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Endividamento atinge mais de 425 mil famílias no Recife em julho

Cartão de crédito lidera dívidas; comprometimento da renda chega a quase 30% A Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), elaborada pela Confederação Nacional do Comércio (CNC) e analisada localmente pela Fecomércio-PE, mostra que 80,4% das famílias recifenses estavam endividadas em julho de 2025 — o equivalente a 425 mil lares. O índice mantém estabilidade frente a junho (80,7%) e registra leve alta em relação a julho de 2024 (79,2%). O cartão de crédito segue como principal responsável, citado por 93,1% dos endividados. Entre eles, 24,9% (131 mil famílias) estão com contas em atraso, e 13,5% (71 mil) afirmam não ter condições de quitá-las. O estudo aponta que 64,5% dos entrevistados comprometem entre 11% e 50% do orçamento familiar com dívidas, resultando em uma média de 29,6% da renda comprometida. Além disso, 29% das famílias afirmam estar endividadas há mais de um ano, com tempo médio de endividamento de 7,8 meses. No caso da inadimplência, 41,9% das contas em atraso já ultrapassam 90 dias, e a média de atraso é de 60 dias, fator que pode reduzir o consumo no segundo semestre, especialmente no setor de bens duráveis. Para o presidente da Fecomércio-PE, Bernardo Peixoto, o levantamento é fundamental para compreender e acompanhar o comportamento financeiro das famílias. “A pesquisa de endividamento e inadimplência é um instrumento que a Fecomércio disponibiliza para entender a dinâmica de consumo das famílias relacionadas ao crédito, monitorar o comprometimento da renda e a evolução das dívidas, além de oferecer subsídios para decisões no comércio e na formulação de políticas de apoio ao consumidor”, ressaltou. Já Rafael Lima, economista da Fecomércio-PE, destacou que “entre os lares com rendimento de até dez salários mínimos, 81,5% estão endividados, sendo 33,4% com dívidas em atraso e 59,4% afirmam não ter condições de quitá-las. Isso mostra que o orçamento dessas famílias continua pressionado, mesmo diante dos avanços no mercado de trabalho, conforme indicam os dados mais recentes do Caged”.

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Recife lidera geração de empregos em Pernambuco no primeiro semestre de 2025

Com destaque para os setores de Serviços e Comércio, capital responde por quase 60% das contratações formais no estado Recife foi o motor da geração de empregos formais em Pernambuco no primeiro semestre de 2025. De acordo com os dados do Novo Caged, divulgados pelo Ministério do Trabalho e Emprego, a capital pernambucana gerou 14.990 postos de trabalho com carteira assinada entre janeiro e junho — o que representa 59% do saldo estadual de 25.366 vagas no período. O desempenho representa um avanço de 18,2% em relação ao mesmo período de 2024 e reflete o protagonismo dos setores de Serviços e Comércio na economia recifense. Juntos, eles puxaram o saldo positivo de contratações na cidade, com destaque para as áreas de Informação, Comunicação, Atividades Financeiras, Imobiliárias, Profissionais e Administrativas, que somaram 7.358 novas vagas. O setor de Serviços sozinho foi responsável por 93,7% do saldo de empregos na capital, com 14.048 vagas. Já a Construção Civil e a Indústria contribuíram com 2.210 e 491 postos de trabalho, respectivamente. “A economia é um processo dinâmico e nosso papel enquanto gestão pública é de trabalhar na arquitetura da geração das oportunidades observando os cenários e atuando de maneira estratégica”, afirmou o secretário de Desenvolvimento Econômico do Recife, Carlos Andrade Lima. Segundo ele, os bons resultados refletem a atuação da Prefeitura em políticas de desburocratização e atração de novos investimentos, com foco no fortalecimento da atividade econômica local. “Foi um semestre positivo e este potencial é fonte primária para o trabalho que desenvolvemos, de maneira transversal, aqui na Prefeitura do Recife”, completou.

