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Fazenda reduz projeção da inflação de 4,9% para 4,8% em 2025

Estimativa do PIB também foi revista para baixo, de 2,5% para 2,3% A Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Fazenda revisou a projeção da inflação deste ano, medida pelo IPCA, de 4,9% para 4,8%, conforme o Boletim Macrofiscal divulgado nesta quinta-feira (11). A redução ocorre em um cenário de excesso de oferta global de bens, resultado de tarifas comerciais mais altas, como o tarifaço aplicado ao Brasil pelos Estados Unidos. Segundo o documento, também contribuíram para a revisão a menor inflação no atacado agropecuário e industrial e os efeitos defasados da valorização do real. A projeção considera ainda bandeira amarela para a energia elétrica em dezembro. Apesar da queda, o índice deve permanecer acima do teto da meta de 4,5% definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Para 2026, a inflação deve ficar em 3,6%, alinhando-se ao centro da meta a partir de 2027. O boletim manteve em 4,7% a variação projetada para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), utilizado para reajustar o salário mínimo e benefícios previdenciários. Já o Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) foi reduzido de 4,6% para 2,6% neste ano, refletindo as variações no setor atacadista e na construção civil. Quanto ao crescimento econômico, a previsão para o PIB recuou de 2,5% para 2,3%, após desempenho abaixo do esperado no segundo trimestre. O relatório aponta a política monetária restritiva e a desaceleração do crédito como fatores centrais para o desaquecimento. A estimativa para a indústria caiu de 2% para 1,4%, enquanto os serviços permanecem projetados em 2,1%. O setor agropecuário, em contrapartida, teve alta na previsão, de 7,8% para 8,3%, sustentado por maior produção de milho, algodão e abate de bovino.

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Produção pecuária de Pernambuco cresce no 2º trimestre de 2025

Dados do IBGE mostram aumento no abate de bovinos, maior volume de leite adquirido e recorde na produção de ovos O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou, nesta quarta-feira (10), os resultados das Estatísticas da Produção Pecuária para o 2º trimestre de 2025 em Pernambuco. O estado registrou o abate de 119.586 bovinos, alta de 33,7% em relação ao mesmo período de 2024 e de 9,66% frente ao trimestre anterior. No caso dos suínos, foram abatidas 18.633 cabeças, número 18,9% menor que o de 2024, mas 3,7% acima do 1º trimestre deste ano. Já o abate de frangos alcançou 19,8 milhões de cabeças, crescimento de 7,6% em comparação ao 2º trimestre de 2024 e queda de 15,6% em relação ao início do ano. PRODUÇÃO DE LEITE RECORDE Na produção de leite cru, resfriado ou não, Pernambuco atingiu o maior volume da série: 78.512 mil litros adquiridos. O resultado superou tanto os 76.880 mil litros do 1º trimestre de 2025 quanto os 74.255 mil litros do mesmo período de 2024. Apesar da alta no total, houve redução nos volumes sob inspeção federal, que passaram de 47.859 mil litros no 2º trimestre de 2024 para 44.846 mil litros em 2025. SETOR AVÍCOLA TAMBÉM COMEMORA O DESEMPENHO Outro destaque foi a produção de ovos de galinha, que registrou recorde histórico. Pernambuco contabilizou 13,6 milhões de galinhas poedeiras no 2º trimestre de 2025, o maior número já observado. A produção de ovos acompanhou essa expansão, alcançando 84.693 mil dúzias, contra 79.752 mil dúzias no 1º trimestre e 73.513 mil dúzias no mesmo período do ano passado. O levantamento também revelou que o estado possuía 106.978 unidades de couro cru para curtimento, todas adquiridas de forma indireta, por meio de intermediários.

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Pernambuco registra queda nas exportações em agosto

