Arquivos Z_Destaque-principal - Revista Algomais - A Revista De Pernambuco

Z_Destaque-principal

bernardo braga

"A tarifa zero é uma decisão política que exigirá articulação entre as diversas esferas governamentais"

Coordenador técnico da Urbana-PE, Bernardo Braga analisa a viabilidade da tarifa zero e aponta os desafios estruturais do transporte público no Brasil Tema de capa da Revista Algomais da semana, a entrevista com Bernardo Braga, coordenador técnico da Urbana-PE — entidade que representa as empresas operadoras do Sistema de Transporte Público de Passageiros da Região Metropolitana do Recife — aprofunda um dos debates mais sensíveis da mobilidade urbana: a viabilidade da tarifa zero. Ele avalia o tema a partir da realidade do sistema metropolitano e discute os riscos de uma gratuidade sem planejamento financeiro sólido. Na conversa, Braga faz um diagnóstico da crise do transporte coletivo no país, marcada por décadas de incentivos ao transporte individual e pela perda contínua de passageiros. Para ele, qualquer avanço rumo à gratuidade precisa vir acompanhado da qualificação do serviço e da revisão do modelo de financiamento. “É necessário inverter a lógica e priorizar, de forma absoluta, os modos coletivos. O debate sobre tarifa zero é importante, mas não pode ignorar a qualidade do transporte”, reforça. Como você avalia a viabilidade de uma política pública de Tarifa Zero nos Transportes para o Brasil? Seria como um SUS para a mobilidade? No Brasil, a tarifa zero tem sido adotada, até o momento, apenas por cidades de pequeno e médio porte. Somente 12 desses municípios possuem mais de 100 mil habitantes e, juntos, sua população equivale a cerca de metade da Região Metropolitana do Recife (RMR), com uma frota de ônibus conjunta inferior a 25% da existente na RMR. Ainda não temos experiências em grandes cidades ou regiões metropolitanas. Essa distinção é importante porque nelas os desafios são mais complexos, dada a necessidade de redes de transporte mais estruturadas e abrangentes. Ademais, a diversidade dos municípios e de seus sistemas de mobilidade acrescenta outra camada de complexidade à implementação de uma política em escala nacional. Embora o debate sobre a tarifa zero em grandes cidades exija cautela, a revisão do modelo de financiamento do transporte público é urgente. Essas discussões já estão no Congresso Nacional, por meio da PEC 25/2023, que propõe um Sistema Único de Mobilidade, e do PL 3278/2021, que estabelece o Marco Legal do Transporte Público. Também se discute a criação de uma contribuição paga por empresas, semelhante ao modelo francês, para substituir o vale-transporte. Avançar ou não para a gratuidade universal será uma decisão política e que exigirá articulação entre as diversas esferas governamentais. Contudo, uma discussão deveria preceder o debate sobre a tarifa zero: o nível de serviço que se deseja ofertar, aspecto fundamental para o dimensionamento do custeio do sistema. O transporte público precisa ser mais eficiente e atrativo, e a eventual renúncia da arrecadação tarifária não pode se impor como um novo desafio para a mobilidade. Assim, o ponto de partida para este debate deve ser que a política tarifária — qualquer que seja — não pode custar a qualidade do serviço. Aqui na RMR há alguma estimativa de custos para a implantação da tarifa zero? Desconheço estudos em andamento que estimem os custos de implantação de uma política de tarifa zero universal na RMR. No entanto, é importante destacar que os passageiros com gratuidades já representam grande parcela da demanda atual. Dados de setembro de 2025 indicam que 52% dos passageiros transportados nos ônibus da RMR contaram com gratuidade total ou parcial. Outros 32% foram beneficiados pelo vale-transporte, mecanismo em que a empresa custeia o deslocamento e o trabalhador contribui com até 6% do salário. Assim, apenas 16% dos passageiros pagaram integralmente a tarifa. Nesse grupo estão os trabalhadores informais e as pessoas desempregadas ou em busca de emprego, que, somadas àquelas que não utilizaram o transporte por restrições financeiras, poderiam receber atenção especial no custeio de seus deslocamentos. Quais as vantagens e os riscos dessa implantação, caso ocorra? É possível supor que a tarifa zero contribua para ampliar o acesso às oportunidades que as cidades oferecem e, consequentemente, para promover maior equidade e justiça urbana. Também é possível esperar um impacto positivo nos orçamentos das famílias que não contam com gratuidades, o que pode se refletir em maior consumo. Essas são dimensões importantes para o debate. Há ainda a expectativa de que a tarifa zero estimule a migração dos modos individuais motorizados para o transporte coletivo, mas até o momento não há evidências claras nesse sentido. Alguns estudos e levantamentos apontam aumento no número de passageiros dos ônibus, porém sem redução correspondente no uso de automóveis e motocicletas, cujas externalidades negativas precisam ser mitigadas. O principal risco é que a qualidade do serviço seja comprometida, afastando ainda mais os passageiros do transporte público e ampliando as desigualdades. Isso pode ocorrer por subfinanciamento, falta de garantias e previsibilidade no custeio do sistema ou mesmo por incapacidade de promover as adequações necessárias na oferta do serviço. Há uma avaliação de que o setor de transporte público vive uma crise no País. Quais as raízes dessa crise? Esse debate da Tarifa Zero ajudaria a enfrentar esse problema ou não? Esta crise foi gestada ao longo de décadas de incentivo ao transporte individual motorizado e de descaso com o transporte público. Com a maior parte dos investimentos voltada para automóveis e motocicletas, o transporte coletivo perdeu continuamente passageiros, tanto que, em 2024, transportamos quase a metade dos passageiros transportados em 2012. Agora, os efeitos foram socializados: a conta chega com a elevação dos custos sociais e ambientais e com a perda da qualidade de vida nas cidades. Essa crise tem sido agravada, especialmente, pelo aumento da frota de motocicletas e do mototáxi por aplicativo, ampliando a quantidade de sinistros de trânsito, o conflito no ambiente urbano, a pressão sobre o sistema de saúde pública e, consequentemente, gerando impacto no orçamento público. O debate sobre a tarifa zero lança luz sobre a necessidade de rever o modelo de financiamento do transporte público, mas, até o momento, ignora a discussão sobre a qualificação do serviço. É necessário inverter a lógica que predominou nas últimas décadas e priorizar, de forma absoluta e irrestrita,

