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"Brasileiros e portugueses deveriam se conhecer melhor"

Q uem observa hoje o empresário Zeferino Ferreira da Costa no seu elegante escritório no bairro de Boa Viagem, no Recife, não imagina que ele trabalhou na adolescência numa mercearia em Portugal e, aos 18 anos, atravessou o Atlântico rumo ao Brasil, em busca de melhores oportunidades. Sua história de vida bem que daria um romance. Esteve à frente, junto com o irmão, num armazém de secos e molhados, que vendia para os barracões das usinas de cana-de-açúcar. Teve ainda uma padaria e um armazém de material de construção até ser um bem-sucedido empresário da construção civil. Em gratidão às oportunidades obtidas em terras brasileiras, que permitiram a sua ascensão, Zeferino Costa criou o Instituto Pernambuco-Porto, que visa a uma aproximação entre portugueses e brasileiros. Seu objetivo é promover o desenvolvimento científico, acadêmico, cultural e empresarial nas relações luso-brasileiras. Trata-se de um sonho acalentado há 25 anos e que se concre- tizou em julho passado com a inauguração da sede do instituto, um arrojado imóvel projetado por Acácio Borsói e Janete Costa, localizado dentro da Universidade do Porto. Nesta conversa com Cláudia Santos, Zeferino Costa conta sua trajetória e fala da sua paixão por unir brasileiros e portugueses e mostrar a Portugal as riquezas culturais e econômicas do Brasil. Qual o motivo que levou o senhor a sair de Portugal e migrar para Pernambuco? No meu tempo a emigração portuguesa se dirigia para o Brasil e para Angola. Quando estava em Portugal, meu pai disse para eu escolher entre esses dois países. Ele disse: “olha, tu vais para o lado que tu quiseres”. Em Angola estavam quatro irmãos meus e, no Brasil, havia um irmão que morava aqui. Optei pelo Brasil porque meu irmão estava sozinho aqui, apesar de ter muitos amigos, não havia ninguém da família ao seu lado. Em Portugal eu trabalhava desde muito jovem numa mercearia. Em 1960, aos 18 anos, eu só tinha sonhos e um deles era sair de Portugal para um país que estava melhorando. A perspectiva do Brasil era muito mais forte e eu vim para cá. Como estava a situação de Portugal nessa época para que a emigração fosse incentivada? Portugal estava melhorando, entretanto ainda tinha muito para melhorar. O espaço era pequeno, eu queria um espaço maior. O Brasil, pelo tamanho que é e com a população que tem, oferecia mais oportunidades para trabalhar. Eu pensei: vai sobrar alguma coisa para mim. Eu desembarquei aqui, no Recife, no dia 22 de janeiro de 1960, às 7 horas da manhã. Vim no navio Vera Cruz. Passei oito dias no mar. Qual atividade o senhor exerceu aqui ao chegar? Eu comecei a trabalhar com meu irmão. Ele morava em Itaqui- tinga que, naquele tempo, era um distrito de Goiana. Itaquitin- ga não é grande, é pequena, mas hoje já é considerada cidade. Trabalhava com meu irmão num armazém de secos e molhados, onde se vendia desde a charque ao feijão. Tínhamos também uma padaria para vender “por grosso”. Não vendíamos no balcão para o público mas às pessoas que tinham um barracão nos en- genhos. Nós levávamos produtos do Recife para Itaquitinga e os donos dos barracões dos engenhos compravam no nosso armazém e na concorrência também. Nesses barracões os proprietários das usinas vendiam para os trabalhadores, não é? Sim. Aqueles armazéns tinham de um tudo: tinham charque, utensílios para casa, que eram vendidos ao merceeiro, que era quem comercializava no barracão aos trabalhadores do engenho. Só vendíamos ao público aos sábados ou sextas-feiras porque era dia de feira. Entretanto, durante a semana, as vendas eram feitas apenas para o merceeiro que carregava as compras em cavalos. Na semana seguinte, ele retornava para pagar a conta que fez na semana passada e fazer outra conta para pagar na próxima semana. E aí os senhores prosperaram? Sim, deu retorno mas, como era um lugar pequeno, não tinha, como costumamos dizer, dar “panos pra mangas”, isto é, tinha seus limites e quando já não podíamos crescer mais, resolvemos vir para o Recife. Tivemos uma padaria, na rua Vinte e Um de Abril, em Afogados, onde ficamos por pouco tempo, depois adquirimos um armazém de material de construção. Depois, veio mais um outro irmão meu para cá e percebemos que um armazém só era muito pouco para três pessoas. Foi quando decidimos construir, já que tínhamos material de construção do armazém, não precisava comprar em outro canto. Começamos a construir umas casas e pequenos prédios nos bairros de San Martin, Cordeiro, Torre, Rosarinho. Depois, viemos para Boa Viagem. Colocamos o nome da construtora de Rio Ave que era minha e dos meus irmãos e, em 1996, nós nos separamos, eles ficaram com a Rio Ave com os filhos deles e eu criei a Vale do Ave, porque também já tinha meus filhos. Nós nos separamos, cada um seguiu o seu caminho, mas continuamos muito próximos e amigos. Eu me casei em Portugal, em 1979, e em seguida minha mulher, Maria do Carmo, veio para cá também. Temos quatro filhos. Todos trabalham na empresa. A Rio Ave nasceu em 1965, portanto, tenho 58 anos no setor de construção. Os senhores começaram construindo conjuntos habita cionais populares? Eu construía casas para a classe média, funcionários públicos. Eles conseguiam financiamento do próprio governo, porque contavam com o o Ipase (Instituto de Previdência e Assistência dos Servidores do Estado) que era federal. Então, o imóvel já era destinado a eles. Hoje construímos edifícios para as classes média e alta, principalmente, em Boa Viagem. Acho que no Brasil há espaço para a construção de casas voltadas para as classes menos favorecidas, para a classe média e alta. E isso faz girar dinheiro. O Brasil tem muita coisa para fazer, estradas, saneamento, etc. e como ele é muito grande, tem muito espaço para quem quiser trabalhar. Como surgiu a ideia de fundar o Instituto Pernambuco-Porto e fazer essa aproximação entre pernambucanos e portugueses? Ao chegar aqui, eu gostei muito desta terra. Existe toda a história de relação entre Brasil e Portugal