Recorte mensal mostra recuo de 42% em comparação a julho, mas acumulado do ano tem alta de 21% em relação ao mesmo período do ano passado, segundo análise da Fecomércio-PE O comércio exterior de Pernambuco apresentou retração em agosto de 2025. As exportações somaram US$ 89 milhões, uma queda de 42% em relação a julho e recuo de 49% frente a agosto de 2024. Apesar do resultado mensal negativo, o acumulado de janeiro a agosto aponta expansão: foram US$ 1,5 bilhão exportados, avanço de 21% em comparação ao mesmo período do ano passado. Os dados, levantados e analisados pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Pernambuco (Fecomércio-PE), têm como base o portal Comex do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC). No caso das importações, o estado registrou US$ 526 milhões em agosto, o que representa redução de 18% em relação a julho e retração de 25% frente a agosto de 2024. Já no acumulado do ano, Pernambuco importou US$ 4,9 bilhões, recuo de 2,8% ante 2024. O saldo comercial no mês foi negativo em US$ 437 milhões. Agosto também marcou o primeiro mês após a aplicação das novas tarifas sobre produtos brasileiros destinados aos Estados Unidos. A alíquota de 50% reduziu a competitividade de diversos itens e resultou em baixa das exportações pernambucanas para o mercado norte-americano. No comparativo com agosto de 2024, as exportações diminuíram em US$ 7 milhões, enquanto as importações apresentaram queda de US$ 6 milhões no mesmo período. Entre os itens mais exportados em agosto, destacam-se chapas de PET (US$ 661.154), lagostas (US$ 527.359), sucos de outras frutas (US$ 294.978) e pias e lavatórios de cerâmica (US$ 271.558). No mês, não foram registradas exportações de açúcar de cana para os Estados Unidos, produto que historicamente liderou as vendas externas do estado para aquele mercado. “O resultado de agosto apresentou os desafios iniciais que a taxação sobre produtos brasileiros para os Estados Unidos, que influenciam a competitividade das exportações pernambucanas”, destaca o presidente da Fecomércio-PE, Bernardo Peixoto. Ferreira Costa inaugura Outlet de Móveis e Eletros com descontos de até 50% na Imbiribeira A Ferreira Costa acaba de lançar um Outlet exclusivo de móveis e eletrodomésticos em sua unidade da Imbiribeira, no Recife. Com descontos de até 50%, retirada imediata e parcelamento em até 10 vezes sem juros, o espaço reúne produtos de ponta de estoque. UniFBV Wyden realiza Feira de Estágios e Empregos 2025.2 com foco em networking e empregabilidade O Centro Universitário UniFBV Wyden promove, no dia 25 de setembro, a Feira de Estágios e Empregos 2025.2, reunindo empresas, alunos e profissionais do mercado em uma programação voltada para desenvolvimento de carreira. Com expectativa de 400 participantes, o evento contará com palestras, workshops, simulações de entrevistas, speed mentoring e stands de empresas parceiras, oferecendo aos estudantes e ao público externo a oportunidade de ampliar conexões e conquistar novas chances no mercado de trabalho. Câmara do Recife reconhece trajetória do CRA-PE nos 60 anos da Administração A Câmara Municipal do Recife prestará homenagem ao Conselho Regional de Administração de Pernambuco (CRA-PE) nesta quarta-feira (10), às 15h, em solenidade que concede votos de aplausos e congratulações pela contribuição da entidade ao fortalecimento e à valorização da profissão de Administrador. A iniciativa, proposta pelo vereador Gilberto Alves, integra as comemorações do Jubileu de Diamante da Administração, celebrado em 2025, quando a regulamentação da atividade completa seis décadas no Brasil. Alimentação e Bebidas devem movimentar mais de R$ 1 trilhão no Brasil em 2025, aponta IPC Maps As famílias brasileiras devem gastar cerca de R$ 1,1 trilhão com alimentação e bebidas em 2025, dentro e fora do lar, segundo a pesquisa IPC Maps. O valor representa um crescimento de 11,3% em relação ao ano passado. Do total, R$ 780 bilhões serão destinados ao consumo em domicílio e R$ 350,4 bilhões à alimentação fora de casa. O estudo também mostra que São Paulo lidera o ranking nacional, com R$ 284,3 bilhões em despesas, seguido por Minas Gerais, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul. Apesar da alta no consumo, houve queda no número de serviços alimentícios entre Microempreendedores Individuais (MEIs), com quase 41 mil unidades encerradas no último ano.

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“O Brasil é hoje o único grande emergente com risco geopolítico perto de zero”

O economista Ricardo Amorim analisa o impacto do tarifaço,as oportunidades para Pernambuco e destaca o papel estratégicodo País no cenário internacional. Durante o Startup Summit, realizado na semana passada em Florianópolis, o economista Ricardo Amorim concedeu entrevista exclusiva ao jornalista Rafael Dantas. Conhecido por sua análise direta e pela capacidade de traduzir tendências globais para o contexto brasileiro, Amorim abordou os efeitos do tarifaço imposto pelos Estados Unidos, avaliando seus reais impactos sobre o PIB nacional e apontando caminhos de adaptação para empresas e setores estratégicos. O economista também trouxe a discussão para a realidade nordestina, destacando as oportunidades que Pernambuco pode aproveitar nesse cenário de rearranjo global. Do fortalecimento do Porto Digital e da indústria de tecnologia ao potencial de agregar valor às cadeias produtivas tradicionais, como frutas e açúcar, Amorim defende que o Estado tem condições de ampliar sua inserção internacional. Além disso, analisou os riscos e oportunidades que o Brasil carrega como um dos poucos mercados emergentes considerados estáveis no contexto geopolítico atual. O senhor compartilha da visão de que o tarifaço deve ser encarado mais como oportunidade do que como ameaça? Eu tenho uma postura construtivista em relação a qualquer coisa. O que isso significa? O otimista é ingênuo, é aquele cara que saltou do precipício e no começo acha que está caindo um ventinho gostoso, mas vai se esborrachar. Então, eu não acredito em otimismo ingênuo. Acredito que em qualquer situação podemos olhar para os problemas mas, também, para o que há de oportunidade. O tarifaço tem impactos muito reais, significativos, negativos, específicos. Se você tem uma empresa que exporta muito para os Estados Unidos e que está sujeita à tarifa de 50%, o tarifaço é um problemão, ponto final. Mas também significa que você precisa mudar o que está fazendo. Será que existem outros mercados para os quais você pode vender? Será que pode vender no Brasil? Será que há uma forma de reduzir o custo e mesmo com o tarifaço continuar exportando para os Estados Unidos e ganhando dinheiro? Enfim, é preciso buscar alguma alternativa. Mas o caso mais comum é quando a gente olha para o impacto da economia brasileira, as pessoas ficaram desesperadas por algo que não vai ser tão grande assim. Por quais razões o senhor avalia que o impacto será menor? O impacto direto do tarifaço é relativamente pequeno por algumas razões. A primeira é que a economia brasileira é fechada. O Brasil exporta só o equivalente a 15% do PIB. Países como Singapura, em relação ao tamanho da economia, exportam seis vezes mais. Segundo, os Estados Unidos são um parceiro comercial importante, mas está longe de ser o mais importante, que é a China, com 28% das exportações brasileiras. Depois vem a União Europeia, com 18%, e aí vem os Estados Unidos, com 12%. Então, se eu falar que o Brasil exporta 15% do PIB e 12% vai para os Estados Unidos, o que nós exportamos para os Estados Unidos equivale a 1,8% do PIB. E nem todas as exportações estão atingidas pelo tarifaço… Do que a gente exporta aos Estados Unidos, 55% não está sujeito ao tarifaço. Há uma alíquota para o Brasil de 10% de exportação, com um detalhe: a alíquota média americana hoje é de 15%. Então, nesse 55%, as empresas brasileiras estão melhores que as outras. Não é problema. Tem mais 19% que é sujeito ao que é chamado de tarifa externa comum. O que significa isso? Que esses produtos, não importa de que país eles são exportados, todo mundo paga a mesma tarifa. Sobraram 36%. Esses 36% têm o tarifaço de 50%. Esses têm um problema. É pouco mais de 1/3 das exportações brasileiras para os Estados Unidos. O impacto máximo que o tarifaço pode ter, se tudo que é exportado, sujeito à tarifa de 50% deixar de ser produzido daqui para frente, coisa que não vai acontecer, será 0,6% do PIB. O que deve acontecer com esses setores impactados? Tem uma parte que mesmo com 50% de tarifa vai continuar sendo exportada. Tem uma parte que não vai para os Estados Unidos, mas exporta para outro lugar. Tem uma parte que será vendida no Brasil. Mas vamos exagerar, vamos pegar o 0,6%. O tarifaço começou em agosto. Então, significa que seriam cinco meses neste ano. Então, o máximo que o tarifaço pode tirar do crescimento do PIB brasileiro em 2025 é 0,25%. Só que quando você olha, inclusive para o que está acontecendo com as expectativas de crescimento, elas estão subindo mesmo com o tarifaço. O que significa que o impacto é muito pequeno. Havia uma segunda possibilidade que era um impacto indireto, que é o seguinte, “Pô, vai ter tarifaço no Brasil”. O pessoal fica preocupado, pega o dinheiro que está no Brasil e manda para fora. Não está acontecendo. Como é que eu sei? Desde a data que o tarifaço foi anunciado, o real foi a moeda que mais se apreciou no mundo. O que isso significa? Que está entrando dinheiro no Brasil, não está saindo. Então não vai ter um impacto adicional. O resumo da ópera é: sim, pontualmente o tarifaço é relevante, mas para economia como um todo, o impacto negativo é muito menor do que as pessoas acham. E tem um impacto positivo. Qual é o impacto positivo? Eu estava falando da produção nova, mas tem uma segunda situação, que é o que já foi produzido na expectativa de ser vendido para os Estados Unidos. O produto que já está feito. Se os americanos não comprarem, alguma coisa o produtor terá que fazer: ou vender para outro país – mas achar um novo mercado externo rápido não é coisa fácil – ou, a maior parte será vendida dentro do Brasil. Então, o que significa? De uma hora para outra, vão colocar um monte de produto a mais no Brasil, resultado, os preços caem. A gente já viu isso no número de inflação que foi divulgado na semana passada, que foi uma deflação. A inflação pelo IPCA