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Produtores de manga no Vale do São Francisco enfrentam crise com tarifaço dos EUA

Presidente do Sindicato Rural de Petrolina alerta para prejuízos econômicos e sociais com impacto nas exportações de frutas. Foto: Marcelino Ribeiro *Por Rafael Dantas Com o início da safra de mangas e uvas no Vale do São Francisco, o setor fruticultor da região vive dias de apreensão diante do tarifaço anunciado pelos Estados Unidos. Segundo Jailson Lira, presidente do Sindicato dos Produtores Rurais de Petrolina, 14% da exportação de manga da região tem como destino o mercado americano, que exige uma logística complexa e específica. “Produtores estão desesperados sem saber o que fazem com ela, é muito direcionada para o mercado americano”, alerta. A variedade Tommy Atkins, preferida pelos consumidores dos EUA, passa por um tratamento hidrotérmico rigoroso, com água a 60°C para eliminar a presença de larvas da mosca-da-fruta. Apenas dez empresas na região estão habilitadas para esse processo. “Essa fruta que vai aos EUA por características especiais e fitossanidade, os produtores vêm se preparando desde o início do ano para exportar”, explica Lira, destacando que o período de exportação para os EUA vai de agosto a outubro. O impacto pode ser devastador: cerca de 2.500 contêineres de manga geram historicamente US$ 46,8 milhões para a economia local. A situação é ainda mais sensível por envolver cerca de 120 mil empregos diretos na fruticultura irrigada do São Francisco. “Estamos muito aflitos, que o Brasil cumpra essa missão de negociação. Não podemos nos arriscar com um mercado excelente, que paga regularmente bem”, reforça o presidente do sindicato. Enquanto a exportação de uvas para a Europa só começa no fim de agosto — oferecendo mais margem para negociação —, o tempo é curto para as mangas. “No caso da manga, a situação é mais dramática”, resume Lira. Ele afirma que o setor tem buscado apoio da Abrafrutas, da governadora Raquel Lyra, de parlamentares da região e do Ministério da Agricultura, mas cobra desde o anúncio da medida pelo presidente americano Donald Trump prioridade do governo federal nas negociações. Serviço🔎 Exportações afetadas:– Manga: 2.500 contêineres | 14% da produção | US$ 46,8 milhões– Uva: 920 contêineres | 23,5% da produção | US$ 36,8 milhões👥 Impacto social: 120 mil trabalhadores envolvidos na cadeia da fruticultura no Vale do São Francisco

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Imersão digital gratuita capacita mulheres empreendedoras no Recife

Iniciativa da Prefeitura oferece oficinas práticas sobre redes sociais, fotografia e direitos digitais no Centro Marta Almeida Nesta quinta-feira (07), o programa Inova Mulher promove uma imersão digital voltada exclusivamente para mulheres empreendedoras no Centro de Promoção dos Direitos da Mulher Marta Almeida, no Bairro do Recife. Com 80 vagas ao todo, ainda restam 20 inscrições disponíveis para participar gratuitamente de um dia inteiro de atividades que fortalecem o empreendedorismo feminino e digital. A programação começa às 9h, com acolhimento e credenciamento, e segue até as 17h. Pela manhã, as participantes terão acesso a orientações sobre formalização com a Sala do Empreendedor e a uma oficina prática de redes sociais ministrada pela jornalista e estrategista digital Milena Gomes. “Empreender dentro dos espaços digitais é sim uma realidade e já faz parte da rotina de muitas empreendedoras. Com a imersão a gente apresenta e reforça as possibilidades das redes sociais como balcão de vendas e de relacionamento com o cliente”, destaca o secretário de Desenvolvimento Econômico, Carlos Andrade Lima. No turno da tarde, a imersão continua com a oficina “Fotografia na palma da mão”, conduzida pela jornalista e fotógrafa Daniela Nader, com foco na produção de imagens para perfis profissionais. O encerramento será com o Procon, que trará informações sobre os direitos e deveres de quem empreende no digital. “Com foco na ampliação de oportunidades e no protagonismo das participantes, temos certeza que será uma oportunidade de crescimento pessoal e geração de renda”, afirma a secretária da Mulher, Glauce Medeiros. ServiçoPrograma Inova Mulher – imersão digital para mulheres empreendedoras📍 Centro Marta Almeida – Bairro do Recife📅 Data: 07/08 | ⏰ Das 9h às 17h🔗 Inscrições gratuitas até 06/08 ou até o preenchimento das vagas no portal Conecta Recife🎯 Requisitos: ser mulher, maior de 18 anos, moradora do Recife e ter noções básicas de corte e costura.