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REC’n’Play 2022 abre inscrições para sua quarta edição

O festival de tecnologia e inovação REC’n’Play 2022 já está com inscrições abertas, que podem ser feitas pelo site http://recnplay.pe . Com o cadastro, os participantes terão acesso às atividades gratuitas de educação, negócios, experiências e entretenimento do evento, que acontecerá entre os dias 16 e 19 de novembro. O evento é realizado pelo Porto Digital e pela Ampla Comunicação. A expectativa é de que o público supere a marca de 60 mil pessoas. A participação em cada atividade dependerá da lotação das salas, seguindo o critério de ordem de chegada. Os shows e atividades abertas nas ruas não precisam de inscrição prévia. O festival tem quatro eixos temáticos: Tech, Cidades Inteligentes, Economia Criativa e Empreendedorismo. A programação é composta por palestras, debates, shows, rodadas de negócios, instalações artísticas, experiências tecnológicas e entre outras atividades ações. Ao todo serão mais de 500 atividades, distribuídas em 23 prédios, ruas e praças dos Bairros do Recife e de Santo Antônio, como o Edifício Chanteclair.

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SENAI Pernambuco e Complexo de Suape anunciam Cluster de Inovação Industrial

O SENAI Pernambuco, por meio do Instituto SENAI de Inovação para Tecnologias da Informação e Comunicação (ISI-TICs), e o Complexo Industrial Portuário de Suape apresentam hoje (26), o Cluster SUAPE de Inovação Industrial. O empreendimento receberá investimentos de R$ 8 milhões para sua estruturação e reunirá pesquisadores, engenheiros e consultores do SENAI-PE, além de profissionais de empresas e universidades nacionais e internacionais em programas e projetos de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (P,D&I). O foco do cluster são os setores como logística, energias renováveis, meio ambiente, aeroespacial e manufatura avançada. A estimativa é de que o espaço gere R$ 100 milhões em investimentos em projetos e serviços.  A estrutura agregará estruturas distintas, a exemplo do TecHUB Hidrogênio Verde, centro de testagem de projetos inovadores com foco no combustível do futuro, que ocupará um lote de 1,3 hectare no porto organizado. O ISI-TICs também contará com espaço no edifício-sede da estatal portuária destinado para a administração do Cluster de Inovação e incubação de novos negócios. A parceria prevê ainda a concessão de área no terreno da Estação Ferroviária de Massangana, onde serão construídos laboratórios para homologação de soluções em manufatura avançada, além da oferta de ensino profissionalizante de ponta.   