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Mercado imobiliário do Recife e RMR cresce com força no 2° trimestre de 2025

Pesquisa da Ademi-PE revela expansão do Minha Casa Minha Vida, boom no setor de luxo e valorização dos preços na capital pernambucana Uma pesquisa realizada pela Brain Inteligência Estratégica, encomendada pela Associação das Empresas do Mercado Imobiliário de Pernambuco (Ademi-PE), apontou crescimento robusto no mercado imobiliário do Recife e Região Metropolitana no segundo trimestre de 2025. O estudo mostra uma polarização entre o programa Minha Casa Minha Vida (MCMV) e o segmento de luxo, com baixa de produtos de médio padrão e compactos, além de uma expansão geográfica para novas áreas da cidade. O MCMV registrou alta de 40% e passou a representar 51,7% do mercado, consolidando-se como motor de vendas em volume. Já o setor de luxo apresentou salto expressivo de 647%, aumentando sua participação de 2,3% para 17,2% do total. Em contrapartida, imóveis de médio padrão caíram de 46,5% para 24,1%, enquanto os compactos recuaram de 14% para 6,9%. Para o presidente da Ademi-PE, Rafael Simões, “de um lado há o crescimento pujante do mercado de luxo, mostrando o potencial de um público que busca diferenciais e alto padrão. De outro, está a força do programa Minha Casa, Minha Vida, que se consolidou como o principal motor de vendas, garantindo o acesso à moradia para a grande maioria da população”. Os números reforçam a solidez do setor. Nos últimos 12 meses, foram vendidas 10.736 unidades contra 9.125 lançamentos, com VGV vendido de R$ 4,7 bilhões e VGV lançado de R$ 4,9 bilhões, indicando equilíbrio e ausência de excesso de estoque. O preço médio do metro quadrado em Recife atingiu R$ 17.079, uma valorização de 10,3% no período, enquanto apartamentos na beira-mar de Boa Viagem e Pina chegaram a R$ 18.427 por metro quadrado. A pesquisa também mostra uma mudança no mapa de lançamentos, com Imbiribeira (28,1%) e Vasco da Gama (23,3%) concentrando mais da metade das novas unidades, ultrapassando bairros tradicionais como Boa Viagem (1,9%) e Aflitos (3,6%). A oferta de imóveis subiu 12,7% entre 2021 e 2025, sendo 89% do estoque “jovem” — lançado entre 2023 e 2025 — e formado majoritariamente por apartamentos de dois e três dormitórios. “O levantamento aponta para um movimento de expansão geográfica, com o mercado buscando novas fronteiras além dos eixos tradicionais, levando o desenvolvimento imobiliário para bairros antes não desejados. Esses dados são fundamentais para que possamos traçar o futuro do setor em Pernambuco, com planejamento e inteligência”, destaca Rafael Simões. Ademi-PE promove debate sobre reforma tributária e seus efeitos no setor imobiliário A Associação das Empresas do Mercado Imobiliário de Pernambuco (Ademi-PE) realiza, na próxima terça-feira (9), um almoço com associados para discutir os impactos da reforma tributária em modelos de negócios estratégicos do setor, como as permutas e as Sociedades em Conta de Participação (SCPs). O encontro, que acontece na sede da entidade, no Espinheiro, contará com palestras dos advogados Francisco Severien e Luana Freitas, abordando tanto os efeitos das mudanças fiscais quanto soluções práticas para adaptação das empresas ao novo sistema. Novo Atacarejo celebra 6 anos com prêmios milionários Na semana de seu aniversário de seis anos, o Novo Atacarejo movimenta clientes em Pernambuco e Paraíba com uma campanha que distribui R$600 mil em prêmios. Até domingo (07), a rede sorteará uma casa avaliada em R$300 mil, além de caminhões de brindes e centenas de prêmios instantâneos. Presente em 28 cidades e com 37 lojas em operação, a empresa reforça sua estratégia de crescimento no Nordeste, onde já figura entre os 20 maiores grupos do setor no país. Limpe seu nome no Centro do Recife neste sábado A CDL Recife estará na Praça Dom Vital, no bairro de São José, neste sábado (06), oferecendo consultas gratuitas ao SPC Brasil e orientações financeiras para consumidores com o nome negativado. A ação integra a programação do evento “Viva o Centro Recife”, promovido pela Prefeitura, que acontece das 9h às 15h com serviços gratuitos, feira criativa e atrações culturais para movimentar a região central da cidade. Suape busca novas parcerias no agronegócio durante a Ficomex 2025 O Porto de Suape participa, pela segunda vez, da Ficomex 2025, feira internacional de comércio exterior realizada até 6 de setembro em Goiânia (GO). Com estande próprio e presença da Sua Granéis, o complexo pernambucano visa apresentar seu potencial como alternativa para o escoamento da produção agrícola, especialmente grãos do Centro-Oeste. Durante o evento, o diretor-presidente Armando Monteiro Bisneto recebeu a Comenda Ficomex e destacou a importância de ampliar parcerias estratégicas, fortalecer a integração regional e buscar soluções logísticas que agreguem valor à cadeia do agronegócio. Amarante adere ao Pacto Brasil pela Integridade Empresarial A Amarante, administradora dos resorts Salinas Maragogi, Salinas Maceió e Japaratinga Lounge Resort, passou a integrar o Pacto Brasil pela Integridade Empresarial, iniciativa da Controladoria-Geral da União (CGU) que reúne empresas comprometidas com a ética, a governança e a transparência nos negócios. A adesão reforça a cultura de Compliance da companhia e fortalece sua credibilidade no mercado, alinhando práticas de gestão, sustentabilidade e relacionamento com clientes, colaboradores, fornecedores e parceiros.