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Sudene articula estratégias para enfrentar tarifaço dos EUA e fortalecer indústria nordestina

Reunião com Fiepe e Nordeste Forte debateu crédito facilitado, ampliação do mercado interno e políticas da Nova Indústria Brasil. Na foto: Presidentes Bruno Veloso (Fiepe), Cassiano Pereira (Associação Nordeste Forte) e o superintendente Danilo Cabral. Foto: Elvis Aleluia (Ascom/Sudene) Diante dos impactos das novas tarifas impostas pelos Estados Unidos ao Brasil, a Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene) promoveu, nesta segunda-feira (04), um encontro estratégico com a Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco (Fiepe) e a Associação Nordeste Forte. Realizado no Recife, o encontro discutiu alternativas para proteger as cadeias produtivas da região e fortalecer o setor industrial nordestino em meio à tensão comercial internacional. Entre as medidas sugeridas, destacam-se o fortalecimento do mercado interno, a oferta de crédito facilitado e o uso do poder de compra do Estado brasileiro para garantir a continuidade das atividades industriais. “A palavra é diálogo. E ele deve ser permanente. Temos que continuar conversando, não apenas com os Estados Unidos, mas também com outros mercados”, afirmou o superintendente Danilo Cabral, destacando os instrumentos disponíveis na autarquia para apoiar o setor produtivo. O presidente da Associação Nordeste Forte, Cassiano Pereira, ressaltou que é preciso “virar a chave” e promover um movimento coordenado entre os estados e a União para enfrentar as desigualdades e os riscos do cenário atual. Bruno Veloso, da Fiepe, reforçou a importância de ações coletivas e imediatas: “O momento exige diálogo para acelerar a construção de soluções viáveis”. A reunião também abordou os instrumentos da Nova Indústria Brasil (NIB), entre eles a Chamada Nordeste, lançada pela Sudene, que vai destinar R$ 10 bilhões a planos de negócio alinhados às diretrizes da nova política industrial. Os participantes destacaram ainda a importância de obras estruturantes, como a Ferrovia Transnordestina, para a consolidação de uma base produtiva mais forte e menos dependente de mercados instáveis.

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MBXP 2025 conecta inovação e atacado de moda em Pernambuco

Evento em Santa Cruz do Capibaribe reúne indústria têxtil, varejo e especialistas para debater tendências e negócios Nos dias 5 e 6 de agosto, o Centro de Eventos do Moda Center, em Santa Cruz do Capibaribe (PE), será palco da segunda edição do MBXP – Moda Business Experience. O encontro, promovido pelo Moda Center e apresentado pela Soul Têxtil, promete movimentar o polo têxtil do Agreste com uma programação voltada à inovação, à qualificação profissional e ao fortalecimento do mercado atacadista de moda. Voltado a confeccionistas, lojistas, fornecedores e especialistas do setor, o MBXP é um dos principais eventos de moda no atacado do país. A programação inclui painéis sobre vendas físicas e digitais, tendências de consumo, mentorias e ativações de marcas, além de experiências que destacam a identidade local. Entre os nomes confirmados estão Rick Chester, Caio Coppola e Jessica Holanda, que trarão reflexões sobre empreendedorismo e gestão no setor. “A Soul Têxtil acredita que moda é mais do que tendência: é estratégia, é conexão, é futuro. Estar à frente de um evento como o MBXP reforça nosso compromisso em impulsionar o setor com inovação, conhecimento e propósito”, afirma Paulo Vasconcellos, um dos idealizadores do evento. A iniciativa reforça a posição de Santa Cruz do Capibaribe como referência nacional em confecções e busca impulsionar a competitividade da moda nordestina. Todas as novidades sobre o evento estão disponíveis no Instagram oficial, @mbxpoficial, e nos canais do Moda Center Santa Cruz. Serviço2ª edição do MBXP – Moda Business Experience📍 Centro de Eventos do Moda Center – Avenida Moda Center, SN, Bela Vista, Santa Cruz do Capibaribe (PE)🗓 Dias 5 e 6 de agosto⏰ Das 13h às 22h