"A tarifa zero é uma decisão política que exigirá articulação entre as diversas esferas governamentais" Read More »

energia solar eolica 4

O que fazer com a energia gerada no interior do Estado?

*Por Geraldo Eugenio O vento e o sol Há alguns dias estive revendo o que representavam o vento e o sol para o semiárido brasileiro até bem pouco tempo. O primeiro era sinônimo de poeira, lixo e pipas ao ar que naqueles rincões eram conhecidas como arraias. Já o sol simbolizava a seca, o calor, as faces enrugadas, a vegetação de cor marrom, o gado magro e o calor escaldante. Nada melhor pode traduzir o que representa essa estrela para o nordestino do que a música Súplica Cearense, de Gordurinha e Nelinho, imortalizada na versão de Luiz Gonzaga e Fagner, de 1984: "Ó Deus, perdoe eu encher os meus olhos de água. De ter-lhe pedido cheinho de mágoa. Pro sol inclemente se arretirar". Voltando no tempo, Éolo era a representação do vento na mitologia grega, aquele por quem Ulysses, ao chegar a ilha de Eólia, foi recebido muito bem, dando-lhe um saco com todos os ventos, menos o vento que sopraria para oeste, aquele que nosso herói mais precisava. O fato é que o vento é o responsável pelo deslocamento de ar na atmosfera, pela sensação confortável da brisa ou, em sua fúria, aquele que se transforma em ventanias, tufões e ciclones. Ainda com os gregos, Hélio, a representação física do sol, filho dos titãs Hiperion e Teia, partia ao amanhecer com sua carruagem puxada por quatro cavalos alados que cuspiam fogo para depois de uma longa jornada repousar ao oeste, quando a noite batia à porta. O certo é que nem Homero, Cervantes, Camões ou Gordurinha e Nelinho previram a importância que teria o vento e o sol para a humanidade, alguns milhares de anos após Ulysses ziguezaguear por 10 anos até retornar à sua Ítaca. Neste instante, esses dínamos representam a redenção de uma humanidade sedenta de energia elétrica e mecânica para prover locomoção, uso de equipamentos, máquinas, computadores e até internet. O pioneirismo Em Pernambuco nunca é demais refazer a trajetória do professor e empresário Everaldo Feitosa, pioneiro em crer na eficácia da energia eólica. Um professor do Departamento de Engenharia Mecânica da UFRPE que, em 2000, há 25 anos, fundou a empresa Eólica Tecnologia, atualmente controladora de vários parques eólicos nos estados da Paraíba, Pernambuco e Bahia, e que, atualizando-se no mundo de negócios corporativos, surgiu em julho de 2025 com a Eólica Energy Bank, uma incorporadora e gestora de investimentos no ambiente de energia renovável. Recentemente, Everaldo nos presenteou com uma palestra em um evento do CREA/CTP, realizado em Serra Talhada, sobre esse tema quando nos informou que, caso considerássemos a região Nordeste como um país, este seria o segundo maior produtor per capita de energia renovável, após a China. Um segundo personagem merecedor de reconhecimento nessa saga é o empresário cearense Mário Araripe. Em 1994, fundou uma empresa automobilística, a Troller, vendida à Ford em 2006, e criou em 2007 a Casa dos Ventos, consolidando-a como referência nacional em energia eólica. A Casa dos Ventos é responsável atualmente, de modo direto ou em associação com outros grupos conglomerados, por uma produção de energia que excede 30 GW, em todo o Brasil, com destaque para o complexo Santa Brígida, entre Caetés e Paranatama, em Pernambuco. Parques de produção Em se tratando de energia eólica, os sítios mais expressivos de produção se encontram no interior do Estado. Destacando-se a Santa Brígida, no Agreste Meridional, o parque instalado em Itacuruba, no Sertão de Itaparica, e a produção na Chapada do Araripe, abrangendo os estados do Piauí, Pernambuco e o Ceará. Quanto à energia solar, o fato mais destacado é o município de São José do Belmonte ter se transformado no principal centro produtor e um dos que têm atraído investimentos na ordem de bilhões de reais para a região. Um outro exemplo de parques com produção e distribuição em escala é o município de Flores, no Sertão do Pajeú. Do ponto de vista da produção difusa, seja empresarial ou familiar, o que se vê é um crescimento exponencial ocorrido nos últimos cinco anos com a operação de centenas de micro e pequenas empresas, o que, além da energia em si, traz milhares de empregos e aquece os negócios em todas as regiões do Agreste e do Sertão. Não é à toa que na região Nordeste a produção de energia eólica e solar soma aproximadamente 30 GW de potência instalada ou o equivalente a mais de duas hidrelétricas de Itaipu que conta com uma capacidade instalada para, quando em total operação, gerar 14 GW de energia. Energia em excesso, algo insano Desde 2024 circulam-se matérias que trazem um fato apresentado como ameaça. O excesso de produção de energia e a pressão sobre a liquidez das empresas que investiram no setor. Há de se considerar que se a discussão girasse em torno de débito de produção, como ocorreu nos dois últimos anos do governo do presidente Fernando Henrique, forçado a criar o "Ministério do Apagão" tudo bem, mas é algo incompreensível dizer que contar com energia, alimento, petróleo, ferro, aço em excesso é fator negativo. Certamente Pernambuco e o Nordeste não pretendem ser o sítio produtor de energia elétrica a ser consumida em outras regiões do País. Logo, cabe a suas lideranças, no âmbito do Programa Nova Política de Industrialização do Brasil, construir mecanismos e atrativos que não sejam uma guerra autofágica tributária entre os estados para atrair indústrias, empregos e prosperidade. Há de se ver que o atrativo para apoiar a isenção fiscal das lojas de apostas, conhecidas como bets (e bancos), talvez seja mais tentador, mas seria racional e decente se a energia dissipada em causas menos nobres fosse transferida para fins mais nobres. Seja em Pernambuco ou qualquer outro estado nordestino.