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Novo Atacarejo anuncia processo seletivo para contratar 600 pessoas em Pernambuco

Contratações são para três novas lojas da rede e no reforço do atendimento temporário durante final do ano nas unidades já em operação A rede pernambucana Novo Atacarejo promete contratar 600 pessoas até o final do ano. Além do lançamento de três novas lojas no Estado, a empresa reforçará a equipe das suas lojas para os últimos meses do ano com contratações temporárias. Serão 520 para as futuras instalações e outras 80 pessoas para atuarem em oito unidades, entre Região Metropolitana do Recife e interior, nas funções operacionais, nas áreas de mercearia, frios, açougue, recebimento e frente de loja, no período de Natal. Uma das novas unidades ficará no bairro de Afogados e as outras duas serão instaladas nos municípios de Timbaúba e Surubim, interior de Pernambuco. As vagas para as novas unidades ainda serão disponibilizadas no link: https://novoatacarejo.jobs.recrut.ai/#openings. Para reforçar o atendimento ao público, no final do ano, serão oferecidas entre 10 e 15 vagas por loja. As unidades contempladas já estão em operação nas cidades de Paulista, Cabo de Santo Agostinho, Bezerros, Gravatá, Goiana, Escada, Arcoverde e Belo Jardim.

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Inscrições para concurso da Copergás abrem hoje (20)

As inscrições para o concurso público da Copergás (Companhia Pernambucana de Gás) abrem hoje (20), às 10h, e seguem até as 14h do dia 24 de novembro. O processo deve ser realizado exclusivamente pela internet, no endereço eletrônico www.concursosfcc.com.br, da Fundação Carlos Chagas, instituição que é a banca organizadora da seleção. Os cargos são para nível superior, com remuneração de R$ 7.597,44 a R$ 10.081,57, e nível médio, com remuneração de R$ 4.933,52. Três vagas são para preenchimento imediato. Os outros candidatos classificados formarão um Cadastro Reserva (CR). As taxas de inscrição são de R$ 75 para os cargos de ensino médio e de R$ 95 para os de formação superior. O lançamento acontece no ano em que a Copergás completa 30 anos de existência, marcados por conquistas que a consolidam como uma das principais empresas brasileiras do setor. Em setembro, o Prêmio Melhores e Maiores, da revista Exame, classificou a Copergás como a 7ª empresa do País e a 1ª do Nordeste, na categoria Energia. “Estamos em ritmo constante de crescimento, e precisamos nos preparar para a expansão que planejamos para os próximos anos e para os desafios que o mercado de gás natural nos coloca”, disse o presidente da Companhia, André Campos. “A formação de um quadro de profissionais capacitado é parte essencial dessa preparação para o futuro”. A Copergás teve em 2021 faturamento de R$ 2,1 bilhões, valor 56% superior ao do ano anterior, e lucro líquido de R$ 195 milhões. A previsão de investimentos da empresa para o período 2022-2026 é de cerca de R$ 400 milhões. Provas O edital, com todos os detalhes do concurso, pode ser acessado no site da Copergás (https://novo.copergas.com.br/informacoes/concursos-publicos/concurso-publico-2022-2023/) e no www.concursosfcc.com.br, da Fundação Carlos Chagas. Os candidatos se submeterão a duas provas, de caráter classificatório e eliminatório: uma de conhecimentos gerais e a outra de conhecimentos específicos, ambas compostas de questões de múltipla escolha. O exame está previsto para ocorrer em 5 de fevereiro de 2023, no período da manhã (para os cargos de nível médio) e à tarde (para os de nível superior), no Recife, em locais a serem anunciados posteriormente. A divulgação do gabarito e das questões das provas acontecerá em 06/02/2023, dia seguinte ao exame, a partir das 17h. Em 31 de março de 2023 será publicado o edital com a homologação do resultado final.