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Conecta Multimodal debate o futuro da logística no Nordeste

Painéis e palestras reúnem especialistas e líderes para discutir inovação, sustentabilidade e inteligência artificial no setor Entre os dias 5 e 7 de agosto, o Recife Expo Center será palco do Conecta Multimodal, programação de conteúdo da segunda edição da Multimodal Nordeste. Reunindo especialistas, executivos e autoridades, o evento traz uma série de painéis, palestras e debates sobre os rumos da logística e do comércio exterior, com temas como inteligência artificial, transição energética, cabotagem e sustentabilidade. A iniciativa pretende fomentar a integração entre modais logísticos, estimular a troca de experiências e promover soluções inovadoras para os principais desafios do setor. Nomes como Carlos Menchik, Edmilton Ribeiro, David Pinheiro e Márcio Salmi integram a grade de palestrantes, que também inclui discussões sobre liderança feminina na logística e projetos de facilitação do comércio exterior em Pernambuco. A programação técnica do Conecta Multimodal ocorre sempre das 14h às 19h30, com três apresentações temáticas por dia, seguidas por um painel de encerramento com os palestrantes. Os temas abordam desde o uso de inteligência artificial no supply chain até a cabotagem como alternativa sustentável para o transporte de cargas, reforçando a importância da logística verde. A expectativa é reunir cerca de 10 mil visitantes ao longo dos três dias de evento. Serviço📍 Conecta Multimodal | Multimodal Nordeste📅 5 a 7 de agosto de 2025📌 Recife Expo Center – Cais Santa Rita, 156🎟 Ingressos: Feira gratuita para profissionais do setor / R$ 50 para o público geral💬 Conecta Multimodal: R$ 130 por dia ou R$ 300 para os três dias🔗 Credenciamento: www.multimodalnordeste.com.br

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Pernambuco avança na geração de empregos e tem salário de admissão acima da média do Nordeste

Estado fecha primeiro semestre com mais de 25 mil vagas criadas e crescimento real na remuneração, puxado pelos setores de serviços e indústria Pernambuco encerrou o mês de junho com um saldo positivo de 5.179 vagas formais, resultado de 52.697 admissões e 47.518 desligamentos, segundo dados do Novo Caged, divulgados pelo Ministério do Trabalho e Emprego. O desempenho confirma a trajetória de recuperação do mercado de trabalho no Estado, que soma 25.366 empregos gerados no primeiro semestre de 2025, com destaque para o setor de serviços. No acumulado da atual gestão estadual, já são mais de 136 mil novos postos com carteira assinada. O salário médio de admissão também apresentou crescimento real, atingindo R$ 1.937,41 em junho — acima da média do Nordeste, que foi de R$ 1.933,77. O valor representa um aumento de 1,5% em relação ao mês anterior e de 1% na comparação com o mesmo período de 2024. “Os números divulgados nesta segunda-feira pelo governo federal confirmam aquilo que quem está dentro da gestão estadual vê a todo momento: Pernambuco está crescendo novamente, de maneira constante e sustentável”, afirmou a governadora Raquel Lyra. A participação feminina no mercado de trabalho tem sido um dos grandes destaques do ano. Entre janeiro e junho, 67% das vagas criadas foram ocupadas por mulheres — o equivalente a 16.956 postos. Em junho, esse movimento se repetiu: 2.677 carteiras assinadas foram destinadas a trabalhadoras, contra 2.502 para homens. “No primeiro semestre acumulamos mais de 25 mil oportunidades criadas, das quais 67% foram destinadas a pessoas do sexo feminino, mães de família que estão aproveitando esse momento tão positivo para Pernambuco”, afirmou Guilherme Cavalcanti, secretário de Desenvolvimento Econômico do Estado. O setor de serviços foi o principal motor do emprego no mês, com 2.128 novas vagas, impulsionado pelas áreas de informação, comunicação, finanças e atividades profissionais. A indústria gerou 1.394 postos, com destaque para a produção e refino de açúcar. Já o comércio contribuiu com 960 empregos formais, seguido pela agropecuária (401), influenciada pela safra de uvas, e pela construção civil, com 296 novos vínculos. “Os números de junho confirmam que Pernambuco está no caminho certo. É extremamente positivo ver o Estado manter um ritmo constante de geração de empregos formais. Ver Pernambuco criar mais de 5 mil vagas em apenas um mês e ultrapassar 66 mil novos postos no acumulado de 12 meses mostra a força do nosso mercado de trabalho e a eficácia das políticas públicas e dos esforços do setor produtivo”, avaliou Manuca, secretário de Desenvolvimento Profissional e Empreendedorismo.

