilhões. Essa combinação reduziu a projeção de déficit primário de R$ 97 bilhões para R$ 74,1 bilhões — e, considerando apenas os gastos dentro do arcabouço fiscal, o rombo estimado caiu de R$ 51,7 bilhões para R$ 26,3 bilhões. O resultado primário, vale lembrar, é calculado antes do pagamento dos juros da dívida pública. Grande parte da elevação das receitas veio da expectativa de aumento nos royalties do petróleo, impulsionada por um projeto de lei que autoriza R$ 15 bilhões em novos leilões no pré-sal. Além disso, a Receita Federal revisou para cima as projeções de arrecadação com Imposto de Renda — com destaque para os ganhos com offshores, fundos exclusivos e a alta dos juros, que ampliou a retenção na fonte. O crescimento do emprego formal também ajudou, com acréscimo de R$ 1,8 bilhão em contribuições à Previdência Social. Em relação ao decreto do IOF, a estimativa de arrecadação foi reduzida de R$ 11,55 bilhões para R$ 8,6 bilhões, após suspensão parcial pelo Congresso e reavaliações do impacto efetivo da medida. Ainda assim, o ganho total de arrecadação permitiu ao governo evitar um congelamento mais severo — que, sem o ajuste, poderia ter alcançado R$ 51,8 bilhões, comprometendo o funcionamento de áreas essenciais da administração pública. A liberação dos recursos será detalhada no próximo dia 30, quando o governo publicará um novo decreto com os limites de empenho por órgão e ministério. A medida sinaliza um alívio para a execução orçamentária no segundo semestre, preservando áreas prioritárias como educação e saúde e permitindo maior previsibilidade na gestão fiscal.

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Governo regulamenta BR do Mar e aposta na cabotagem para reduzir custos logísticos

Decreto assinado por Lula fortalece indústria naval, incentiva transporte marítimo entre portos e estimula uso de embarcações sustentáveis O presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou o decreto que regulamenta o programa BR do Mar, voltado à ampliação da cabotagem no Brasil. A medida visa estimular o transporte marítimo de cargas entre portos nacionais, com expectativa de redução de até 60% nos custos logísticos, geração de empregos e fortalecimento da indústria naval. Hoje, a cabotagem representa 11% do volume transportado por navios no país, mas o governo aposta em seu crescimento nos próximos anos. A regulamentação, elaborada pelo Ministério de Portos e Aeroportos, define critérios que facilitam o afretamento de embarcações estrangeiras — com incentivos maiores para navios sustentáveis — e promove o uso de estaleiros brasileiros para manutenção de frotas. A estratégia busca reduzir o frete em até 15%, segundo estimativas da Infra SA, o que pode representar uma economia anual de R$ 19 bilhões. Além disso, a navegação marítima reduz em 80% a emissão de gases de efeito estufa quando comparada ao transporte rodoviário. Para o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, o programa traz impactos positivos para a economia nacional. “O programa tem o papel de reduzir os custos logísticos no país de 20% a 60%, potencializando, ainda mais, o setor portuário brasileiro”, afirmou. Ele ressaltou que o BR do Mar contribui para a agenda de descarbonização ao favorecer o transporte marítimo de contêineres entre portos como Suape (PE) e Santos (SP). A medida também foi celebrada por lideranças do setor produtivo e sindical. “Essa regulamentação irá fortalecer e tornar o programa BR do Mar mais equilibrado e mais justo para os trabalhadores e representa um passo muito importante”, avaliou Carlos Augusto Muller, da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transporte Aquaviário. Já Ariovaldo Rocha, presidente do Sinaval, destacou que os incentivos “assegurarão a competitividade da indústria naval brasileira” frente ao mercado internacional.

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A Economia do Artesanato: artesãos transformam inspiração em negócios sustentáveis