O que fazer com a energia gerada no interior do Estado? Read More »

Heudes Regis 2 JCPM

Vontade de crescer: Grupo JCPM anuncia nova estrutura e aposta em expansão no Nordeste

Holding JCPMPar concentrará decisões estratégicas; novo CEO assume área de shopping centers e grupo projeta avanços imobiliários. Foto: Heudes Régis No ano em que celebra 90 anos de fundação, o Grupo JCPM inicia uma nova fase ao anunciar mudanças na sua estrutura organizacional. As decisões estratégicas passam a ser concentradas na holding JCPMPar – Participações e Empreendimentos S.A., que contará com um Conselho de Administração formado por seis integrantes, presidido por João Carlos Paes Mendonça. A reestruturação visa fortalecer a governança e preparar o grupo para novos investimentos nos setores de shopping centers, construções, incorporação e comunicação, além de ampliar os projetos de compromisso social desenvolvidos pelo Instituto JCPM e pela Fundação Pedro Paes Mendonça. Expansão com foco no setor de shopping centers O segmento de shoppings, principal área de atuação do grupo, passa a ter uma gestão dedicada com a criação da empresa JCPM Shopping Centers, que agora conta com um CEO exclusivo para a operação. O executivo Sérgio Moraes Vieira Filho, pernambucano de 43 anos com carreira internacional na Coca-Cola, assume o comando da área. O objetivo é consolidar um modelo de gestão mais focado e padronizado nos estados onde o grupo atua: Pernambuco, Sergipe, Bahia e Ceará. “Nós queremos é crescer com os shoppings, que é mais lento, porque os investimentos são enormes. As oportunidades são muito poucas para você. É crescer os shoppings, mas nós estamos investindo mais de 100 milhões este ano”, afirmou João Carlos. Novos horizontes no mercado imobiliário Além da expansão dos shoppings, o grupo aposta no setor imobiliário com projetos de torres empresariais e o Condomínio Praia de Guadalupe, em Sirinhaém, no Litoral Sul de Pernambuco. O empreendimento tem 1,2 milhão de metros quadrados e já recebeu mais de R$ 120 milhões em infraestrutura. “Vamos lançar no próximo mês, já com a infraestrutura muito forte e pronta. Vamos crescer e queremos objetivar as operações, cada um olhando o seu mundo e não o mundo misturado”, destacou o empresário, reforçando a visão de descentralização operacional e foco em resultados. Desafios econômicos e visão sobre o Nordeste Mesmo com o otimismo em relação aos investimentos, João Carlos faz uma leitura crítica do cenário econômico nordestino. “Estamos longe de uma boa fase do Nordeste ainda, mas nós estamos vendo que Pernambuco tá querendo”, disse. Para ele, a falta de infraestrutura é o principal gargalo da economia regional. “Passamos muitos anos sem criar estradas. Criamos a BR-232 com Jarbas Vasconcelos e, de lá para cá, não vi crescimento nessa área, que é fundamental.” Em pauta com a Algomais: "Pernambuco precisa acreditar em Pernambuco.” O que levou o grupo a fazer essa mudança na estrutura organizacional? “Vontade de crescer. Nós queremos é crescer com os shoppings, que é mais lento, porque os investimentos são enormes. Estamos investindo mais de 100 milhões esse ano. Muito mais em tecnologia e pequenas adaptações dos shoppings. Isso é importante e vamos crescer muito também agora no mercado imobiliário, com algumas torres empresariais.” Como essa nova governança impacta a estratégia de crescimento? “Cada um vai focar a sua área. A área de shopping tem que tratar muitas pessoas, não é tijolo e pedra, são pessoas, é cliente, é lojista, é funcionário. Isso é muito importante, é uma visão diferente de quem é da construção. Nós queremos fortalecer o nosso negócio principal, que é shopping, porque nós somos vocacionados para tratar com pessoas.” Qual é a avaliação do senhor sobre o momento econômico do Nordeste e de Pernambuco? “Estamos longe de uma boa fase do Nordeste ainda, mas nós estamos vendo que Pernambuco tá querendo. Em Pernambuco já aconteceu isso, na Bahia aconteceu, no Ceará aconteceu. Nós demos uma paradinha realmente, mas acho que agora ele tá querendo. O leão do Norte tem que novamente estar presente. Vamos ver se agora a gente consegue dar uma andada. Os investimentos estão começando a surgir, a área metropolitana começa a receber uma carga boa, todo Sertão e Agreste estão se desenvolvendo, e é isso que precisamos. Pernambuco precisa acreditar em Pernambuco.”