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É a geopolítica, estúpido!

*Por Francisco Cunha Conta a lenda política internacional que, quando da postulação eleitoral de Bill Clinton, em 1992, havia uma disputa entre os estrategistas sobre qual deveria ser o mote da campanha, se a guerra do Kuwait ou a economia. Foi quando o consultor James Carville escreveu no quadro de avisos do comitê central, em letras garrafais, a frase: “É a economia, estúpido!” Carville ganhou a discussão, foi dado foco na economia e Clinton ganhou a eleição. Bem, isso foi em 1992, quando da então recente queda do Muro de Berlim, do desmoronamento da União Soviética com o consequente fim da Guerra Fria. Então, pensava-se que a história tinha “acabado” e os EUA seriam a única potência hegemônica para todo o sempre. Ledo engano! A China já estava amolando os cascos para galgar a vice-liderança econômica mundial e ameaçar a hegemonia dos EUA. Desde então, o que se viu foi a ascensão da nova potência asiática com uma reconfiguração gradual da geoeconomia e da geopolítica internacionais. Em menos de três décadas, a situação mudou completamente da Guerra Fria original (capitalismo mundial, liderado pelo EUA, versus comunismo internacional, liderado pela União Soviética) para o que alguns autores chamam de Guerra Fria 2.0. Agora, colocando em contraposição, de um lado, os EUA com todo o aparato multilateral montado depois da Segunda Guerra Mundial e que considerava o mundo bipolar do meio século seguinte e, de outro, a China com o seu “capitalismo de estado”, praticamente monopolizando o comercio mundial. Esta situação é ilustrada com clareza desconcertante quando se observam os dois mapas-múndi acima divulgados pela revista The Economist, que mostram em azul os países do mundo que têm os EUA como principal parceiro comercial e em laranja os que têm a China com destaque para a comparação entre os anos 2000 e 2020. Com base no que se vê nos mapas, é legítimo inferir que toda essa confusão que o novo governo Trump está fazendo com as tarifas alfandegárias tem como objetivo primeiro atingir o seu principal rival comercial, atual e para o futuro, que é a China. Isso porque os EUA sabem mais do que ninguém que quem domina o comércio, termina por dominar a política, a diplomacia e, ao fim e ao cabo, as finanças internacionais. Daí, ser possível compreender a fúria de Trump contra os Brics e mais especialmente contra o Brasil. Afinal, dentre os constituintes originais do bloco (Brasil, Rússia, China e Índia que formaram, inclusive, o acrônimo BRIC), o mais “frágil” ou mais “fácil” de atacar diretamente é o Brasil. Se não, vejamos: a Rússia tem o maior arsenal atômico, herdado da União Soviética, talvez até maior em número de ogivas do que o dos EUA; a China é a potência rival com a qual não convém bater logo de frente; e a Índia, além de possuir também a bomba atômica, têm, nos dias atuais, a maior população do mundo. Quem sobra para efeito demonstração? O Brasil que, além de estar no mesmo continente (no “quintal” da América Latina como se referiram autoridades norte-americanas), ainda é o maior país latino-americano e na posição de liderança pelo tamanho populacional, econômico e institucional que têm. Não é à toa que circula informalmente no âmbito da diplomacia internacional a máxima de que “para onde o Brasil for, a América Latina vai também”. Diante deste quadro, essa história de supertarifação do Brasil por conta do julgamento “injusto” do ex-presidente Jair Bolsonaro tem toda a cara de pretexto para ocultar a razão principal (passar um claro recado aos demais Brics: “quem manda nessa joça ainda sou eu!”) ou, na mais psicanalítica das hipóteses complementares, para acusar de ilegítimo um rito processual democrático que se aplicado ao próprio Trump já o teria condenado. Em outras palavras: se a invasão do Capitólio que ele incentivou e, em linhas gerais, comandou, tivesse sido no Brasil, existem poucas dúvidas de que já estaria julgado e preso. Em suma, enquanto Bill Clinton podia, em 1992, assumir que o tema da campanha era a economia norte-americana interna, hoje, para entender o interconectado e conturbado quadro mundial, teríamos que pedir a Carville que redefinisse o slogan. Certamente ele diria: “É a geoeconomia, estúpido!”. Afinal, como disse muito apropriadamente Camões, há quase 500 anos: “Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades”.