Impulsionados pela Fenearte e, em muitos casos, com apoio de entidades e políticas públicas, os pequenos empreendedores do setor consegue gerar e promover o desenvolvimento de suas comunidades *Por Rafael Dantas O barro se transforma em cerâmica, os fios de lã viram tapetes e a madeira ganha formas nas mãos dos artesãos. Essas e tantas outras tipologias, como a pedra e até mesmo a sucata, representam a união de inspiração, talento e saberes que há tempos moldam a identidade cultural de Pernambuco. Esse legado, somado ao empreendedorismo e à profissionalização, também impulsiona negócios e desenvolvimento. A combinação tem levado pequenos artesãos, associações e pequenas empresas a ultrapassarem fronteiras, exportando suas criações da Região Metropolitana e do interior para o Brasil e o mundo. A Fenearte, que reúne centenas de artesãos pernambucanos, dos mais diversos municípios, é a principal passarela de todo esse trabalho que coloca lado a lado mestres consagrados e novas gerações de artistas e empreendedores. Apesar da importância da feira, que movimentou R$ 108 milhões no ano passado, a vitalidade desse segmento vai muito além dos 12 dias do evento. Gera emprego, renda e muita cultura ao longo dos 12 meses do ano.  “As pessoas cada vez mais veem o artesanato como trabalho e fonte de renda principal, não secundária. As pessoas valorizam, reconhecem o valor agregado dessa atividade. Além disso, o artesanato pernambucano está bem-posicionado no Brasil e no exterior, o que atesta a nossa biodiversidade, cultura e identidade”, afirmou Camila Bandeira, diretora de Promoção da Economia Criativa da Adepe (Agência de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco). "As pessoas cada vez mais veem o artesanato como trabalho e fonte de renda principal, não secundária, e reconhecem o valor agregado dessa atividade. O artesanato pernambucano está bemposicionado no Brasil e no exterior, o que atesta a nossa biodiversidade, cultura e identidade." Camila Bandeira Pernambuco tem 16.339 artesãos ativos pelo Sicab (Sistema de Informações Cadastrais do Artesanato Brasileiro), deste mês. Como a atividade é muito informal e em muitas comunidades uma pessoa é cadastrada para fazer a comercialização de um produto construído coletivamente, o número de profissionais que vive da atividade é muito maior.  A  pesquisa Diagnóstico do Artesanato Brasileiro e Planejamento Estratégico, coordenada pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), com dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) de 2021, apontou que 18% do total de pessoas ocupadas no País em atividades artístico-culturais, são do artesanato. Entre 2012 e 2021, houve um crescimento de 26% do número de profissionais no setor.  Marcos de Sertânia tornou sua arte conhecida e a cidade se firmou como celeiro de talentos. Trabalham com o mestre de 15 e 20 pessoas e outros seis coletivos surgiram na região. Ele montou um local para ateliê e exposição, que vai ganhar um café, e espera torná-lo um ponto turístico. Um dos nomes que simboliza bem a transformação do fazer manual em atividade econômica é Marcos de Sertânia. A mais de 300 quilômetros do Recife, o município sertanejo se firmou como um celeiro de talentos. Só no ateliê do mestre, entre 15 e 20 pessoas estão envolvidas na produção. Marcos destaca ainda que outros seis coletivos surgiram na região, consolidando o nome da cidade no cenário da cultura popular pernambucana. “A gente fortaleceu isso no interior. Pegamos dinheiro de fora para injetar na economia da nossa cidade. O maior empreendedorismo para a gente foi esse”, celebra o mestre. Marcos, inclusive, construiu um novo espaço para ateliê e exposição, que ainda vai ganhar um café. A expectativa é que se consolide como um atrativo turístico de Sertânia. Há 38 anos na atividade, Marcos construiu seu talento com o aprendizado vindo de feira em feira. Suas esculturas de animais de membros longos conquistaram espaço em galerias, coleções particulares e eventos culturais. O cachorro – peça mais vendida do ateliê – lembra, por coincidência, a personagem Baleia, da obra Vidas Secas, de Graciliano Ramos. Curiosamente, Marcos só conheceu a história depois de já representar, por instinto e inspiração no Sertão, a figura que se tornaria a marca do seu trabalho. COMUNIDADES DO ARTESANATO Por trás dos mestres, não é incomum existirem verdadeiras comunidades de artesãos. Inclusive, diferentes gerações vivendo do artesanato. Esse é o caso do Sítio Rodrigues, que fica em Belo Jardim. “Lá é um berço de artistas. É uma comunidade com mais ou menos 200 habitantes, mas tem três mestras: Cida Lima, Neguinha e Nanai e a minha mãe, que infelizmente faleceu. Fora elas, tem uma grande parte da população que também trabalha com barro”, conta Carol, que veio para a Fenearte ao lado da irmã Pepinha, trazer o DNA de Luiza do Tatus, que morreu em 2023.  Carol brinca com o barro desde criança. Na adolescência passou a fazer suas próprias peças em forma de onças. Com a despedida da matriarca, ela reproduz as peças de Luiza dos Tatus, mas também tem obras de sua inspiração à venda. A irmã é mais recente na atividade, tendo a experiência de contribuir no acabamento das peças, e fez a sua primeira participação na Fenearte neste ano.  O Sítio Rodrigues, em Belo Jardim, é um berço de artistas. Entre as mestras mais conhecidas está Luiza dos Tatus, falecida em 2023, mas cujo talento foi passado para suas filhas Carol (esquerda), e Pepinha (direita), ao centro o pai delas, João José de Cazuza. Com foco na produção do ateliê, sobra pouco tempo para se capacitar como empreendedora. Mas Carol afirma que algumas formações foram oferecidas no município. Apesar dos obstáculos, como a baixa remuneração e a dificuldade para escoar a produção, a família resistiu. Com a Fenearte um novo horizonte começou a se desenhar. “A partir da Fenearte passou a abrir as janelas para nosso trabalho. As pessoas começaram a valorizar mais e as peças passaram a ter um valor diferenciado”. Entre fios e inspirações, uma cidade pernambucana que gira em torno da tapeçaria é Lagoa do Carro. Quem passeia pelas inúmeras ruas da Fenearte vai encontrar sete estantes com as mestras. Isabel Gonçalves, há 44 anos na atividade