Vontade de crescer: Grupo JCPM anuncia nova estrutura e aposta em expansão no Nordeste Read More »

Presidente BNB Paulo Camara divulgacao

Paulo Câmara deixa presidência do Banco do Nordeste e deve retornar em 2026

Ex-governador de Pernambuco encerra gestão marcada por recordes e aguarda fim de quarentena para possível recondução ao cargo O ex-governador de Pernambuco Paulo Câmara deixou a presidência do Banco do Nordeste (BNB) nesta terça-feira (21). A saída ocorre por razões técnicas, relacionadas ao prazo de gestão previsto no estatuto do banco e às exigências da Lei das Estatais, que limita a permanência de ex-dirigentes partidários. A presidência será ocupada interinamente por Wagner Rocha, atual diretor financeiro e de crédito. Há uma grande expectativa pela recondução de Câmara ao cargo em 2026, após o período de quarentena, o banco mantém sua agenda de transição regular. Gestão com resultados históricos Durante sua gestão, Paulo Câmara conduziu o Banco do Nordeste a marcas recordes de desempenho. A instituição deve encerrar 2025 com R$ 70 bilhões em contratações de crédito, o maior volume de sua história. Entre os avanços mais relevantes está o fortalecimento das micro e pequenas empresas, que passaram de 51% para 62% das operações, ampliando o impacto do banco na geração de renda e no desenvolvimento econômico regional. Banco mais regional e menos concentrado Um dos marcos da gestão de Paulo Câmara foi a descentralização das decisões e investimentos. Sob sua liderança, o Banco do Nordeste passou a atuar de forma mais equilibrada entre os estados, reduzindo a concentração de recursos no Ceará, onde fica a sede da instituição, e fortalecendo sua presença em outros polos econômicos do Nordeste. Indicadores financeiros expressivos Os números do primeiro semestre de 2025 confirmam o vigor da gestão. O BNB registrou R$ 34,8 bilhões em contratações, um aumento de 19,2% em relação ao mesmo período de 2024. O lucro líquido foi de R$ 1,38 bilhão, com alta de 35,6%. A carteira de crédito alcançou R$ 165,7 bilhões, impulsionada por programas como Crediamigo e Agroamigo, que ampliaram o acesso ao microcrédito e fomentaram o pequeno empreendedorismo rural e urbano. Continuidade da política de desenvolvimento A escolha de Wagner Rocha para o comando interino reforça a intenção de manter a linha de gestão e as políticas de crédito implementadas por Paulo Câmara. Ele é servidor de carreira e tem experiência em gestão de crédito, planejamento e administração financeira, áreas consideradas estratégicas no atual ciclo de expansão do banco.

Paulo Câmara deixa presidência do Banco do Nordeste e deve retornar em 2026 Read More »

SANDRA Credito Lays Cavalcanti

Sandra Kattah: "A infância tem que ser infância, sem pressa e sem excesso de telas"