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CPRH libera licença para primeira fábrica de e-metanol do Brasil em Suape

Unidade da European Energy terá investimento de R$ 2 bilhões e previsão de produzir 100 mil toneladas por ano O Governo de Pernambuco, por meio da Agência Estadual de Meio Ambiente (CPRH), emitiu a Licença Prévia (LP) da primeira fábrica de e-metanol do Brasil, que será instalada no Complexo de Suape, no Cabo de Santo Agostinho. O documento tem validade de um ano, prorrogável por até cinco, e autoriza a instalação da unidade, considerada a segunda do mundo no segmento e a primeira das Américas. O investimento previsto é de R$ 2 bilhões, com geração de 1.500 empregos na fase de obras. CAPACIDADE DE PRODUÇÃO A indústria, denominada EE Metanol do Brasil Ltda, subsidiária da European Energy, terá capacidade de produzir 15 toneladas de metanol verde por hora, alcançando 100 mil toneladas por ano quando estiver em operação. O combustível será utilizado no setor naval, marcando um avanço na transição energética ao substituir derivados fósseis por alternativas limpas. “É uma nova etapa para Pernambuco, uma virada de chave no quesito ambiental, que traz mudança de paradigmas e tecnologias modernas para o desenvolvimento ambiental, atendendo o programa definido pela governadora Raquel Lyra”, afirma o diretor-presidente da CPRH, José de Anchieta Santos. A Licença Prévia é a primeira das três etapas do processo de licenciamento, que ainda inclui a Licença de Instalação e a Licença de Operação. Para obtê-la, a European Energy precisou apresentar projeto executivo, plano básico ambiental, inventário florestal e anuências do município e de Suape. A empresa deverá cumprir exigências adicionais em até 180 dias, entre elas projetos de energia elétrica, drenagem, tratamento de efluentes e viabilidade hídrica. “Com a licença, atestamos a viabilidade conceitual e locacional do empreendimento e seguimos para os estudos e projetos de engenharia”, explica Alexandre Groszmam, diretor de Relações Institucionais da EE Metanol do Brasil, que estima início das operações no segundo semestre de 2028. EMPREENDIMENTO É UM MARCO NA TRANSIÇÃO ENERGÉTICA Para o diretor-presidente de Suape, Armando Monteiro Bisneto, a iniciativa fortalece o polo de transição energética do porto. “Passaremos a ofertar ao mercado marítimo combustíveis de fontes limpas, com efeitos bastante positivos no transporte de cargas por navios, consolidando o Porto de Suape como referência para o Brasil e para o mundo”, ressalta. A CPRH também enviou equipe técnica à sede da European Energy, em Copenhague, para conhecer as práticas ambientais e visitar a primeira fábrica mundial de e-metanol, inaugurada em maio de 2025 na cidade de Kasso. “A equipe de licenciamento sentiu a necessidade de conhecer a empresa em funcionamento, para dar mais segurança no processo de licenciamento em curso em Pernambuco e, também, para o monitoramento do empreendimento”, comentou Eduardo Elvino, diretor de Licenciamento Ambiental da CPRH.

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“A UPE já nasceu interiorizada”, entrevista com a reitora Socorro Cavalcanti