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10 anos do polo automotivo: Virada histórica na pauta de exportações

*Por Rafael Dantas Há uma década, quando apenas começaram as obras do polo automotivo, quem liderava as exportações do Estado era o tradicional setor açucareiro. Em pouco tempo, os veículos, fabricados em Goiana, e os óleos combustíveis, produzidos em Suape, se tornaram os principais produtos made in PE a atravessar as fronteiras do País. Uma transição histórica que reposicionou Pernambuco no mercado global, passando a integrar duas cadeias produtivas de valor agregado mais elevado. Apenas um ano após o início da operação da fábrica da Stellantis, em 2015, os veículos já deixaram bem atrás a exportação de açúcar. De acordo com levantamento da TACTIC - Inteligência de Mercado, em 2016, o setor foi responsável por exportar em valores o total de US$ 304,4 milhões. Neste ano, a liderança foi dos combustíveis, que alcançou o patamar de US$ 342,9 milhões, enquanto que o setor de açúcar alcançou US$ 132,8 milhões. “Em 2012, os automóveis representavam apenas 0,04% das exportações de Pernambuco. No mesmo ano, os principais segmentos da nossa pauta eram embarcações (produzidas pelos estaleiros) e açúcar, representando 30% e 25%, respectivamente. Apenas em 2016, a exportação de automóveis atingiu uma participação robusta, representando 21,5%. Nesse ano, é possível verificar a saída do açúcar (9%) como principal produto exportado”, afirmou João Canto, sócio-fundador da TACTIC e diretor-executivo do Iperid (Instituto de Pesquisas Estratégicas em Relações Internacionais e Diplomacia). O auge do volume financeiro das exportações da montadora foi em 2017. Mesmo com a redução das vendas para o exterior nos anos seguintes, o setor segue se revezando entre primeiro e segundo lugar na pauta pernambucana. “Em 2017, atingiu o pico de US$ 736,5 milhões exportados, representando pouco mais de 37% da pauta exportadora. Naquele ano, os automóveis passam a assumir a liderança, seguido de combustíveis minerais (18%) e plásticos (12%). Importante apontar que entre 2012 e 2017, o crescimento das exportações de Pernambuco foi de 48,9%”, declarou Francisco Mendonça, sócio-fundador da TACTIC. A partir de 2018, as exportações de automóveis tiveram uma queda, mas o setor se manteve atrás apenas dos combustíveis minerais (conforme o gráfico abaixo). Um dos fatores que motivou o impulso da exportação de combustíveis foi a política de preços da Petrobrás, que elevou o valor do produto, além do próprio cenário internacional. “As circunstâncias atuais da economia são muito complexas, recém-saídas do pior período da pandemia e com a guerra no Leste Europeu. O efeito chicote, após a demanda de consumo reprimida pela crise econômica e pela Covid-19, aumentou muito o preço do produto”, afirmou Werson Kaval, economista e professor do Departamento de Pós-Graduação em Gestão de Negócios do Unit- -PE (Centro Universitário Tiradentes). Sobre a queda nas exportações do polo automotivo entre 2017 e 2020, o consultor Mauricio Laranjeira, CEO da Continentes Consultoria, explica que uma das causas foi a crise na vizinha Argentina, principal destino dos veículos fabricados em Goiana. O desarranjo na economia dos hermanos fez a empresa apostar em outros países para levar seus