Psicopedagoga, fundadora da Vila Aprendiz, alerta sobre a ansiedade em crianças e adolescentes, defendendo o resgate do brincar, da rotina e da contemplação como caminhos para uma formação emocional saudável. Foto: Lays Cavancalti A ansiedade tem se tornado uma das principais preocupações entre pais e educadores, não apenas entre adultos, mas já impactando fortemente crianças e adolescentes. Para a psicopedagoga Sandra Kattah, fundadora da escola Vila Aprendiz, a raiz desse problema está em um ritmo de vida acelerado, marcado pelo excesso de telas, agendas lotadas e a falta de tempo para o brincar livre. “A infância precisa ser respeitada em seu tempo, sem a pressa de se tornarem bilíngues ou de já pensarem no Enem tão cedo”, ressalta. Sandra chama atenção para sinais que não podem ser ignorados, como inquietação excessiva, tiques nervosos, roer unhas e dificuldade de concentração. Segundo ela, o resgate do ócio, das brincadeiras livres e do contato com a natureza são práticas fundamentais para fortalecer a saúde emocional na primeira infância e evitar que transtornos de ansiedade se prolonguem até a vida adulta. “O brincar é o maior centro de pesquisa da infância”, ressalta a especialista, destacando a importância de equilibrar rotina, convivência familiar e estímulos adequados ao desenvolvimento de cada fase. Por que percebemos de forma tão intensa a ansiedade em crianças e adolescentes? Acredito que o ritmo de vida da atualidade, com um mundo de ofertas pelas redes sociais e a busca de uma perfeição, que não existe, leva as famílias a desejarem “o mundo” para os filhos e, assim, ofertarem tudo que, muitas vezes, eles, pais, não tiveram. As crianças são frutos da vivência familiar, e como se deseja o mundo, iniciam-se cada vez mais cedo os estímulos com as crianças.   Hoje há uma sede muito grande de acelerar a vida delas com bilinguismo, trilinguismo, agendas lotadas. Sem contar o acesso excessivo às telas. Tudo isso leva a uma ansiedade intensa da criança e do adolescente. É um fenômeno acentuado até pela ausência dos pais. Para não terceirizar só com babá, ocupam os filhos com muita coisa. Isso causa ansiedade neles. Como se dá o processo de ansiedade nas crianças que usam a internet? Qual o mecanismo que provoca a ansiedade?  O processo de ansiedade nas crianças não se dá por uma combinação de mecanismos psicológicos e neurobiológicos. É um processo que ocorre de forma gradual e que envolve fatores como a superestimulação, comparação social, ciberbulling, pressão social. Assim como o processo, o mecanismo também não é algo simples, envolve ativação de sistemas cerebrais fundamentais como o sistema de recompensa, que libera a dopamina (neurotransmissor que atua como um mensageiro químico no cérebro, sendo fundamental para a motivação, prazer, foco e coordenação motora) e, a cada estímulo, uma recompensa, o que vicia a criança na busca do prazer constante. Outro sistema ativado é o de luta, que envolve a amígdala (estrutura localizada no cérebro, responsável pelo processamento e regulação das emoções, como o medo, e pela consolidação da memória) e o cortisol (popularmente chamado de “hormônio do estresse”).   Esse sistema ativa o centro do medo e ocorre a liberação do cortisol, da adrenalina, deixando o corpo em um estado de alerta baixo, mas constante, que é a base da ansiedade generalizada.  Esse processo produz, ainda, a sobrecarga do córtex pré-frontal, área do cérebro responsável pelo controle de impulsos, tomada de decisões e controle emocional. As crianças, ainda em formação, são superestimuladas e sobrecarregam essa área do cérebro, dificultando que elas lidem de forma tranquila com frustação e emoções negativas, levando-as à impulsividade e à ansiedade. O que exatamente a tela provoca no emocional, na mente das crianças, causando a ansiedade excessiva? O excesso de telas prejudica muitas coisas, inclusive as questões estruturais do cérebro. Ocorre um afinamento do córtex de forma prematura, isso já é sugerido em vários estudos por neurologistas e pesquisadores da área.  Para nós, que lidamos com eles na educação, às vezes o TDAH (transtorno de déficit de atenção e hiperatividade) é instalado por excesso de telas, que trazem um volume de imagem e sons muito altos, que nenhum ser humano iria conseguir fazer, e deixam as crianças fascinadas. E aí, elas não conseguem se deter diante de um professor com um livro aberto, mesmo com imagem.  Quando a gente trabalha com a contação, diante dos livrinhos, dos fantoches e sem o acesso à tela, eles vão desenvolvendo essa capacidade de forma mais saudável. Hoje é quase impossível as famílias não conseguirem dar esses dispositivos de tela para as crianças. Às vezes, até acham que é uma coisa bacana, positiva, porque tem a propaganda de alguns vídeos, de algumas séries. Eles terminam sendo reféns disso. Para poder dar conta da casa ou porque precisam se ocupar de alguma coisa, terminam dando o celular ou o tablet prematuramente às crianças.  A gente recomenda, inclusive, que as famílias ao procurarem um restaurante, escolham o que tenha parquinho ou uma área livre, mas não deixe a criança sentada com a tela na mão. Isso realmente é o caos. Mas muitas pessoas não conseguem e cedem. Só conseguem interromper quando o problema já está instalado. Essa é uma pauta muito grave na atualidade que a gente se preocupa muito. Eu trabalho com duas realidades. A criança de alto padrão e a criança carente. Essa também vê alguns conteúdos nas telas com os pais, mas bem menos. Ela tem uma capacidade criativa e uma estrutura emocional, às vezes, bem melhor do que a criança de alto padrão financeiro e isso me entristece muito, porque o alto padrão teve acesso a muita informação. Os mais carentes, por falta de recursos mesmo, acabam não tendo tanto o acesso à tela quanto os mais abastados. Quando é preciso se preocupar com o nível de ansiedade dos pequenos?  Normalmente eles apresentam sinais de inquietação exacerbada, como a dificuldade de conseguir parar diante de alguém contando uma história.  Apesar de estar atrelado ao excesso de telas, eles começam com tiques, mordendo a unha, mãozinha na boca excessivamente numa

Sandra Kattah: "A infância tem que ser infância, sem pressa e sem excesso de telas" Read More »

dani portela 1

Alepe aprova cotas raciais em concursos públicos de Pernambuco

Projeto reserva 30% das vagas para pessoas pretas, pardas, indígenas e quilombolas e segue para sanção da governadora Raquel Lyra. Foto: Tom Cabral / Equipe Dani Portela A Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) aprovou, nesta terça-feira (15), em segunda discussão, o Projeto de Lei nº 464/2023, que institui cotas raciais nos concursos públicos estaduais. A proposta, elaborada de forma conjunta pelas deputadas Dani Portela, Rosa Amorim e pelo deputado João Paulo Costa, reserva 30% das vagas para pessoas pretas, pardas, indígenas e quilombolas. O texto segue agora para sanção da governadora Raquel Lyra. O projeto pernambucano acompanha a nova legislação federal sobre cotas, que ampliou o percentual de reserva para 30% em certames públicos. A iniciativa determina que 25% das vagas sejam destinadas a pessoas pretas e pardas, 3% a indígenas e 2% a quilombolas, reforçando o compromisso do estado com a promoção da igualdade racial no acesso ao serviço público. Para a deputada Dani Portela, a aprovação representa um marco histórico e um avanço no combate ao racismo estrutural. “Pernambuco, com sua profunda herança afrodescendente, comunidades quilombolas, povos tradicionais e periferias majoritariamente negras, precisa assumir seu papel nessa luta. Não é possível que um estado que se orgulha de sua história libertária ainda mantenha estruturas públicas tão brancas. Pretos e pardos representam a maioria da população, mas a minoria absoluta nas vagas públicas. A cada edital publicado sem cotas, o Estado reforça essa exclusão e aprofunda as desigualdades”, destacou. Durante a votação, a parlamentar também criticou a ausência de cotas no último concurso público unificado lançado pelo Governo do Estado. “Ela não cometeu apenas um erro técnico, ela cometeu um retrocesso político. Aquela decisão foi um duro golpe contra a equidade racial e só foi revertida porque o movimento negro, as entidades da sociedade civil e nós, parlamentares comprometidas com a justiça social, nos mobilizamos, denunciamos o erro e cobramos providências. Que esta lei seja o início de uma nova página em nossa história”, afirmou Dani Portela.