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Tarifaço de Trump ameaça indústria em Pernambuco, alerta economista

Professor Edgard Leonardo analisa os impactos das novas tarifas dos EUA sobre a economia pernambucana, destaca riscos à cadeia exportadora e aponta caminhos para mitigar prejuízos no curto e médio prazo As tarifas impostas pelo governo norte-americano sob a liderança de Donald Trump colocam setores estratégicos da economia pernambucana em situação de alerta. Embora os Estados Unidos não sejam o principal destino das exportações do estado, produtos como frutas frescas e açúcar — fortemente dependentes daquele mercado — podem sofrer prejuízos expressivos. Em entrevista à Revista Algomais, o economista e professor da Unit-PE, Edgard Leonardo, explica que os impactos atingem não apenas grandes empresas, mas também pequenas que integram cadeias produtivas voltadas à exportação, especialmente no setor da fruticultura. Leonardo avalia que o cenário internacional atual, agravado pelo distanciamento diplomático entre Brasil e EUA, torna a situação ainda mais delicada para Pernambuco. “O tarifaço imposto pelos EUA afeta setores estratégicos”, afirma, destacando as dificuldades logísticas e regulatórias para redirecionar a produção a novos mercados. Ele defende medidas emergenciais, como linhas de crédito para empresas exportadoras, e uma ação coordenada do Itamaraty na busca de acordos bilaterais que aliviem as barreiras comerciais. Segundo o economista, a adoção de tarifas de retaliação também deve ser pensada com cautela, para evitar o aumento dos custos de insumos e novos entraves à competitividade local. Quais os setores mais ameaçados em Pernambuco com o tarifaço de Trump? Pernambuco é o terceiro maior exportador do Nordeste e o 16º do Brasil. Sua pauta de exportações é dominada pela indústria de transformação, que responde por 84,9% do total exportado, enquanto o setor agropecuário representa 14,6%. Entre janeiro e novembro de 2024, os principais produtos exportados por Pernambuco foram: açúcares e melaços (21%), veículos e automóveis de passageiros (19%), frutas e nozes frescas ou secas (14%), óleos combustíveis de petróleo ou minerais betuminosos, exceto os óleos brutos (11%) e veículos automotores para transporte de mercadorias e usos especiais (9,6%).Quanto aos mercados de destino, a Argentina lidera, absorvendo 24% das exportações, seguida pelos Estados Unidos (9,1%), Singapura (9,0%), México (7,8%), Países Baixos (6,5%) e República Democrática do Congo (2,7%). Apesar de Pernambuco não ser economicamente superdependente do mercado americano, o tarifaço imposto pelos EUA afeta setores estratégicos, especialmente as exportações de frutas. Esses produtos têm características específicas que dificultam uma adaptação rápida a outros mercados, principalmente por causa da sua alta perecibilidade. Além disso, redirecionar a produção para novos destinos apresenta desafios significativos, como o cumprimento de exigências específicas desses mercados, especialmente no que se refere às embalagens, que frequentemente precisam atender a requisitos rigorosos quanto a tamanho, rótulos, idioma e outras normas regulatórias. A estrutura empresarial pernambucana é composta majoritariamente por médias e grandes empresas, que representam 69% do total, enquanto microempreendedores individuais (MEI), micro e pequenas empresas somam cerca de 31%. Importante destacar que muitas pequenas empresas dependem diretamente das maiores, pois vendem para elas produtos destinados à exportação, principalmente