produtos. “O principal motivo que impactou a exportação de automóveis, não só em Pernambuco, mas em todo o Brasil, foi a crise argentina. Como o país era o principal destino das nossas vendas, os números foram impactados, e a indústria começou um trabalho de diversificação de mercados, e passou a exportar para outros países, tais como o México, Colômbia, Chile, Peru, entre outros. Fora o fator Argentina, em 2020 tivemos o grande impacto da pandemia na indústria, com a falta de componentes e de mercado, além do fantasma da falta de competitividade que ronda as exportações brasileiras de produtos industrializados”, declarou Laranjeira. De acordo com Mateus Marchioro, plant manager da Stellantis, entre 12% e 15% do total de veículos produzidos em Goiana são destinados às exportações. A empresa vem operando com sua capacidade máxima atualmente, um volume de mil carros por dia. Além do seu papel nas exportações, o polo automotivo é também líder nas importações, mesmo tendo 75% dos seus fornecedores nacionais. “O polo automotivo é o maior importador de Pernambuco, adquirindo as partes e acessórios para a montagem dos veículos num valor aproximado de US$ 1,7 bilhão, representando em torno de 25% das importações do Estado. Goiana se beneficiou da dinamização resultante da instalação da montadora e de suas sistemistas na região e se tornou o segundo município pernambucano em exportações e importações”, afirmou Carlos Fontes, coordenador do Centro Internacional de Negócios da Fiepe (Federação das Indústrias de Pernambuco). IMPACTOS DA TRANSIÇÃO Quando os protagonistas pernambucanos no mercado global mudam, há um efeito interno também no cenário de internacionalização da nossa economia. Na avaliação de Fontes, a liderança dessas novas cadeias produtivas sofisticou a infraestrutura local, estimulou as atividades do segundo setor e atraiu novos players de outros países. “Os reflexos da instalação de uma empresa do porte da Stellantis para a indústria pernambucana ocorrem com uma maior dinamização do parque industrial do Estado, havendo uma melhoria e adequação da infraestrutura portuária para movimentação de cargas, bem como atração de outros empreendimentos complementares, gerando mais investimento na economia e tornando o ambiente econômico mais atrativo para outros grupos internacionais”. Além das mudanças promovidas no Estado, Maurício Laranjeira ressalta que a transição dos líderes da comercialização internacional ampliou o leque de países com os quais o Estado tradicionalmente compra ou vende. “Refletiu nos países com os quais mantemos relações comerciais, com o surgimento de novas nações como destino ou origem das nossas vendas e nossas compras, bem como com o aumento do comércio com países com os quais já tínhamos algum relacionamento comercial, mas cujos números aumentaram bastante devido aos automóveis, como é o caso das importações da Itália e do Japão”. Singapura, que é o principal mercado dos combustíveis de Suape, lidera como destino da maioria das exportações pernambucanas. Na sequência, entre os cinco primeiros lugares, estão países da América Latina que recebem veículos do polo automotivo, como Argentina, México e Chile. “Nos primeiros sete meses de 2022, exportamos cerca de US$ 270 milhões em automóveis, cerca de 18% do nosso total de US$ 1,5 bilhão