Alepe aprova cotas raciais em concursos públicos de Pernambuco Read More »

vc capganini

Multinacional francesa inaugura nova base no Recife e promete mil vagas até 2026

Capgemini aposta no Porto Digital como principal centro de formação de talentos no Brasil e amplia presença no ecossistema tecnológico pernambucano O Porto Digital, um dos maiores polos de tecnologia da América Latina, ganhou um novo impulso com a chegada da Capgemini, consultoria francesa especializada em transformação digital. A empresa inaugurou nesta terça-feira (15) sua base de operações no Recife, reforçando o movimento de expansão no país. A cerimônia contou com a presença da vice-governadora de Pernambuco, Priscila Krause, da secretária estadual de Ciência e Tecnologia, Mauricélia Montenegro, e do secretário de Ciência e Tecnologia do Recife, Rafael Cunha. Expansão e geração de empregos Atualmente com 250 profissionais atuando na capital pernambucana, a Capgemini projeta chegar a 1.000 colaboradores até 2026. O programa de capacitação do novo time inclui formação intensiva em áreas como Nuvem, Dados e Aplicações de Inteligência Artificial Generativa e Agêntica, com treinamentos práticos e participação direta em projetos de empresas de diversos setores. “Nossa parceria estratégica com o Porto Digital reforça nosso movimento de expansão eficiente que visa acelerar nossa capacidade para atender à crescente demanda por projetos de transformação de negócios e digital de nossos clientes”, destacou Thiago Nascimento, vice-presidente de Serviços Digitais da Capgemini Brasil. Recife como centro de inovação Para o presidente do Porto Digital, Pierre Lucena, a nova operação é mais um marco na consolidação de Recife como referência nacional em inovação. “A chegada da Capgemini reforça o papel do Porto Digital como vetor de crescimento econômico e geração de empregos de alta qualificação em Pernambuco. Cada nova operação que se instala aqui amplia a capacidade do nosso ecossistema de atrair investimentos, desenvolver talentos e consolidar o Recife como um dos principais polos de tecnologia do país.” Formação e oportunidades Emanuel Queiroz, vice-presidente de Sustentabilidade e Soluções de Desenvolvimento em Nuvem da Capgemini, ressaltou o foco na formação profissional. “Ficamos felizes por poder proporcionar novas oportunidades de desenvolvimento profissional na região. Recife se tornará nosso principal centro de formação de profissionais no Brasil e reforçará a base do nosso time com investimentos em capacitação contínua dos talentos locais.” Programa START impulsiona talentos locais Durante a pandemia, a Capgemini criou o programa START, iniciativa gratuita e inclusiva voltada para pessoas com ensino médio completo, sem necessidade de experiência prévia em tecnologia. O projeto oferece cursos de quatro a oito semanas, com mais de 200 horas de treinamento em áreas como Cloud, Salesforce, ServiceNow e Java. Desde o lançamento, já contou com 63 mil inscritos e 5.500 formados, sendo 710 contratados pela empresa. No Recife, o programa será um dos pilares da estratégia de desenvolvimento de talentos e fortalecimento da operação local.

Multinacional francesa inaugura nova base no Recife e promete mil vagas até 2026 Read More »

foto Pierre Lucena

Pierre Lucena: "A área de negócio está cada vez maior no Rec’n’Play".