quando estamos falando do setor de fruticultura. Portanto, o setor de frutas, que envolve muitas dessas pequenas empresas, deverá sofrer impactos mais fortes, não só pelo desafio de encontrar mercados alternativos, mas também pelo risco de redução no aproveitamento interno da produção. O açúcar é um dos principais produtos exportados de Pernambuco para os EUA. A imposição da tarifa de 50% pode reduzir drasticamente a competitividade do produto, afetando o setor. Além claro do setor industrial, com destaque para os veículos automotores Quais são as alternativas para o mercado local enfrentar com menos dores essa crise? As ações necessárias variam conforme o setor e devem ser planejadas para o curto e médio prazo, considerando que os ciclos produtivos podem ser afetados de forma progressiva, com impactos mais intensos ao longo do tempo devido à perda de investimentos. Consequentemente, essa situação pode acarretar redução de empregos, cujos efeitos negativos tendem a se espalhar pela economia caso não sejam identificadas e implementadas soluções. O lançamento de linhas de financiamento específicas para micro, pequenas e médias empresas exportadoras impactadas é fundamental para amenizar perdas e sustentar a produção enquanto novos mercados são buscados. O BNDES, pode apoiar esse processo oferecendo crédito com prazos longos e condições atrativas, fortalecendo a competitividade das empresas pernambucanas no mercado externo. Paralelamente, o Itamaraty pode atuar na negociação de acordos bilaterais para facilitar o escoamento dos produtos para mercados parceiros, reduzindo barreiras comerciais e ampliando as oportunidades de exportação.” Essas medidas devem criar problemas também na economia americana, como inflação. É possível compreender as motivações dessas medidas que colocam em crise o mercado global? Certamente, o tarifaço terá impacto na economia dos EUA e setores específicos da economia americana, como café, afetarão diretamente o consumidor médio norte-americano, e certamente outros itens devem, mesmo que indiretamente, impactar os EUA com mais inflação. No entanto, nossa preocupação principal deve estar focada nos efeitos no Brasil, onde as tarifas podem causar perdas significativas no PIB, com impactos especialmente em setores exportadores. É preciso lembrar que o Brasil tem marcado sua posição de forma clara e, por vezes, ríspida, em relação aos Estados Unidos, evidenciando um distanciamento crescente nas esferas diplomática, econômica e geopolítica. Um gesto simbólico dessa nova postura foi o envio do vice-presidente brasileiro, Geraldo Alckmin, para representar o país na posse do novo presidente do Irã, Masoud Pezeshkian, em julho de 2024 (evento no qual muitos países optaram por não enviar representantes de alto escalão, demonstrando a prioridade que Brasília dá à relação com Teerã).Paralelamente, o governo brasileiro tem feito críticas contundentes e reiteradas às políticas norte-americanas, com episódios públicos e expressões firmes, como quando a primeira-dama xingou, desnecessariamente, Elon Musk, então figura próxima ao governo Trump, aprofundando ainda mais o clima de tensão bilateral. O Brasil também adota uma postura explícita contra o uso do dólar como moeda hegemônica nas trocas internacionais, posição reforçada em fóruns como os BRICS, onde defendeu a criação de moedas alternativas para o bloco e para o Mercosul. Posição com forte componente ideológico, sem argumentos técnicos robustos que sustentem sua viabilidade econômica. Importante lembrar que os EUA já deixou