A Universidade de Pernambuco completa 60 anos e a sua reitora aborda a trajetória dessa instituição de ensino superior que apresenta a maior capilaridade do Estado. Ela também ressalta a robustez do complexo de saúde para formação de alunos e o atendimento gratuito da população, e fala dos desafios e dos projetos futuros. A Universidade de Pernambuco chega aos 60 anos de fundação como a instituição de ensino superior com mais capilaridade do Estado. Uma característica que vem desde a sua origem, quando faculdades do Recife, de Nazaré da Mata, de Petrolina e Garanhuns se uniram para formar a Fesp (Fundação de Ensino Superior de Pernambuco) que depois se converteu na UPE. Nessas seis décadas de atuação no ensino, pesquisa e extensão, a UPE se destaca também por ter construído um complexo de saúde robusto, composto pelo Cisam (Centro Universitário Integrado de Saúde Amaury de Medeiros), o Hospital Universitário Oswaldo Cruz, com tradição no tratamento das doenças infecto-parasitárias (foi o primeiro no Estado a receber um paciente com Covid) e de câncer, e o Procape (Pronto Socorro Cardiológico), o único hospital do Norte e Nordeste específico para tratar doenças do coração (só existem dois no Brasil). Atualmente, a universidade conta com mais de 1.200 docentes, mais de 4.700 servidores e mais de 20 mil estudantes, distribuídos nos cursos de graduação e de pós-graduação. Para falar da trajetória e dos planos da instituição, a reitora Maria do Socorro Mendonça Cavalcanti conversou com Cláudia Santos e Rafael Dantas. A professora também abordou os desafios que a UPE – assim como as demais universidades públicas do País – enfrenta, como o orçamento insuficiente e a redução no número de alunos. Problemas que a reitora acredita que serão solucionados e que não vão atrapalhar os projetos da Universidade de Pernambuco para ampliar o número de cursos e de campi no futuro. A Universidade de Pernambuco (UPE) está completando 60 anos, e a senhora é a primeira reitora empossada. Qual a importância dessa presença feminina na reitoria de uma das instituições de ensino mais relevantes do Estado? A presença de mulheres em espaços de decisão é essencial para uma sociedade mais justa e igualitária. Esse tema vem crescendo bastante. Com certeza, a presença feminina, nesses espaços, não só garante uma representatividade mais ampla, mas também traz perspectivas e experiências diversas que podem enriquecer as decisões tomadas e promover um desenvolvimento mais equitativo. Hoje, no ensino da graduação na UPE, aproximadamente 53% são ocupados por mulheres, 60% dos cargos de gestão da universidade também são, e 70% da força de trabalho da Universidade de Pernambuco é feminina. Além da presença feminina, a história da UPE é marcada por outro fator relevante que é a interiorização desde a sua fundação. Fale um pouco dessa trajetória e contextualize em que circunstâncias a universidade foi criada? A UPE iniciou suas atividades em 1965, como Fesp (Fundação de Ensino Superior de Pernambuco), uma instituição privada criada a partir da união de faculdades isoladas que existiam em Pernambuco: a Faculdade de Ciências Médicas, a Escola Politécnica, a Faculdade de Odontologia, a Faculdade de Administração, entre outras. Em meados de 1969 e 1970, a Faculdade de Formação de Professores de Petrolina, a Faculdade de Formação de Professores de Nazaré da Mata e a Faculdade de Formação de Professores de Garanhuns agregaram-se à Fesp. Então, costumamos dizer que a UPE já nasceu interiorizada. Em 1990, a Fesp foi estadualizada e tornou-se Universidade de Pernambuco, no entanto, os alunos ainda pagavam uma mensalidade. A expansão do ensino superior, ou seja, o maior crescimento, deu-se a partir de 2005, quando tivemos o primeiro curso interiorizado, que foi em Caruaru, o curso de Administração e Marketing. Na época, era Marketing, Moda e Sistema de Administração. Atualmente, temos 66 cursos de graduação. A partir daí, a expansão para o interior foi ocorrendo e foram criados os campi de Serra Talhada, Arcoverde, Mata Sul e, mais recentemente, Ouricuri e Surubim. Em 2009, um decreto deu a gratuidade total à Universidade de Pernambuco e, em 2020, esse decreto transformou-se em lei, garantindo, de fato, que hoje a universidade seja pública e gratuita. A UPE é a universidade com maior capilaridade no Estado. Qual a importância dessa interiorização dos cursos de ensino superior para o desenvolvimento das pessoas e de Pernambuco? A UPE é a universidade que está mais distribuída no Estado de Pernambuco, indo do Sertão ao litoral. Atualmente são 17 unidades de educação e 12 campi, dois estão na capital, que é o Campus Santo Amaro e o Campus Benfica, e 10 campi, no interior. Essa interiorização do ensino superior dá às pessoas que não moram no Recife a oportunidade de cursarem uma universidade pública. Muitas delas jamais teriam essa chance de frequentar esses cursos. Outro aspecto importante, na história da universidade, foi a expansão da pós-graduação, a partir de 2013. Hoje temos 16 programas de doutorado e 28 mestrados, dos quais, 13 estão também em unidades da UPE do interior do Estado, dando oportunidade às pessoas que jamais pensariam em fazer uma pós-graduação, em função das dificuldades de deslocamento ou da necessidade de deixarem suas casas ou seus empregos para estudar na capital. Assim, além de oportunidades para as pessoas e de proporcionar maior integração entre diferentes áreas do conhecimento, a interiorização também contribui para o desenvolvimento do território. Com a mão de obra mais capacitada, mais qualificada, aumentam também o mercado de consumo. Além disso, a presença da universidade no interior reflete-se em pesquisas voltadas para as particularidades de cada região, como estudos sobre a Caatinga, por exemplo, no Sertão e no Agreste. Muitos dos programas de pós-graduação que estão no interior trabalham numa visão voltada à realidade, e as teses buscam resolver ou apontar soluções para problemas locais, próprios do território. Outro aspecto importante nesse sentido são nossos programas de extensão que possibilitam o diálogo com a sociedade para que as pessoas da localidade tenham acesso a atividades e serviços oferecidos pela universidade. Além do ensino e pesquisa, a UPE também se destaca pelas

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Entre o esgotamento do modelo e as novas oportunidades globais para a economia de Pernambuco