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Tirolesa em Calhetas Guga Matos

Pesquisa aponta liderança de Pernambuco no volume das atividades turísticas no Nordeste

A Pesquisa Mensal de Serviços, divulgada pelo IBGE, aponta que Pernambuco assume a liderança na Região Nordeste na média do volume das atividades turísticas de janeiro a agosto de 2022. Entre os estados nordestinos que participam do levantamento, Pernambuco registrou 112,6 pontos, à frente da Bahia (104,0) e do Ceará (99,7). Nacionalmente, Pernambuco ocupa a terceira posição atrás apenas de Goiás (121,6) e Minas Gerais (115,5). A secretária de Turismo e Lazer de Pernambuco, Milu Megale, destaca ainda que o índice é superior à média nacional, que ficou em 92,8. “Os resultados comprovam que Pernambuco vive a plena recuperação de suas atividades turísticas, o que se reflete na geração de emprego e renda para as famílias pernambucanas. Estamos atentos aos índices, pois são importantes indicadores, que corroboram o caminho que seguimos, investindo na interiorização do turismo, na infraestrutura e na capacitação profissional para continuar recebendo bem os visitantes por todo Estado”, afirma. O IBGE apontou, ainda, no comparativo do mês de julho a agosto, a estabilidade das atividades turísticas, com índice de 1,2% de aumento. Nesse cenário e acompanhando a tendência nacional, Pernambuco cresceu 1%, sendo o único Estado do Nordeste que obteve crescimento positivo, uma vez que a Bahia registrou – 1,1% e o Ceará decaiu – 4,9%. O segmento do turismo segue se desenvolvendo com fôlego, gerando oportunidades de emprego e aquecendo a economia de todo o Estado, que se reflete em um PIB de 3.9%