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Nordeste pode perder R$ 16 bilhões com tarifa dos EUA sobre exportações brasileiras

Ceará, Bahia e Maranhão são os estados mais atingidos por nova taxação, que compromete cadeias produtivas e empregos na Região A decisão do governo dos Estados Unidos de impor uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros pode gerar perdas bilionárias para o Nordeste. De acordo com levantamento da Sudene, as exportações da Região para o mercado norte-americano somaram cerca de R$ 15,6 bilhões em 2024, com destaque para os estados do Ceará, Bahia, Maranhão e Pernambuco. Apenas no primeiro semestre deste ano, a pauta exportadora nordestina aos EUA já atingiu US$ 1,58 bilhão, o equivalente a R$ 8,7 bilhões, sendo o Ceará o principal exportador, seguido por Bahia e Maranhão, que juntos responderam por 84,2% do total enviado. O superintendente da Sudene, Danilo Cabral, avalia que a medida prejudica ambos os lados. “Ao mesmo tempo em que um país exporta, também é importador. O mercado nordestino importou quase US$ 6 bilhões, ou seja, R$ 33,5 bilhões, em 2024 em produtos norte-americanos. Aplicando a regra da reciprocidade, os norte-americanos têm bem mais a perder do que a ganhar com a medida de seu presidente”, afirmou. O coordenador de Estudos da Sudene, José Farias, alerta que a sobretaxa levará os compradores dos Estados Unidos a buscar outros fornecedores, provocando impactos profundos na economia regional. “Será uma perda significativa para a economia regional, caso este mercado seja fechado, uma consequência natural diante do aumento expressivo nos preços de mercadorias, conforme a lei da oferta e da procura mostra”, explicou. Ele também destacou que os prejuízos não se restringem ao PIB e ao emprego: “consequências indiretas bem mais pesadas sobre a cadeia produtiva regional” devem afetar principalmente os pequenos produtores e a indústria. Entre os produtos mais exportados para os EUA estão aço, frutas, pescados e calçados no Ceará; cacau, óleos, pneus e frutas na Bahia; e pastas químicas e minérios no Maranhão. Farias ressalta a variedade da pauta exportadora, incluindo “produtos com valor agregado médio, que podem perder competitividade com taxação adicional”. O cacau baiano, por exemplo, movimentou US$ 46 milhões, enquanto os pneumáticos alcançaram US$ 42 milhões. O risco iminente é o enfraquecimento de cadeias produtivas essenciais para o desenvolvimento regional.

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Tarifa de 50% dos EUA abala exportações brasileiras e acende alerta em setores estratégicos