Economistas apontam que Estado precisa repensar sua estratégia de desenvolvimento diante do fim dos incentivos fiscais, da precariedade da infraestrutura e das transformações climática, tecnológicas e geopolíticas *Por Rafael Dantas O mundo está em uma rápida transição movido pelas mudanças climáticas e pela crise do multilateralismo. O Brasil faz um esforço para se industrializar – se conectar à economia sustentável e de baixo carbono – e o Estado precisa de um novo projeto de desenvolvimento para se inserir nessas mudanças. Esse foi o recado dos economistas da Ceplan (Consultoria Econômica e Planejamento), Tânia Bacelar e Paulo Guimarães, no evento Pernambuco em Perspectiva – Estratégia de Longo Prazo, projeto promovido pela Rede Gestão e pela Revista Algomais. Entre os aspectos críticos a serem superados estão a infraestrutura precária e a perspectiva de médio prazo do fim dos incentivos fiscais para atração de novos empreendimentos. Duas ameaças que podem se tornar oportunidades para os atores locais. “As escolhas estratégicas que fizemos olharam muito mais para o Século 20; precisamos agora pensar o Século 21 com os pés no chão”, alertou Tânia Bacelar, sugerindo uma análise da herança da qual o Estado parte em 2025 para projetar o novo caminho para as próximas décadas. Francisco Cunha, sócio da TGI, analisa que o ciclo de desenvolvimento traçado na década de 1950 pelo padre Joseph Lebret se esgotou e que é necessário repensar o novo horizonte estratégico para o Estado. Após tantos empreendimentos terem se consolidado, como o Porto de Suape e a Refinaria Abreu e Lima, praticamente o único projeto estratégico que não vingou foi a Transnordestina, destacou o consultor. “O redesenho do modelo exige a articulação da sociedade, do governo e da academia. O desafio não é apenas superar a crise, mas construir um novo paradigma de desenvolvimento para as próximas décadas”, sentenciou Francisco Cunha. GRANDES TRANSFORMAÇÕES GLOBAIS A economista Tânia Bacelar destacou que o Brasil e Pernambuco precisam se adaptar a quatro grandes transformações globais que já moldam o presente e definirão o futuro: um novo padrão de relação com a natureza, diante da crise climática; a mudança nos padrões técnicos, marcada pelo avanço da era digital, da biotecnologia e da genética; a reconfiguração geopolítica, com a transição de um mundo unipolar para um cenário multipolar; e a mudança demográfica, expressa no envelhecimento da população e na queda da fecundidade. Diante desse cenário internacional, a economista ressalta que o Brasil enfrenta desafios centrais, como adequar seus padrões de produção e consumo a modelos de menor impacto ambiental, construir estratégias eficazes de interação entre múltiplos atores globais e adaptar negócios e políticas públicas às mudanças demográficas em curso. Além disso, o País precisa superar entraves estruturais como a elevada concentração de renda, a baixa produtividade, a polarização política e a dependência excessiva do crédito. Ao mesmo tempo, ela ressalta que as transformações abrem oportunidades para o Brasil se reposicionar no cenário mundial, aproveitando sua biodiversidade, sua matriz energética relativamente limpa, seu potencial agrícola e a força de seu mercado interno para construir um desenvolvimento mais sustentável e inclusivo. Todas as lições e desafios que servem também para repensar o futuro de Pernambuco. “O Brasil é parte da solução da crise climática mundial; não podemos esquecer que somos o único país com o bioma Caatinga”, ressaltou Tânia Bacelar. Acerca do avanço dos empreendimentos em energias renováveis, que é uma das grandes transformações globais, Paulo Guimarães destacou que já existem investimentos fortes no Nordeste, que é o grande player do Brasil neste novo momento energético. “O Nordeste já instalou mais de três usinas de Itaipu em energia renovável e Pernambuco está nesse contexto.” CRITICIDADE DA INFRAESTRUTURA E OPORTUNIDADES Ao mesmo tempo que há todo esse potencial energético e da bioeconomia, o desenvolvimento de ambos demanda infraestruturas de distribuição – como as linhas de transmissão – e de logística, a exemplo de estradas e ferrovias. Dois fatores que se inscrevem como crônicos para o Estado. “Infraestrutura em Pernambuco é o nosso calcanhar de Aquiles. Fizemos um porto, mas a infraestrutura econômica de Pernambuco é muito ruim”, lamenta Paulo Guimarães. Além das conexões com o Sertão e o Agreste – que ainda não receberam a duplicação da BR-232 após São Caetano – e do déficit secular de ferrovias, mesmo os deslocamentos dentro da RMR (Região Metropolitana do Recife) e para o Litoral são críticos. Na palestra, Tânia Bacelar exemplificou a dificuldade de levar os turistas para Porto de Galinhas, que é um dos principais balneários do País. A ausência de infraestrutura hídrica limita o crescimento do polo de confecções no Agreste, a falta da ferrovia compromete o desenvolvimento do polo gesseiro no Araripe, reduz a competitividade do potente polo avícola e encarece toda a logística do Polo Automotivo de Goiana. São apenas alguns exemplos de como esse entrave, que está conectado às demandas do século passado, limita a conexão do Estado com as oportunidades do futuro. Ao mesmo tempo que se trata de um desafio, a possibilidade de atração de investimentos nas estradas, nas linhas de transmissão, na ferrovia e nas grandes obras hídricas são simultaneamente oportunidades. Esses empreendimentos além de serem estruturadores, ampliando a competitividade nos territórios beneficiados, geram empregos no curto prazo nas regiões com economia menos dinâmica do Estado. A atração desses investimentos seria fundamental para haver uma reversão no cenário do mercado de trabalho local. Pernambuco continua liderando o ranking nacional de desemprego, com taxa de 10,8% em 2024, quase o dobro da média brasileira, segundo dados do IBGE. Apesar disso, o Estado vem apresentando uma trajetória de queda: em 2023, o índice era de 13,4% e, em 2022, chegava a 15,9%. Ainda assim, a situação permanece distante de realidades como a de Santa Catarina, que registra apenas 2,2% de desocupação. “Pernambuco tem 5% da população e 2,5% do PIB. Então, está faltando PIB para botar a população [para trabalhar] também. Um dos grandes problemas de Pernambuco é a dinâmica do mercado de trabalho”, afirmou Tânia Bacelar. Além da redução de oportunidades, há uma concentração de empregos e do PIB no Litoral