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Uma década do polo automotivo de Goiana

Quais as mudanças e o que não mudou na cidade que recebeu um dos maiores investimentos industriais de Pernambuco no século? A Algomais inicia hoje a série de reportagens Uma década da chegada do polo automotivo. O projeto teve apoio da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) e da Meta Journalism Project, em parceria com o International Center for Journalists (ICFJ). *Por Rafael Dantas, repórter da Algomais (rafael@algomais.com) Há 10 anos, o solo que por séculos foi destinado ao plantio da cana-de- -açúcar passou receber as obras de um conjunto de fábricas que em pouco tempo estariam produzindo veículos com tecnologia de última geração. Encabeçada pela Stellantis (fusão da Fiat Chrysler com a montadora PSA Group), o polo automotivo emprega mais de 13 mil pessoas, promovendo uma série de transformações em Goiana. Com um investimento bilionário, o empreendimento impactou também um cinturão de cidades vizinhas e mexeu até na balança comercial de Pernambuco. Os primeiros veículos só saíram da linha de produção há sete anos, mas as mudanças na economia e na rotina local começaram desde que os primeiros tijolos foram erguidos. A virada de chave da secular atividade agrícola praticada na região para dar lugar a um dos parques industriais mais avançados do mundo teve como um dos principais efeitos a mudança da perspectiva profissional dos jovens. Além da chegada de um grande player internacional, o município assistiu ao encerramento de duas grandes empregadoras do setor agro, as usinas Maravilha (no final de 2011) e Santa Tereza (2017), além da fábrica de Cimento Nassau (2017), essas duas últimas pertencentes ao Grupo João Santos. Uma mudança brusca de cenário que abriu caminho para a transição da matriz de empregos e da oferta de profissionais. Hoje, 85% dos trabalhadores que atuam na Stellantis são mão de obra local, de Goiana e de cidades vizinhas, como Igarassu e Itambé. Muitos filhos de pequenos comerciantes, agricultores ou pescadores passaram a integrar a linha de produção da empresa ou dos sistemistas, que fornecem peças e equipamentos. O polo emprega ainda profissionais das capitais do Recife e de João Pessoa. Weslley Vasconcelos (foto abaixo), 25 anos, é um dos jovens que aproveitou a oportunidade de ter uma multinacional na região para dar seus primeiros passos profissionais. Morador de Igarassu, município que fica a 30 quilômetros do polo, ele entrou aos 18 anos na fábrica. Em sete anos, foram sete promoções até sua posição atual de supervisão de logística. “Meu pai sempre trabalhou em indústrias, mas nunca teve formação. Minha mãe era camareira de um hotel. Eu saí do ensino médio direto para a planta e nesses anos eu só pude crescer. Fiz uma faculdade de administração. Sou a primeira pessoa da família com ensino superior. Hoje faço a gestão de 73 pessoas, sendo 80% delas daqui da região”, afirmou Weslley, que agora participa de um programa de desenvolvimento de jovens talentos da empresa para prepará-lo para os próximos passos na multinacional. Como morador da região, ele comenta que percebeu uma transformação forte principalmente em Goiana. “Tudo mudou na Mata Norte. Vemos hoje uma nova Goiana, com muito investimento em comércio, valorização das moradias, novos hotéis na região. Estamos num processo de transformação da capacitação também. Antigamente tudo era voltado para o setor agrícola, hoje está se voltando para a área industrial e automobilística. Há muito interesse dos jovens em investir neles mesmos, de se qualificarem para as oportunidades de emprego no polo”. Junia Morais, 21 anos, teve a oportunidade de viver uma experiência profissional no setor industrial e retornou para Goiana. Com formação técnica na área de segurança do trabalho, ela atuou em uma terceirizada do polo por um ano e três meses, antes de dar passos profissionais para fora do Estado. “Isso foi bom, me abriu um leque de oportunidades e networking. Surgiu uma oportunidade de trabalhar na Heineken em São Paulo, onde passei um tempo. Mas voltei agora para tentar um trabalho próximo de casa, da família. A principal mudança na cidade foi a movimentação, o comércio mudou bastante, temos hoje oportunidade de fazer novos cursos. Trouxe oportunidade para os goianenses”. A chegada do polo automotivo e de outros grandes empreendimentos, como a CBVP (Companhia Brasileira de Vidros Planos) e, em menor escala, a Hemobrás (Empresa Brasileira de Hemoderivados), gerou empregos industriais e um efeito renda para o comércio e serviços que ampliou muito o estoque de vagas na cidade. Em 2011, último ano antes do início das obras de construção civil, eram 12.766 mil postos de trabalho registrados em Goiana. O dado mais atualizado, da Relação Anual de Informações Sociais, elaborado pela Agência Condepe-Fidem, no ano de 2020, foi de 21.733. Mesmo considerando a crise econômica, que se arrastou no Brasil a partir de 2015, o fechamento de grandes empregadores da região e a pandemia, o aumento no período foi de 70,2%. “Chegamos numa região onde não havia uma cultura automotiva. A região da cana-de-açúcar se abriu para o novo, com muita vontade de aprender e de crescer. Trabalhamos muito o desenvolvimento das pessoas para estabelecermos essa cultura automotiva, que é muito singular dentro da indústria. Hoje estamos em uma fase de consolidação, porque é um conhecimento que conseguimos formar. A gente tem a planta, mas é um polo que envolve diversas pessoas, outros produtos e tecnologias que compõem o carro. Os nossos produtos mostram a força da transformação que foi feita na região”, afirma Mateus Marchioro, o plant manager na Stellantis Goiana. Essa consolidação do polo, em paralelo às outras novas atividades que chegaram ao município, fizeram o PIB de Goiana crescer de R$ 1,2 bilhão em 2012 para R$ 10.2 bilhões em 2019. O crescimento registrado do primeiro ano das obras da fábrica em 2012 para 2019, que é o último ano com dados fechados do PIB municipal pelo IBGE, foi de 754%. “Em 2010, a participação da indústria da Mata Norte representava 4,4% do PIB industrial de Pernambuco. Em 2019, ela pulou para 19,1%. A região passou a participar com quase um quinto do valor agregado industrial. Hoje