Indústria, agronegócio e comércio exterior preveem prejuízos com o tarifaço imposto por Trump; entidades pedem diálogo e ação diplomática (Com informações da Agência Brasil) A decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de aplicar uma tarifa de 50% sobre todos os produtos brasileiros exportados ao país gerou forte reação do setor produtivo nacional. Entidades como a Confederação Nacional da Indústria (CNI) e a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec) alertam para os riscos da medida à economia brasileira, principalmente diante da interdependência entre os sistemas produtivos das duas nações. “Os impactos dessas tarifas podem ser graves para a nossa indústria”, afirmou Ricardo Alban, presidente da CNI. Para a indústria, que exporta principalmente bens manufaturados e semimanufaturados para os Estados Unidos, a medida compromete empregos, a entrada de divisas e o equilíbrio da balança comercial. As empresas Embraer e Petrobras, por exemplo, deverão sentir os reflexos diretos da taxação, que torna o mercado norte-americano menos acessível. No agronegócio, produtos como carne, suco de laranja, café e açúcar devem sofrer desvalorização no mercado interno diante da dificuldade de exportação, como indicam especialistas em comércio internacional. A Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) também demonstrou preocupação, destacando o impacto no câmbio e no custo dos insumos, o que compromete a competitividade do agronegócio brasileiro. Em nota, a bancada ruralista defendeu “uma resposta firme e estratégica” por meio da diplomacia, reforçando a importância do Brasil manter sua presença ativa nas negociações bilaterais. Já a Abiec reforçou que “questões geopolíticas não se transformem em barreiras ao abastecimento global e à garantia da segurança alimentar”. A resposta do governo brasileiro veio por meio da Lei de Reciprocidade Econômica, sancionada em abril, que permite ao Executivo suspender concessões comerciais e impor contramedidas. Em rede social, o presidente Lula declarou: “A soberania, o respeito e a defesa intransigente dos interesses do povo brasileiro são os valores que orientam a nossa relação com o mundo”. O governo também rebateu a alegação de déficit comercial, alegando que, ao longo de 15 anos, os EUA acumularam superávit de US$ 410 bilhões no comércio com o Brasil. Além dos impactos econômicos, especialistas apontam que a decisão de Trump tem forte componente político. “Essa tarifa contra o Brasil apresenta vários componentes, efeito STF, efeito Brics, efeito regulação das redes sociais”, avalia Alexandre Pires, do Ibmec-SP. Para o presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro, trata-se de uma medida sem precedente na história recente do comércio internacional: “É certamente uma das maiores taxações a que um país já foi submetido, só aplicada aos piores inimigos, o que nunca foi o caso do Brasil”.

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Banco do Nordeste alcança R$ 1 bilhão em crédito com programa de inclusão produtiva

Em Pernambuco, "Acredita no Primeiro Passo" já movimentou R$ 110 milhões com quase 12 mil contratos. Foto: Fernando Cavalcante O Banco do Nordeste (BNB) ultrapassou a marca de R$ 1 bilhão em crédito concedido por meio do programa federal Acredita no Primeiro Passo, voltado a empreendedores inscritos no Cadastro Único (CadÚnico). A iniciativa, operacionalizada pelo Crediamigo, promove a inclusão produtiva por meio de microcrédito com juros reduzidos, orientação ao cliente e operações simplificadas. A conquista foi celebrada na sede da Federação das Indústrias da Paraíba (FIEPB), em Campina Grande, nesta sexta-feira (20), em cerimônia que também renovou o acordo de cooperação entre o BNB e o governo da Paraíba. Com menos de um ano de funcionamento, o programa já beneficiou mais de 112 mil clientes, sendo 68% mulheres, em toda a área de atuação do banco – que inclui o Nordeste, além de partes de Minas Gerais e Espírito Santo. Em Pernambuco, o "Acredita no Primeiro Passo" já contabiliza 11.916 operações e R$ 110 milhões em crédito, com valor médio de R$ 9.230 por contrato. O programa é destacado como uma política pública eficaz de acesso ao crédito e geração de renda em regiões historicamente desassistidas. "O Acredita no Primeiro Passo é uma iniciativa do governo federal para a qual o presidente Lula tem um olhar especial, justamente por ter como foco garantir acesso ao crédito para quem mais precisa. O Banco do Nordeste tem orgulho de ser o maior operador dessa política pública, que já superou R$ 1 bilhão em operações contratadas em menos de um ano. Esse resultado mostra que estamos promovendo inclusão produtiva de verdade, apoiando o empreendedor, gerando renda e movimentando a economia das comunidades onde atuamos,” declarou o presidente do Banco do Nordeste, Paulo Câmara. Durante o evento, também foi lançada a Carreta BNB – Unidade Móvel de Atendimento, que atuará como agência itinerante nos principais eventos apoiados pelo banco, com atendimento personalizado e foco em áreas estratégicas da instituição.