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Sem tabu: falar de bem-estar deve ocupar os fóruns de discussão dos altos executivos

*Por Nathália Grizzi Os dados do Ministério da Previdência Social são alarmantes: quase 500 mil afastamentos por saúde mental no Brasil em 2024; crescimento de 134% para esse tipo de afastamento em apenas dois anos; impacto estimado de R$ 3 bilhões na economia por causa desses afastamentos. Diante desses números, a resposta do Governo veio com a modificação da Norma Regulamentadora nº 1, editada pelo Ministério do Trabalho e Emprego. A NR-1 estabelece as disposições gerais sobre segurança e saúde no trabalho e exige a implantação do GRO (Gerenciamento de Riscos Ocupacionais) e do PGR (Programa de Gerenciamento de Riscos). A sua modificação mais recente, que entrou em vigor em maio deste ano, obriga as empresas a incluírem em seus gerenciamentos os fatores de riscos psicossociais. Mas, para além do cumprimento da norma, o mais importante para a alta liderança é primeiro quebrar o tabu e falar verdadeiramente sobre bem-estar e saúde mental e, depois, entender como aplicar métodos para implantação de uma cultura de produtividade consciente. Segundo dados de uma pesquisa realizada no Reino Unido com 1.989 empregados em tempo integral, o tempo médio de produtividade desses trabalhadores é de apenas 2h53min por dia. Não é coincidência que o Brasil registre recordes de adoecimento mental no mesmo momento em que dados globais revelam níveis históricos de improdutividade. Ambientes tóxicos geram pseudoprodutividade, que gera sobrecarga, que gera adoecimento, que gera mais custos e menos resultados. É um ciclo vicioso que está custando bilhões às organizações brasileiras. E qual é a origem desse problema e, mais importante do que isso, como resolvê-lo? Embora o mundo tenha evoluído drasticamente, nossa relação com o trabalho permanece fundamentalmente disfuncional. Criamos organizações que operam como máquinas de estresse, onde a ideia de “estar ocupado” é confundida com “ser produtivo”, recompensando aquelas pessoas que operam dentro dessa lógica. Quantas vezes você se viu obrigado a participar de reuniões improdutivas, a suportar uma sobrecarga constante sem resultados proporcionais ou mesmo diante de comunicações ineficientes, sejam institucionais ou com a liderança direta? Esses são apenas alguns sintomas organizacionais que demonstram a crise da pseudoprodutividade. Como então operar a transformação do paradigma da pseudoprodutividade para um ambiente de produtividade consciente? Primeiro e o mais importante: é fundamental entender que isso passa por uma mudança de cultura organizacional e que, necessariamente, tem que ser abraçada pela liderança, afinal, o exemplo arrasta! Segundo, é preciso ter método. Dentro de um framework de produtividade consciente, pode-se dividir as ações estratégicas em 5 pilares: 1) Redesenho do Tempo; 2) Recuperação Estratégica do Estresse; 3) Redesenho da Forma de Trabalho; 4) Redesenho das Comunicações; e 5) Segurança Psicológica e Pertencimento. Pilar 1 – Redesenho do Tempo. Frases que resumem esse pilar: “quando tudo é urgente, nada é urgente” e “nada realmente grandioso nasce do tempo que sobra”. É preciso implantar métodos para redução de reuniões, fazendo apenas aquelas que sejam realmente necessárias, com pauta clara e para tomada de decisões. Além disso, ferramentas simples como a aplicação da Matriz de Eisenhower e a criação de blocos de trabalho e concentração profunda precisam ser aplicadas no dia a dia para gestão de demandas e maior produtividade. Nesse bloco, também é fundamental usar estrategicamente a inteligência artificial como mecanismo de expansão de inteligência humana e de uso eficiente do tempo. Pilar 2 – Recuperação Estratégica do Estresse. Pausas são fundamentais. Não é bobagem investir em espaços de descompressão, em locais onde as pessoas possam parar, respirar e se conectar com outras pessoas. Pilar 3 – Redesenho da Forma de Trabalho. É urgente acabar com a cultura de super-herói dentro das organizações. Uma pessoa só não pode e não vai dar conta de tudo. As pessoas são diferentes e têm talentos diferentes. Reconhecer essas diferenças e alocar esses talentos estrategicamente em equipes multidisciplinares com objetivos e resultados-chave (OKRs) claros de curto, médio e longo prazo é simples e eficiente. Ter acompanhamentos estratégicos com reuniões focadas em evolução e não em problemas é outro mecanismo poderoso. Pilar 4 – Redesenho das Comunicações. Ter regras claras para comunicações facilita a dinâmica dos blocos de trabalho e concentração profunda. Essas regras incluem, necessariamente, uma clareza sobre prioridades, urgências e os canais de comunicação adequados para cada uma delas. Quando existe clareza estratégica, o “não” desempenha um papel fundamental na absorção de novas demandas e na alocação de tempo. Pilar 5 – Segurança Psicológica e Pertencimento. É preciso criar espaços seguros e de trocas verdadeiras. Isso só se constrói com diálogos e feedbacks radicalmente honestos e respeitosos e com vulnerabilidade, nos quais líderes admitem erros e limitações – seus e dos seus liderados – e fazem disso um material potente para a melhoria contínua da organização. No fim, o recado é simples: é preciso entender que a cultura de bem-estar não é antagonista aos resultados. Ao contrário: ela é a aliada mais poderosa, pois, no final das contas, tudo ainda é sobre pessoas. Sustentabilidade humana garante sustentabilidade e perenidade dos negócios. *Nathália Grizzi é advogada e sócia das áreas especializadas de Martorelli Advogados

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