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Pernambuco não é capacho do Ceará

*Por Francisco Cunha A  mais recente novidade acerca do melodrama relativo ao trecho pernambucano da ferrovia Transnordestina dá conta de que o governador e a bancada parlamentar do Ceará estão fazendo enorme pressão sobre o ministro da Casa Civil, o ex-governador baiano Rui Costa, pela demissão do superintendente da Sudene, Danilo Cabral, por ele supostamente não estar “facilitando” a vida do trecho cearense da ferrovia.  Isso depois de a Sudene já ter liberado R$ 5,6 bilhões dos Fundos de Desenvolvimento do Nordeste (FDNE) e de Investimentos do Nordeste (Finor), e de já ter assegurado até 2026 mais R$ 2,6 bilhões, praticamente a totalidade do FDNE até lá, para o trecho do Ceará. E mais: depois do trecho pernambucano (de Salgueiro a Suape) ter misteriosamente desaparecido do contrato de concessão entre o Natal e o Ano Novo de 2022. E mais ainda: depois de a concessionária da malha métrica do Nordeste Oriental (Alagoas, Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte), – sucessora da concessionária do trecho cearense da Transnordestina que articulava há mais de um século os portos de Maceió, Suape, João Pessoa e Natal – ameaçar abandonar a concessão desses trechos e devolver à União a malha amplamente sucateada e totalmente inoperante. Isso após longos anos de abandono e de desmonte revoltantes. A pancada foi tão grande que o trecho pernambucano da Transnordestina só voltou para o mapa por determinação do presidente Lula, passando a ser incluído no Orçamento da União e no PAC, ainda que com recursos ínfimos se comparados com os destinados ao trecho cearense (menos de 5% até agora), depois de uma ampla mobilização social, empresarial e política.  Em resumo, foram deflagradas, de caso pensado, ações diretas e indiretas perpetradas com o objetivo de minar e, no limite, impedir o desenvolvimento, não só de Pernambuco como de todo Nordeste Oriental, posto que não existe competitividade portuária e, por extensão, regional, sem o suporte de uma malha ferroviária robusta. Basta observar o que acontece com todos os portos competitivos ao redor do planeta.  Essas ações combinadas, se não forem corajosamente enfrentas e revertidas, redundarão, na prática, na exclusão do Nordeste Oriental, para sempre, da malha ferroviária nacional. Isso quando já se projeta, com apoio decisivo (financeiro e técnico) da China, a ferrovia bioceânica (Atlântico-Pacífico), saindo de Ilhéus (não por acaso na Bahia) até o porto de Chancay no Peru. Se eu fosse adepto da teoria da conspiração seria levado a acreditar que está sendo urdido um plano para golpear covardemente as perspectivas de desenvolvimento dos estados do Nordeste Oriental, deixando-os literalmente a ver navios, passando do Ceará à Bahia e vice-versa, porque nenhum deles vai ancorar em portos sem retaguarda ferroviária. Ou seja, que se está deliberadamente planejando um sanduiche perpétuo de subdesenvolvimento para toda essa região do saliente nordestino. Ainda bem que não sou paranoico… Aproveito e lanço um repto aos cearenses: vamos fazer os dois trechos da ferrovia e deixar que a competência competitiva de cada estado se exerça. Por que não? Não é isso que se advoga modernamente? Meritocracia competitiva? Muito melhor do que procedimentos politicamente mesquinhos, do que tentativas de reduzir um estado inteiro a capacho de interesses subalternos.  Afinal, só existe uma palavra para classificar tudo isto que está sendo urdido há tempos, inclusive a atual e desleal pressão pela demissão do Danilo Cabral que vem imprimindo um dinamismo há muito não visto na autarquia de desenvolvimento: simplesmente INACEITÁVEL!  Pernambuco não é capacho de nenhum estado, muito menos do Ceará! 

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