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Caatinga e Inovação: soluções do semiárido brasileiro para o mundo

Pesquisas, tecnologias e saberes populares transformam o semiárido nordestino em referência de bioeconomia e regeneração ambiental. *Por Rafael Dantas O semiárido brasileiro, um dos mais populosos do mundo, guarda riquezas que vão muito além da resiliência de sua população. Pesquisas científicas e projetos voltados à tecnologia e ao empreendedorismo têm revelado o grande potencial da Caatinga, com destaque para produtos de alto valor agregado. Estão em desenvolvimento ferramentas que aumentam a produtividade e a resistência das atividades econômicas frente às altas temperaturas do Agreste e do Sertão – soluções que também podem beneficiar outras regiões semiáridas do planeta, igualmente impactadas pelas mudanças climáticas. As inovações que brotam do solo do semiárido têm origem em universidades, empresas e ONGs que, em articulação com as comunidades locais, vêm gerando renda, serviços ambientais regenerativos e produtos diversos – alimentares, agrícolas, cosméticos, entre outros. Instituições como a Embrapa, o Cetene, o ITCBio, o Sebrae e o Lab Bacia do São Francisco têm sido o berço ou estruturas de incentivo para os projetos que reconhecem os valores e os potenciais da Caatinga. “A Caatinga não é só um bioma a ser conservado. É também uma fonte de riqueza e de conhecimento tradicional que precisa ser valorizado”, afirmou Geraldo Eugênio, professor de agricultura e biodiversidade da UFRPE (Universidade Federal Rural de Pernambuco) em Serra Talhada. O docente destaca com frequência que as plantas da Caatinga, adaptadas à seca e ao calor, carregam genes valiosos para a agricultura global frente ao atual contexto das mudanças climáticas.  “A Caatinga não é só um bioma a ser conservado. É também uma fonte de riqueza e de conhecimento tradicional que precisa ser valorizado” - Geraldo Eugênio Geraldo Eugênio sugere que essa riqueza genética deveria ser base de uma política nacional de valorização da Caatinga, com benefícios diretos para as populações locais. Entre as iniciativas em andamento, ele destaca que há inovações consolidadas, como o desenvolvimento da fruticultura irrigada do Vale do São Francisco, o uso de tecnologias de captação e armazenamento de água, como as cisternas de 16 mil litros e 52 mil litros, além da organização de atividades como apicultura e meliponicultura.  “O mel produzido pelas abelhas nativas da Caatinga, por exemplo, tem um sabor e características únicas que podem agregar valor no mercado local e nacional. A meliponicultura é uma atividade tradicional que está ganhando espaço como uma alternativa sustentável para pequenos produtores, contribuindo para a geração de renda e preservação ambiental. Investir nesse segmento é também investir na bioeconomia da Caatinga, fortalecendo a economia local e incentivando o manejo responsável dos recursos naturais”, destacou Geraldo Eugenio. A produção de mel da Caatinga vem conquistando cada vez mais espaço na agenda da bioeconomia em Pernambuco. Em novembro, o Estado sediará a edição 2025 do Biomel PE (Encontro de Bioeconomia do Mel de Pernambuco), conduzido pelo ITCBio (Instituto Tecnológico das Cadeias Biossustentáveis). Com foco na qualificação da cadeia produtiva, o evento reunirá especialistas, apicultores e gestores públicos para fortalecer a apicultura no semiárido e ampliar o valor agregado do mel produzido na região. NOVAS FRENTES DA EMBRAPA "O inoculante Auras, desenvolvido a partir de uma bactéria isolada da raiz do mandacaru, é utilizado em culturas como milho e soja. Ele coloniza a superfície da raiz e produz um gel que protege contra a seca, além de estimular o crescimento das raízes, aumentando a absorção de água e nutrientes". - Carlos Gava Com uma vasta história na produção e no desenvolvimento da fruticultura irrigada, a Embrapa Semiárido tem ampliado sua atuação para novas áreas, explorando o potencial da biodiversidade local. O pesquisador Carlos Gava explica que a instituição tem desenvolvido tecnologias a partir de plantas e microrganismos nativos, com foco na inclusão produtiva de pequenos agricultores. “Trabalhamos com plantas adaptadas à seca, e nosso objetivo é agregar valor a elas, sem promover o extrativismo predatório”, destaca. Na área de recursos naturais, uma das principais linhas de pesquisa se concentra no uso sustentável da Caatinga e na criação de novos produtos. Um dos focos é a prospecção de fungos e bactérias com potencial para promover o crescimento vegetal ou atuar no controle biológico de pragas. Isso porque, além de abrigar plantas adaptadas às condições extremas, o semiárido também é rico em microrganismos capazes de favorecer o desenvolvimento das culturas. Bactérias e fungos que evoluíram nesse ambiente desafiador servem de base para inoculantes agrícolas – produtos que estimulam o crescimento das plantas e aumentam sua tolerância à seca.  Um exemplo é o inoculante Auras, desenvolvido a partir de uma bactéria isolada da raiz do mandacaru. “Ela coloniza a superfície da raiz e produz um gel que protege contra a seca, além de estimular o crescimento das raízes, aumentando a absorção de água e nutrientes”, explica Carlos Gava. Atualmente, esse produto é utilizado em culturas como milho e soja. Outra vertente promissora são os estudos com óleos essenciais extraídos de espécies da Caatinga, com aplicações potenciais com bioinsumos (na agropecuária) e nas indústrias farmacêutica e de cosméticos. As pesquisas com o alecrim-do-mato, lideradas pela pesquisadora Ana Valéria Vieira de Souza, apontam para a criação de produtos com alto valor agregado e há grandes empresas interessadas em parcerias para incorporar os extratos em seus produtos. A Embrapa atualmente já consegue domesticar essa planta, extrai o óleo das folhas e desenvolve pesquisas para comprovar esses potenciais. Os frutos nativos da Caatinga, como o umbu e o maracujá do mato, também são objeto de pesquisas que buscam agregar valor e diversificar os usos. Gava conta que a instituição desenvolveu a variedade BRS Sertão Forte de maracujá da Caatinga, além de quatro tipos de umbuzeiro – dois voltados para o processamento industrial e dois para o consumo in natura, como o umbu gigante, do tamanho de uma pequena maçã. Há ainda estudos que exploram o uso desses frutos em produtos inovadores, como vinhos e espumantes. COOPERATIVA DO OURICURI Uma organização de base social e popular, lançada nesta semana, foi a primeira cooperativa de mulheres quebradeiras de coco ouricuri do Vale do Catimbau. O licuri (que é mais