Presidente do Porto Digital anuncia que haverá mais espaço nas ativações do festival realizadas nas ruas e em atividades, como a Arena de Inovações, e que mais de 200 startups vão negociar com grandes investidores no Cais do Sertão. Também ressalta que o Recife é a cidade que tem o maior número de alunos e profissionais no setor de TI no País.  Rec‘n’Play, que acontece entre os dias 15 e 18 deste mês, chega à sua sétima edição com um grande estímulo às startups. A Arena de Negócios, neste ano, vai ocupar o prédio inteiro do Cais do Sertão e mais de 200 dessas novas empresas vão mostrar as suas inovações para investidores. Outra novidade é que as ações do evento realizadas nas ruas contarão com mais espaço, proporcionando mais conforto ao público. Uma mudança necessária já que, segundo o presidente do Porto Digital, Pierre Lucena, na edição passada, estimava-se uma frequência de 60 mil pessoas, mas apareceram 90 mil. Nesta entrevista a Cláudia Santos, Pierre Lucena, fala de outras novidades, como a Arena de Inovações, que estará no Armazém 14, com ativações relacionadas à inteligência artificial, Internet das Coisas, entre outras tecnologias, o Let’s Play, festival que traz talentos promissores da música pernambucana, além da participação do historiador Leandro Karnal, do jornalista Guga Chacra, entre outros.  Lucena também comenta as ações de interiorização do Porto Digital e o desempenho do Recife, que registrou o maior percentual de crescimento de emprego formal na área de TI no País, graças aos programas de formação de profissionais. Ele defendeu, ainda, que os eventos no Estado se transformem também num atrativo do turismo. E, de olho nesta perspectiva, o presidente do Porto Digital, planeja, para o ano que vem, organizar o Rec‘n’Play dentro de um calendário turístico de negócios. O Rec‘n’Play está na sétima edição. Quais as novidades em relação à edição passada e qual a expectativa para este ano?   Sempre nos preocupamos em mobilizar as pessoas do Recife para criar o imaginário da inovação. Isto está no DNA do Porto Digital e o Rec’n’Play é hoje nosso principal instrumento de comunicação com a cidade. Tivemos mais de 90 mil inscritos na edição passada, esperamos a mesma quantidade este ano. Ano passado surpreendeu porque trabalhamos com um teto de 60 mil. A primeira decisão tomada para esta edição foi espaçar mais as ativações para evitar que as ruas fiquem muito cheias e para proporcionar mais conforto ao público. Talvez se tenha a impressão de que o festival está mais vazio, na verdade, estará mais espaçado.  Ano passado, a fila da Arena de Inteligência Artificial estava sempre quilométrica. Decidimos alugar todo o Armazém 14 para realizar a Arena de Inovações, com mais de 10 inovações de maneira geral – não só na área de IA – trazidas pela Prefeitura do Recife, Governo do Estado, inventores e empresas. Teremos o Batom Inteligente, com o qual o CESAR ganhou um prêmio, uma ativação da Neurotech, experiências relacionadas à IOT (Internet das Coisas).  Teremos um espaço para o Porto Mais, com programas de diversidade que estamos começando no Porto Digital. Um deles é o Pilar Universitário, no qual oferecemos bolsa de estudo na Faculdade Senac para moradores da comunidade do Pilar. Fizemos uma turma de 50 pessoas trans. Além da capacitação, o programa também ajuda na busca por emprego.   E sobre os negócios? A divulgação do evento afirma que haverá um espaço voltado à internacionalização.  Sim. A área de negócio está cada vez maior no Rec’n’Play. A Arena de Negócios, patrocinada pelo Governo de Pernambuco, vai estar cada vez mais dentro do festival. Ela foi inaugurada em 2023 em uma sala. Ano passado, fizemos uma exposição de startups, este ano, ela vai acontecer no prédio inteiro do Cais do Sertão e será bem maior. Serão mais de 200 startups buscando investidores, duas salas de conteúdo e um hall, que é um espaço de articulação e de exposição, tipo um auditório, onde são feitos os pitchs de cases.  Estamos trazendo o presidente do Google Brasil [Fábio Coelho], a presidente da Microsoft Brasil [Priscyla Laham], o presidente da Stefanini [Marco Stefanini], entre outras empresas e investidores. Essa arena é o espaço qualificado de negócios do Rec’n’Play e vai crescer cada vez mais como uma opção estratégica do evento.  Também investimos no conteúdo da internacionalização, pois temos o Porto Digital em Portugal. Entre outras pessoas, vamos trazer a embaixadora da Alemanha [Bettina Cadenbach] e o embaixador da França [Emmanuel Lenain] e anunciar a chegada de uma empresa francesa no Porto Digital, a maior empresa europeia de serviços e tecnologia. É uma programação especial em razão do ano do Brasil na França e da França no Brasil.  Quais as novidades na programação cultural? A cultura é uma opção estratégica do evento. Mas o objetivo não é transformar o Rec‘n’Play em um festival de entretenimento, queremos ser um festival cultural. A Cultura está no DNA do Porto Digital, e a principal inovação do Rec‘n’Play, neste sentido, é promover um festival de música pernambucana, chamado Let’s Play. Abrimos uma chamada, vieram mais de 240 artistas, e a curadoria do selo Estelita selecionou 20 atrações. Queremos descobrir os novos artistas que daqui a 10 anos vão encher o Marco Zero, como aconteceu com o Abril pro Rock.  Além do festival, teremos quatro palcos: o de Hip Hop, o Palco do Sesc, o Palco Pernambuco Meu País, que é do Governo do Estado, e o palco da Prefeitura do Recife, que este ano será na frente do Paço Alfândega. A programação vai contar com nomes como: Filipe Catto, Cordel de Fogo Encantado, Academia da Berlinda, Otto, Ave Sangria, Del Rey, Joyce Alane, Sandra de Sá, Walter de Afogados, um cantor brega muito conhecido nos anos 1970/80.  No palco do Sesc, entre outras atrações, haverá uma festa com Lúcio Maia, que foi da Nação Zumbi, e BNegão, do Planet Hemp. No sábado, teremos o Pagode do Didi e um carnaval com a presença dos blocos Homem da Meia-Noite, Vassourinhas e Pitombeiras.  Apostamos também na

Pierre Lucena: "A área de negócio está cada vez maior no Rec’n’Play". Read More »