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No mundo pós-pandemia, o trabalho ainda dignifica o homem?

Passada a pandemia, as pessoas estão demonstrando novas formas de encarar a vida produtiva. Desde o confronto da cultura da alta performance nas empresas até a priorização dos objetivos pessoais em detrimento do emprego, os profissionais da pós-pandemia demandam outras formas de relação com o trabalho. Por outro lado, nem todos os contratantes estão entendendo essas mudanças. A primeira mudança de comportamento é o great resignation, a grande demissão em tradução livre. Aconteceu durante a pandemia em muitos países quando os trabalhadores decidiram não retornar aos seus empregos após o lockdown, em busca de oportunidades menos estressantes. No Brasil, entre julho de 2021 e julho de 2022, cerca de 500 mil pessoas pediram demissão por mês. É o dobro do registrado nos anos anteriores à pandemia, de acordo com o estudo da Lagom Data e da revista Você S/A. Outro comportamento pós-pandemia no mundo do trabalho é o quiet quitting. Quando traduzido ao pé da letra, o termo significa “demissão silenciosa”. Mas, ao contrário do que parece, quem se comporta assim não tem intenção de pedir as contas. Na prática, esse tipo de profissional fica esperando o tempo passar, acessando redes sociais e aguardando a hora de largar, em vez de executar as atividades para as quais foi contratado. Um tipo de “operação padrão” em protesto à falta de perspectiva para evolução da carreira. Uma tendência também é o acting your wage, ou trabalhar com esforço proporcional ao salário. A ideia é que, se a empresa não oferece incentivos e um ambiente saudável, não há motivo para se esforçar além do limite. Nesse caso, o trabalhador faz apenas o que foi contratado para fazer — e nada mais. Em outras palavras, é o profissional que não “veste a camisa”, que não dá o “sangue pela empresa”. O protesto dessa vez é contra as condições não ideais de trabalho. Com a explosão da modalidade remota, alguns profissionais adotaram também o cyberloafing. É o trabalho para vários contratantes, ao mesmo tempo, e que pode ser feito sem sair de casa, porém de remuneração mais baixa. Dessa maneira, esse trabalhador evita o tempo desperdiçado com deslocamento e não gasta com alimentação em restaurantes. O esperado nesse modelo é o aumento da remuneração total e a melhora da qualidade de vida, atuando apenas em home office. O great resignation, o quiet quitting, o acting your wage e o cyberloafing podem não parecer novos, pois muitos trabalhadores já se comportavam assim antes mesmo da pandemia. A diferença é que, depois do Covid-19, essas atitudes passaram a ser mais conscientes e não mais isoladas. Fazem parte de um comportamento intergeracional e estão presentes em diversos países, até mesmo quando o mercado apresenta crise, com alta taxa de desemprego, como é o caso do Brasil. A conclusão é que o trabalho está deixando de ser prioridade. As pessoas estão em busca de outros objetivos na vida. Elas procuram realização pessoal, priorizam a saúde mental, mais tempo com a família etc. Não estão mais dispostas a encarar ambientes corporativos de alta competitividade, cargas horárias extensas e exaustivas, sem um propósito alinhado com seus interesses. Apesar disso, nem todas as empresas estão dando a devida atenção aos sinais claros de mudança que a pandemia gerou no mercado. Insistem em oferecer modelos de trabalho do passado. Algumas, inclusive, que atuaram em home office durante a pandemia, estão obrigando seus integrantes a retornarem ao trabalho presencial, sem oferecer alternativas ou flexibilidade, como o modelo híbrido. As empresas não estão compreendendo que um profissional equilibrado entre a vida pessoal e o trabalho tende a elevar a produtividade, o engajamento e, principalmente, a lealdade à empresa. Nessa direção, é preciso rever a medição de desempenho baseada apenas no cumprimento de horários e em metas operacionais e financeiras. Proporcionar melhores condições de trabalho, que privilegiem a saúde mental, por exemplo, se tornaram uma exigência para atrair e manter talentos no futuro pós-pandêmico. Outra forma de avaliar essas mudanças de comportamento é uma resposta inconsciente dos profissionais ao que vem sendo desenhado para o futuro do trabalho. Diante da perspectiva de que máquinas e algoritmos farão a maior parte das atividades pesadas e repetitivas, o novo modo de agir dos trabalhadores demonstra uma antecipação do cenário em que os humanos terão mais tempo livre para atividades intelectuais, sociais e de lazer. O pensamento de que o “trabalho dignifica o ser humano”, do sociólogo alemão Max Weber, parece estar perdendo, aos poucos, o sentido.

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Porto de Suape Rafael Medeiros

Pernambuco anuncia retomada da autonomia do Porto de Suape

Nesta segunda (3), o Ministério da Infraestrutura assinou oficialmente o documento que devolve a autonomia do Porto de Suape ao Estado de Pernambuco. No novo formado, a política portuária do País e o planejamento do setor ficam a cargo do governo federal, enquanto a operação de cais e píeres, além de contratos de arrendamentos e estabelecimento de tarifas, ficam sob a direção da Autoridade Portuária. “A autonomia vai dar mais celeridade aos processos, tornando Suape um porto ainda mais competitivo para atrair empresas e novas cargas, com impacto direto na economia do Estado e na geração de emprego e renda para o povo pernambucano”, assegurou o governador Paulo Câmara. “Com a retomada da autonomia, Suape readquire a competência para a condução de estudos, elaboração de editais, realização dos procedimentos licitatórios e a celebração dos contratos relativos aos arrendamentos portuários com mais agilidade e menos burocracia. O complexo também passará a ser responsável pela aprovação das expansões e adensamento de áreas, além de prorrogações antecipadas de contratos em vigência e reequilíbrios contratuais”, pontua o diretor-presidente da estatal portuária, Roberto Gusmão. Há anos esse processo vinha se arrastando e atrapalhando a celeridade da tomada de decisões do Porto de Suape. A Algomais, na edição 198.4, antecipou o impacto dessa medida na competitividade do complexo. (Foto: Rafael Medeiros / Divulgação)

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