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PIB bate recorde pelo 14º trimestre, impulsionado por agropecuária e serviços

Apesar de indústria em queda, consumo das famílias, exportações e investimentos registram alta no início de 2025 A economia brasileira segue em trajetória de crescimento, com o Produto Interno Bruto (PIB) atingindo um novo recorde no primeiro trimestre de 2025. Segundo dados divulgados pelo IBGE, houve avanço de 1,4% em relação ao trimestre anterior, marcando o 14º trimestre consecutivo de resultados positivos — uma série iniciada no fim de 2021. O destaque ficou com os setores da agropecuária e dos serviços, que também bateram recordes históricos no período. O bom desempenho da agropecuária, que cresceu 12,2%, foi determinante para o avanço do PIB. De acordo com a pesquisadora do IBGE, Rebeca Palis, “a agro tem dois efeitos principais este ano: um é a questão climática que está favorável e a outra é que as colheitas que estão crescendo muito, como a soja, que é a nossa principal lavoura, está concentrada no primeiro semestre”. Outros cultivos com safra forte neste início de ano foram milho, fumo e arroz. Os serviços, responsáveis por cerca de 70% da atividade econômica nacional, também mantêm ritmo de crescimento, com alta de 0,3% no trimestre. Atividades como informação e comunicação puxaram o setor para cima, com crescimento de 3%. Já a indústria sofreu retração de 0,1%, pressionada pelas quedas na construção (-0,8%) e na indústria de transformação (-1%), ambas impactadas pelos juros elevados. Na análise pela ótica da demanda, todos os componentes apresentaram variações positivas. O consumo das famílias cresceu 1%, os investimentos (formação bruta de capital fixo) subiram 3,1%, as exportações avançaram 2,9% e o consumo do governo teve ligeira alta de 0,1%. “Mas o consumo das famílias poderia ser mais alto se a gente não tivesse uma política monetária restritiva”, pondera Rebeca Palis. Apesar disso, fatores como programas de transferência de renda, mercado de trabalho em recuperação e crédito em expansão têm sustentado a atividade. Mesmo com os avanços, o nível da indústria ainda está 4,7% abaixo do pico registrado em 2013, e os investimentos continuam 6,7% abaixo do recorde de 2013. Ainda assim, os sinais positivos nos setores agrícola e de serviços, além da resiliência do consumo interno, apontam para uma continuidade da recuperação econômica ao longo de 2025. Para os analistas, o desafio permanece no destravamento do crescimento industrial e na redução sustentável dos juros.