saude mental jovens 1

Jovens são os mais tristes do mundo, aponta relatório global

Uso excessivo de redes sociais, falta de conexões reais e pressão econômica ampliam índices de depressão entre pessoas de 18 a 29 anos A saúde mental dos jovens adultos vive um momento crítico. Pela primeira vez, o Relatório Mundial da Felicidade 2025 mostra que o auge da infelicidade deixou de ocorrer na meia-idade e passou a se concentrar entre os jovens de 18 a 29 anos. O estudo revela que 19% deles afirmam não ter ninguém em quem confiar — um aumento de 39% em relação a 2006. A falta de suporte emocional e as conexões superficiais nas redes sociais são apontadas como fatores determinantes para esse cenário. Redes sociais e solidão De acordo com a psicóloga Aline Paixão, professora do curso de Psicologia do UniCuritiba, “o uso intenso de redes sociais não reduziu a sensação de solidão. Pelo contrário, acrescentou pressão à vida dos jovens, que tentam, a todo custo, ter a suposta ‘vida perfeita’ retratada nas redes sociais.” A especialista explica que a confiança entre os jovens vem diminuindo globalmente, mesmo em países com estruturas de apoio emocional mais consolidadas.. Aumento alarmante da depressão A Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), do IBGE, confirma a tendência no Brasil. A taxa de depressão entre jovens de 18 a 21 anos subiu de 2,47% para 6,23% nos últimos anos — um crescimento de 152%. “Os jovens vivem sob uma pressão constante e enfrentam ansiedade e depressão muito mais cedo. Muitos deles não acreditam mais que a juventude seja a melhor fase da vida”, comenta Aline, especialista em Clínica Analítico-Comportamental. Déficits emocionais e necessidade de apoio A psicóloga alerta que a geração atual apresenta mais sintomas depressivos e traços de ansiedade social do que há duas décadas. “Estamos diante de uma geração que já chega à fase adulta com déficits emocionais e psicológicos. Para reverter esse novo perfil geracional é urgente que os jovens recebam suporte social, educação emocional e acesso a serviços de saúde mental”, afirma. Ela defende que práticas simples de autocuidado, como reduzir o tempo nas redes, fortalecer vínculos presenciais e buscar apoio psicológico, podem fazer diferença no bem-estar. Direito à saúde mental A professora de Direito do UniCuritiba, Adriana Martins Silva, destaca que o tema também deve ser visto sob o ponto de vista jurídico. “Os jovens têm direito constitucional à saúde, incluindo a saúde mental. Políticas públicas, centros de atenção psicossocial e programas de prevenção ao suicídio são instrumentos legais que visam garantir esse direito”, reforça. Números que preocupam

Jovens são os mais tristes do mundo, aponta relatório global Read More »

Joao Campos

“Planejar o futuro e agir no presente”: João Campos fala sobre o desenvolvimento do Recife

Prefeito defende educação, inovação e planejamento como pilares para o futuro da região metropolitana, da capital e do Estado. Fotos: Tom Cabral Durante palestra sobre o futuro da Região Metropolitana do Recife e o papel do Recife no desenvolvimento do Estado no encontro de ontem do projeto Pernambuco em Perspectiva, o prefeito João Campos destacou que a capital tem o desafio de planejar as próximas décadas enquanto executa ações concretas no presente. O evento, promovido pela Revista Algomais e pela Rede Gestão, reuniu lideranças públicas, especialistas e representantes do setor produtivo para discutir soluções de crescimento sustentável e inclusão social. Educação como base do desenvolvimento João Campos abriu sua fala ressaltando que o maior ativo do Recife é o investimento em pessoas. “A gente só tem esse ativo porque investe em capital humano, a gente investe nas pessoas, e a gente precisa continuar a fazer isso”, afirmou. O prefeito destacou que a educação integral e o acesso à creche são as políticas públicas mais transformadoras, capazes de romper ciclos de desigualdade e impulsionar o desenvolvimento. Ele lembrou que, em pouco mais de três anos, o Recife criou mais de 6.500 novas vagas de creches, de educação integral. “Não adianta só você fazer aquilo que nunca foi feito, é preciso ter uma capacidade de gestão, de poder identificar o problema na ponta”, disse, reforçando a importância da execução eficiente de políticas públicas. Inovação e transformação digital Outro ponto central da palestra foi o papel da inovação no serviço público. Campos destacou que o Recife se consolidou como referência nacional na área, sendo a primeira cidade do Brasil a regulamentar o marco legal das startups e a realizar contratações por inovação aberta. “Nós fomos a primeira cidade do Brasil a regulamentar o marco legal das startups e a primeira capital a fazer a contratação por inovação aberta”, afirmou. De acordo com o prefeito, a transformação digital da gestão tem proporcionado ganhos de eficiência, transparência e impacto direto na vida da população. O uso de dados para aperfeiçoar políticas públicas e facilitar o acesso a serviços municipais foi citado como um dos diferenciais da administração recifense, que hoje exporta soluções para outras cidades brasileiras. Planejamento e visão de futuro Em sua fala, o prefeito defendeu que o planejamento urbano deve ter uma visão de longo prazo, conectada à capacidade de agir no presente. “O desafio do gestor é poder conectar a visão de 30 a 40 anos na frente, mas ter a capacidade de botar a sua pedra dentro do quebra-cabeça no dia de hoje”, disse. Campos citou iniciativas voltadas à sustentabilidade e à resiliência urbana, como obras de macrodrenagem e monitoramento climático, destacando que o Recife tem atuado para se preparar para os desafios das próximas décadas. O prefeito mencionou também a importância de fortalecer o diálogo com os municípios vizinhos, em um contexto de planejamento metropolitano mais integrado, mas sem se aprofundar no tema. Ele encerrou reforçando que o sucesso de uma gestão pública moderna depende da combinação entre visão estratégica, capacidade de execução e foco em resultados sociais. O encontro contou com a mediação de Ricardo de Almeida e com uma palestra de Francisco Cunha sobre o projeto Pernambuco em Perspectiva. Confira a cobertura completa na próxima edição da Revista Algomais. Confira os conteúdos do encontro Pernambuco em Perspectiva: 🔹 Apresentações em slides.🔹 Matéria publicada na revista Algomais.

“Planejar o futuro e agir no presente”: João Campos fala sobre o desenvolvimento do Recife Read More »