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Decio Padilha Reforma

"Um novo Brasil em 2033": Longo caminho para a Reforma Tributária e as expectativas para o País

Décio Padilha destaca os avanços da reforma, os desafios da regulamentação e a importância da compensação regional para um desenvolvimento mais equilibrado. *Por Rafael Dantas | Fotos: Tom Cabral O caminho da Reforma Tributária é longo mas as expectativas são promissoras. Décio Padilha, auditor fiscal da Secretaria da Fazenda de Pernambuco e ex-secretário de Adminsitração e da Fazenda do Estado, avalia que “o Brasil será outro a partir de 2033. Ele vai dar um salto”. A projeção foi feita durante o projeto Pernambuco em Perspectiva – Estratégia de Longo Prazo, uma iniciativa da Revista Algomais e da Rede Gestão, com patrocínio do Banco do Nordeste e do Governo Federal. A expectativa positiva está contabilizada também em cifras: um avanço adicional do PIB entre 12%, em um cenário mais conservador, e 20%, no quadro mais otimista.  O percurso para a aprovação da Reforma Tributária foi narrado por Décio Padilha que, na época, era presidente do Comsefaz (Comitê Nacional de Secretários de Fazenda, Finanças, Receita ou Tributação dos Estados e do Distrito Federal). Havia décadas de espera por um novo regime que interrompesse o que se convencionou chamar de “manicômio tributário”, o complexo sistema que muda constantemente em cada município e estado do País. Aprovar a Reforma Tributária era um sonho que parecia improvável, após décadas de espera e em um período de intensa polarização. O receio de perda de arrecadação e de tantos outros fatores foi superado por uma intensa articulação do Comsefaz, junto aos governadores, tendo como um dos protagonistas o economista Bernard Appy, que é o atual Secretário Extraordinário da Reforma Tributária. O cuidado com a medida estava concentrado especialmente nas mudanças sobre o ICMS que é o imposto responsável por uma média de 86% de toda a arrecadação dos estados. Com a aprovação, em 2023, da PEC (Proposta de Emenda à Constituição) nº 132/2023, o Sistema Tributário Brasileiro iniciou uma das suas mudanças mais significativas, especialmente no que diz respeito à tributação sobre o consumo. A nova estrutura prevê a substituição de quatro tributos – o PIS (Programa de Integração Social), a Cofins (Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social), o ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) e o ISS (Imposto sobre Serviços) – por dois novos: a CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços), de competência federal, e o IBS (Imposto sobre Bens e Serviços), de competência estadual e municipal.  Segundo Décio Padilha, a reforma teve como pilares a simplificação e padronização do sistema, com o objetivo de tornar a cobrança de tributos mais clara e eficiente para contribuintes e também para os governos. “O atual manicômio tributário, com a mudança constante de normas que, até quem é especialista, às vezes não entende, leva as empresas brasileiras a gastarem 44 mil horas por ano para declarar e pagar tributos”. Um dos pontos centrais da reforma é a adoção do princípio do destino que estabelece a cobrança de impostos no local de consumo e, não mais, na origem. Essa alteração contribui para o fim da guerra fiscal entre os estados, uma prática comum para a atração de empreendimentos. A proposta também busca garantir maior segurança jurídica para empresas e investidores, além de enfrentar a regressividade do sistema atual – que penaliza proporcionalmente mais os que ganham menos. O grande desafio da construção desse novo cenário foi promover as mudanças sem provocar aumento da carga tributária total. POR QUE A ECONOMIA DEVE MELHORAR COM A REFORMA? O estudo do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) sobre os impactos redistributivos da Reforma Tributária, realizado pelos pesquisadores Sérgio Gobetti e Priscila Monteiro, indicou que os investimentos do País devem crescer entre 20,3% e 25%, nos próximos 20 anos. Além disso, o consumo das famílias, um dos grandes contribuintes para a composição do PIB, deve ser elevado entre 12,6% (na hipótese conservadora) até 24,2% (na mais otimista). Os dados apontam ainda um crescimento das exportações entre 11,7% e 17,4%. Setores relevantes da produção nacional, como a indústria e a construção, podem ter saltos, respectivamente, de até 25,7% e 24,3%. A simplificação das regras e a padronização proporcionadas pela Reforma Tributária já trará uma dinâmica que reduzirá muito os custos e o contencioso jurídico. Mas não é apenas essa maior eficiência no pagamento dos tributos que promoverá o grande crescimento econômico esperado para os próximos anos. Na análise de Décio, essa organização do sistema vai oferecer segurança jurídica que muitos fundos de investimento estão esperando para aportar recursos no País. “O que trava investimento é a complexidade do sistema tributário. Uma má alocação de tributo acaba com qualquer negócio. Um efeito será, por exemplo, uma empresa que dirá que vem ao Brasil e não ao México, que é um país emergente, porque aqui temos uma legislação e três alícotas”, afirmou Décio. Ele comparou esse horizonte futuro com o atual, de 5.500 legislações que mudam todo dia e afugentam os fundos estrangeiros pela dificuldade de acompanhar, interpretar e aplicar o pagamento dos tributos. Além da atração desses investimentos para o Brasil, outras consequências positivas da Reforma Tributária decorrem da melhor distribuição de recursos entre os entes da federação e o cashback,  a devolução do imposto para o bolso do cidadão. “No momento em que o tributo será só sobre o destino, os estados mais pobres entram num processo de desconcentração de renda. Muita gente miserável do Sertão vai começar a ter acesso a emprego e renda. Segundo, quando devolvo dinheiro é significativo. Distribuir 100% do tributo de um botijão de gás para uma pessoa pobre, 100% do tributo de água e esgoto, de telecomunicações e energia elétrica é muita coisa”, afirmou Décio. Durante o evento, o auditor destacou que se a Reforma Tributária sobre o consumo tivesse sido aprovada há 15 anos, cada brasileiro hoje ganharia um adicional de renda mensal de R$ 460. O efeito redistributivo sobre a receita líquida, por exemplo, com as novas regras, beneficiará 172 dos 184 municípios pernambucanos, segundo o estudo do Ipea. Ou seja, 93% das cidades do Estado terão receitas mais robustas até o fim

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Mobilidade elétrica em foco: evento gratuito em Petrolina impulsiona transição energética

O evento será nesta quarta-feira (21) e quinta-feira (22), organizado pela Associação Pernambucana de Energias Renováveis em parceria com o Conselho Regional de Técnicos Industriais (CRT-03). Empresários, engenheiros e técnicos envolvidos em negócios e projetos de sustentabilidade energética de todo o estado se encontram em Petrolina, no Sertão, nesta quarta e quinta-feira (21 e 22 de maio). A iniciativa é da Associação Pernambucana de Energias Renováveis (Aperenováveis), em parceria com o Conselho Regional de Técnicos Industriais da Terceira Região (CRT-03) - que representa Pernambuco, Paraíba, Alagoas e Sergipe-, contando ainda com o apoio das regionais do SENAI e SEBRAE. Trata-se de uma oportunidade estratégica para empresários, investidores, projetistas e demais profissionais envolvidos na implantação e gestão de sistemas de energia renovável, além de ser uma chance de capacitação e aprofundamento técnico. “Sem falar, é claro, no fortalecimento do networking, para firmar possíveis parcerias e discutir os caminhos mais assertivos para o avanço da mobilidade sustentável no Semiárido pernambucano”, ratifica o presidente da Aperenováveis, Rudinei Miranda. Programação A programação começa hoje (21/05), a partir das 19h, na sede do SENAI, na Vila Eduardo, com foco no aperfeiçoamento profissional de técnicos e engenheiros. Na quinta-feira (22), na sede do SEBRAE, no Centro de Petrolina, também começando às 19h, os debates vão ser em torno das estratégias comerciais - modelos de negócio, tendências de mercado e perspectivas da Eletromobilidade. As inscrições são gratuitas e feitas pela plataforma de vendas Sympla (link na Bio do perfil @aperenovaveis). A ideia do II Encontro da Aperenováveis Regional Petrolina é fomentar o debate qualificado sobre a transformação da mobilidade urbana e interurbana, com foco na transição energética e na inovação tecnológica. “A eletromobilidade vai além dos veículos elétricos, na verdade, engloba toda a infraestrutura essencial para o seu funcionamento, como estações de recarga, sistemas inteligentes de gestão energética e a modernização da rede elétrica”, acrescenta Miranda. SERVIÇOII Encontro Regional Petrolina AperenováveisDias 21 e 22 de maio de 2025 - credenciamento a partir das 18hLocais: SENAI Petrolina (21) e SEBRAE Petrolina (22)Incrições GRATUITAS pelo Symplaou link na Bio do Instagram @aperenovaveis

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